Prevista queda do crescimento económico entre 26,4% e 29,2% este ano

A última revisão das previsões macroeconómicas da Universidade de Macau (UM) aponta para uma queda entre 26,4% e 29,2% no crescimento económico do território neste ano.

As previsões são estabelecidas tendo em conta dois cenários relativos à evolução da pandemia da covid-19 e ao número de visitantes do território, indicou a análise do Centro de Estudos do Departamento de Economia da UM, divulgado em comunicado na quarta-feira.

Devido às limitações das condições internas e externas, “especialmente como estabelecer um conjunto de políticas de prevenção e controlo adequadas a Macau”, a população continua a não ver “perspectivas claras” e “a recuperação económica efetiva pode estar longe de ser uma realidade”.

Além da queda do crescimento económico, também as exportações de serviços devem cair entre 31,3% e 33,6%, e as receitas atuais do governo de Macau podem situar-se entre 29,3 mil milhões e 33,3 mil milhões de patacas, de acordo com a versão revista da Previsão Macroeconómica para Macau 2022.

Os investigadores lembraram que, no primeiro semestre de 2022, as condições económicas para Macau foram extremamente difíceis, com o governo a manter restrições de viagem rigorosas devido aos casos de covid-19 nas regiões chinesas vizinhas. No primeiro trimestre deste ano, o produto interno bruto (PIB) caiu 8,9% em relação ao ano anterior.

Em junho e julho, o território viveu o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia, com as autoridades a decretar 14 rondas de testes obrigatórios para toda a população e um confinamento de duas semanas.

A partir de meados de junho, o PIB caiu 39,3%, em termos anuais, para regressar aos níveis do segundo trimestre de 2020. “Sob as múltiplas e rigorosas medidas de controlo local, muitas atividades diárias não puderam ser realizadas, e a economia continuou a deteriorar-se”, indicaram.

Os investigadores acrescentaram que, no início deste ano, a previsão para a economia local apontava para uma abertura gradual e, mesmo perante um surto no território, o pior cenário seria um regresso ao nível económico de 2021.

No entanto, com a variante Ómicron do novo coronavírus, mais contagiosa, e medidas de prevenção e controlo mais rigorosas, a situação alterou-se e as previsões não a acompanharam. Por outro lado, as condições económicas externas também sofreram uma alteração significativa, com uma elevada inflação.

“Por estas razões, a equipa de investigação reviu a previsão anterior e nota que as condições económicas permanecem precárias para o resto do ano”, sublinharam.

Em resposta a possíveis mudanças na evolução da pandemia e nas políticas governamentais, a equipa considerou dois cenários diferentes: o primeiro pressupõe um crescimento estável no quarto trimestre de 2022 e um número de visitantes a atingir, de novo, o nível do final de 2021: 1,95 milhões.

O segundo cenário estudado apresenta piores condições: Macau enfrentará mais um mês de confinamento, recebendo apenas 1,31 milhões de visitantes. Os investigadores observaram também que, sem receitas turísticas, a economia de Macau “poderá não conseguir desenvolver-se normalmente”, se as restrições de viagem rigorosas forem mantidas.

As previsões apontaram também que, perante os dados atuais, as várias rondas de apoios à população, lançadas pelo governo desde 2020, “têm apenas um impacto a curto prazo e limitado, e não podem substituir os rendimentos obtidos pelas empresas e cidadãos através de transações normais de mercado”.

Nos primeiros oito meses do ano, Macau recebeu 3,8 milhões de visitantes, menos 25,8% do que em igual período de 2021 e menos 86% do que em 2019, antes do início da pandemia. A esmagadora maioria dos visitantes, mais de 290 mil, é oriundo da China continental.

29 Set 2022

Hong Kong | Secretário das Finanças fala em recessão económica no final do ano

Hong Kong deverá terminar o ano em recessão, previu ontem o secretário das Finanças da região chinesa, cuja economia está a ser afectada pelas restrições ligadas à covid–19 e pelo aumento das taxas de juros.
“Há uma elevada probabilidade de que Hong Kong tenha um crescimento negativo do PIB este ano”, disse Paul Chan, em conferência de imprensa.

O território anunciou ontem uma subida em 0,75 pontos percentuais da principal taxa de juro de referência, para 3,5 por cento “uma taxa não vista em três décadas”, lembrou o dirigente.

O dólar de Hong Kong está indexado ao dólar norte-americano, obrigando assim a Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA, na sigla em inglês) a seguir o aumento anunciado na quarta-feira pela Reserva Federal norte-americana.

“As pessoas devem estar preparadas para que as taxas interbancárias do dólar de Hong Kong subam ainda mais”, avisou ontem o presidente executivo da HKMA, Eddie Yue Wai-man.

A subida da taxa de juro ocorre num momento em que a economia da região administrativa especial chinesa está já em “recessão técnica”, após registar um declínio no PIB durante os primeiros dois trimestres do ano.

Danos colaterais

Outrora um centro de transportes e logística asiático, Hong Kong ficou isolada do mundo durante mais de dois anos devido às políticas anti-pandémicas, de acordo com a estratégia de zero casos da China.

A partir de 12 de Agosto, Hong Kong passou a permitir aos viajantes permanecer em quarentena durante três dias num hotel designado, e depois submeterem-se a quatro dias de vigilância médica.

Paul Chan disse mostrou-se favorável a facilitar a entrada de pessoas vindas do estrangeiro, para promover um maior investimento, pois as pessoas estão mais cautelosas num ambiente de altas taxas de juros.

No domingo, o secretário das Finanças tinha previsto que o défice orçamental da cidade chegará este ano a 100 mil milhões de dólares de Hong Kong, o dobro das estimativas iniciais.

Depois do anúncio da subida das taxas de juro, a bolsa de valores de Hong Kong negociou em baixa, com o principal índice, o Hang Seng, a cair 1,96 por cento até às 15:45. O Hang Seng perdeu mais de 22 por cento do seu valor este ano, depois de já ter caído 14 por cento em 2021.

22 Set 2022

Economia | Recessão de 3,5% nos primeiros nove meses do ano

A economia de Macau registou uma recessão económica de 3,5 por cento, em termos reais, entre Janeiro e Setembro deste ano, em relação a igual período de 2018. No terceiro trimestre deste ano, o PIB caiu 4,5 por cento

 

[dropcap]D[/dropcap]e acordo com as estimativas da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o panorama económico de Macau durante os primeiros nove meses de 2019 foi de recessão, com a retracção homóloga na casa dos 3,5 por cento em termos reais. Também o Produto Interno Bruto (PIB) sofreu uma quebra no terceiro trimestre deste ano de 4,5 por cento, algo que, segundo a DSEC, se deveu ao “alargamento da queda observada das exportações de serviços”.

A procura externa continuou a abrandar, com as exportações de serviços a descer 4,7 por cento e as exportações de bens a subir ligeiramente 0,5 por cento no trimestre passado.

Em relação aos primeiros nove meses do ano, foram registados aumentos na despesa de consumo privado (2,9 por cento), na despesa de consumo final do Governo (4,9 por cento), enquanto o investimento desceu 22,1 por cento e as exportações de bens diminuíram 9,1 por cento.

As importações de bens subiram ligeiramente, 0,3 por cento. As exportações de serviços caíram 1,9 por cento, com as exportações dos serviços do jogo a registarem uma queda de 2 por cento, e as importações de serviços a descerem 10,4 por cento.

Pior cenário

A DSEC indicou ainda que as taxas de crescimento económico de 2017 e de 2018 foram revistas em alta, para 9,9 por cento e 5,4 por cento, respectivamente. Quanto a 2019, as taxas de crescimento económico foram todas revistas em baixa, para -3,8 por cento no primeiro trimestre, -2,2 por cento no segundo trimestre e -3 por cento no primeiro semestre, acrescentou a DSEC.

As previsões agora anunciadas são bem mais negativas que as apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional no relatório sobre as perspectivas de evolução da economia global (Global Economic Outlook), divulgadas em Outubro durante os Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial.

Nessa altura, o FMI reviu em baixa a previsão de crescimento para este território, passando de uma estimativa de um crescimento de 1,3 por cento este ano para uma recessão de 1,3 por cento e uma nova quebra no PIB, de 1,1 por cento em 2020.

Numa nota enviada à Lusa, em Outubro, a chefe da missão do FMI em Macau, Mariana Colacelli, disse que a região administrativa especial chinesa registou crescimentos negativos, de 3,2 por cento e 1,8 por cento no primeiro e segundo trimestres de 2019, o que levou o FMI a corrigir as previsões. Segundo a especialista para Macau, o que mais contribuiu para a viragem das previsões foi a diminuição dos investimentos e exportações, por sua vez afectados pelo “turismo do jogo”.

“Projectamos uma contração para 2019, já que as receitas do jogo são afectadas negativamente pelo crescimento lento da China. Além disso, a incerteza criada pelo fim das licenças de jogo em 2022 terá que ser resolvida para que o investimento recupere”, concluiu a representante do FMI em Macau.

18 Nov 2019

Economia | Recessão de 3,5% nos primeiros nove meses do ano

A economia de Macau registou uma recessão económica de 3,5 por cento, em termos reais, entre Janeiro e Setembro deste ano, em relação a igual período de 2018. No terceiro trimestre deste ano, o PIB caiu 4,5 por cento

 
[dropcap]D[/dropcap]e acordo com as estimativas da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o panorama económico de Macau durante os primeiros nove meses de 2019 foi de recessão, com a retracção homóloga na casa dos 3,5 por cento em termos reais. Também o Produto Interno Bruto (PIB) sofreu uma quebra no terceiro trimestre deste ano de 4,5 por cento, algo que, segundo a DSEC, se deveu ao “alargamento da queda observada das exportações de serviços”.
A procura externa continuou a abrandar, com as exportações de serviços a descer 4,7 por cento e as exportações de bens a subir ligeiramente 0,5 por cento no trimestre passado.
Em relação aos primeiros nove meses do ano, foram registados aumentos na despesa de consumo privado (2,9 por cento), na despesa de consumo final do Governo (4,9 por cento), enquanto o investimento desceu 22,1 por cento e as exportações de bens diminuíram 9,1 por cento.
As importações de bens subiram ligeiramente, 0,3 por cento. As exportações de serviços caíram 1,9 por cento, com as exportações dos serviços do jogo a registarem uma queda de 2 por cento, e as importações de serviços a descerem 10,4 por cento.

Pior cenário

A DSEC indicou ainda que as taxas de crescimento económico de 2017 e de 2018 foram revistas em alta, para 9,9 por cento e 5,4 por cento, respectivamente. Quanto a 2019, as taxas de crescimento económico foram todas revistas em baixa, para -3,8 por cento no primeiro trimestre, -2,2 por cento no segundo trimestre e -3 por cento no primeiro semestre, acrescentou a DSEC.
As previsões agora anunciadas são bem mais negativas que as apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional no relatório sobre as perspectivas de evolução da economia global (Global Economic Outlook), divulgadas em Outubro durante os Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial.
Nessa altura, o FMI reviu em baixa a previsão de crescimento para este território, passando de uma estimativa de um crescimento de 1,3 por cento este ano para uma recessão de 1,3 por cento e uma nova quebra no PIB, de 1,1 por cento em 2020.
Numa nota enviada à Lusa, em Outubro, a chefe da missão do FMI em Macau, Mariana Colacelli, disse que a região administrativa especial chinesa registou crescimentos negativos, de 3,2 por cento e 1,8 por cento no primeiro e segundo trimestres de 2019, o que levou o FMI a corrigir as previsões. Segundo a especialista para Macau, o que mais contribuiu para a viragem das previsões foi a diminuição dos investimentos e exportações, por sua vez afectados pelo “turismo do jogo”.
“Projectamos uma contração para 2019, já que as receitas do jogo são afectadas negativamente pelo crescimento lento da China. Além disso, a incerteza criada pelo fim das licenças de jogo em 2022 terá que ser resolvida para que o investimento recupere”, concluiu a representante do FMI em Macau.

18 Nov 2019

Recessão económica | Chui Sai On em cima do acontecimento

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo afirmou ontem que o Governo “continua a acompanhar, de perto, as mudanças económicas, prevenindo os riscos económicos, persistindo no princípio fundamental que é ‘procurar avançar na estabilidade’, preparando-se empenhadamente, lançando, em tempo oportuno, medidas de resposta”.

Foi desta forma que Chui Sai On discursou, de acordo com um comunicado do porta voz do chefe do Governo, sobre a situação económica no contexto da Guerra Comercial e na recessão de Macau durante o a reunião de ontem do Conselho do Desenvolvimento Económico.

O Chefe do Executivo referiu ainda que o Governo vai continuar a empenhar-se em garantir o desenvolvimento sustentado e saudável da economia de Macau e a harmonia e estabilidade social. Chui Sai On abandonou a reunião sem se disponibilizar a falar com os jornalistas.

20 Set 2019

Recessão económica | Chui Sai On em cima do acontecimento

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo afirmou ontem que o Governo “continua a acompanhar, de perto, as mudanças económicas, prevenindo os riscos económicos, persistindo no princípio fundamental que é ‘procurar avançar na estabilidade’, preparando-se empenhadamente, lançando, em tempo oportuno, medidas de resposta”.
Foi desta forma que Chui Sai On discursou, de acordo com um comunicado do porta voz do chefe do Governo, sobre a situação económica no contexto da Guerra Comercial e na recessão de Macau durante o a reunião de ontem do Conselho do Desenvolvimento Económico.
O Chefe do Executivo referiu ainda que o Governo vai continuar a empenhar-se em garantir o desenvolvimento sustentado e saudável da economia de Macau e a harmonia e estabilidade social. Chui Sai On abandonou a reunião sem se disponibilizar a falar com os jornalistas.

20 Set 2019