Lago de Sai Van | Projecto para construção de trilho de madeira foi suspenso

Mok Ian Ian revelou numa resposta ao deputado Sulu Sou que o trilho está suspenso e que o corredor visual da Penha ao Lago Sai Van vai ser alargado até à Ponte Governador Nobre de Carvalho

 

[dropcap]O[/dropcap] projecto para a construção de um trilho de madeira ao longo do Lago de Sai pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) foi suspenso, de acordo com a resposta do Instituto Cultural (IC) a uma interpelação do deputado Sulu Sou. Segundo a explicação da presidente do IC, Mok Ian Ian, esta foi uma medida tomada devido à falta de um consenso entre os diferentes sectores da sociedade.

“Atendendo ao facto de que existem divergências de opiniões por parte da população quanto à construção de um caminho pedonal em madeira no aludido lago, este instituto [IAM] decidiu suspender a concepção em causa, a par de não descurar a atenção ao desenvolvimento social”, clarificou Mok Ian Ian.

Segundo a responsável, a decisão do IAM foi tomada não só com base nas opiniões do IC, mas também do Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais, Conselho Consultivo de Serviços Comunitário das três zonas, e após a realização de colóquios sobre os assuntos da comunidade.

Mas, se por um lado, o trilho de madeira vai ficar de fora do projecto, para já, o mesmo não acontece com a instalação de equipamentos sociais no Lago de Sai Van. Segundo a presidente do IC está a ser equacionada a possibilidade de instalar um parque infantil e equipamentos de manutenção física, assim como mais espaços verdes.

Corredor alargado

Outra das novidades avançadas por Mok Ian Ian prende-se com o futuro Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau, cuja consulta pública já terminou e se encontra em fase de elaboração. Porém, a presidente do IC revela que o corredor visual entre a Capela da Nossa Senhora da Penha e o Lago de Sai Van vai ser alargado até à Ponte Governador Nobre de Carvalho. “Após a conclusão da consulta pública, o IC teve em conta e aceitou as opiniões dos vários sectores da sociedade sobre os corredores da Colina da Penha, como, por exemplo, ampliar a área envolvente do corredor em causa até à Ponte Governador Nobre de Carvalho, definir medidas para o controlo da altura das construções do âmbito do mesmo, entre outras”, escreveu a presidente do IC.

Por outro lado, Mok compromete o organismo a apressar os trabalhos: “O IC concluirá, quanto antes, a elaboração do Plano, no sentido de proteger a paisagem cultural da Colina da Penha de uma forma efectiva com medidas de gestão e controlo”, é explicado. Apesar do compromisso não foi avançada uma data para a conclusão do plano.

27 Set 2019

Lago de Sai Van | Projecto para construção de trilho de madeira foi suspenso

Mok Ian Ian revelou numa resposta ao deputado Sulu Sou que o trilho está suspenso e que o corredor visual da Penha ao Lago Sai Van vai ser alargado até à Ponte Governador Nobre de Carvalho

 
[dropcap]O[/dropcap] projecto para a construção de um trilho de madeira ao longo do Lago de Sai pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) foi suspenso, de acordo com a resposta do Instituto Cultural (IC) a uma interpelação do deputado Sulu Sou. Segundo a explicação da presidente do IC, Mok Ian Ian, esta foi uma medida tomada devido à falta de um consenso entre os diferentes sectores da sociedade.
“Atendendo ao facto de que existem divergências de opiniões por parte da população quanto à construção de um caminho pedonal em madeira no aludido lago, este instituto [IAM] decidiu suspender a concepção em causa, a par de não descurar a atenção ao desenvolvimento social”, clarificou Mok Ian Ian.
Segundo a responsável, a decisão do IAM foi tomada não só com base nas opiniões do IC, mas também do Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais, Conselho Consultivo de Serviços Comunitário das três zonas, e após a realização de colóquios sobre os assuntos da comunidade.
Mas, se por um lado, o trilho de madeira vai ficar de fora do projecto, para já, o mesmo não acontece com a instalação de equipamentos sociais no Lago de Sai Van. Segundo a presidente do IC está a ser equacionada a possibilidade de instalar um parque infantil e equipamentos de manutenção física, assim como mais espaços verdes.

Corredor alargado

Outra das novidades avançadas por Mok Ian Ian prende-se com o futuro Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau, cuja consulta pública já terminou e se encontra em fase de elaboração. Porém, a presidente do IC revela que o corredor visual entre a Capela da Nossa Senhora da Penha e o Lago de Sai Van vai ser alargado até à Ponte Governador Nobre de Carvalho. “Após a conclusão da consulta pública, o IC teve em conta e aceitou as opiniões dos vários sectores da sociedade sobre os corredores da Colina da Penha, como, por exemplo, ampliar a área envolvente do corredor em causa até à Ponte Governador Nobre de Carvalho, definir medidas para o controlo da altura das construções do âmbito do mesmo, entre outras”, escreveu a presidente do IC.
Por outro lado, Mok compromete o organismo a apressar os trabalhos: “O IC concluirá, quanto antes, a elaboração do Plano, no sentido de proteger a paisagem cultural da Colina da Penha de uma forma efectiva com medidas de gestão e controlo”, é explicado. Apesar do compromisso não foi avançada uma data para a conclusão do plano.

27 Set 2019

Lago Sai Van | Novo Macau preocupada com projecto de requalificação

A Associação Novo Macau reuniu na sexta-feira com José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais, no sentido de obter mais informações sobre o projecto de requalificação da zona junto ao lago Sai Van. Sulu Sou exige mais transparência no processo e defende a preservação da paisagem

 
[dropcap]D[/dropcap]epois da suspensão do projecto de criação de um mercado nocturno na zona do lago Sai Van, a população volta a estar preocupada com o facto de uma nova tentativa de requalificação poder alterar de forma profunda a paisagem e um lugar que é classificado. Foi este o mote que levou os dirigentes da Associação Novo Macau (ANM) a reunir com José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

Em declarações ao HM, o deputado Sulu Sou adiantou que foi exigida uma maior transparência no processo. “Eles demonstraram alguma abertura no sentido de aumentar a transparência em relação a alguns projectos importantes. Contudo, há algumas preocupações sobre isso, porque apenas suspenderam o projecto para o lago Sai Van e não o retiraram por completo.”

“Foi-nos dito que iam continuar a melhorar a zona envolvente do lago Sai Van para aumentar o conforto dos residentes, mas quando este projecto estiver concluído, na próxima fase talvez regressem (à intenção inicial) de aumentar o passadiço”, referiu. “Apesar de terem prometido que vão consultar os residentes, estamos preocupados com o facto de eles poderem retomar o projecto, que muitas pessoas rejeitam”, acrescentou Sulu Sou.

Esta não é a primeira vez que o projecto em questão é alvo de críticas, uma vez que a deputada Ella Lei já lembrou a necessidade de informar devidamente os cidadãos para um projecto que foi apresentado em Março e que deverá prever a extensão da actual plataforma de madeira, utilizada para a prática de actividades ao ar livre, e a criação de um trilho ao longo do Lago Sai Van para responder à maior procura do espaço.

Para Sulu Sou, está também em causa a necessidade de preservação do meio ambiente. “A maioria dos cidadãos opõe-se ao plano e nós entendemos que deveríamos proteger o ambiente à volta do lago, sendo que também deveríamos conhecer o projecto de protecção e gestão pelo Instituto Cultural (IC) o mais rápido possível”, adiantou.

Sim à consulta

Sulu Sou pede a realização de uma consulta pública sobre o projecto, tendo em conta que as críticas voltaram após uma apresentação inicial por parte do IC. “Insistimos com o IC para realizarem uma consulta pública no caso de quererem mudar alguma coisa na zona.”

“Há uns anos havia o projecto de um mercado nocturno, também fizeram uma consulta pública e todos sabemos o resultado: a população não quis o mercado. Se retomarem o plano vamos continuar opor-nos. Mas para já prometeram actualizar a informação sobre o projecto”, rematou.

24 Jun 2019

Sai Van | Ella Lei pede esclarecimentos sobre percursos pedonais

[dropcap]E[/dropcap]m Março deste ano o IAM anunciou planos para aumentar a plataforma de madeira e criar um trilho, também de madeira, ao longo do Lago Sai Van para responder à maior procura do espaço.

No entanto, a deputada Ella Lei, deputada ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), diz que há cidadãos preocupados com as alterações à paisagem e pede que ao Executivo que antes de começar as obras que revele o projecto em detalhe.

“É necessário que a população tenha acesso ao conceito do projecto em grande detalhe para poder de forma objectiva expressar as suas opiniões e fazer recomendações concretas”, frisou a deputada. Ella Lei questiona assim em que fase do projecto se encontra o trilho de madeira em torno do lago e como é que o mesmo vai ser apresentado à população.

24 Mai 2019

USJ | Bambu nas margens de Sai Van

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]lapse é a estrutura de bambu que vai estar exposta no Lago Sai Van de 22 a 27 deste mês. A iniciativa materializa em escala real um projecto dos alunos do terceiro ano do curso de arquitectura da Universidade de S. José (USJ). Ao longo do ano lectivo, os estudantes desenvolvem uma ideia para a construção de um pavilhão em bambu e, no final, um júri constituído por professores da instituição e convidados de Hong Kong elege o melhor trabalho que se materializa nas margens do lago Sai Van.

O pavilhão Elapse partiu de uma ideia de movimento inspirada no filme “American Beauty”. “Este pavilhão nasceu de uma relação poética que o grupo de alunos arranjou e que tem como mote uma imagem do filme “American Beauty” em que há uma cena de um saco a voar dirigido pelo vento”, explica ao HM João Ó, o professor responsável pela edição de 2017 da iniciativa. “Os alunos pegaram na imagem e a própria modelação deste pavilhão sugere esse movimento que é fluido no ar, mas que se encontra geometricamente ligado. Há uma sensação de animação por imagem”. O resultado é que cada momento do movimento está, de alguma forma, expresso na construção.

De modo a criar um momento único que marque a inauguração da instalação, a iniciativa conta com a vida dada por uma projecção de vídeo mapping e pela interatividade de uma performance de dança.

“O video mapping e a dança são os elementos que lhe vão dar movimento”, diz João Ó. A ideia tem como objectivo, não só dar dinâmica ao objecto que por si é estático, mas também “atrair o público e fazer um pouco a interacção no que respeita ao design de eventos”, conta o professor. De acordo com João Ó, não basta colocar uma escultura num espaço, é também necessário uma visão mais alargada dos media contemporâneos e do que se pode fazer para intensificar o próprio evento.

O vídeo está a cargo do Neba studio e a Soda-City Experimental Workshop Arts Association vão executar a performance. Desta forma, o público pode também assistir a dois modos diferentes de criar interactividade com um objecto estático, sendo que uma tem por base a luz e a outra, a expressão corporal. “É uma forma de dar vida, animar e criar um momento singular”, aponta o responsável. Por outro lado, “ao aplicar técnicas avançadas de design digital aos materiais de construção vernaculares, o pavilhão pretende ressoar com a cultura de construção histórica de Macau e a sua paisagem urbana contemporânea.”

Do estudo ao real

A iniciativa já se realiza há seis anos e faz parte de um módulo do terceiro ano da disciplina de arquitectura da universidade de S. José. O objectivo do módulo em que é ministrada é a produção final de um pavilhão feito com o material vernacular que é o bambu.

A importância do bambu é clara para João Ó. “O bambu é um material autêntico da região do sul da Ásia que se utiliza principalmente na industria da construção”, diz. Com a sua utilização académica, o também arquitecto João Ó considera que é também uma forma de prolongar e propagar este método tradicional que tende cada vez mais a ficar extinto, nomeadamente em Macau e Hong Kong onde era muito utilizado tanto na construção dos andaimes da construção civil como dos pavilhões temporários das óperas chinesas. “Do que tenho visto, a utilização do bambu nesta iniciativa foi a forma que a USJ encontrou para prolongar este conhecimento associado ao bambu e continuar a sua divulgação junto da população e para os alunos”, refere.

No que respeita ao empenho dos alunos, a motivação é clara até porque “permite que tenham um lado mais prático do curso que estão a finalizar.” Para João Ó, este é o momento em os projectos saem do papel. “O que acontece na disciplina de arquitectura é que temos muitas vezes a maqueta e o desenho técnico, mas, neste caso, temos a construção e uma ideia formulada pelos próprios alunos à escala de um para um, ou seja, um modelo real”, explica. A concretização de uma ideia é, considera, além de útil, muito motivadora para os alunos porque há uma exposição do trabalho dos estudantes junto da comunidade local.

O segundo lugar do concurso efectuado no mesmo módulo  vai estar exposto na galeria da Creative Macau. A mostra integra a exposição geral “On the Waterfront”. A ideia, à semelhança das edições anteriores, é mostrar o trabalho feito pelos alunos do terceiro ano. O nome nasce da relação que Macau tem com a água.

15 Mai 2017