EventosMercado Vermelho é peça central para celebrar Dia Internacional dos Museus Sofia Margarida Mota - 20 Abr 2017 O Dia Internacional dos Museus celebra-se a 18 de Maio. No entanto, dada a temática e o feriado que se aproxima, a próxima quarta-feira é o dia em que muitas das actividades vão ter lugar. A ideia é juntar a efeméride às tradições locais. Na sua concretização estão 17 museus [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau escolheu como tema para este ano do Dia Internacional dos Museus “O museu móvel – Mercado Vermelho e Festival do Dragão Embriagado”. Na edição de 2017 da iniciativa, o Mercado Vermelho e as suas imediações são o grande palco do evento. A intenção é dedicar cada edição a um local com relevância para o território, sendo que o Mercado Vermelho “é um espaço com significado arquitectónico que tem testemunhado as mudanças da cidade”, disse ontem a chefe de Departamento de Museus do Instituto Cultural (IC), Lei Lai Kio, na sessão de apresentação de actividades. O “Festival do Dragão Embriagado” junta-se ao espaço de eleição e acompanhará as iniciativas com a mostra de tradições associadas à distribuição do arroz do barco do dragão. Em dia de feriado, muitas das bancas do edifício da Horta e Costa estarão vazias, mas a actividade de venda não será interrompida e será estabelecida uma ligação com as exposições. A organização destaca a exibição referente à distribuição do arroz, que irá alternar com as bancas do interior do mercado. As imediações do edifício vão misturar as habituais tendas de vendedores a outras que contam histórias do passado. Uma exposição sobre a história dos vendilhões irá misturar-se com as frutas e legumes do quotidiano. Workshops no mercado Ainda com o Mercado Vermelho como palco, os cidadãos são convidados a fazerem peças que poderiam estar expostas num qualquer museu. Isto porque o IC vai promover uma série de workshops em que o festival do barco do dragão é protagonista. A criação de postais será uma das actividades. Com recurso à cianotipia, técnica fotográfica de impressão do séc. XIX que recorre ao sol para fazer aparecer a imagem em tons de azul, os interessados são convidados a criar história com história. Os leques também fazem parte do programa, através da pintura de telas com motivos associados aos dragões, de modo a juntar o objecto do Oriente a uma tradição que o acompanha. Como a história também é feita no presente, a construção em legos e a sua pintura pretende juntar pais e filhos no Museu da Ciência. Da vasta agenda consta também a produção de objectos úteis e decorativos. Para o efeito está marcado um workshop de gravação de porta-chaves e de pulseiras com peixes. Paralelamente, está agendado um conjunto de visitas guiadas dedicadas ao próprio Mercado Vermelho. Museus no festival Da história também consta o vinho e o Museu do Grande prémio e o Museu do Vinho juntam-se à iniciativa. O dia 3 de Maio é também o dia escolhido para a realização de provas gratuitas, a terem lugar numa das tendas nas imediações do Mercado Vermelho. O convite é dirigido aos residentes e turistas para que se juntem aos peritos e possam adquirir um conhecimento mais aprofundado sobre o vinho e a sua degustação. Cada um dos 17 museus participantes vai organizar exposições, workshops e palestras de modo a que exista um “pretexto para promover junto da população as características culturais e comunitárias das festividades de Macau”, acrescentou Lei Lai Kio. Este ano, a organização conta ainda com o apoio da Associação do Peixe Fresco de Macau, sendo que a ligação ao evento inclui as cerimónias tradicionais da associação. A agenda prevê também a realização de oferendas aos deuses, danças do dragão e do leão e desfiles pelas ruas da cidade, bem como a distribuição de arroz. A tradição será chamada à rua para que os museus cheguem mais perto das pessoas e saiam das quatro paredes onde habitualmente estão inseridos. Dia dedicado a museus dá relevo à natureza O Museu Natural Agrário é uma das 17 instituições envolvidas na celebração local do Dia Internacional dos Museus. O primeiro espaço museológico sobre a natureza de Coloane é um lugar que pretende manter vivas as características que, um dia, pertenceram à ilha. “Como o primeiro museu sobre a natureza da Ilha de Coloane, [o local] oferece um toque de nostalgia com exposições que mostram o estilo de vida que seria único nos ilhéus”, lê-se num comunicado. O museu serve ainda para mostrar o tempo em que havia agricultura em Macau, com destaque dado para a ligação das pessoas à terra, e o respeito pela flora e fauna locais. A ideia é proporcionar aos residentes e turistas um contacto mais directo com a história recente daquele lugar e das suas tradições, ao mesmo tempo que alerta para a importância da biodiversidade do território. Cultivar em casa A mesma instituição vai promover, perto do Mercado Vermelho, na próxima quarta-feira, a exposição “Hortaliças indispensáveis à vida”. A ideia é juntar a botânica à saúde e dar a conhecer os legumes que são fundamentais para se ser saudável. “Nos mercados encontram-se hortaliças e legumes de diversas espécies. No 8.º dia da quarta lua do calendário lunar, Dia do Buda e aniversário do deus Tam Kung, e também o dia do festival do dragão embriagado, [procura-se saber] quais as melhores hortaliças para se consumir”, refere o comunicado. Está também programada a realização de um workshop que ensina o cultivo de legumes e que tem como título “plantação doméstica, faça você mesmo”. No final, os participantes podem levar para casa aquilo que aprenderam a cultivar, para que “sintam a responsabilidade e alegria no cultivo e na sua manutenção”. O espaço museológico sobre Coloane vai, durante o mês de Maio, realizar o workshop “Educação agrícola doméstica”, para ensinar a promover a plantação sazonal de acordo com os 24 termos solares chineses. Para celebrar a integração de Macau nas dez terras húmidas da China, e de modo a chamar a atenção para a sua conservação, a instituição vai organizar passeios para a observação de aves que habitam o território e que dependem da manutenção destas terras para sobreviver.