Dinizio Silva, jogador de futebol

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]em apenas 17 anos, mas a vida deste jovem já está cheia de aventuras e esperanças para o futuro, bem como missões para cumprir. “Actualmente sou jogador de uma equipa de futebol local, a MFA Development, e jogo como avançado e médio. Fui também seleccionado para a selecção de Macau”, começa por dizer ao HM Dinizio Silva.
Dinizio começou a ter contacto com este desporto quando tinha apenas quatro anos. A tenra idade para começar a dar pontapés na bola deve-se à influência da família, já que o pai também era jogador de futebol.
“O meu pai ensinou-me a jogar futebol nos campos desde que eu era muito pequenino, porque o meu pai era futebolista a tempo inteiro.”
Dinizio já teve a sorte de jogar em competições no interior da China, na Mongólia Interior, e na Tailândia. Experiências diferentes para quem joga futebol no território.
“Nas competições, tivemos concorrentes muitos fortes, sobretudo das equipas nacionais. Normalmente a equipa de Macau perde nos jogos, mas esforçamo-nos ao máximo e ganhámos experiência, usufruindo também do jogo.” Dinízio
Em breve, Dinizio vai participar numa actividade maior, o Campeonato do Pacífico, na Austrália, e não consegue esconder a excitação.
“Estou muito contente por ter sido escolhido entre muitos jovens locais para a selecção que representa a minha terra natal. É sinal de que o treinador reparou no meu progresso”.
Mas, como todas as histórias, também a deste jovem jogador não se pode focar apenas no actual sucesso. Dinizio também passou tempos difíceis no que à bola diz respeito.
“Pensei em desistir deste desporto. Em anos anteriores, não jogava bem e fui muitas vezes chamado à atenção pelo treinador. Foi muito frustrante.”
Dinizio não parece ter muito tempos livre para a diversão como os outros jovens da sua idade, já que os treinos de futebol, como admite, são muitos e muito duros. “Tenho treinos todos os dias, três horas por dia.”

Dar o salto

Dinizio nasceu e cresceu em Macau, mas considera a sua cidade “um bocado seca”, como nos diz.
“Vou sempre aos mesmos sítios nos tempos livres. Normalmente assisto a filmes, faço natação durante o Verão, passeio e faço compras com amigos, mas jogo mais futebol e fico em casa.”
Se calhar é por causa disso mesmo que o jovem quer sair do território. 

“Estou a pensar frequentar uma universidade onde possa beneficiar também de treinos de futebol, para que possa jogar no estrangeiro. Se conseguir, queria ser jogador fora de Macau. Já acho bom ser jogador em Hong Kong ou em Portugal”, disse, acrescentando que, além de pensar em ser futebolista, ainda não escolheu qualquer outra profissão. 
Dinizio vive entre as comunidades e as culturas chinesa e macaense. Ele próprio considera-se “meio macaense”, porque a mãe é macaense e o pai é chinês. 
“Tenho muitos contactos com jogadores macaenses e gosto de conversar com eles. Acho que, por estar dentro destes grupos, posso fazer mais amigos.”
O jovem estudou na Escola Secundária Luso-Chinesa da Flora, depois passou a estudar na Escola Portuguesa de Macau a partir do oitavo ano, por decisão da mãe. Depois, pôde seguir a sua “vontade” e mudar para a Escola Secundária Pui Va, onde está no décimo ano. 
“Foi divertido estar na Escola Portuguesa, tinha colegas chineses, portugueses e mistos. No entanto, achei muito duro para mim. Por exemplo, estudar a História em Língua Portuguesa é muito difícil para mim, o horário das aulas também era muito longo, mais de uma hora por aula, e às vezes tínhamos duas aulas seguidas.”
Para o jovem, os estudos são mais relaxados nesta escola chinesa e não se arrependeu da decisão. Como joga bem futebol, é considerado a “estrela do futuro” na sua escola.
Mas o jovem diz-nos, sem qualquer arrogância, que há sempre forma de melhor e ainda não é um futebolista “muito, muito bom”.
Muitos estudantes, com 17 anos, conseguem apenas focar-se nos estudos. Mas Dinizio, assegura-nos que consegue manter o equilíbrio entre as duas coisas mais importantes na sua vida actual: a escola e o futebol.
“Consigo gerir bem o uso do tempo, tanto as tarefas e exames na escola, como o futebol. Pelo menos nunca reprovei”, conta.
Dinizio gosta que a família lhe dê um certo grau de liberdade, tanto nos estudos, como nas coisas que gosta de fazer. O futebol, claro, é uma dessas. E o jovem diz achar muito engraçado ter o mesmo gosto por este desporto desde que se lembra de existir.

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