EventosMúsica | Jovem de Macau lança hoje segundo álbum de originais Tomás Chio e Joana Freitas - 13 Jan 2016 Toca bateria, teclas e guitarra e faz dos sintetizadores o seu brinquedo. Achun, nascido e criado em Macau, lança hoje “Hallucination” [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se Achun e nasceu e cresceu em Macau. Foi também aqui que criou todas as músicas que fazem parte de “Hallucination”, o segundo álbum na sua carreira e que é agora dado a conhecer ao público. A data não foi escolhida ao acaso: Achun celebra hoje 32 anos e quis, com este CD, dar um “presente a si próprio”. O disco inclui sete músicas, todas elas instrumentais, e compostas por Achun. A electrónica é o seu estilo, mas o músico – independente – explica que, por detrás do que faz, há muito trabalho. “As pessoas pensam que eu sou um DJ, mas não. A verdade é que eu toco diversos sintetizadores e instrumentos, como bateria, guitarra e teclas”, explica ao HM, acrescentando que não se fica por aqui. No início era os anos 80 Quando começou, há quatro anos, Achun enveredou por estilos mais relacionados com os anos 80. Como exemplo para ilustrar a sua explicação, o jovem diz-nos que começou por fazer sons semelhantes aos do jogo “SuperMario”. Ultimamente tenho criado algumas músicas mais asiáticas e de etnias diferentes, com instrumentos especiais como carimba e maracas. Quero criar músicas que misturam o estilo asiático e electrónico”, diz-nos. Apesar de fazer tudo do zero sozinho, Achun assume que também pensa na sua audiência, especialmente quando tem concertos: o estilo pode ser mais “suave, mais vibrante, mais pesadão”. Estudante do curso de Desenho do Instituto Politécnico de Macau, Achun acabou por não terminar a licenciatura. Ao mesmo tempo que estudava, trabalhava numa empresa de desenho. O facto de considerar que o conteúdo do curso não era tão interessante ajudou a que o jovem optasse pela sua paixão: a música. “Comecei a minha carreira musical há quatro anos. A música sempre me interessou, sempre tive uma grande paixão por música e, nos três anos anteriores, sempre pensei em tornar-me músico a tempo inteiro. Só não me despedi do trabalho porque precisava de ganhar o meu pão.” Achun publicou o seu primeiro álbum – “On The Other Side” – em 2012, tendo feito o seu primeiro concerto par ao lançamento do disco em Xangai. Foi aqui que a sua carreira deu um passo em frente. “Conheci um italiano que era dono de uma editora em Bolonha. Combinamos lançar algumas músicas na internet e foi isso que fizemos com obras como ‘City Vibes’ e ‘The Gloaming Time’. Depois desta cooperação, fui contratado por uma empresa de Hong Kong.” Achun passou, então, a viver e trabalhar na região vizinha. Voltou a Macau para criar mais música, mas a verdade é que o bichinho da RAEHK ficou para sempre consigo. “Embora tenha tido concertos já em Xangai, Taiwan e Hong Kong, bem como em Macau, a maioria dos meus shows é na RAEHK. Macau não é muito conhecido nos países estrangeiros e, como morei e trabalhei lá, digo aos estrangeiros que sou de Hong Kong. Mas não me esqueço que nasci e cresci em Macau. Se for mais conhecido mundialmente, no futuro, vou dizer aos meus fãs que sou de Macau. E vou falar desta terra, caso eles não saibam onde fica”, conta-nos sorridente. O mercado local A dificuldade de fazer música em Macau é algo apontado pelo músico, que caracteriza a indústria musical local como um “papel branco”. Faltam recursos humanos e espaços, diz, mas também uma verdadeira paixão por música da parte do público. “O território é pequeno, não há muito potencial para música aqui e os residentes não dão muita atenção à música. Por isso é que me concentrei mais no mercado internacional.” Ainda assim, Achun não desiste do que gosta de fazer. Prova disso é este novo álbum, que é publicado de forma independente através da sua própria empresa – a “The Future Perfect”. Desde a criação da música, à gravação do disco e à promoção tudo é, então, feito por Achun. O artista diz-nos ainda que todas as capas dos seus álbuns são desenhadas por si. A capa de “Hallucination” é inspirada em ficção científica, uma das suas outras paixões. O álbum vai ser lançado digitalmente, para já, e só depois em formato físico. As músicas de Achun podem ser ouvidas em plataformas como iTunes, Amazon e KKbox.