EventosTeatro | Dez espectáculos dos PLP com entrada livre no D. Pedro V Joana Freitas - 15 Out 2015 São uma dezena e chegam para mostrar o melhor do teatro dos Países de Língua Portuguesa. Vão encher o palco do D. Pedro V de 16 a 21 de Outubro. E tudo com entrada livre, numa mostra organizada pelo IPOR [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]oçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste juntam-se em Macau para a apresentação da segunda mostra de teatro da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa. Os países trazem à RAEM dez espectáculos em Português, com os artistas a subir ao palco do Teatro D. Pedro V de 16 a 21 de Outubro. Para representar Portugal chega a companhia portuense Seiva Trupe, existente há 42 anos e uma das que está na génese do movimento de teatro independente em Portugal. “As Mãos de Eurídice”, apresentada em Macau por Rui Spranger, constitui “um dos textos em Língua Portuguesa mais representados”, indica a organização, a cargo do Instituto Português do Oriente (IPOR). A Seiva Trupe tem mais de 131 peças encenadas e esta acontece às 20h00 de dia 16, sexta-feira. No dia seguinte, pelas 15h00, é a vez da companhia Tomato Leste subir ao palco, com a peça “Babalú”. De Timor Leste, Tomato é um projecto teatral criado em 2012 na Universidade Nacional de Timor Leste por Mireia Clemente. As suas obras centram-se em muito mais que entretenimento. “No âmbito da sua estratégia de educação pela arte, procurando, por essa via, sensibilizar para áreas como os direitos da criança e a igualdade de género, a companhia traz a Macau a peça ‘Babalú’, uma criação própria exactamente centrada nessas temáticas”, explica o IPOR. “O Médico” é uma farsa de Luce Hinter, baseado numa comédia de Molière, apresentada por Os Criativos, de São Tomé e Príncipe, que sobem ao palco às 17h30, antes dos representantes do território: Hiu Kok Theatre e a Macau Artfusion juntam-se para apresentar ao público “A Cegueira I”, às 20h30. O espectáculo repete-se no dia 18, com a Kiu Kok e a Artfusion a abrirem as hostes no domingo, às 15h00. O dia 18 continua com “A Cavaqueira do Poste”, apresentada pela moçambicana Lareira Artes, criada em 2010 por Diaz Santana e Sérgio Mabombo. Actuam às 17h30. “Nas suas peças, na maioria criações próprias, como é o caso de ‘A Cavaqueira do Poste’, a companhia privilegia a reflexão sobre temáticas que, decorrendo do seu contexto sócio-cultural de referência ou dos processos globais de desenvolvimento, atravessam o quotidiano dos cidadãos e os afectam. Num registo informal, por vezes atravessado pela ironia e o humor, o espectador é chamado a essa reflexão e, de algum modo, interpelado a agir”, explica a organização. O domingo termina com uma repetição da peça da Seiva Trupe, pelas 20h30, para abrir caminho aos Tomato Leste, novamente com ‘Babalú’, que actuam no dia 20, às 20h30. Culturas cruzadas A coordenação da mostra cabe, de novo, ao IPOR que foi também responsável pela escolha das companhias. Em comunicado, a organização explica que procurou reunir um “núcleo representativo da contemporaneidade artística no domínio das artes performativas dos países e regiões representados”, sendo que prova disso é o facto de uma das peças, apresentada pelas associações de Macau, ser falada em Português e Chinês. A Associação de Representação Teatral Hiu Kok e o projecto Macao Artfusion, Macau apresentam “A Cegueira” com um texto bilingue criado por Fernando Sales Lopes e Billy Hui, a partir de “A Line”, de Anthony Chan, e convocando José Saramago e o seu “Ensaio sobre a Cegueira”, dois actores mostram-nos como o equilíbrio e a harmonia podem ser quebrados quando a prossecução de interesses individuais se lhes sobrepõem. “Com falas em Português e em Chinês, esta cooperação entre a associação Hiu Kok, um dos mais significativos projectos teatrais de Macau, criado em 1975, e a Macao Artfusion, que, desde 2014, procura proporcionar aos jovens uma educação de qualidade nas artes performativas e estimular o desenvolvimento de um ambiente positivo, amigável e profissional, simboliza também o espírito da Mostra, que procura efectuar a aproximação entre as culturas dos países representados no Fórum”, explica o IPOR. Todos os espectáculos têm entrada livre.