Associação Comercial | Fecho de lojas pode ser sinónimo de actualização

O presidente da Associação Industrial e Comercial de Macau interpreta a vaga de encerramento de espaços comerciais como uma oportunidade de transformação e optimização. Ng Wah Wai explica também o fenómeno com o aumento das rendas depois da pandemia

 

A vaga de encerramentos de espaços comerciais nos bairros comunitários de Macau pode representar uma oportunidade. Esta é uma das formas como o presidente da Associação Industrial e Comercial de Macau, Ng Wah Wai, encara a situação. Sem reconhecer tratar-se de uma tendência, o representante explicou os encerramentos com três cenários possíveis.

Em declarações ao jornal Exmoo, Ng Wah Wai afirmou que o primeiro cenário pode ser a reconfiguração do tecido comercial, com empresas a apostarem na transformação e actualização dos seus negócios, procurando uma clientela estável. Por exemplo, uma cadeia de restaurantes com várias lojas pode optar por não se focar os bairros comunitários, onde a facturação baixou, e investir em abrir espaços nas superfícies geridas pelas concessionárias de jogo, “que têm vontade de cooperar com este tipo de comércio” que garante qualidade de serviços e produtos.

O segundo cenário prende-se com o custo das operações, nomeadamente o aumento das rendas dos espaços comerciais desde a pandemia. “Podem-se dar situações em que um negócio começou com uma renda mensal de 50 mil patacas e depois, com a renovação do contrato de arrendamento, passar para 100 mil patacas”, indicou. Apesar deste cenário conduzir ao fecho de lojas e a dificuldades financeiras de pequenas e médias empresas, o presidente da Associação Industrial e Comercial de Macau ressalva que podem surgir novos comerciantes que aceitem pagar as novas rendas para começar um negócio.

Seguir em frente

Quanto ao terceiro cenário, Ng Wah Wai lembrou as zonas da cidade afastadas dos centros turísticos que captam a grande parte do fluxo de visitantes e os negócios que fecharam portas devido ao consumo dos residentes no Interior da China. O responsável reconheceu que esta situação não é rara, e que muitas empresas ainda estão a observar se o Governo irá lançar novos incentivos para revitalizar a economia.

Face à questão de como salvar os negócios de pequena dimensão, Ng Wah Wai não avançou com soluções, mas lembrou que o Governo tem lançado medidas de apoio ao comércio, como o “Grande Prémio de Consumo na Zona Norte no fim-de-semana”, organizado pelo Executivo em colaboração com a associação que dirige. O dirigente indica que os negócios na zona norte cresceram entre 20 a 30 por cento desde que a iniciativa arrancou. No entanto, destacou que o mais importante é tornar os negócios mais atractivos e não ficar de braços cruzados à espera de clientes.

17 Abr 2024

Zona norte | Governo sem soluções concretas para incentivar consumo

A falta de negócio dos comerciantes da zona norte foi um dos temas chave do debate de ontem no hemiciclo, mas o Chefe do Executivo não apresentou medidas concretas. Ho Iat Seng disse que “temos de nos ajudar uns aos outros”, apelando ao consumo de residentes e bondade dos proprietários no controlo de rendas

 

Desde que é possível viajar de carro até ao Interior da China, os pequenos negócios da zona norte passaram a registar muito menos movimento e entraram em decadência. Além do Grande Prémio de Consumo na Zona Norte no fim-de-semana, o Governo parece não ter mais medidas concretas para impulsionar o comércio das zonas menos turísticas de Macau.

Ontem, ao responder a questões na Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng afastou quase todas as possibilidades levantadas pelos deputados: colocar mais táxis na zona norte pode causar engarrafamentos, criar mais cartões de consumo não é possível, é ainda preciso estudar a criação das linhas directas de autocarros. Para o governante, o ónus está nos residentes: são eles que têm de consumir e cobrar rendas mais baixas.

“O desenvolvimento do consumo é irregular. Existem problemas nas zonas comunitárias. Nem sempre é possível o Governo sustentar tudo e fomentar o desenvolvimento de todas as zonas. O modelo de cartões de consumo não é saudável porque são recursos provenientes do erário público e só no tempo da pandemia é que os podíamos usar. Agora temos de pensar noutras formas”, apontou, em resposta à intervenção da deputada Wong Kit Cheng.

Ho Iat Seng garantiu que estão a ser estudadas medidas de apoio juntamente com o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, mas dirigiu-se também aos proprietários das lojas. “As rendas aumentaram bastante quando os contratos foram renovados, depois da pandemia, e os negócios não melhoraram. Os lojistas estão à beira da ruptura. O Governo conhece bem a situação e esperamos que os proprietários não aumentem tanto as rendas, para que os lojistas respirem um pouco.”

De seguida, o apelo foi dirigido aos próprios residentes. “Estamos num período transitório que tem de ser ultrapassado e é importante contar com o consumo de todos. Há uma discrepância, porque há muitas pessoas nas zonas turísticas, mas não nas zonas residenciais, aos fins-de-semana. Espero que os residentes apoiem a nossa economia e fiquem cá para fazer, pelo menos, uma refeição. Já não podemos dizer às pessoas para ficarem em Macau como dizíamos no período da pandemia. Mas esperamos que os residentes entendam que a economia local se deve manter.”

Uma ajudinha

Afirmando que “temos de nos ajudar uns aos outros”, Ho Iat Seng assegurou ao deputado Ngan Iek Hang que será difícil criar mais hotéis de baixo custo para atrair turistas à zona norte.

“Não podemos permitir pensões ilegais e só temos condições para abrir hotéis económicos. Mas o Governo não vai abrir mais hotéis porque para haver novos temos de contar com investimentos das concessionárias.”

O deputado sugeriu a criação de “cadeias de hotéis de baixo custo para levar os turistas aos bairros comunitários”, bem como a “criação de carreiras de autocarros entre vários pontos” da cidade. “Os turistas não vão aos bairros comunitários consumir devido à falta de publicidade e de incentivos, e as lojas estão a ter problemas em sobreviver”, frisou o governante.

Ho Iat Seng garantiu que têm de ser realizados estudos. “É impossível colocar mais táxis nas zonas antigas porque as ruas são estreitas e pode haver engarrafamentos.”

O Chefe do Executivo acredita que Macau este ano terá “mais de 30 milhões de turistas”, com números diários a rondar os 80 a 100 mil pessoas, esperando a vinda de mais excursões.

Apesar do cenário dos lojistas parecer negro, o governante mostrou-se optimista. “Temos de ter confiança porque teremos mais e melhores dias com as medidas do Governo Central [de atribuição de vistos]. Este ano temos um orçamento estável e equilibrado”, concluiu.

17 Abr 2024

Zona Norte | Comerciantes imploram por consumo local

Face ao aumento do consumo de residentes no Interior da China, devido ao programa que permite a circulação de viaturas de Macau em Guangdong, a Associação Industrial e Comercial da Zona Norte veio implorar ao residentes para consumirem no território. O apelo foi deixado por Lei Choi Hong, vice-presidente da associação, em declarações ao Jornal do Cidadão.

Lei Choi Hong pediu aos residentes para apoiarem as pequenas e médias empresas de Macau nesta fase que definiu como “muito difícil”, e apelou para que abdiquem de consumir no Interior, durante os fins-de-semana, e optem por permanecer no território, para ajudar o comércio local.

O pedido de Lei Choi Hong faz eco das declarações do secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, que confrontado com a grande perda de volume de negócio para o Interior, pediu, na Assembleia Legislativa, aos residentes para gastarem mais na RAEM.

A resposta do Governo à crise na zona tem sido praticamente inexistente, mas nas últimas semana foi lançado o “Grande Prémio de Consumo na Zona Norte”, um programa de sorteio de descontos. Os residentes que gastarem mais de 50 patacas numa das lojas seleccionadas habilitam-se a um sorteio imediato, em que podem receber vales de consumo de 10, 20, 50 ou 100 patacas. Por cada semana, realizam-se três sorteios.

Os vales de consumo só podem ser gastos em algumas lojas, mas a Associação Industrial e Comercial da Zona Norte, uma das co-organizadoras da iniciativa, espera que no futuro sejam aceites em mais lojas no programa que decorre até Agosto.

3 Abr 2024

Zona Norte | Associação prevê aumento do consumo em restaurantes

O presidente da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau, Wong Kin Chong, estima que a iniciativa “Grande prémio para o consumo na Zona Norte durante os fins-de-semana” aumente os negócios dos restaurantes da zona entre 20 e 30 por cento, adiantou ontem o representante ao jornal Ou Mun.

A associação, uma das organizadoras do evento a par do Governo e da Associação Comercial de Macau, indica que desde o primeiro fim-de-semana, o número de estabelecimentos que aderiu à iniciativa passou de 400 para 600, principalmente do sector da restauração.

O “Grande Prémio para o Consumo” arrancou no dia 18 de Março e irá decorrer todos os fins-de-semana até 4 de Agosto. Quem gastar mais de 50 patacas através de pagamento móvel pode ganhar cupões no valor entre 10 e 100 patacas através de um sorteio. Estes cupões podem ser usados durante o fim-de-semana nas lojas que aderiram à iniciativa pensada para socorrer o comércio da zona que enfrenta dificuldades graves, principalmente desde que começou o programa de circulação de veículos de Macau na província de Guangdong.

27 Mar 2024

Carros no Norte | Ron Lam pergunta se limite é imposto pelo Interior

O deputado Ron Lam considera que o limite de quotas diárias do programa “Circulação de veículos de Macau na província de Cantão” contraria as políticas nacionais de integração no desenvolvimento nacional

 

Ron Lam considera que o Governo deve revelar se a manutenção do número de quotas diárias para entrar no Interior no âmbito do programa “Circulação de veículos de Macau na província de Cantão” é uma imposição das autoridades do Interior da China. Face aos vários pedidos aumentar as vagas diárias para entrar de automóvel em Cantão, o deputado apelou ao Executivo para explicar os motivos da hesitação.

Actualmente, o número de quotas diárias para condutores de veículos com matrículas de Macau circularem em Cantão está limitado a 2 mil. Contudo, a medida tem causado polémica, uma vez que as quotas dependem de reserva anterior e esgotavam rapidamente, face à elevada procura.

Segundo Ron Lam, em Agosto, numa “sessão de perguntas e respostas, o Chefe do Executivo afirmou que, face às imperfeições da rede viária da Zona A dos novos aterros, não ia, com certeza, aumentar o número de quotas para a circulação de veículos de Macau no Interior”. Contudo, a 1 de Outubro, Ho Iat Seng adoptou outra explicação e afirmou que a “política [do número de quotas] não pode ser decidida unilateralmente pelo Governo da RAEM” e que o aumento só vai acontecer “se o Interior da China concordar”.

Face às duas explicações, Ron Lam pediu ontem no plenário da Assembleia Legislativa que o Governo clarifique o assunto: “Afinal, as actuais 2.000 quotas não podem ser aumentadas por iniciativa de Macau ou do Interior da China? Isto deve-se à pressão das vias na Zona A ou às restrições impostas pelo Interior da China?”, questionou “O Governo da RAEM deve esclarecer a população”, acrescentou.

Dificultar políticas nacionais

Ron Lam criticou também a incompatibilidade entre os programas “Circulação de veículos de Macau na província de Cantão” e “Circulação de veículos com matrícula única na Ilha da Montanha”, que se destina aos carros de Macau com matrícula especial para circular em Hengqin.

Actualmente os condutores de Macau só podem escolher participar num dos programas, ou seja, para poderem circular na província de Cantão têm de abdicar de poder entrar tantas vezes quantas quiserem de carro na Ilha da Montanha. Se optarem por circularem na Ilha da Montanha, deixam de poder ir de carro ao resto da província de Cantão.

“A circulação de veículos com matrícula única na Ilha de Hengqin não tem limite de deslocações, e é aberto a todos os candidatos, mas muitas pessoas tiveram de desistir desse programa, uma vez que os dois programas são incompatíveis”, lamentou Ron Lam.

“A ideia original da circulação de veículos de Macau no Interior China é uma política de abertura do país, que visa promover a cooperação na Grande Baía e apoiar o plano de integração de Macau no desenvolvimento nacional”, vincou o deputado “Solicito ao Governo da RAEM que lute, activamente, com o Interior da China, pelo aumento do número de quotas e dos respectivos postos fronteiriços, e que concretize, quanto antes, a compatibilização entre as políticas de circulação de veículos de Macau no Interior da China e dos veículos com matrícula única de Hengqin”, apelou.

17 Out 2023

Iao Hon | Zona mais habitada de Macau sem solução à vista 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] zona com maior densidade populacional do território e que reúne alguns dos edifícios mais deteriorados vive dias complicados. Lam U Tou defende mais casas para o Iao Hon, caso sejam acompanhadas de mais equipamentos comunitários. Já Chan Tak Seng considera que, sem um planeamento geral, não vale a pena avançar para reconstruções arbitrárias

O director da Associação da Sinergia de Macau, Lam U Tou, pede equilíbrio entre densidade populacional e as instalações comunitárias. A ideia foi deixada ao Jornal do Cidadão, num texto em defende medidas para as zonas de maior densidade populacional do território. Em causa está o Iao Hon, que lidera o número de habitantes por metro quadrado no território.

Apesar de o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, apontar as dificuldades do Iao Hon associadas à quantidade de gente que ali vive, Lam U Tou entende que o Governo não pode deixar de ter iniciativas e de “reforçar os seus trabalhos para desacelerar o envelhecimento dos prédios, em prol da qualidade de vida dos residentes”.

Uma das sugestões deixadas pelo dirigente associativo aponta para o aumento da altura dos prédios onde não se aplicam limites. No entanto, Lam U Tou não deixa de chamar a atenção para a necessidade de uma avaliação das necessidades da comunidade. Em causa estão os equipamentos comunitários necessários para que “o aumento em altura dos edifícios e a construção de mais habitações não venha a piorar as condições de vida”.

Um exemplo a ter em conta é a zona de Lam Mau. “A segunda zona com maior densidade populacional de Macau é também a mais alta do território”, refere Lam U Tou, sendo que, neste caso, não há problema porque “tem instalações comunitárias muito melhores do que a zona do Iao Hon”. Este é um exemplo que mostra que se deve ter em conta o equilíbrio entre a densidade populacional e as instalações comunitárias.

É preciso agir

Ainda no que respeita ao Iao Hon, Lam U Tou afirma que a inércia não é solução. Apesar de ser uma zona que não aguenta ter muitos mais moradores, continua a precisar de atenção, nomeadamente no que respeita a equipamentos comunitários. Neste âmbito, o responsável acha que é necessário construir mais instalações e alerta para a necessidade de um planeamento geral. Outro aspecto de relevo, aponta, é a necessidade de estabelecer indicadores que dêem informação acerca dos tipos de instalações em falta no território.

A reconstrução dos bairros antigos não é uma tarefa fácil, concede Lam U Tou, visto que “o envelhecimento dos prédios antigos decorre a um ritmo mais rápido do que os passos da reconstrução”.

Assim sendo, e para já, o responsável sugere o avanço com obras de reparação e manutenção dos edifícios antigos, apesar das dificuldades que o assunto apresenta, nomeadamente as relacionadas com a concordância dos proprietários.

As obras e fiscalizações dos prédios com mais de 30 anos têm sido um assunto sem solução aparente, tendo dividido os deputados no debate da passada segunda-feira na Assembleia Legislativa.

Privilégios de parte

Já para o vice-presidente da Associação Aliança de Povo de Instituição de Macau, Chan Tak Seng, antes de se discutir o destino de alguns dos edifícios do Iao Hon, há que avançar para um planeamento geral da zona norte. O também membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Norte considera ainda que estes edifícios não podem ser considerados prioritários no que respeita ao avanço de obras de reconstrução sem que estas estejam inseridas numa iniciativa mais alargada que, sublinha, deveria estar pronta até 2018.

O responsável apontou ainda, em declarações ao Jornal do Cidadão, que esta é uma área em que construir mais casas não é a decisão mais adequada, dado o elevado número de pessoas na zona.

Em prol do desenvolvimento geral daquela área da cidade, Chan Tak Seng frisa que é mais importante ter um planeamento que defina o papel de toda a zona para atrair investidores. Uma intervenção pontual, refere, apenas iria privilegiar alguns edifícios que, sem um planeamento geral, em breve voltariam a trazer os problemas do costume.

16 Ago 2017

Zona Norte | Recolhidas 280 mil seringas em sete anos

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre 2008 e 2015, foram recolhidas nas ruas da zona Norte de Macau 280 mil seringas. O número foi avançado ontem na reunião da comissão da Assembleia Legislativa que analisa, na especialidade, a proposta de alteração à lei da droga.

Segundo Cheang Chi Keong, o presidente da 3ª Comissão Permanente, o número é “assustador”: “De 2008 até ao final de 2015, um total de 280 mil seringas foram recolhidas. É assustador o número, não é? São 40 mil por ano. Este acto de abandono de seringas na zona Norte, de facto, é muito desfavorável para os moradores e as crianças”.

O canal de rádio da TDM adiantou ainda que , apesar de ter sido registada uma diminuição “significativa” do número de seringas abandonadas nos últimos anos, a gravidade da situação levou os deputados a sugerirem ao Governo que criminalizasse o abandono dos instrumentos de consumo de droga, introduzindo penas de prisão: “É um grande perigo para a saúde pública. Por isso é que a nossa sugestão apontava no sentido de ser aplicada uma pena de prisão, só que o Governo acha que não é possível, neste momento, acolher esta solução”.

26 Out 2016

Gás tóxico na Zona Norte incomoda moradores

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma máquina de mistura e queima de betume está a incomodar os moradores da Avenida General Castelo Branco, na Zona Norte. Apontam os residentes que a máquina em causa produz um gás irritante e liberta um fumo branco que se espalha entre ruas e residências.
Um responsável da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong) pede ao Governo que retire a máquina e que a lei defina a proibição da instalação dos locais industriais perto de zonas residências.
Gou Yeung, responsável do Centro Lok Chon dos Kaigonf, da área, afirmou, em declarações ao Jornal Ou Mun, que as pessoas que ali trabalham, não ousam abrir as janelas. O responsável entende que a intenção inicial do Governo passava pela instalação da máquina num local longe das residências, mas com o tempo foram construídas escolas, creches e mais casas. Gou Yeung acredita que com a conclusão da habitação pública na Ilha Verde vai provocar um grande movimento dos residentes para esta zona, por isso é essencial que o Governo retire de lá a máquina. “O Governo precisa de tomar conta disto, a queima de betume causa poluição do ar e ameaça a saúde dos cidadãos,” frisou. 
Este não é o primeiro aviso ao Governo. Há dois anos o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) garantiu que ia procurar um lugar melhor, mas até agora nada fez. “A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) só emitiu uma orientação sobre a questão da emissão da gás produzida pela máquina de queima de betume, mas não se definiu a distância necessária para a área de residência,” referiu, adiantando que “espera que o Governo possa legislar para reforçar a fiscalização, assegurando que sítios industriais possam ficar afastados das áreas de residência”.

17 Jun 2016

Zona Norte | Gestora de prédio e moradores em pé de guerra

Moradores e a empresa de gestão de um edifício habitacional na zona norte de Macau, bem perto das Portas do Cerco, continuam a não se entender. Desta vez a empresa vem falar de falta de comunicação

[dropcap style=´circle´]A[/dropcap] empresa de gestão do edifício Pou Fai, junto à fronteira com a China, veio defender-se das acusações de moradores ao jornal Ou Mun. Ieong Ki, gerente da empresa I On Kui, referiu que os conflitos se devem à falta de comunicação com os proprietários dos apartamentos. Em resposta à Associação dos Condóminos do edifício Pou Fai Seaview Garden, Ieong Ki garante que os lugares de estacionamento do prédio, uma das matérias em discussão, nunca foram arrendados a outras pessoas. Outra das queixas dos moradores dizia respeito a um alegado uso ilegal de uma sala de armazenamento de lixo para alojamento, a troco de renda.
Quanto a esta segunda queixa, a gerente confirma o aluguer e explica as razões. “A nossa empresa disponibilizou na sala de armazenamento de lixo um alojamento para os trabalhadores da limpeza, porque as suas casas estão afastadas do edifício Pou Fai. Os empregados têm de trabalhar três vezes por dia e precisam de um período de descanso, pelo que este alojamento é conveniente para eles”, explicou Ieong Ki ao jornal de língua chinesa.
“Quando percebemos que os moradores estavam insatisfeitos sobre esta situação, a empresa pediu de imediato para os trabalhadores retirarem as suas coisas da sala para podermos albergar os equipamentos de limpeza”, referiu ainda Ieong Ki.
A gerente da empresa explicou que o proprietário com maior número de casas é também o que detém o maior número de lugares de estacionamento, pelo que a empresa I On Kui não tem qualquer direito de vender ou arrendar estes lugares para outras pessoas. Quanto à presença de veículos abandonados na zona de estacionamento, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) já foi chamada a intervir, mas referiu que, como se trata de um espaço privado, o Governo nada pode fazer.

Estranho arrendamento

O terraço do edifício Pou Fai está ainda a ser arrendado a uma empresa de telecomunicações para esta instalar equipamentos. Ieong Ki explicou ao Ou Mun que a comissão de condóminos começou a exigir o pagamento da renda no ano passado. “A nossa empresa começou a receber as rendas entre 2013 e 2015, e o dinheiro sempre foi entregue aos moradores. Usámo-lo também para comprar alguns presentes para os idosos durante as férias. A nossa empresa nunca teve nenhum interesse nestas rendas”, disse a gerente da empresa.
Os proprietários do edifício Pou Fai têm vindo a pedir a saída da empresa I On Kui acusando-a de má gestão e de abuso das infra-estruturas do prédio. O pedido, feito com a ajuda de um advogado, gerou num conflito que obrigou mesmo à chamada da polícia. Ieong Ki garante que a empresa ainda não saiu porque isso iria significar vários despedimentos, com consequências negativas para as famílias.

15 Jun 2016

Zona Norte | Condóminos em pé de guerra

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]o passado sábado, os proprietários de dois edifícios habitacionais na zona Norte entraram em conflito com as respectivas empresas de gestão de condomínios, motivando mesmo a chamada da polícia. Segundo o Jornal do Cidadão, a Associação dos Condomínios do Pou Fai Garden acusa a empresa gestora do edifício de administração deficiente ao permitir o uso ilegal da sala de armazenagem de lixo para alojamento e disso receber renda. A situação dura desde há mais de sete anos. Além disso, lê-se ainda, vende os lugares de estacionamento sem isso comunicar à comissão de condóminos. Os proprietários, junto com um advogado seu representante, pediam a saída da empresa da gestão do condomínio, mas esta terá recusado. A discussão subsequente originou a chamada a da policia ao local. Sem responder às perguntas dos média, a empresa gestora esclareceu apenas que vai tratar do assunto através do seu advogado. No mesmo dia, na Areia Preta, no Edifício Hoi Pan, os proprietários colocaram cartazes na porta do prédio, criticando uma associação de serviços sociais que terá ajudado a criar uma nova comissão de condomínios, sem que antes tenha tentado obter o acordo da maioria dos proprietários.

13 Jun 2016

Zona Norte | População quer avanço de sistemas pedonais prometidos desde 2008

O Governo apresentou uma proposta de criação de dois sistemas pedonais na zona norte em 2008, mas até ao momento nada de concreto foi apresentado. Ouvidos pelo HM, especialistas dizem que o sistema é uma necessidade e esperam que o Executivo “avance” com o que ficou prometido. Moradores ouvidos pelo HM concordam

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m 2012 ficou concluído o sistema pedonal da Taipa, mas a proposta da Direcção dos Serviços para Assuntos de Tráfego (DSAT) em construir dois sistemas pedonais semelhantes na zona norte, que se estendiam pelas Portas do Cerco, Fai Chi Kei, Doca do Lam Mau e o Porto Exterior, ficou pelo caminho. A ideia do Executivo era fazer com que os cidadãos começassem a andar mais pé, de forma a diminuir o trânsito. Contudo, até agora nada foi feito e os próprios responsáveis do Governo admitem que nada têm planeado.
Numa reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Norte, que aconteceu a semana passada, os vogais convidaram representantes da DSAT, da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) para que apresentassem mais detalhes sobre os sistemas, segundo o Jornal Exmoo. No entanto, os mesmos representantes afirmaram que até ao momento não têm um planeamento pormenorizado dos sistemas, nem um calendário para a sua construção, defendendo apenas que já concluíram trabalhos de planeamento das obras.

Oportunidade perdida

Para Chan Tak Seng, presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau, cuja sede fica na Areia Preta, o Governo tinha melhores condições para construir os sistemas no ano de 2008, quando a economia de Macau estava a crescer. Ao HM, o responsável disse lamentar que o projecto não tenha avançado.
“A ideia dos sistemas era também a de facilitar a deslocação de idosos e portadores de deficiência. Acho que o Governo deve rever as medidas de trânsito, já que actualmente nenhum cidadão está satisfeito com isso”.
Chan Tak Seng considera “extremamente necessário” que sejam publicado os detalhes da criação dos sistemas pedonais, que já foram decididos mas que continuam no papel, ou nem isso.
“Quais são as razões para o atraso? A falta de técnicas ou de um plano director urbanístico? O Governo não pode falar numa coisa e esquecê-la, até porque os residentes e os média insistem em perguntar. Um Governo responsável não deve ser assim”, afirmou.
Apesar de admitir que os sistemas pedonais não serão utilizados por todos os cidadãos, o presidente da Associação considera que estes vão ter um certo efeito, que passa por diminuir a pressão do grande número de automóveis em trânsito que todos os dias circulam na zona norte.
“Quase de certeza  que os cidadãos irão andar mais a pé  em vez de apanhar autocarros ou conduzir os próprios carros, sobretudo os idosos”, indicou.  
Para o jovem Alvis Un, que mora perto das Portas do Cerco, actualmente a principal maneira de deslocação dentro da zona norte é conduzir uma mota. Contudo, ao HM, o jovem assegura que não se importaria de utilizar os sistemas pedonais, caso o seu destino fosse dentro da zona. Alvin diz ainda que seria também viável criar pistas para bicicletas na zona norte, para que as pessoas pudessem deslocar-se a sítios mais afastados, mas ainda dentro do perímetro.
Outro morador da zona norte, Un Choi – para quem a principal forma de deslocação é também a mota – diz ao HM que não acha que os mais novos fossem utilizar os sistemas pedonais devido ao hábito de condução, mas assegura que sem dúvida que os idosos o fariam, até porque, diz, para eles “andar mais a pé serve” como uma forma de fazer desporto.

11 Nov 2015