Criado programa de empreendedores para a Rua das Estalagens

Foi anunciado na segunda-feira um programa de captação de empreendedores no âmbito do projecto de revitalização da Rua das Estalagens, desenvolvido pelo Instituto Cultural (IC) em parceria com a Sands China e a Associação Comercial de Macau.

Os empresários candidatos devem submeter um plano de negócio com um capital social não inferior a 300 mil patacas, sendo que as melhores ideias serão depois escolhidas por um júri. A Sands China dará um apoio de 50 por cento, até um máximo de um milhão de patacas, aos projectos vencedores.

A ideia do programa é, segundo um comunicado da operadora de jogo, “incentivar os empresários a criar empresas que revitalizem a economia de bairro”, bem como “melhorar a oferta em termos de turismo cultural na cidade e trazer vitalidade aos bairros antigos”.

A iniciativa nasce de um programa criado pela Sands China em 2017 destinado ao apoio e formação às pequenas e médias empresas, o “F.I.T.”, tendo sido criado posteriormente o Centro de Incubação da Sands Resorts que dá apoio a “empresas locais inovadoras com potencial de desenvolvimento”. A presidente do IC, Deland Leong Wai Man, referiu na segunda-feira que o programa “incentiva as empresas locais a darem largas à sua criatividade e a criarem projectos culturais e turísticos inovadores, estimulando assim a economia local”.

Sessões de apoio

As candidaturas de empreendedores devem ser feitas até ao dia 31 de Maio, sendo que será organizada uma sessão de informação sobre empreendedorismo e negócios no dia 17 de Abril, onde o programa para a Rua das Estalagens será apresentado detalhadamente aos potenciais interessados.

Será organizado também o “Dia Aberto na Rua das Estalagens” nos dias 20 e 21 deste mês para que os interessados possam conhecer a rua e as lojas disponíveis para arrendar. No dia 6 de Maio a Sands China promove ainda dois cursos gratuitos sobre “A Composição de um Plano de Negócios” e “Ferramentas de Apresentação [de um plano de negócios]”.

10 Abr 2024

FRC | Palestra sobre os desafios do bilinguismo na próxima terça-feira

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe na próxima terça-feira, 16, a partir das 18h30, uma conferência sobre o bilinguismo, intitulada “Atraso Linguístico em Macau: Criar uma criança bilingue: Mitos e Desafios”. Trata-se de uma iniciativa da Associação dos Jovens Macaenses (AJM) em colaboração com a Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau (AMLPM). O evento terá como oradoras a pediatra Joana Morgado Bento e a terapeuta da fala Zélia Almeida.

O objectivo desta conferência é discutir com eventuais atrasos no desenvolvimento da linguagem das crianças, dado Macau ser um local onde as línguas oficiais são o português e o chinês, mas onde o inglês “desempenha um papel não oficial, mas altamente proeminente”, descrevem os organizadores do evento, em comunicado.

A língua inglesa acaba, assim, por ser “o meio de instrução em algumas escolas e muitas crianças em Macau são bilingues ou trilingues”. No entanto, “os encarregados de educação ficam muitas vezes preocupados com o desenvolvimento da fala dos seus filhos”, sendo que Joana Morgado Bento e Zélia Almeida dizem existir um “factor de risco para o diagnóstico de atraso na linguagem” no caso das crianças em que os dois pais, ou apenas um, são ocidentais. Desta forma, esta palestra servirá para discutir casos clínicos, bem como o panorama de avaliação, tratamento, prognóstico e prevenção do atraso da linguagem em crianças.

10 Abr 2024

Exposição | “Que mar se vê afinal da minha língua?” na Casa Garden

Depois da primeira edição em Alcobaça, a exposição “Que mar se vê afinal da minha língua” chega a Macau, inaugurando as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril. A mostra será inaugurada na sexta-feira, às 18h30, na Casa Garden, apresentando trabalhos de diversos artistas de língua portuguesa, incluindo alguns ligados a Macau

 

“Que mar se vê afinal da minha língua?” é a pergunta a que a BABEL, co-fundada por Margarida Saraiva, pretende responder através da arte de diversos artistas de língua portuguesa, numa imensa expressão da lusofonia. Esta mostra, que já se estreou em Alcobaça, entre Dezembro do ano passado e Março deste ano, apresenta-se agora em Macau, a partir das 18h30 desta sexta-feira, na Casa Garden. Ao mesmo, o projecto inaugura as comemorações do 25 de Abril de 1974, data em que o regime ditatorial do Estado Novo caiu em Portugal.

Segundo um comunicado da BABEL, a mostra, com curadoria de Margarida Saraiva, “propõe uma reflexão sobre questões essenciais como memória, história, identidade e liberdade, num contexto pós-colonial e globalizado”. “O objectivo não é apenas olhar para o passado, mas também para o futuro: o que será do espaço de expressão portuguesa daqui a dois ou três séculos? Como será a liberdade num mundo controlado por algoritmos e obcecado com a vigilância no espaço privado, público e digital?”, interroga a organização, em comunicado.

Apresentam-se, assim, trabalhos de Aline Motta, Ana Battaglia Abreu, Ana Jacinto Nunes e Carlos Morais José, Bianca Lei, Catarina Simão, Cecília Jorge, Eliana N’Zualo, Eric Fok, Filipa César e Sónia Vaz Borges, José Aurélio, José Drummond, José Maçãs de Carvalho, Konstantin Bessmertny, Luigi Acquisto e Bety Reis, Mónica de Miranda, Nuno Cera, Peng Yun, Rui Rasquinho, Sofia Yala, Subodh Kerkar, Thierry Ferreira, Tiago Sant’Ana ou Wong Weng Io.

Há ainda outros artistas que se juntam ao painel “sempre que a exposição transpõe fronteiras”, uma vez que a ideia é que a exposição possa percorrer outros territórios de língua portuguesa, nomeadamente Fortaleza, Mindelo, Luanda e Maputo. “Que mar se vê afinal da minha língua?” fica patente em Macau até ao dia 12 de Maio.

Uma nova curta

No caso de Cheong Kin Man, natural de Macau e radicado na Alemanha, volta a apresentar em Macau a curta-metragem “uma ficção inútil”, datada de 2015, mas desta vez com uma nova roupagem num trabalho de parceria com a artista polaca Marta Stanisława Sala. A obra será exibida na Casa Garden na sexta-feira às 18h30.

O projecto intitula-se “uma ficção inútil – a resposta”. A curta-metragem, segundo uma nota divulgada pelos autores, é “mais de uma adaptação anotada com uma autocrítica do que uma verdadeira nova versão original” do trabalho de 2015.

A nova curta-metragem inclui uma parte com imagens em vídeo feitas pelo fotógrafo amador, e ex-residente de Macau, Jorge Veiga Alves durante a fase da transferência de administração portuguesa de Macau para a China.

“À medida que se vão mostrando 16 cenas repetidas e justapostas de uma dança do dragão, surgem palavras em português ‘impotência do multilinguismo’, numa referência ao livro ‘O Poder do Multilinguismo’, da escritora alemã de origem russa, Olga Grjasnowa”, apontam Cheong Kin Man e Marta Sala.

Um longo percurso

A exposição foi exibida em Alcobaça pela primeira vez graças a uma colaboração entre o Armazém das Artes e a central-periférica, tendo resultado de uma investigação, ainda em curso, de Margarida Saraiva sobre práticas artísticas contemporâneas dos mundos de expressão portuguesa.

Desta forma, o público poderá apreciar, na Casa Garden, cerca de 50 trabalhos de diversas áreas artísticas, como fotografia, vídeo, cinema, poesia, pintura, escultura e novos media, de artistas de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Macau, Timor-Leste e Goa.

Além da organização da BABEL, o evento é co-organizado pela REDE- Residências dos Mundos de Expressão Portuguesa, a central-periférica e delegação de Macau da Fundação Oriente. No que diz respeito à própria BABEL, a sua missão é “gerar oportunidades de investigação e aprendizagem nos domínios da arte contemporânea, da arquitectura e do ambiente”, sendo pensada como “um museu sem paredes” que pretende “trabalhar entre culturas e disciplinas”.

Fundada em Macau em 2013, e com presença em Alcobaça desde 2022, a BABEL procura criar novas colaborações e sinergias, tendo ainda apoiado, em Portugal, artistas em situação de risco, nomeadamente aqueles que fogem de cenários de guerra ou opressão.

10 Abr 2024

Gaza | Rússia e China acusam EUA de dar “carta branca” a “matança”

A Rússia e a China argumentaram ontem que tentaram travar a “matança” em Gaza vetando uma resolução proposta por Washington no Conselho de Segurança da ONU que dava “carta-branca a Israel para continuar a acção desumana” no enclave.

Numa sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) em que tiveram de justificar o veto que aplicaram em 22 de Março a uma resolução norte-americana que “determinava” o “imperativo de um cessar-fogo imediato e sustentado” em Gaza, a Rússia e China, ambos membros permanentes do órgão, acusaram Washington de tentar “chantagear” o Conselho de Segurança.

“O documento que os nossos colegas americanos tentaram forçar o Conselho de Segurança da ONU a adoptar em 22 de Março através de intriga e chantagem não só não continha uma exigência directa a um cessar-fogo, mas na verdade emitia uma espécie de licença para matar ainda mais palestinianos”, advogou o vice-representante permanente da Rússia na ONU, Dmitriy Polyansky. “É significativo que o documento americano também tenha explicitado a possibilidade de Israel realizar operações futuras em Gaza, desde que minimize os danos aos civis. No contexto dos planos abertos de Israel para atacar Rafah e do terrível número de vítimas civis desde o início do conflito, incluindo mulheres e crianças, a proposta americana foi chocante no seu cinismo”, acrescentou.

Também o embaixador chinês Dai Bing declarou que, caso fosse aprovada, a resolução norte-americana significaria a continuação da “matança em Gaza” e das “violações do direito internacional e do direito humanitário internacional”.

10 Abr 2024

Diplomacia | Xi Jinping recebe Sergei Lavrov em Pequim

O Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu ontem em Pequim o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, no final de uma visita de dois dias ao país asiático

 

O encontro entre Xi e Lavrov teve lugar após uma conferência de imprensa em que o chefe da diplomacia russa e o seu homólogo chinês, Wang Yi, deram conta das conversações oficiais, que incluíram questões como os conflitos na Ucrânia e em Gaza.

Os dois ministros concordaram que as relações entre Pequim e Moscovo estão mais fortes, concordaram com um alinhamento de posições sobre os principais desafios geopolíticos mundiais e sublinharam que ambos os países vão combater “comportamentos hegemónicos e intimidatórios”, em referência aos Estados Unidos.

“Haverá mais intercâmbios e trabalharemos em conjunto para combater o hegemonismo. Somos contra sanções que têm como alvo países como a Rússia, mas estamos a ver que esta política está a começar a ser utilizada contra a China para limitar as suas oportunidades de desenvolvimento. Estão a fazê-lo apenas para eliminar a concorrência”, afirmou Lavrov.

Wang sublinhou o “elevado” nível dos laços bilaterais: “Somos parceiros prioritários, defendemos um espírito de boa vizinhança e mantemos uma cooperação estratégica abrangente”, resumiu. O conteúdo da conversa entre Xi e o ministro russo, que já tinha discutido com o seu homólogo os dois grandes conflitos armados actuais e a estabilidade na região da Ásia -Pacífico, entre outros assuntos, não foi divulgado até ao momento.

Relativamente à Ucrânia, Lavrov saudou a “posição imparcial” da China sobre a guerra, bem como “a sua vontade de desempenhar um papel construtivo” na “resolução da crise de uma forma política”. Também concordou com Wang que é “importante ter em conta as posições de todas as partes envolvidas” e sublinhou que o seu país não participará em nenhum evento internacional em que a posição da Rússia sobre a guerra não seja tida em conta.

Boa vizinhança

Em Fevereiro de 2022, pouco antes do início da invasão russa na Ucrânia, os presidentes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, respectivamente, proclamaram em Pequim a “amizade sem limites” entre as suas nações. As duas potências têm afirmado que os seus laços “não ameaçam nenhum país” e que “promovem o multilateralismo nas relações internacionais”.

Desde a eclosão do conflito na Ucrânia, a China apelou ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia. Manter boas relações com Moscovo é vista por Pequim como crucial para contrariar a ordem democrática liberal dominada pelos Estados Unidos e países aliados. É também uma forma de assegurar estabilidade na fronteira terrestre com a Rússia, que tem mais de 4.300 quilómetros de extensão, e fornecimento estável de energia. Esta condição permite a Pequim concentrar recursos nas áreas costeiras e mares circundantes, onde os Estados Unidos mantêm várias bases militares em países aliados, segundo analistas de política externa chineses.

A China quer afirmar-se como a principal potência no leste da Ásia e diluir o domínio geoestratégico norte-americano na região. A reunificação de Taiwan, localizado entre o Mar do Sul da China e o Mar do Leste da China, no centro da chamada “primeira cadeia de ilhas”, é um objectivo primordial no projecto de “rejuvenescimento da nação chinesa”, lançado pelo Presidente chinês, Xi Jinping.

As reivindicações territoriais sobre Taiwan e o Mar do Sul da China suscitaram tensões entre Pequim e quase todos os países vizinhos, desde o Japão às Filipinas. A crescente assertividade da China no Indo-Pacífico levou já à formação de parcerias regionais lideradas pelos Estados Unidos, incluindo o grupo Quad ou o pacto de segurança AUKUS, que propôs esta semana a inclusão do Japão.

10 Abr 2024

Presidente da Assembleia Popular Nacional visita Coreia do Norte esta semana

Um alto dirigente chinês vai chefiar uma delegação numa visita à Coreia do Norte esta semana, anunciaram ontem os dois países.
Zhao Leji, presidente da Assembleia Popular Nacional (órgão máximo legislativo da China) e considerado o número três do Partido Comunista Chinês, vai visitar a Coreia do Norte entre amanhã e sábado, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O enviado de Pequim representa a mais significativa visita, em termos do peso político de Zhai Leji, à Coreia do Norte dos últimos cinco anos, desde a visita do Presidente Xi Jinping em 2019 e a primeira de um membro do Comité Permanente do Politburo desde a pandemia.

Recorde-se que Zhao é um dos sete membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, a cúpula do poder na China, chefiado pelo líder chinês, Xi Jinping. Não foram divulgados pormenores sobre o que foi descrito como uma visita de “boa vontade”, excepto que a delegação vai participar na cerimónia de abertura do “Ano da Amizade China – Coreia do Norte” e que a visita acontece no ano em que se celebram 75 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, ou seja, desde a fundação da República Popular da China.

“Os preparativos específicos para a visita ainda estão a ser negociados”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning. Um despacho da agência noticiosa oficial da Coreia do Norte, KCNA, anunciou igualmente a viagem.

Estreitar relações

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, tem vindo a insistir no reforço das parcerias com a China e a Rússia, numa tentativa de fortalecer a sua posição regional e de se juntar numa frente unida contra os Estados Unidos.

Kim viajou para a Rússia em Setembro para uma cimeira com o Presidente russo, Vladimir Putin. Os Estados Unidos, a Coreia do Sul e outros países acusam a Coreia do Norte de fornecer armas convencionais para a guerra da Rússia na Ucrânia, em troca de tecnologias avançadas de armamento e de outros apoios.

“A China e a Coreia do Norte são bons vizinhos ligados por montanhas e rios, e os nossos dois partidos e países sempre mantiveram uma tradição de comunicação amigável”, afirmo a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. “Com os esforços conjuntos de ambas as partes, esta visita será um sucesso total e promoverá o aprofundamento e o desenvolvimento das relações entre a China e a Coreia do Norte”, acrescentou Mao Ning.

10 Abr 2024

Definidas delegações dos países lusófonos no Fórum Macau

Já estão definidos os nomes que vão chefiar as delegações dos países lusófonos que participam na 6ª Conferência Ministerial do Fórum Macau, que acontece este mês entre os dias 21 e 23. Segundo a TDM, a delegação de Cabo Verde será chefiada pelo vice-primeiro-ministro Olavo Correia. Deste país chega ainda uma delegação de 30 membros, incluindo uma dezena de empresários, chefiada pelos ministros das Finanças e Fomento Empresarial e também da tutela da Economia Digital.

Soares Sambú, ministro da Economia da Guiné-Bissau, irá chefiar a delegação deste país na principal conferência do Fórum, enquanto a delegação de São Tomé e Príncipe será liderada pelo vice-presidente da Assembleia da República, Abnildo Nascimento de Oliveira. O ministro da Economia, Disney Ramos, integra também a comitiva.

Altas representações

No caso de Angola a representação faz-se pelo ministro da Indústria e do Comércio, Rui Miguêns de Oliveira, enquanto o ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, chefiará a delegação de Moçambique. Já Timor-Leste será representado pelo vice-primeiro-ministro, Francisco Lay. O ministro do Comércio, Filipus Nino Pereira, também vai participar na conferência ministerial.

Depois de sucessivos adiamentos devido à pandemia, foi finalmente marcada para este mês a mais importante conferência do Fórum Macau que serve para definir o plano de acção e objectivos nas áreas da cooperação empresarial e económica entre a China, Macau e os países de língua portuguesa.

Porém, não são ainda conhecidos os nomes que representarão Portugal na conferência. O Fórum Macau foi criado em 2003 para contribuir para o objectivo de tornar Macau numa plataforma comercial, económica e de serviços entre a China e os países de língua portuguesa.

10 Abr 2024

PJ | Lançado miniprograma antiburla no WeChat

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem o lançamento oficial do “Miniprograma antiburla” no WeChat. O programa tem quatro funções: fazer pesquisas no âmbito da burla, dar pistas sobre as burlas, saber mais sobre burlas, identificar casos de burla.

O público pode aceder ao programa por meio da conta oficial da PJ no WeChat (PJ_Macao) e os utilizadores não têm necessidade de instalar outra aplicação, nem de inserir o seu número de telefone e dados pessoais.

A iniciativa tem como objectivo aumentar a “sensibilização do público contra burla com recurso às telecomunicações e a burla cibernética e reduzir a possibilidade de os cidadãos serem enganados”. O lançamento do miniprograma foi anunciado ontem à tarde pelo Director da PJ, Sit Chong Meng, ontem em conferência de imprensa. O responsável indicou que “a prevenção é, desde sempre, a chave do combate à burla”.

O software permite ao público “inserir informações, tais como o número da chamada recebida, emails, bancos e contas duvidosas, obter resultados da avaliação de riscos de burla após comparação e análise feitas pelo sistema”, é indicado pela PJ.

10 Abr 2024

Chanceler alemão regressa à China para segundo encontro com Xi Jinping

O chanceler alemão, Olaf Scholz, viajará no sábado para a China, onde se reunirá no dia 16 com o Presidente Xi Jinping, na sua segunda visita ao gigante asiático desde que assumiu o cargo no final de 2021.

O porta-voz do Governo alemão, Steffen Hebestreit, anunciou ontem a viagem de três dias, durante a conferência de imprensa habitual do executivo, na qual sublinhou que o programa exacto de Scholz ainda está a ser “intensamente” elaborado.
Um encontro com Xi, na terça-feira, dia 16, já está agendado e, mais tarde, com o primeiro-ministro, Li Qiang, com quem participará nas consultas do Comité Consultivo Económico Sino-Alemão.

Hebestreit, que se recusou a comentar se Scholz considera Xi um ditador, como a sua ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, tinha afirmado no ano passado, disse que a Alemanha adopta uma abordagem “tripla” em relação a Pequim. Por um lado, a China e a Alemanha são concorrentes e rivais que têm de viver lado a lado e, por outro, são parceiros. “A China é uma potência importante, também nas questões geopolíticas, a começar pelo conflito na Ucrânia, mas também no Mar da China Meridional ou no Pacífico, e nas suas discussões com os Estados Unidos”, afirmou o porta-voz. “Tudo isto será certamente abordado pelo chanceler nas suas conversações” com Xi e Li, afirmou.

Hebestreit lembrou que Scholz sempre disse que não pode haver dissociação da China da economia mundial, mas que a Alemanha deve diversificar a sua economia para além do mercado chinês, razão pela qual o chanceler viajou recentemente para o Vietname, Singapura e Indonésia.

Scholz já visitou Xi em Novembro de 2022, o que faz dele o primeiro líder europeu a ver pessoalmente o Presidente chinês em mais de dois anos. Nessa reunião bilateral, que fazia parte de uma viagem muito mais curta, tanto o chanceler alemão como o Presidente chinês condenaram a ameaça de armas nucleares na Ucrânia.

De acordo com meios de comunicação social como o Financial Times, em Março de 2023, Xi acabou por avisar pessoalmente o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Moscovo, contra a utilização de armas nucleares na Ucrânia.

Agenda preenchida

A visita de Scholz ocorre poucos dias depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, ter visitado Pequim, um dos aliados mais próximos de Moscovo.

A Alemanha não espera qualquer mudança de posição da China, que na altura apresentou uma iniciativa de paz que não agradou nem ao Ocidente nem à Ucrânia, mas Berlim espera que Pequim “exerça a sua influência sobre a Rússia para contribuir para uma solução pacífica do conflito na Ucrânia”.

O chefe do Governo alemão viajará sozinho para a China, mas em Pequim terá a companhia do ministro da Agricultura, Cem Özdemir, da ministra do Ambiente, Steffi Lemke, e do ministro dos Transportes e dos Media Digitais, Volker Wissing.

A viagem acontece numa altura em que a Comissão Europeia está a investigar os subsídios aos carros eléctricos chineses e no contexto de um debate sobre possíveis tarifas, contra as quais Scholz já se pronunciou, recordou Hebestreit.

Scholz, que será também acompanhado por uma delegação de empresários, deslocar-se-á à cidade central chinesa de Chongqing, onde vivem cerca de 33 milhões de cidadãos, antes de aterrar em Pequim no domingo, onde visitará uma fábrica de uma empresa alemã dedicada à produção de propulsores de hidrogénio sustentáveis.

Na segunda-feira, dia 15, o chanceler alemão estará em Xangai, onde visitará uma empresa alemã de plásticos que trabalha com tecnologias verdes e sustentáveis e fará um discurso numa universidade, seguido de um debate.

9 Abr 2024

Coreia do Sul | Lançado segundo satélite espião militar

A Coreia do Sul lançou o segundo satélite espião militar para o espaço, anunciou o Governo sul-coreano, dias depois de Pyongyang ter reiterado que irá lançar ainda este ano vários satélites de reconhecimento

 

O lançamento do segundo satélite espião de Seul no domingo ocorre dias depois de a Coreia do Norte ter reafirmado a intenção de lançar vários satélites de reconhecimento este ano. Seul e Pyongyang lançaram, no ano passado, os primeiros satélites espiões, para aumentar a capacidade de vigilância mútua e de ataque com mísseis. A Coreia do Norte concretizou o lançamento em Novembro e a Coreia do Sul no mês seguinte.

O segundo satélite espião de Seul foi lançado do Centro Espacial Kennedy, no estado norte-americano da Flórida. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul afirmou que o satélite se separou com sucesso do foguetão, de acordo com um comunicado. O departamento governamental sul-coreano vai agora verificar se o satélite funciona correctamente através das comunicações com uma estação terrestre no estrangeiro.

Ao abrigo de um contrato com a fabricante norte-americana SpaceX, a Coreia do Sul devia lançar cinco satélites espiões até 2025. O primeiro lançamento, a 1 de Dezembro, foi executado a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia. Em 2022, a Coreia do Sul tornou-se a décima nação do mundo a lançar um satélite recorrendo a tecnologia própria e através de um foguetão desenvolvido internamente para colocar em órbita um aparelho denominado “satélite de observação de desempenho”.

Especialistas citados pela agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) disseram ser “económico utilizar um foguetão SpaceX para lançar um satélite espião e que a Coreia do Sul precisa de mais lançamentos para garantir a fiabilidade de um foguetão”.

Olhos no céu

A Coreia do Norte também quer adquirir uma rede própria de vigilância espacial para responder ao que identifica como ameaças militares colocadas pelos Estados Unidos e pela Coreia do Sul. Depois de dois lançamentos falhados no início de 2023, a Coreia do Norte colocou o satélite espião Malligyong-1 em órbita, a 21 de Novembro.

Desde então, o país afirmou que o satélite transmitiu imagens de locais importantes nos EUA, incluindo a Casa Branca e o Pentágono, e na Coreia do Sul. No entanto, não divulgou nenhuma dessas fotografias de satélite. Peritos estrangeiros disseram duvidar que o satélite norte-coreano possa transmitir imagens de relevância militar, referiu a AP.

No final de março, o vice-diretor geral da Administração de Tecnologia Aeroespacial da Coreia do Norte, Pak Kyong-su, afirmou que Pyongyang deverá lançar este ano vários outros satélites de reconhecimento. Durante uma conferência política no final de Dezembro, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, prometeu lançar mais três satélites espiões militares em 2024.

A ONU proibiu a Coreia do Norte de efectuar lançamentos de satélites, considerando serem testes disfarçados de tecnologia de mísseis de longo alcance. O lançamento de Novembro agravou as tensões na península coreana, com Pyongyang e Seul a tomarem medidas que violam o acordo de 2018 para reduzir as tensões militares. Nos últimos anos, a Coreia do Norte tem estado envolvida numa série de testes de mísseis para modernizar e expandir o arsenal de armas do país, levando os Estados Unidos e a Coreia do Sul a reforçar os exercícios militares conjuntos.

9 Abr 2024

HK | Filial de banco estatal reclama liquidação do promotor imobiliário Shimao

A filial de Hong Kong do banco estatal chinês China Construction Bank apresentou nos tribunais da região um pedido de liquidação contra a promotora de imobiliário chinesa Shimao, informou ontem a empresa. O pedido é relativo a uma obrigação no valor de cerca de 201,8 milhões de dólares, detalhou o grupo.

Em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa informou que a referida filial, a CCB Asia, apresentou o pedido no dia 5 de Abril e disse que “opor-se-á vigorosamente” ao mesmo, enquanto continua a tentar chegar a um acordo de reestruturação com os seus credores ‘offshore’.

Embora vários promotores chineses tenham enfrentado processos semelhantes, o caso da Shimao destaca-se por ser um banco estatal a iniciar as acções judiciais.

Nos casos de gigantes do sector como a Evergrande ou a Country Garden foram os credores estrangeiros que iniciaram os processos. A Country Garden vai ter a primeira audiência a 17 de Maio, mas os tribunais de Hong Kong decidiram contra a Evergrande no final de Janeiro.

Isto abriu um processo incerto para saber se a ordem de liquidação vai ser reconhecida na China continental, onde o grupo tem a maior parte dos seus activos, uma vez que o sistema judicial de Hong Kong é separado do da China.
As acções da Shimao afundaram quase 15 por cento a meio da sessão de ontem na Bolsa de Valores de Hong Kong, aprofundando uma queda de 37 por cento desde o início do ano e de quase 99 por cento desde Agosto de 2020.

Queda a pique

A promotora anunciou há duas semanas que apresentou propostas aos credores para reestruturar 11,7 mil milhões de dólares de dívida emitida nos mercados internacionais através de quatro opções diferentes: obrigações de curto prazo, obrigações de longo prazo, títulos de capital convertível ou uma combinação destes instrumentos.

O plano limitava a emissão de obrigações de curto prazo até seis anos a três mil milhões de dólares e a emissão de títulos de longo prazo até nove anos a quatro mil milhões de dólares. “A empresa acredita que a proposta representa uma solução razoável e realista para um acordo sobre a dívida ‘offshore’, tendo em conta as expectativas sobre as condições do mercado imobiliário na China e a posição de liquidez da empresa”, disse a Shimao na altura.

O promotor entrou em incumprimento pela primeira vez em Julho de 2022, depois de ter registado uma queda anual de 72 por cento nas vendas nos primeiros cinco meses desse ano, face à crise do sector na China, o que teve grande impacto nas suas condições de liquidez e financiamento e o obrigou a lançar uma campanha de venda de activos para angariar fundos.

9 Abr 2024

Turismo | Gastos com viagens durante feriado Ching Ming superam 2019

As viagens e os gastos na China durante o feriado do Ching Ming (dia dos mortos) aumentaram mais de 10 por cento em relação aos níveis anteriores à pandemia da covid-19, avançaram ontem as autoridades chinesas

 

Mais de 119 milhões de viagens domésticas foram registadas durante o feriado de três dias que terminou no sábado, marcando um aumento de 11,5 por cento em comparação com o período homólogo de 2019, de acordo com o Ministério da Cultura e Turismo da China. A receita das viagens domésticas totalizou 53,95 mil milhões de yuan, um aumento de 12,7 por cento, em relação a 2019, o último ano antes da pandemia, disse o ministério num artigo publicado ontem.

A China está a apostar no turismo e no consumo para impulsionar a recuperação económica pós-pandemia, uma vez que o agravamento da crise no sector imobiliário e a fraca confiança do sector privado e dos investidores estrangeiros continuam a pesar no crescimento do país.

O Ching Ming é um dia para honrar os mortos, quando os chineses costumam ir aos cemitérios para limpar os túmulos de entes queridos e depositar flores. Este ano, o festival coincidiu com uma quinta-feira, o que permitiu prolongá-lo até ao fim-de-semana. No ano passado, o feriado durou apenas um dia, tendo caído numa quarta-feira e foi o primeiro desde que a China aboliu a política de ‘zero casos’ de covid-19, que durante três anos pesou sobre a actividade económica.

Mais de 23,7 milhões de viagens turísticas domésticas foram efectuadas nesse dia – um aumento de quase um quarto em relação ao ano anterior – e as receitas relacionadas com as viagens aumentaram 29 por cento, de acordo com os dados oficiais.

Este ano, os turistas deslocaram-se a Pequim, Xangai e às cidades vizinhas de Nanjing, Hangzhou e Suzhou, bem como a Wuhan e Changsha, no centro da China. Outras cidades que registaram um aumento do número de visitantes foram Tianshui, na província de Gansu, no noroeste da China, que se tornou um destino de viagem popular depois de influenciadores das redes sociais terem elogiado o seu prato de sopa picante.

De acordo com o ministério dos Transportes, foram feitas 16 milhões de viagens de comboio por dia, o que representa um aumento de 75,3 por cento no tráfego ferroviário médio diário em comparação com 2023. As viagens diárias de avião atingiram uma média de 1,7 milhões, um aumento de cerca de 24 por cento.

A corrida às viagens, que começou um dia mais cedo, na quarta-feira, foi interrompida depois de um terramoto mortal de magnitude 7,3 em Taiwan ter provocado cancelamentos e grandes atrasos nos serviços ferroviários no leste e no sul da China continental. Os serviços voltaram ao normal no dia seguinte.

Destinos de eleição

Para os chineses que viajam para o estrangeiro, o Japão, Coreia do Sul, Austrália, Indonésia e os Emirados Árabes Unidos contam-se entre os destinos mais populares, de acordo com dados do sector. O mesmo aconteceu com a Tailândia, Malásia e Singapura, que recentemente celebraram acordos mútuos de isenção de vistos com a China.

De acordo com o serviço de reservas Tongcheng Travel, os destinos mais populares para os viajantes estrangeiros incluem Xangai, Pequim e Cantão, bem como as cidades orientais de Hangzhou e Qingdao, Xiamen, no sudeste, e Kunming, no sudoeste.
Hong Kong e Macau continuam a ser os principais destinos para os viajantes do continente que utilizam os serviços do Tongcheng, enquanto Banguecoque, Kuala Lumpur e Tóquio são populares entre os turistas que saem do país.

Os três dias de férias também trouxeram benefícios para o sector do entretenimento, com o total de receitas de bilheteira a atingir um recorde de 850 milhões de yuan, segundo dados oficiais. O filme de animação do realizador japonês Hayao Miyazaki, vencedor de um Óscar, “O Rapaz e a Garça”, liderou com mais de 390 milhões de yuan, ou seja, 46 por cento das receitas.

9 Abr 2024

Fotografias de Alfredo Cunha sobre o 25 de Abril expostas em Lisboa

As palavras de ordem que forraram as ruas portuguesas no pós-25 de Abril de 1974 estão em foco na exposição de fotografia “Viva a Liberdade”, de Alfredo Cunha, que é inaugurada na sexta-feira, em Lisboa, e inclui imagens inéditas.

Alfredo Cunha é autor de muitas das imagens que se tornaram símbolo de uma época, entre as quais um retrato do capitão de Abril Salgueiro Maia. Aos 20 anos, foi um dos fotojornalistas que registaram para a posteridade o dia 25 de Abril de 1974, em Lisboa, e os momentos que se lhe seguiram, incluindo o Verão Quente de 1975 e o processo de descolonização.
Na exposição que é inaugurada na sexta-feira na galeria Underdogs, Alfredo Cunha mostra imagens de Portugal “forrado de cartazes, e grafitado, em 1975”.

“Era o Facebook mais democrático que vi até hoje. Havia alguma censura, porque quando alguém não queria pintava por cima. Era, de facto, onde se dizia tudo o que havia para dizer. Toda a gente se expressava: à direita, à esquerda, os anarquistas…”, recordou, em declarações à Lusa, durante a montagem de “Viva a Liberdade”.

Nas paredes da galeria, o fotógrafo mostra o que mais o seduzia em tempos de uma Liberdade recente, “que era a expressão política”. “É evidente que tem uma tendência política, é óbvio, que é a minha. O meu posicionamento político [de esquerda] é claro nesta exposição”, afirmou.

Entre as 15 fotografias expostas — todas a preto e branco — “há pelo menos cinco completamente inéditas, que eram desconhecidas, porque nunca foram mostradas antes em exposição”.

Uma viagem ao arquivo

Alfredo Cunha tem passado os últimos dois anos a “viajar” no seu arquivo, que reúne milhares de imagens, captadas entre 1972, quando começou no jornal O Século, e em 2015, quando deu a carreira no jornalismo por terminada.

Nessas ‘viagens’ descobriu coisas de que já não se lembrava, “coisas surpreendentes, a que o tempo também acrescentou”. “Porque, no quotidiano, habituamos e viciamos o olhar. Tenho como norma fotografar sempre que me surpreendo, depois no que me surpreende tento perceber porque é que me surpreendeu, e então ir ao pormenor. Mas primeiro as coisas têm que me surpreender”, partilhou Alfredo Cunha.

O fotógrafo destaca o facto de as imagens, num “género de fotografia clássico, da fotografia humanista portuguesa”, estarem a ser mostradas “numa das galerias mais de arte moderna de Lisboa”. “Viva a Liberdade”, exposição com a qual a galeria Underdogs assinala os 50 anos do 25 de Abril de 1974, pode ser visitada até 27 de abril. A entrada é livre.

9 Abr 2024

Habitação | Índice global de preços com ligeira redução

Entre Dezembro e Fevereiro, o índice global de preços da habitação foi de 229,4, menos 0,9 por cento, em comparação com o período entre Novembro de Janeiro, de acordo com os dados revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

O índice de preços de habitações da Península de Macau (229,2) e o índice da Taipa e Coloane (230,2) caíram 0,9 por cento e 0,7 por cento. O índice de preços de habitações construídas (247,6) baixou 1 por cento, em relação ao período anterior, enquanto o índice da Península de Macau (238,3) e o índice da Taipa e Coloane (284,8) diminuíram 0,9 por cento e 1,1 por cento.

Por seu turno, o índice de preços de habitações construídas pertencentes ao escalão dos 11 aos 20 anos de construção e o índice do escalão superior a 20 anos baixaram 2,7 por cento e 1,3 por cento, respectivamente. O índice do escalão dos 6 aos 10 anos cresceu 0,8 por cento.

9 Abr 2024

“Centro de Comidas” do Mercado do Patane reabre com 11 bancas

Foi ontem inaugurado o novo espaço para comer no Mercado do Patane, e o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), responsável pela gestão, promete um “ambiente confortável” com “uma exploração honesta”.

A cerimónia de inauguração do espaço com mais de 200 lugares, contou com a participação do presidente do IAM, José Tavares, e as 11 bancas vão disponibilizar comida e petiscos locais, do Interior, “sudeste asiático, gastronomia japonesa, coreana e ocidental”, bebidas e sobremesas.

“O Instituto espera aproveitar o Centro de Comidas do Patane para criar um ambiente confortável, com serviços de qualidade, preços acessíveis ao público e uma exploração honesta, criando uma nova imagem do centro de comidas do mercado”, foi divulgado, em comunicado de imprensa. O horário de funcionamento do novo centro de comidas estende-se das 07h às 22h.

Segundo o IAM, entre as 11 bancas de comida do Centro de Comidas do Patane, com excepção de uma que já tinha sido arrendada, as restantes 10 foram atribuídas através de concurso público. Este é um método diferente do usado no passado, em que a atribuição das bancas desocupadas era feita através de registo e sorteio.

Critérios da escolha

O concurso público avaliou critérios como a “estratégia de operação, experiência e habilitação do concorrente, o horário diário de exploração da banca, a diversidade da tipologia de mercadorias e a conveniência dos instrumentos de pagamento”.

Apesar da inauguração ter decorrido ontem, o centro tinha começado a funcionar, de forma experimental, a 28 de Março. “O Centro de Comidas do Patane entrou em funcionamento experimental no dia 28 de Março, e tudo correu dentro da normalidade”, indicaram as autoridades sobre esse período. Antes deste período, haviam sido realizadas várias sessões de esclarecimento com os responsáveis pelas bancas de venda de comida.

Na inauguração estiveram ainda presentes os vice-presidentes do IAM, Lo Chi Kin e O Lam, o presidente do Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais, António José Dias Azedo, o vice-presidente do Conselho Consultivo, Chong Coc Veng.

9 Abr 2024

Turismo | Expo Internacional no Venetian entre 26 e 28 de Abril

Decorre entre os dias 26 e 28 de Abril a 12ª edição da Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau. O evento terá lugar no Venetian e tem como tema “Encontro na MITE: Descoberta, Intercâmbio, Interacção!”.

Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços de Turismo, a edição deste ano da feira terá uma área maior de exposição, com 30 mil metros quadrados, contando com o “Pavilhão da Gastronomia” e uma “Zona de Exposições 1+4”, numa referência ao plano de diversificação económica do Governo. Tanto o “Pavilhão da Gastronomia” como os espaços “A Adega” e “Rua de Macau” terão à venda produtos a 25 patacas para celebrar os 25 anos da RAEM, estando ainda previstos passeios de um dia pelo Interior da China.

Para esta Expo o Governo convidou “mais de uma centena de representantes de associações de agências de viagens estrangeiras para visitar Macau, reunirem com os operadores turísticos locais e explorarem oportunidades de negócio”, uma estreia após a pandemia. A entrada em todos os eventos e na feira é gratuita.

9 Abr 2024

Casa Comemorativa Sun Yat Sen | Taiwan tentou evitar classificação

As autoridades de Taiwan temem que a classificação torne a gestão do imóvel mais complicada, e reconhecem que foram traçados planos de contingência para a salvaguardar o direito de propriedade sobre o imóvel

 

As autoridades de Taiwan tentaram evitar a classificação da Casa Comemorativa Sun Yat Sen como património protegido. A revelação foi feita pelo Conselho dos Assuntos do Interior de Taiwan.

Segundo a informação da Central News Agency de Taiwan, que citou as declarações da Formosa, a Casa Comemorativa Sun Yat Sen tem como proprietário o Conselho dos Assuntos do Interior, através da empresa APHS Serviços de Viagem de Hong Kong. De acordo com a mesma fonte, nesta fase, não há intenção de vender o imóvel, ao contrário das informações que tinham sido colocadas a circular em 2022.

No entendimento das autoridades de Taiwan, a classificação do imóvel é tida como indesejada, pelo facto de tornar a gestão do espaço menos flexível, devido às restrições impostas pelo novo estatuto do imóvel. Também como parte da classificação, o Governo da RAEM fica com uma opção de preferência sobre o imóvel, caso as autoridades de Taiwan desejem vendê-lo.

Sobre a classificação por parte das autoridades de Macau, as autoridades da Formosa consideraram que faz parte da política de planeamento urbano da RAEM, e que o imóvel não foi um alvo especial, apenas resulta da avaliação que tem sido feita sobre o valor patrimonial de vários edifícios.

Tudo legal

Ainda segundo as explicações do Conselho dos Assuntos do Interior, a propriedade sobre a Casa Comemorativa Sun Yat Sen encontra-se regularizada de acordo com as leis de Macau da República Popular da China.

Como parte dos esforços para impedir a classificação, as autoridades de Taiwan pediram aconselhamento legal junto de advogados, participaram nas três sessões de consulta pública sobre o procedimento de classificação dos imóveis e enviaram duas cartas, em Maio e Setembro do ano passado, ao Instituto Cultural, em nome da empresa APHS Serviços de Viagem de Hong Kong.

Apesar da vontade das autoridades de Taiwan, o imóvel acabou mesmo por ser classificado. Sobre o futuro do imóvel, as autoridades da ilha afirmaram que iriam manter comunicação com as autoridades de Macau, para salvaguardar os direitos de propriedade sobre o imóvel.

Além disso, foi reconhecido que foram traçados vários planos de contingência, para todos os cenários, de forma a responder a eventuais avanços que contrariem o direito de propriedade sobre o imóvel. De acordo com os dados de Taiwan, no ano passado a Casa Comemorativa Sun Yat Sen recebeu 22.279 visitantes, além de vários intercâmbios artísticos e culturais, que tiveram como objectivo aproximar as pessoas de Taiwan e Macau.

9 Abr 2024

Chefe do Executivo | Comissão eleitoral eleita a 11 de Agosto

Arrancou ontem a primeira etapa do processo para eleger o próximo Chefe do Executivo. Foram anunciados os membros da Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo, responsáveis por coordenar a eleição dos 400 membros do colégio eleitoral que irá escolher o novo governante máximo da RAEM

 

As autoridades deram ontem início ao processo para a escolha do Chefe do Executivo, com a marcação para 11 de Agosto das eleições dos membros da Comissão Eleitoral. O actual Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, nomeou ainda o presidente e os membros da Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE), de acordo com um despacho publicado no Boletim Oficial (BO).

A juíza do Tribunal de Última Instância (TUI), Song Man Lei, foi nomeada presidente da CAECE, que integra ainda o procurador-adjunto do Ministério Público, Mai Man Ieng, o juiz presidente do Tribunal Colectivo dos Tribunais de Primeira Instância, Seng Ioi Man, a directora dos Serviços de Administração e Função Pública, Ng Wai Han, e a directora do Gabinete de Comunicação Social, Inês Chan Lou.

Citada por um comunicado oficial, Song Man Lei apontou apenas que a comissão deverá realizar a primeira reunião esta semana. Relativamente à Lei Eleitoral para o Chefe do Executivo, a responsável disse que o diploma “define claramente toda a agenda e os pormenores dos procedimentos, atribuindo tempo suficiente à Comissão para finalizar o trabalho de forma gradual”.

A nova presidente da CAECE nasceu em 1966 e é formada, com licenciatura e mestrado, em Direito pela Universidade de Pequim, tendo estudado língua portuguesa em Coimbra e feito o curso de introdução ao Direito de Macau na Universidade de Macau. Iniciou funções como delegada do Procurador no Ministério Público de Macau em 1996 e continuou já na era RAEM. Song Man Lei foi a primeira delegada do Procurador e é uma das magistradas com a carreira mais extensa na justiça local.

Mandato até 2028

O Chefe do Executivo é eleito por uma Comissão Eleitoral composta por 400 membros provenientes de quatro sectores, e nomeado por Pequim. O mandato tem a duração de cinco anos. A Lei Básica define os quatro sectores da sociedade como: industrial, comercial e financeiro; cultural, educacional, profissional; do trabalho, serviços sociais, religião; representantes dos deputados à Assembleia Legislativa e dos membros dos órgãos municipais, deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional chinesa e representantes dos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. O mandato dos membros da CAECE termina a 31 de Dezembro de 2028.

Ho Iat Seng continua em silêncio sem revelar se avança, ou não, para uma candidatura ao segundo mandato. Em Dezembro último, o actual governante máximo da RAEM ainda não tinha ponderado se ia ou não ser candidato, tendo o assunto ficado de fora da agenda que levou a Pequim nessa altura.

Na mesma ocasião, o Chefe do Executivo afirmou que o Governo Central tem os seus procedimentos e que os jornalistas não se devem preocupar com a questão. Ho Iat Seng frisou que faltava ainda muito tempo para as eleições e que era cedo para abordar o assunto.

9 Abr 2024

José Cesário diz que proximidade com Macau é prioridade

“É com muita honra que me dirijo aos portugueses residentes em Macau, todos eles, independentemente de terem nascido aí no território de Macau, em Portugal ou em qualquer outro ponto do mundo. Iniciei recentemente funções como secretário de Estados das Comunidades Portuguesas.” Foi desta forma que José Cesário endereçou os portugueses de Macau, desde que assumiu recentemente, pela quarta vez, a pasta de secretário de Estado das Comunidades do novo Governo recém-eleito liderado por Luís Montenegro.

Em declarações ao Canal Macau da TDM, o político que exerce funções de deputado desde 1983 pelo Partido Social Democrata, indicou que irá “dialogar com as autoridades locais, de Macau, com as autoridades portuguesas em Macau”, sublinhando a necessidade de dar atenção à qualidade dos serviços consulares e ao funcionamento da Escola Portuguesa.

O novo secretário de Estado afirmou que irá trabalhar com os conselheiros das comunidades, a quem destacou atribuir “uma importância fundamental na relação entre Portugal e os portugueses que estão fora”, sem comentar a queixa que a Comissão Nacional de Eleições apresentou ao Ministério Público contra Rita Santos e a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau.

Na mensagem difundida pelo canal público de televisão de Macau, José Cesário destacou ainda os dirigentes associativos como “parceiros fundamentais”, e prometeu “grande atenção, disponibilidade, trabalho e dedicação”.

Sentir Portugal

Falando de Macau, José Cesário afirmou ser um local especial onde se sente a portugalidade e o amor a Portugal, sublinhando que o estabelecimento de uma relação de proximidade será uma prioridade governativa.

A entrada no Executivo de Montenegro marca a quarta vez que assume a parta da secretaria de Estado das Comunidades. A estreia aconteceu em 2022, no elenco do Governo liderado por Durão Barroso e a última foi em 2015, quando Pedro Passos Coelho era primeiro-ministro.

Desta vez, foi eleito pela coligação Aliança Democrática (AD), que teve a lista mais votada no círculo da emigração Fora da Europa. No que diz respeito aos resultados na China, a AD foi a lista mais votada com 2.306 votos, o que representa 37,45 por cento do eleitorado, seguida pelos socialistas, com 745 votos (12,10 por cento). O Chega ficou em terceiro lugar com 330 votos (5,36 por cento).

8 Abr 2024

Pequim disponível para ajudar Timor-Leste em agricultura e indústria

O chefe da diplomacia de Timor-Leste disse que a China “assumiu o compromisso” de apoiar o desenvolvimento económico em Timor-Leste, nomeadamente nos sectores das infra-estruturas, agricultura e indústria. O reforço da cooperação entre os dois países foi discutido num encontro entre o chefe da diplomacia timorense, Bendito Freitas, durante uma visita oficial à China, e o seu homólogo chinês, Wang Yi.

“Durante o encontro, o Governo chinês assumiu o compromisso de apoiar o desenvolvimento económico de Timor-Leste, com especial ênfase nos sectores das infra-estruturas, agricultura e indústria. Destacou-se também o reforço da capacidade dos recursos humanos timorenses através de bolsas de estudo e formação”, refere o executivo timorense.

Segundo o Governo de Díli, os dois ministros manifestaram também a “intenção de reforçar ainda mais as relações diplomáticas e a cooperação bilateral, em prol dos interesses comuns”.

A China e Timor-Leste elevaram em Setembro de 2023 as relações bilaterais para uma “parceria estratégica abrangente”, o segundo nível mais alto no protocolo da diplomacia chinesa, em linha com a “Faixa e Rota”.

Ajuda na ASEAN

A “Faixa e Rota” é uma iniciativa lançada pela China em 2013, inspirada na antiga Rota da Seda, que se tornou no principal programa de política externa do Governo chinês, liderado pelo Presidente Xi Jinping, e à qual já aderiram 150 países.

O acordo foi assinado entre o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e o Presidente chinês, Xi Jinping, à margem da cerimónia de abertura dos Jogos Asiáticos, evento multidesportivo que se realiza a cada quatro anos.

Durante o encontro, foi também proposta a criação de um grupo de trabalho para a “cooperação na área da agricultura e para o desenvolvimento de infra-estruturas de Timor-Leste, bem como o aumento do intercâmbio de recursos humanos e o fortalecimento da cooperação cultural, educacional e profissional”.

“A China reiterou o seu apoio à adesão plena de Timor-Leste à Associação das Nações do Sudeste Asiático e ofereceu-se também para fornecer assistência através da Iniciativa de Desenvolvimento Global”, acrescentou o Governo de Timor-Leste.

8 Abr 2024

Japão | Primeiro-ministro visita EUA para reforçar laços militares

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, adiantou que pretende fortalecer a cooperação militar e de desenvolvimento de armas com Washington, na véspera de uma visita aos Estados Unidos para se encontrar com o Presidente Joe Biden

 

“A cooperação na indústria de defesa entre o Japão e os Estados Unidos, bem como com países que pensam da mesma forma, é extremamente importante”, frisou Kishida, durante uma entrevista a meios de comunicação social estrangeiros seleccionados, incluindo a agência Associated Press (AP).

Kishida salientou que o Japão espera promover a cooperação em segurança em áreas que incluem equipamentos e tecnologia de defesa, que permitam fortalecer “ainda mais” a “capacidade de dissuasão”. Na viagem aos Estados Unidos, que começa hoje a prossegue até 14 de Abril, Kishida manterá conversações com Biden na Casa Branca, na quarta-feira, seguidas por uma cimeira trilateral com o Presidente filipino Ferdinand Marcos Jr., no dia seguinte.

Kishida é o primeiro líder japonês a visitar Washington como convidado de Estado desde a viagem do então primeiro-ministro Shinzo Abe, em 2015, que reviu a interpretação da Constituição pacifista do Japão para permitir que o seu princípio de autodefesa também abrangesse o seu aliado, os Estados Unidos.

Desde a adopção de uma estratégia de segurança nacional mais abrangente em 2022, o Governo de Kishida tomou medidas ousadas para acelerar a construção militar do país e espera mostrar que está disposto e é capaz de elevar a sua cooperação em segurança com os Estados Unidos.

Kishida prometeu duplicar os gastos com a Defesa e aumentar a dissuasão contra uma China cada vez mais assertiva, que o Japão considera uma ameaça à segurança.

Unir comandos

Espera-se também que os dois líderes concordem em iniciar discussões sobre o estabelecimento de um comando unificado em cada lado, visto como uma grande mudança estrutural para melhorar a interoperabilidade e capacidade de resposta.

O Japão e os Estados Unidos estão a intensificar os laços de defesa com as Filipinas devido a preocupações comuns sobre o papel da China na região. Os três líderes devem discutir um fortalecimento da cooperação em segurança à medida que aumentam as tensões entre a China e as Filipinas devido às suas reivindicações territoriais rivais no mar do Sul da China.

Já Biden quer mostrar nestes encontros que as três nações estão em sintonia com as suas preocupações sobre a acção cada vez mais agressiva da China contra a guarda costeira filipina e os navios de abastecimento ao largo do disputado Second Thomas Shoal, no mar da China Meridional, de acordo com fontes da administração Biden.

Entre outras áreas de cooperação, como planos para aumentar o número de estudantes japoneses em universidades dos EUA, estará em discussão o espaço, esperando-se que Kishida e Biden confirmem a participação do Japão no programa lunar Artemis da NASA e sua contribuição de um veículo espacial lunar desenvolvido pela Toyota Motor Corp.

8 Abr 2024

EUA | Primeiro-ministro Li Qiang vinca posição de parceria de Pequim

O primeiro-ministro chinês Li Qiang disse ontem que Washington e Pequim devem ser “parceiros, não adversários”, num encontro com a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que pediu comunicação mais “aberta e directa”

 

Li Qiang disse em Pequim que a população chinesa tem acompanhado de perto a visita de Yellen, o que demonstra “a expectativa e esperança de que a relação entre a China e os Estados Unidos continue a melhorar”.

“Embora tenhamos mais a fazer, acredito que, ao longo do ano passado, colocámos a nossa relação bilateral numa base mais estável”, disse Yellen, de acordo com um comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA. “Isso não significou ignorar as nossas diferenças ou evitar conversas difíceis”, sublinhou Yellen. “Significou compreender que só podemos progredir se comunicarmos directa e abertamente uns com os outros”, acrescentou.

No sábado, Yellen tinha-se encontrado, na cidade de Guangzhou com o homólogo chinês, He Lifeng, numa reunião em que concordaram realizar “intercâmbios intensivos com vista a um crescimento equilibrado”.

De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, Yellen disse no encontro que iria aproveitar os intercâmbios para defender “condições equitativas para os trabalhadores e as empresas norte-americanas”.

Washington está particularmente preocupado com o aumento das exportações chinesas a baixo custo em sectores como veículos eléctricos, baterias de iões de lítio e painéis solares, o que pode impedir a formação de uma indústria norte-americana nestas áreas.

Depois da chamada

Yellen advertiu ainda no sábado as empresas chinesas contra a prestação de ajuda à Rússia e à sua indústria de defesa na guerra na Ucrânia. “As empresas, em particular as chinesas, não devem fornecer apoio material à guerra da Rússia contra a Ucrânia, à indústria de defesa russa”, afirmou, alertando que quem o fizer sofrerá “consequências significativas”.

A visita de Yellen, a segunda à China num ano, ocorre num momento em que Washington e Pequim estão em desacordo sobre uma série de questões, incluindo o acesso a tecnologias de ponta, o futuro de Taiwan e a aplicação chinesa TikTok, que poderá ser banida nos EUA.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, falaram na terça-feira, numa chamada telefónica que a Casa Branca descreveu como franca, mas na qual, de acordo com o Governo chinês, houve alguma fricção.

Também na semana passada, na quarta e quinta-feira, autoridades de Defesa dos EUA e da China reuniram-se para discutir incidentes agressivos com navios e aeronaves entre as duas forças na região do Pacífico e aliviar as tensões entre as duas superpotências. Reiniciando um diálogo que a China tinha encerrado, por causa do diferendo sobre Taiwan, a reunião ocorreu no momento em que Washington e Pequim trabalham para expandir as comunicações bilaterais e aliviar as crescentes tensões.

8 Abr 2024

Itália | Bolsas Armani produzidas por trabalhadores chineses explorados

Uma empresa do grupo da marca de luxo Giorgio Armani foi colocada sob administração judicial pelo tribunal de Milão, por alegadamente ter subcontratado uma empresa não autorizada, que empregava trabalhadores chineses que eram explorados.

A empresa em questão é a Giorgio Armani Operations, controlada e supervisionada pela Giorgio Armani, e que é responsável pelas colecções e acessórios do prestigiado grupo italiano, especificou o tribunal na sua decisão, citada pela agência France-Presse (AFP).

Segundo o tribunal, a empresa terá recorrido a um fornecedor, a Manifatture Lombarde, que por sua vez recorreu a subcontratantes que utilizavam oficinas chinesas na província de Milão e empregavam imigrantes indocumentados, para a produção de bolsas, artigos de couro e acessórios Armani. O tribunal nomeou um consultor pelo período de um ano, que trabalhará ao lado dos gestores para melhorar o relacionamento com os fornecedores.

A finalidade desta medida “não é repressiva”, mas “bastante preventiva” com o objectivo de “proteger a sociedade o mais rapidamente possível” da “infiltração criminosa”, pode ler-se na decisão do tribunal de Milão, no seu acórdão de 3 de Abril.

O contrato do subcontratante oficial da Armani, Manifatture Lombarde, incluía um código de ética e uma proibição explícita da própria utilização de subcontratantes, embora, de acordo com a investigação conduzida pelos carabinieri [polícia militarizada italiana], este subcontratante não tivesse oficina de produção. De acordo com a investigação, a empresa Manifatture Lombarde subcontratou a produção a “oficinas chinesas”, que empregam principalmente cidadãos chineses e paquistaneses que trabalhavam em condições que violam as regras fundamentais de segurança.

Os trabalhadores, obrigados a “aceitar condições de trabalho particularmente desvantajosas que resultam numa exploração real”, trabalharam nomeadamente um número de horas superior ao oficialmente declarado.

8 Abr 2024

Mar do Sul da China | Pequim realizou “patrulhas de combate”

Pequim realizou “patrulhas de combate” no disputado mar do Sul da China, onde Filipinas, Estados Unidos, Japão e Austrália também efectuaram manobras conjuntas.

“Em 7 de Abril, o Comando do Teatro Sul do Exército de Libertação do Povo Chinês está a organizar patrulhas conjuntas de combate naval e aéreo no mar do Sul da China”, disse o exército chinês, num comunicado. “Todas as actividades militares que perturbem a situação no mar do Sul da China e criem pontos críticos estão sob controlo”, acrescentou o exército, numa aparente alusão aos exercícios conjuntos dos quatro países. A China não divulgou quaisquer detalhes sobre a natureza e localização exacta das manobras.

No sábado, as Filipinas, os Estados Unidos, o Japão e a Austrália anunciaram, num comunicado conjunto, que iriam realizar ontem exercícios navais e aéreos na zona económica exclusiva das Filipinas. “Demonstrando o nosso compromisso colectivo de fortalecer a cooperação regional e internacional rumo a um Indo-Pacífico livre e aberto, as nossas forças de defesa e exércitos combinados realizarão uma actividade de cooperação marítima”, disseram os quatro países.

O comunicado recordou que o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia deu em 2016 razão a Manila sobre a soberania de várias ilhas e atóis nestas águas, uma decisão que as autoridades chinesas se recusaram a cumprir.

O ministro da Defesa do Japão defendeu que a questão do mar do Sul da China “está directamente relacionada com a paz e a estabilidade da região e é uma preocupação legítima da comunidade internacional”. “O Japão opõe-se a quaisquer mudanças unilaterais ao status quo pela força, quaisquer tentativas, bem como quaisquer acções que aumentem as tensões no mar do Sul da China”, acrescentou Minoru Kihara, citado no comunicado.

Antes da cimeira

O exercício decorre poucos dias antes de uma cimeira que irá reunir em Washington o Presidente dos EUA, Joe Biden, e os líderes das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr, e do Japão, Fumio Kishida. No início da semana, o navio de guerra australiano HMAS Warramunga chegou à província filipina de Palawan, perto da zona marítima disputada.

As tensões regionais intensificaram-se no ano passado, com a China a afirmar de forma mais assertiva a alegada soberania sobre áreas marítimas também reivindicadas pelas Filipinas, Japão e Taiwan. Em resposta, os Estados Unidos procuraram reforçar as suas alianças na região, particularmente com os seus aliados tradicionais, o Japão e as Filipinas.
Além das Filipinas e da China, também o Vietname, a Malásia e Brunei reivindicam parte deste mar estratégico, através do qual flui 30 por cento do comércio mundial e que alberga 12 por cento dos navios pesqueiros mundiais, bem como depósitos de petróleo e gás.

8 Abr 2024