Musicoterapia regista procura crescente, mas faltam terapeutas

Wong Sin Tong, presidente da Associação de Musicoterapeutas de Macau, garante que há cada vez mais procura por esta técnica que ajuda crianças com necessidades educativas especiais e idosos. Mas só há três terapeutas acreditados no território

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] certo que a prática da musicoterapia ainda não está generalizada em Macau, mas são conhecidos os benefícios para crianças e idosos que tenham necessidades especiais ou problemas do foro mental e cognitivo. A música é usada, por exemplo, como forma de promover a comunicação ou a mobilidade.

Wong Sin Tong, presidente da Associação de Musicoterapeutas de Macau, fundada o ano passado, garante que a sua profissão vai aos poucos ganhar mais importância, tendo em conta a ampla aplicabilidade e a grande ajuda que pode proporcionar a camadas específicas da população.

Tong, que é uma dos três musicoterapeutas acreditados em Macau, lamentou ao HM o facto de ainda existirem muitas incertezas da parte de quem recorre a esta terapia, apesar ser cada vez mais procurada.

“De facto existe uma grande necessidade deste serviço”, contou a presidente. “É importante para muitas doenças mentais que surgem no hospital ou como terapia interventiva na fase inicial das crianças que têm, por exemplo, atrasos no desenvolvimento, autismo ou transtornos de aprendizagem. Os idosos que sofreram derrames cerebrais ou outros problemas cognitivos também podem receber este tratamento. De facto, ajuda muito e é uma terapia que se aplica a todas as faixas etárias”, apontou Wong Sin Tong.

Para que possam prestar serviço nas instituições médicas de Macau os musicoterapeutas precisam de uma licença profissional. Como não existem exames de acreditação no território e regiões vizinhas, os três terapeutas estudaram no estrangeiro e obtiveram lá as suas licenças, que devem ser renovadas daqui a cinco anos.

Acreditação é objectivo

A procura já levou a que existam falsos musicoterapeutas no mercado, alertou a presidente da associação. Por isso, um dos maiores objectivos da entidade é promover um sistema de acreditação para estes profissionais.

“Muitas pessoas não conhecem este serviço, mas não quer dizer que não haja espaço para o seu desenvolvimento. As perspectivas de emprego são, de facto, enormes”, disse Wong Sin Tong, adiantando que há muita falta de promoção desta terapia. Neste momento, tem sido feita uma apresentação junto de associações e escolas que tratam pessoas com necessidades especiais, sendo que já existem cada vez mais instituições que optam por fazer os seus próprios contactos.

Actualmente, os serviços de musicoterapia podem ser encontrados no hospital Kiang Wu, no Centro I Chon da União Geral das Associações de Moradores (Kaifong) e associações que cuidam de crianças com deficiência mental, como é o caso da Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais.

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