Global Times | China deve construir mais armas nucleares

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China deve aumentar “significativamente” os gastos militares e construir mais armas nucleares, preparando-se para o Presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, defendeu ontem um jornal próximo do Partido Comunista Chinês (PCC).

O país deve “construir mais armas nucleares estratégicas e acelerar a instalação dos mísseis balísticos intercontinentais DF-41” para proteger os seus interesses, caso Trump proceda de “forma inaceitável” para com o país.

Em editorial, o Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, defende “um aumento significativo das despesas militares da China, em 2017”.

Trump atacou frequentemente a China durante a campanha presidencial, designando o país como o “inimigo” que faz dos EUA “palermas”.

Mas o norte-americano indicou também que não deseja projectar o poder dos EUA além-fronteiras, afirmando que a América está cansada de pagar para defender aliados como o Japão e a Coreia do Sul.

Trump chegou a sugerir que esses países construam as suas próprias armas nucleares.

Ponto de partida

O editorial do Global Times surge na sequência de um ‘post’ de Trump na rede social Twitter, em que critica as políticas externa e comercial da China, e da conversa por telefone deste com a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen.

Pequim considera Taiwan parte do seu território, pelo que o contacto de alto nível com Taipé sugere um apoio às aspirações independentistas do território.

Em editorial, o Global Times escreveu: “Precisamos de nos preparar melhor militarmente, para garantir que aqueles que advogam a independência de Taiwan serão castigados, e tomar precauções em caso de provocação dos EUA no Mar do Sul da China”.

Trump escolheu esta semana o governador do Estado de Iowa, Terry Branstad, que tem laços antigos com o Presidente da China, Xi Jinping, para embaixador norte-americano em Pequim.

A escolha sugere que o magnata quer manter boas relações com o país, mas o jornal estatal China Daily permanece também pessimista quanto ao futuro das relações entre as duas maiores potências do planeta.

“A China tem de estar preparada para o pior”, escreveu em editorial, na edição de ontem. “O que aconteceu nas últimas semanas sugere que as relações entre a China e os EUA atravessam um período de incerteza nunca visto antes, contando que Trump pode não só ladrar como morder também”, afirmou.

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