Filipa Araújo Ócios & Negócios PessoasPortus Cale, restaurante | Herlander Fernandes, chef Ali, entre as distracções do Jockey Club, está o Portus Cale. Um restaurante português que reúne gastronomia, música, espaços abertos e a possibilidade de, no coração da Taipa, sentirmos o sabor a casa [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]viagem começa logo no parque de estacionamento. Ao entrarmos no Jockey Club, bem lá no fundo, encontramos o Portus Cale, o restaurante do momento. Ao entrar no espaço sentimos que podíamos estar em qualquer outro restaurante, mas em Portugal. A verdade é essa, Portus Cale, aberto desde o final de 2014, quer trazer para Macau do melhor que se faz por lá. Somos recebidos na sala VIP, ideal para almoços ou jantares de trabalho, aniversários ou qualquer outra festa que queira organizar. A sala, que está separada da principal do restaurante, reúne as condições ideias para parecer que está na sala lá de casa. Confortável, com música de fundo, o espaço acolhe quem o visita. É Herlander Fernandes, o chef do Portus Cale, que nos dá as boas-vindas. Sorriso aberto e muita simpatia faz jus à representação de toda a equipa. Afinal de contas saber receber é das principais marcas de qualquer restaurante que queira ser uma segunda casa para o cliente. A olhar à volta o espaço convida a ficar. Se já se está a questionar se existe esplanada, dizemos-lhe: sim. Duas. Uma varanda no primeiro andar, com mesas e possibilidade de almoçar ou jantar lá fora. “A verdade é que no Verão é mais difícil por causa do calor”, explica o chef, mas, garante, a decisão é do cliente. No andar de baixo há também uma esplanada, esta em cima da relva. “Ideal para festas”, diz Herlander. Nós confirmamos. O espaço fica virado para a pista de corridas, afastado mas com visibilidade. No lado direito estão os estábulos. “Quando há festas de aniversário de crianças, ou crianças em algum evento, podemos conciliar e oferecer passeios de pónei aos miúdos. É giro, a ideia é esta, as pessoas poderem aproveitar do espaço”, frisou. Sabor luso Mas vamos ao que interessa: a comida. O menu é só e apenas dedicado à comida tradicional portuguesa. “Temos alguns pratos de autor, criados por nós, mas são pratos portugueses, 100% portugueses”, apontou Herlander Fernandes ao HM. Prepare-se para ir provar aquelas que têm sido as jóias da casa: o arroz de marisco, a feijoada, o bacalhau à Portus Cale e a sopa, “o verdadeiro caldo verde”. É preciso despachar-se, porque o menu vai mudar já este mês. Sem adiantar as surpresas que aí vêm, Herlander Fernandes garante que a carta será portuguesa, até porque essa é a essência deste espaço. “Comidas mais leves para o Verão e terá alguns pratos de assinatura”, diz-nos. É a única pista que conseguimos arrancar do chef. Desengane-se quem acha que é um restaurante só a olhar para a comunidade portuguesa. “Os nossos clientes são metade portugueses, metade chineses”, adianta o chef, sem esconder que às vezes é preciso adaptar o tempero ao cliente. É inegável, confirma, o diferente paladar que as duas culturas têm. “Por vezes corto um bocadinho no açúcar porque sei que a comunidade chinesa não gosta tanto, mas a verdade é que não posso fugir ao que a sobremesa é na sua raiz”, confirma. Sem entraves Preparar pratos que sejam verdadeiramente portugueses é mesmo possível. Os entraves da inexistência ou escassez de alguns produtos são fáceis de contornar nos tempos que correm. “É possível aqui arranjar os produtos que temos em Portugal. Temos muitos fornecedores que importam directamente de Portugal e é fácil arranjarmos, aceitando que às vezes o custo é um pouco mais elevado. Mas não é difícil arranjar, é algo muito acessível até”, desvenda. O jantar é a hora de ouro do espaço, principalmente ao fim-de-semana. Uma sala que tem capacidade para 50 pessoas está muitas vezes cheia. “Também temos o snack-bar que podemos usar como sala, temos a varanda e ainda temos o estacionamento que é uma coisa tão difícil de arranjar em Macau. Os clientes podem vir, sem chatices, estacionar no nosso parque que, por sinal, é muito grande. E temos vista, conseguimos ver o horizonte, que é coisa rara em Macau. Conseguimos ver as montanhas da China. Reunimos as condições ideais”, relata. Condições estas que têm feito os clientes voltar. “Sim, tenho notado que os nossos clientes repetem e isso é bom para a casa, é um bom sinal”, explica. O espaço é “meio escondido”, mas a qualidade e preço valem a procura. Por exemplo, Portus Cale funciona com um “set menu ao almoço, de terça a sexta-feira, com sopa, prato principal, bebida e sobremesa por 90 patacas”. “Um preço bastante acessível”, afirma Herlander Fernandes. De fundo ouve-se fado e outros géneros de música portuguesa, até porque esta é uma casa portuguesa, com certeza.