China | Empresa que fabrica sapatos Ivanka Trump rejeita acusações

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma empresa chinesa que fabrica sapatos para a marca da filha do Presidente norte-americano, Donald Trump, rejeitou ontem as acusações de salários baixos e tempo de trabalho excessivo feitas por três activistas que se encontram detidos ou desaparecidos.

Hua Haifeng, um dos investigadores da organização não-governamental norte-americana China Labor Watch, foi detido por vigilância ilegal, segundo avançou a agência The Associated Press. Dois colegas seus – Li Zhao e Su Heng – estão desaparecidos.

Os três estavam a elaborar um relatório sobre as condições de trabalho na Huajian, empresa chinesa que produz sapatos da marca Ivanka Trump, que incluía acusações de salários baixos, tempo de trabalho excessivo e abuso de estagiários.

“Estamos chocados”, disse Long Shan, porta-voz do grupo Huajian, num e-mail enviado à Associated Press. “Vocês avançaram com informações falsas que não são baseadas em factos, e sem o nosso consentimento”, refere.

Long afirmou que a empresa parou de produzir sapatos Ivanka Trump há vários meses e revelou que Hua Haifeng trabalhou no grupo em Maio, por menos de uma semana, enquanto Su Heng entrou para a fábrica no final de Abril, mas saiu pouco tempo depois.

A porta-voz do grupo disse ainda desconhecer onde estão os dois homens.

Problemas de expressão

Long disse que acusações de que os patrões abusavam verbalmente dos funcionários, inclusive insultando-os, têm como base mal-entendidos.

“É o dialecto local a ser utilizado como linguagem de gestão”, disse.

A porta-voz afirmou ainda que a Huajian está a investigar alegações sobre o uso impróprio de estagiários.

Nos últimos 17 anos, a China Labor Watch tem investigado as condições de trabalho nos fornecedores chineses de algumas das empresas mais conhecidas a nível mundial, mas nunca tinha atraído o escrutínio do aparelho de segurança chinês, segundo Li Qiang.

O caso levantou questões sobre se os interesses comerciais da família Trump na China podem influenciar a posição norte-americana na promoção dos direitos humanos.

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