Central Nuclear de Taishan | Governo garante estar preparado para acidentes

O Executivo trouxe os responsáveis da Central Nuclear a Taishan a Macau para descansar a população. Estes dizem ter gasto milhões em segurança e não vêem perigo. Wong Siu Chak garante que ,porque Macau está fora da zona considerada de exclusão de 20 km, não precisa de plano de evacuação apenas de descontaminação. E esse plano existe e envolve 40 entidades do território. Os contornos não são claros

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau disse na passada sexta-feira que a região está preparada para responder a um eventual acidente nas centrais nucleares chinesas, embora precise de novos equipamentos para medir os índices de radioactividade, tendo já ordenado a sua aquisição.
Os esclarecimentos foram dados pelo Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, num encontro com jornalistas sobre a construção da central nuclear de Taishan, que tem gerado preocupação em Macau e Hong Kong, depois de meios de comunicação social terem noticiado que a unidade apresenta problemas que podem levar à ocorrência de acidentes.
Wong Sio Chak insistiu em que Macau tem um plano de contingência em caso de acidente nuclear que foi revisto pela última vez em 2011 e que está disponível nas páginas oficias do Governo de Macau, mas apenas em chinês que, assegurou, será em breve traduzido e disponibilizado também em português.
O HM foi à procura do plano em chinês mas apenas descobriu um enunciado
onde se refere que “como Macau se situa 20 quilómetros fora da zona de exclusão definida pela Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) não tem planos de evacuação mas apenas de descontaminação para alimentos e importados dos lugares onde situados numa área de 100 quilómetros”.
Apesar dos detalhes do plano não serem ainda conhecidos, o Secretário disse que vai de novo ser revisto, num processo que envolve mais de 40 entidades, mas garantiu que o documento tem como referência as directrizes internacionais no que toca à segurança nuclear.

De primeiro nível

Neste encontro com jornalistas estiveram responsáveis do consórcio que está a construir a central nuclear de Taishan e especialistas da China (do Ministério de Protecção Ambiental, da Agência Nacional de Energia e do Gabinete de Gestão de Emergência da Autoridade de Energia Nuclear).
Todos garantiram a segurança da central, sublinhando que todo o processo de construção, inspecção, testes e avaliação segue os padrões internacionais, não tendo sido, até agora, detectado qualquer problema.
Questionados sobre a mudança legislativa em França determinada por terem sido detectadas potenciais falhas nos reactores adquiridos para Taishan (fornecidos pela francesa AREVA) os responsáveis não foram explícitos na resposta. Ou seja, os reactores terão sido adquiridos antes das falhas terem sido notadas e, agora instalados, não podem ser submetidos a testes pois estes são destrutivos.
Em contrapartida, disseram apenas que os reactores têm três coberturas de protecção e oito níveis de segurança com um recipiente especial concebido para o caso do núcleo derreter, garantindo terem investido “milhões de renminbis em segurança.
A central de Taishan, é um projecto fruto de uma parceria sino-francesa – entre a China Guangdong NuclearPower (CGN) e a Électricité de France (EDF) –, pretende iniciar operações dos dois reactores no próximo ano.
A 1 de Junho, a maior associação pró-democracia de Macau acusou o Governo de não ter noção do risco de um eventual problema na central e exigiu o anúncio de planos de contingência.

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Pedro Costa
Pedro Costa
21 Jun 2016 12:31

Está-se mesmo a ver. Um plano tão bem pensado que ninguém o conhece e, se algum dia se tornar necessário…ninguém achará.
Tornou-se possível em Macau dizer estas coisas impunemente.