Saúde mental é tema do quarto festival “Letras & Companhia” de Macau

A saúde mental vai ser, entre 15 de Abril e 7 de Maio, o tema da quarta edição do festival Letras & Companhia, uma iniciativa do Instituto Português do Oriente (IPOR) para pais e filhos, foi ontem anunciado. Música, artes performativas, oficinas para pais e filhos, sessões de leitura e lançamento de livros são as actividades em destaque nos dois programas que o Festival volta a incorporar, um para o público e outro para as escolas, para “promover a importância da saúde mental, não só nas crianças e jovens, mas também nos adultos”, indicou o IPOR, em comunicado.

A autora e ilustradora portuguesa Marina Palácio vai apresentar dois livros da sua autoria e promover um conjunto de oficinas nas escolas e uma aberta ao público, assim como uma formação para professores.

A apresentação de “Uma Menina Chamada Nuvem”, de Mário Lúcio, integra o programa geral. Editado pelo IPOR em português e chinês, com ilustrações do próprio autor, este é o segundo volume da colecção Contos do País do Arco-Íris, iniciada em 2015. Com base na história daquele conto, a companhia de dança Raiz di Polon, também de Cabo Verde, apresenta um espectáculo em estreia em Macau e vai realizar, no programa dirigido a escolas e universidades, um conjunto de oficinas de dança e expressão cultural.

Além de uma visita à Escola Portuguesa de Macau, Mário Lúcio vai realizar também um concerto com as suas composições mais conhecidas, a retratar o percurso de vida do artista.
O programa inclui ainda a apresentação de dois livros de autores locais: a versão em português do livro de Christopher Chu e Maggie Hoi intitulado “Macau’s Historical Witnesses” e a edição de autor infantojuvenil Mikel Ko “I Wantto be Happy” de Mikel Ko.

Bibliotecas em ponto pequeno

A edição deste ano do festival conta ainda com a participação do Hong Kong Children’s Choir, que actuará em Macau no âmbito da comemoração do 55.º aniversário. Os cerca de 200 elementos do grupo coral com idades compreendidas entre os 11 e os 16 anos, vão cantar músicas em chinês, inglês e, pela primeira vez, algumas músicas em português, especialmente preparadas para este concerto.

No encerramento do festival, organizado pela primeira vez em 2021, o IPOR vai entregar “minibibliotecas às escolas públicas e privadas de Macau onde se ensina língua portuguesa”.

O “Letras & Companhia” é organizado em parceria com o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e com o apoio do Galaxy Entertainment Group Foundation, contando ainda com a colaboração da Fundação Oriente, do Camões–Instituto da Cooperação e da Língua, da Livraria Portuguesa e da Escola Portuguesa de Macau, entre outros. As actividades são de entrada livre, devendo a participação em alguns programas ser feita através de inscrição.

3 Abr 2024

Patrícia Ribeiro, directora do IPOR: “Queremos muito trabalhar na China”

Patrícia Ribeiro traça um balanço positivo dos quase cinco meses desde que assumiu a direcção do Instituto Português do Oriente, após um período difícil com perda de formandos e limitações. Para o futuro, a nova directora aponta à expansão das actividades do IPOR além do ensino do português dentro da sala de aula

 

Que balanço faz da actividade do Instituto Português do Oriente (IPOR), desde que tomou posso como directora no passado mês de Julho?

Estes primeiros meses têm sido muito trabalhosos porque estamos a tentar organizar o ano de 2024. Fizemos alguns pontos de situação dos últimos três anos, porque houve condicionantes bastante variadas em Macau para o nosso trabalho. Tentámos ver em que medida tudo o que fizemos poderá condicionar a evolução do IPOR para este mandato a partir de agora. Queremos também delinear uma acção para os três anos de mandato que vamos ter.

Quais são os grandes projectos que o IPOR quer desenvolver no próximo ano?

Apostamos sempre na formação. Vamos tentar fazer a divulgação dos cursos para recuperar um pouco os números dos anos da pandemia, porque foram três anos em que houve muitas dificuldades e tivemos sempre de reagir momentaneamente às mudanças, com o encerramento de instalações, cancelamento de cursos ou suspensão de aulas. Queremos recuperar esses números da oferta formativa. Para contrabalançar a diminuição do número de formandos, procurámos, em articulação com várias entidades, entrar noutras instituições e promover a língua portuguesa noutros âmbitos, através da assinatura de protocolos. Há ainda a possibilidade de os nossos professores poderem trabalhar noutras instituições e, assim, abranger mais a acção do IPOR em Macau. Queremos muito trabalhar na China, nomeadamente através do posto que criámos em Pequim, com a promoção de cursos junto da nossa embaixada, tanto online como presenciais, mas também na área da formação de professores. Temos ainda recebido vários pedidos de universidades e professores da China, e de outros países da região.

Pedidos em que sentido?

Estamos a planear fazer um programa de formação anual que se estenderá ao longo de três anos para responder a estes pedidos. Estamos a tentar, com estas instituições que nos têm contactado, assinar outros protocolos, não só na área do ensino, mas em termos de colaboração de actividades culturais e fazer alguns programas de intercâmbio.

A Universidade Politécnica de Macau (UPM) tem um centro de formação de professores, por exemplo. São projectos que vão trabalhar paralelamente?

As formações de que falo irão decorrer com universidades da China que nos têm procurado directamente. Não temos parcerias com outras instituições [de Macau], mas não é algo que esteja fora do nosso trabalho, porque o IPOR quer reforçar as colaborações com outras instituições do ensino superior, não só em Macau, mas noutros países.

A resposta que Macau dá ao nível do português deve ser mais unificada e global?

Penso que sim. Por isso o IPOR tem um protocolo com a Universidade de Macau e assinou um protocolo com a Universidade de São José. Também antemos bons contactos com a UPM.

Os cursos de português do IPOR deixaram de integrar o Programa de Aperfeiçoamento e Desenvolvimento Contínuo do Governo. Isso afectou o número de inscrições?

O novo regulamento do programa tem parâmetros que se diferenciam bastante da oferta formativa que o IPOR tem ao nível do curso geral de português como língua estrangeira. Os cursos intensivos, porque são de curta duração, ou cursos para áreas específicas, continuam a estar integrados no programa. Só o curso geral deixou de estar englobado, que é o maior que temos e que recebe, geralmente, o maior número de inscrições. O facto de não estar abrangido no programa e o facto de as pessoas não poderem usar o subsídio poderá ter influenciado o número de inscritos.

Como explica a retirada deste curso do programa?

A Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) mudou o regulamento que tem outros critérios, nomeadamente a duração dos cursos. O nosso curso geral tem 150 horas e dura 10 meses, e neste momento já não é possível inscrever cursos desta natureza no programa. Já não era possível, mas nós conseguimos fazê-lo dividindo o curso em duas fases. Penso que não é uma alteração propositada para impedir a inscrição deste curso no programa. Foi uma diferente forma de organização.

Como encara esta posição? Não significa menor aposta do Governo na língua portuguesa?

A RAEM continua a apostar no ensino do português, continuamos a colaborar de muito perto com a DSEDJ, de onde nos chegam consultas escritas para a formação em português. As próprias escolas luso-chinesas procuram-nos para o desenvolvimento de actividades culturais e pedagógicas com crianças. Muito recentemente, o Chefe do Executivo alargou para mais quatro escolas o ensino do português. Por outro lado, o IPOR trabalha muito com os Serviços de Administração e Função Pública, organizando anualmente um programa de formação para funcionários públicos, destinado a áreas específicas e português como língua estrangeira de forma geral. Não vejo que exista um menor interesse por parte do Governo para que se mantenha o português.

Em relação à questão da não aceitação de novos pedidos de residência de portugueses fundamentados com o “exercício de funções técnicas especializadas”. Até que ponto afecta a contratação de novos docentes pelo IPOR?

Esta questão está a ser tratada ao mais alto nível e vamos ver em que medida o futuro nos poderá trazer outras alternativas. Para já, é esta, é este o mecanismo que está a ser utilizado para a contratação de professores [o bluecard].

O IPOR tem falta de docentes? Quais os desafios a esse nível?

Contratámos três professores de Portugal que iniciaram recentemente funções. Com o corpo docente que temos conseguimos responder a todos os pedidos e necessidades internas. Estamos a planear 2024 e em princípio não haverá mais dificuldades. Em Janeiro vamos contratar mais um docente. Tem acontecido uma rotatividade de docentes, e há duas épocas em que isso é significativo, sobretudo no Verão quando termina o ano lectivo, e depois no início de um novo ano lectivo. Mas, para já, estamos a responder.

O IPOR chegou a sofrer com a falta de salas de aulas. O problema está resolvido?

Está resolvido, as nossas instalações dão resposta. Negociámos a partilha de instalações com o Consulado-geral e a AICEP [Agência de Investimento e Comércio Externo de Portugal] e conseguimos mais duas salas para fazer face a essa necessidade. Tínhamos 9 e passámos a ter 12 salas.

Relativamente à Livraria Portuguesa, há muito que vinha sendo adiada uma nova concessão. Que balanço fazem do posicionamento da entidade e da estrutura de negócio?

Este era o segundo concessionário [Praia Grande Edições], porque o primeiro concessionário entrou em 2003, quando a Livraria Portuguesa passou a ser explorada por terceiros. O segundo concessionário começou a operar em 2011, e no final dos cinco anos a concessão foi renovada. Com a pandemia fomos renovando a concessão anualmente, até que surgiram condições para abrir este concurso. O balanço em si é positivo, porque a livraria continua a responder com aquilo para o qual o contrato foi feito. Claro que teve contingências nos últimos anos, como todos nós, mas divulgou os escritores de língua portuguesa e respondeu ao fornecimento de livros para a Escola Portuguesa de Macau. Esse é um dos itens obrigatórios que temos no contrato.

Fala-se que a Livraria Portuguesa nem sempre é um projecto economicamente viável. É possível alterar este modelo de negócio?

É algo que o novo concessionário terá de analisar da melhor forma. Da nossa parte há sempre outras formas de fazer outro tipo de acordos ou contratos com as editoras em Portugal, ou ter outros mecanismos de colaboração. Como a livraria está aqui, um dos maiores problemas é não haver a consignação de livros, que acontece em qualquer outra livraria em Portugal. Penso que há outros mecanismos que se podem accionar e explorar para baixar o preço dos livros. O concessionário pode diversificar a comercialização de outro tipo de produtos e fazer outro tipo de iniciativas para dinamizar a livraria, tendo em conta que o turismo está a regressar aos números normais. Isso tem sido feito pelo concessionário nos últimos anos, que tem diversificado a oferta de produtos para a área do turismo.

Com a redução da comunidade portuguesa qual será o papel da livraria e que posicionamento deve ter?

É verdade que a comunidade sofreu uma redução, mas está novamente a retomar a normalidade. Tenho verificado que há pessoas a regressar. Não nos podemos cingir apenas aos portugueses, pois Macau continua a promover e a ter a língua portuguesa como oficial. Continua-se a dar formação a quadros da Função Pública, a ter escolas onde se ensina o idioma. Não nos podemos centrar apenas na comunidade. Estes actores vão procurar a literatura e outros produtos que a livraria poderá disponibilizar.

Esperam um grande aumento do número de alunos para os próximos meses?

Esperamos sempre que sim, sobretudo depois destes anos em que sofremos uma diminuição bastante significativa. Em 2021 tivemos cerca de 4.500 alunos e em 2022 tivemos 3.500, em termos globais. No curso geral os números diminuíram muito mais. O que procuramos fazer neste momento, e é algo que serve para contrabalançar os próximos anos, mesmo não sabendo se vamos conseguir recuperar os números no curso geral, é fazer outros acordos para continuar a promover a língua portuguesa noutros âmbitos.

Pode dar exemplos?

Vamos fazer uma campanha de divulgação do IPOR de outra forma, com outro dinamismo, percorrendo as redes sociais, mas também outros mecanismos de divulgação. Vamos fazer um trabalho de proximidade com outras instituições de ensino, colaborando mais com as escolas, para levar a língua às crianças de uma forma mais prática, sem ser sempre na sala de aula. Essa é uma forma de os incentivar a procurar os cursos no IPOR. Nos próximos anos queremos trabalhar em rede com os outros postos e centros culturais da Ásia, não apenas na China, mas Japão, Malásia ou Coreia do Sul. Estamos a trabalhar no desenvolvimento de manuais para Kuala Lumpur, pois há uma universidade que ensina o português. Eles conhecem os manuais que desenvolvemos para o contexto de Macau e estamos a fazer uma adaptação dos livros. Já estamos avançados nesse trabalho, mas o manual não está concluído. Queremos fazer itinerância de artistas, escritores e companhias de teatro para optimizar recursos.

1 Dez 2023

IPOR | Patrícia Ribeiro próxima directora

Patrícia Ribeiro vai ser a próxima Directora do Instituto Português do Oriente (IPOR). A escolha foi feita pela Assembleia Geral, que se reuniu na sexta-feira em Lisboa. “É uma decisão que me deixa feliz, pelo reconhecimento da capacidade de trabalho, dedicação e perseverança da Dra. Patrícia Ribeiro e pela boa relação que criámos desde Fevereiro”, comentou Alexandre Leitão, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, através da rede social facebook. “Com a nomeação da Dra. Patrícia Ribeiro, conclui-se, assim, o ciclo de renovação dos representantes de Portugal em Macau que ocorreu neste primeiro semestre, com a minha chegada e a do novo Diretor da AICEP, Dr. Bernardo Pinho, e a tomada de posse da Dra. Márcia Guerreiro como delegada junta do Fórum de Macau”, acrescentou. Patrícia Ribeiro era vogal da Direcção do IPOR desde 2012.

3 Jul 2023

IPOR perdeu mais de meio milhar de alunos no ano passado

O Instituto Português do Oriente (IPOR) perdeu mais de meio milhar de alunos no ano passado embora o ensino do português esteja a ganhar um novo fôlego pós-pandémico, disse à Lusa o director da instituição. “A redução de alunos em 2022 aconteceu, estou convencido, devido à pandemia [de covid-19]. São sobretudo alunos do interior da China, das zonas fronteiriças com Macau, que estavam constantemente a enfrentar as restrições de mobilidade e acabaram por suspender ou anular as inscrições”, explicou Joaquim Ramos Coelho.

Em 2021, o IPOR contava com 4.140 formandos, mas no final de 2022 o número desceu para os 3.458, precisou. Isto apesar da aposta no ensino ‘online’ e em cursos para fins específicos em áreas como turismo, economia, hotelaria.

“Agora retomámos com bastante força” e “a retomar, reforçando, muitas coisas ao mesmo tempo”, através do “aprofundamento de vários projectos planeados em 2019”, afirmou o director do IPOR. Joaquim Ramos Coelho destacou, tanto na formação de professores como de alunos, o reforço de ações na Austrália e na ligação com universidades na Indonésia, Vietname e na China, onde se continua a apostar na presença em Pequim, mas também no centro de línguas na cidade chinesa de Chengdu, onde se está “a colaborar na formação na língua portuguesa de médicos e pessoal de saúde que saem depois em ações de cooperação para os países lusófonos”.

Esta é a forma, salientou, de se responder ao compromisso estabelecido pelos presidentes português e chinês de se aprofundar o conhecimento da língua entre os dois povos, que se traduz nas ações do IPOR, com o apoio do Instituto Camões, e, de forma recíproca no estabelecimento de vários Instituto Confúcio em Portugal.

3 Mai 2023

Língua Portuguesa | “Ler em Rede” integra projecto de digitalização

Plataforma “Ler em Rede”, com conteúdos em português para estudantes não nativos, e desenvolvida pelo Instituto Português do Oriente e o Camões I.P., passa a integrar o projecto de Digitalização do Ensino Português no Estrangeiro, financiado com fundos públicos e apresentado na última sexta-feira na Alemanha

 

Criado em Macau, o plano “Ler em Rede”, desenvolvido pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), o Camões I.P. e a empresa de tecnologia OMNI, passa a integrar o projecto de Digitalização do Ensino Português no Estrangeiro (EPE), desenvolvido pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e financiado com fundos públicos do Plano de Resolução e Resiliência [PRR]. Integrada no “Ler em Rede” encontra-se a plataforma “Viagem nas Palavras”, criada pelo IPOR e que já é utilizada em várias escolas de Macau.

O projecto Digitalização do EPE arrancou no dia 21 de Abril em Hamburgo, Alemanha, com a entrega dos primeiros equipamentos a professores e alunos. Esta iniciativa tem como objectivo a qualificação da rede EPE através da disponibilização de equipamentos a todos os alunos e professores para a utilização de plataformas digitais de conteúdos em língua e cultura portuguesa.

“Ler em Rede” pretende ser uma ferramenta para proporcionar a todos os jovens que aprendem português no âmbito da rede EPE a possibilidade de desenvolverem competências através de experiências pedagógicas de “qualidade, diversificadas, atractivas e criativas”, sempre dentro dos moldes definidos para o ensino do idioma de Camões a estrangeiros. Esta plataforma incentiva o percurso de autoaprendizagem, podendo também ser utilizada em contexto de sala de aula, como um recurso adicional à disposição dos docentes.

Três níveis, 60 unidades

Organizada em três níveis etários e com 60 unidades didácticas, o “Ler em Rede” incorpora “recursos tecnológicos inovadores” que visam promover uma aprendizagem centrada nas competências de leitura, mas que potencia também as áres da compreensão do oral e da escrita.

O projecto Digitalização EPE beneficia cerca de 22.000 alunos da rede de cursos extracurriculares promovidos pelo Camões, I.P. em Espanha, Andorra, França, Reino Unido, Alemanha, Luxemburgo, Bélgica, Países Baixos e África do Sul, bem como na Austrália, Canadá, EUA e Venezuela. O investimento PRR do Camões, I.P., inserido na Medida TD-C19-i01-m13, representa um investimento global de 18,9 milhões de euros.

28 Abr 2023

IPOR volta a organizar festival “Letras & Companhia” em Abril

O Instituto Português do Oriente (IPOR) organiza, entre os dias 10 e 24 de Abril, o festival “Letras & Companhia”, uma iniciativa ligada à cultura e literatura e pensada para pais e filhos.

Este ano o evento tem como tema a “Água – de todas as formas e feitios”. Em torno do conceito dos “três L’s”, nomeadamente a Língua, Livro e Leitura, pensado para a edição deste ano, o festival volta a incorporar dois programas, um aberto ao público e outro dirigido às escolas, com actividades que passam pela música, artes performativas, oficinas para pais e filhos, sessões de leitura e lançamento de livros, entre outras.

O IPOR convidou a bióloga Ana Pêgo para apresentar em Macau a versão em chinês do livro de sua autoria, intitulado “Plasticus Maritimus – uma espécie invasora”. Durante a sua passagem pelo território, Ana Pêgo irá promover um conjunto de workshops nas escolas e um aberto ao público em geral, assim como uma formação para professores no âmbito do trabalho de sensibilização que tem vindo a fazer em torno do livro que editou em 2018 e que já vai na quarta edição.

O espetáculo “A Jornada da Menina Peixe Rumo ao Fundo do Mar”, que junta vídeo, música e narração de histórias, apresentado pela flautista Joana Radicchi e a actriz Nina Rocha, fará também parte de ambos os programas

Parceria com associações

O programa contará ainda com a participação de vários projectos de associações e artistas de Macau, entre os quais, a SÍLABA – Associação Educativa e Literária, a da Livraria Júbilo 31, o grupo de teatro The Funny Old Tree Theatre Ensemble, a artista plástica Tchusca Songo, a professora da Escola Portuguesa de Macau Andreia Martins, a cantora Jandira Silva e a SOMOS! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa.

O festival, criado em 2021, é um projecto transversal e multidisciplinar que, tendo como destinatários prioritários crianças e jovens em idade escolar, procura mobilizar e convocar efectivamente, não apenas a comunidade, nas suas várias faixas etárias, mas também as escolas e os seus actores. O evento é organizado anualmente em parceria com o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, contando também com a colaboração da Fundação Oriente, do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, da Livraria Portuguesa, da Porto Editora e da Escola Portuguesa de Macau.

As actividades do programa têm entrada livre, devendo a participação nalgumas atividades ser feita através de inscrição.

23 Mar 2023

IPOR | 2ª edição do “Letras&Companhia” arranca na próxima semana 

Começa no próximo dia 23 a segunda edição do festival literário e cultural “Letras & Companhia”, organizado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR) e pensado para pais e filhos. Segundo um comunicado, esta iniciativa promove actividades “dinâmica intergeracional em torno do conceito dos ‘três L’s’: língua, livro e leitura”.

Desta forma, pretende-se “motivar os jovens para a aprendizagem da língua portuguesa, envolvendo instituições de ensino, professores e educadores como promotores activos de divulgação, ao mesmo tempo que se incentiva a criatividade, a cultura, a educação e a construção da cidadania”.

Sob o tema “O Mar”, serão realizadas actividades como oficinas de escrita criativa, sessões de histórias contadas em português ou a inauguração da exposição “Zero Resíduos”, em parceria com associações e entidades locais.

No dia 23, nas instalações do IPOR, decorrem, entre as 16h e as 18h, actividades como a entrega de mini-bibliotecas às escolas, oficinas de Escrita Criativa, o evento “Uma Noite na… Biblioteca” e ainda o “Mercado das Letrinhas”, entre outras.

A 7 de Maio, desta vez na Casa Garden, acontecem, entre as 15h e 18h, eventos como um espectáculo de música ao vivo com François Girouard e Rita Portela, sendo também inaugurada uma exposição intitulada “Zero Resíduos”. Sara Figueira, maquilhadora, irá realizar uma série de pinturas faciais. A Casa de Portugal em Macau apresenta também um espectáculo de marionetas, intitulado “En-Cantos”.

13 Abr 2022

Concessão da Livraria Portuguesa prolongada por mais um ano

O Instituto Português do Oriente (IPOR) decidiu prolongar por mais um ano, sem realização de novo concurso, a concessão da Livraria Portuguesa, que actualmente pertence à Praia Grande Edições. A informação foi confirmada ao HM por Joaquim Coelho Ramos, actual director do IPOR. “Devido à pandemia foi decidido prorrogar a concessão à Praia Grande Edições por mais um ano. Nesta fase ainda não está a ser equacionado o modelo de concessão, ou sequer se haverá mudanças ao nível da metodologia ou de conteúdos”, lê-se na resposta enviada ao nosso jornal.

Ao HM, Ricardo Pinto, director da Praia Grande Edições, falou de enormes quebras nas vendas devido à pandemia e consequente fecho das fronteiras. “A pandemia é responsável por uma acentuada quebra das receitas da livraria, que estimo ser, nesta altura, de 30 por cento se comparadas com as de 2019. No ano passado, a quebra já se sentia, mas não era tão acentuada, embora tenhamos sido forçados a fechar a livraria por cerca de um mês.”

A queda na venda de livros a turistas ronda os 100 por cento, verificando-se também uma “descida muito acentuada, próxima dos 80 a 90 por cento, nas receitas provenientes de clientes institucionais”. Trata-se, segundo Ricardo Pinto, do “reflexo dos cortes orçamentais a que estão obrigados os serviços públicos da RAEM neste ano económico”.

Em termos gerais, este será “um ano de grandes desafios” para a gestão da Livraria Portuguesa. “Não temos grande esperança de que [a situação] possa melhorar de forma significativa no segundo semestre. Oxalá que o ano de 2022 seja de regresso à normalidade”, frisou.

Clientes individuais crescem

Mesmo sem os números do passado, a Livraria Portuguesa tem colmatado as quebras nas receitas com vendas a clientes individuais. “Estamos a ir cada vez mais ao encontro deles e de uma forma cada vez mais pró-activa”, disse Ricardo Pinto. Exemplo disso é o lançamento de iniciativas como a campanha A Editora do Mês, em que se vendem livros a preços semelhantes aos que se praticam em Portugal. Foram também feitos ajustes nas encomendas e no contacto com o cliente.

A Livraria Portuguesa vai continuar a acolher actividades “que passam pela promoção ou acolhimento de exposições organizadas por outras entidades, o lançamento de novas obras, a participação em feiras do livro ou a realização de actividades dirigidas ao público infantil”.

Ricardo Pinto adiantou também ao HM que este ano o Festival Literário de Macau Rota das Letras “vai voltar mais uma vez a ter lugar no final do ano nas antigas Oficinas Navais”.

11 Mai 2021

IPOR | Festival Literário para pais e filhos estreia em Abril

O Instituto Português do Oriente apresentou ontem a primeira edição do Festival Letras & Companhia, com o qual pretende promover o diálogo entre gerações, com particular foco na protecção e sustentabilidade ambiental. O objectivo da organização é tornar o evento num acontecimento anual

 

A promoção da leitura e do livro, da cultura e da educação está na base do festival literário para pais e filhos intitulado Letras & Companhia. A iniciativa organizada pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), que se realiza de 2 a 25 de Abril vai decorrer em várias escolas de Macau, e em locais como a Livraria Portuguesa, as instalações do Instituto Português do Oriente (IPOR), Casa Garden e a Galeria do Instituto para os Assuntos Municipais.

Para o ano de inauguração do festival, que se pretende ser anual, o tema escolhido (“De Pés na Terra, Cabeça no Ar”) recai sobre o plástico, a problemática da sua utilização na actividade humana e o impacto sobre o ambiente e ecologia mundial, de acordo com o IPOR.

Com o projecto Letras & Companhia procurou-se “a melhor maneira de formar crianças e jovens, […] numa envolvência familiar”, para além do que já é feito em contexto escolar, explicou o director do IPOR, Joaquim Coelho Ramos, em conferência de imprensa, salientando a importância da educação para a cidadania, assim como a capacidade de as crianças influenciarem os pais.

O primeiro Letras & Companhia oferece um alargado leque de iniciativas, incluindo o Mercado das Letrinhas, uma feira do livro infanto-juvenil com publicações de editoras locais e portuguesas. A feira terá lugar na Livraria Portuguesa, entre 2 e 26 de Abril, e vai disponibilizar obras em português, chinês e inglês. No dia 3 de Abril, às 11h, no mesmo local, Catarina Mesquita irá apresentar um workshop de escrita criativa para jovens, com o objectivo de incentivar hábitos de redacção e estimular a criatividade narrativa.

Também no dia 3 de Abril, sábado, mas às 17h, a Livraria Portuguesa será palco para contar histórias. A sessão de leitura, a cargo de Susana Esmeriz e Lin Hsiang chun, será realizada em português e cantonês.
Haverá também espaço para a sétima arte, com a exibição do filme “Papel de Natal”, da autoria de José Miguel Ribeiro, na Casa Garden, no dia 10 de Abril, às 17h.

Um dos eventos mais originais desafia jovens a passar uma noite em três locais onde serão narradas histórias dramatizadas e dominadas pelo fantástico, suspense e surpresa. A actividade destinada a leitores dos 8 aos 15 anos terá lugar na Livraria Portuguesa, na Biblioteca Camilo Pessanha do IPOR e na Casa Garden.

Meio ambiente e fotografia

Outro dos destaques do Letras & Companhia é uma exposição de fotografia, intitulada Living Among What’s Left Behind, de Mário Cruz, com curadoria de João Miguel Barros. A mostra, que estará patente na Galeria do IAM, no Edifício do Leal Senado, entre 18 de Abril e 2 de Maio, tem como personagem principal o rio Pasig, que atravessa o outrora centro económico de Manila. Além do retrato de pobreza e de desigualdade social, a exposição coloca a nu os problemas ambientais no coração da capital das Filipinas.

Com actividades para todos os gostos, o festival procura “promover competências de leitura e literacia nas faixas mais jovens, com recurso a dimensões comunicacionais e criativas da língua portuguesa”, segundo a organização.

Por outro lado, visa “impulsionar, junto de diferentes públicos locais, abordagens pluridisciplinares à criação cultural e artística, em particular à de matriz portuguesa e macaense”.

Finalmente, pretende-se aproximar, sobretudo os mais jovens, “das artes e da produção cultural como ferramenta para a compreensão da realidade e da comunicação com os outros”.

A Fundação Oriente, o Instituto Camões, o Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, a Casa de Portugal de Macau e a Livraria Portuguesa são parceiros do projecto “transversal e multidisciplinar, dirigido a pais, educadores, professores, crianças em idade escolar”, de forma a “mobilizar e convocar, efectivamente, todas as faixas etárias da comunidade”.

O Festival, que conta com o apoio da Fundação Macau, contempla também sessões de histórias, oficinas de arte e ambientais, um espectáculo de sombras, um debate sobre integração da protecção ambiental na educação dos jovens de Macau, um concerto da Banda da Casa de Portugal e um espectáculo de marionetas.

23 Mar 2021

IPOR discute ensino de português à distância após pandemia

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR) organiza esta sexta-feira e sábado, dias 27 e 28, a VI edição dos “Encontros de Pontos de Rede”, este ano dedicados ao ensino à distância de português como língua estrangeira (PLE), após a pandemia.

Em comunicado, o IPOR recorda que a edição de 2020 se realiza no contexto da pandemia de covid-19, que “impôs ao mundo uma nova realidade, até aqui apenas explorada como possibilidade fantástica em obras de ficção”, mas que pode servir de pista para o futuro.

“Tal como em outras áreas de actividade, em Educação as dinâmicas de trabalho à distância – já anteriormente em uso e em expansão – emergiram como alternativa natural à presença física dos intervenientes”, pode ler-se na nota.

Apesar das “dificuldades e limites” originados pela pandemia, o IPOR aponta também a possibilidade de “aferir potencialidades da interação à distância”, nomeadamente em relação “à racionalização e agilização de processos administrativos e à condução da acção pedagógico-didáctica”.

“É, pois, altura de fazer os balanços possíveis e de repensar o futuro próximo e o futuro mais distante pós-pandemia, em tempo ainda incerto”, indica-se na nota.

Organizados anualmente, os Encontros de Pontos de Rede “pretendem criar um espaço de partilha de experiências entre professores de PLE e investigadores nesta área”.

A edição deste ano, que vai discutir, entre outros, “estratégias e recursos didáticos” e a “avaliação e certificação de aprendizagens”, conta com a participação de académicos de vários países, incluindo José Pascoal, da Universidade de Macau, Raquel Carinhas, da Universidade da República do Uruguai e do Camões I.P., Helena Araújo e Sá, da Universidade de Aveiro, Filomena Capucho, da Universidade Católica Portuguesa, e Ana Sofia Pinho, da Universidade de Lisboa.

Estão ainda confirmadas comunicações de docentes e investigadores do Brasil, Chile, França e Tailândia, bem como do Instituto Politécnico de Macau e de várias universidades do interior da China, incluindo a Universidade de Comunicação da China e a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, além das universidades de Nankai, Jiaotong e Hebei, segundo a mesma fonte.

A sessão de abertura realiza-se no dia 27 de novembro, às 09h00, no auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau.

24 Nov 2020

IPOR, Camões e UM lançam concurso de tradução literária 

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR), o Instituto Camões (IC) e a Universidade de Macau (UM) vão lançar um concurso de tradução, a primeira de “várias iniciativas”, a realizar no âmbito de um novo protocolo, que assinaram ontem em Macau. “Vamos lançar um concurso para jovens tradutores que será tutelado por académicos reconhecidos”, afirmou o director do IPOR, Joaquim Coelho Ramos, em declarações aos jornalistas à margem da assinatura de um novo protocolo de cooperação com o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e a UM.

A iniciativa, de carácter anual, destina-se sobretudo à tradução literária e os tópicos – poesia, contos, ou crónicas – “são rotativos”, adiantou o responsável. A tradução será feita de português para chinês e vice-versa.

“A cada ano será dado um tema [diferente]. A muito breve prazo concluiremos as negociações e avançamos para a abertura do concurso”, garantiu.

Sobre o protocolo agora assinado, no centro de formação bilingue da UM, Joaquim Ramos destacou as oportunidades da cooperação entre as instituições, que descreveu como “três das mais altas e reconhecidas instituições na promoção da língua portuguesa a nível global”.

“Não podemos senão aproveitar a oportunidade e explorar todas as potencialidades que este protocolo possa vir a trazer”, afirmou.

Outras negociações

Além do concurso de tradução, outras actividades na área da formação estão já a ser negociadas entre as três partes, disse o vice-reitor da UM, Rui Martins, sem avançar pormenores. “Estou certo de que teremos grande sucesso nestas actividades até porque o interesse pela língua portuguesa continua a crescer nesta região”, acrescentou.

Por sua vez, o Camões, como uma “instituição transversal para o desenvolvimento de programas de promoção da língua portuguesa”, aporta a esta colaboração local “uma vertente institucional complementar”, afirmou o vogal do conselho directivo João Neves.

“Já temos uma rede [de ensino de português no estrangeiro] que abrange cerca de 80 países – e temos hoje, felizmente, a língua portuguesa a caminho de um objectivo de chegar aos 40 países com o português como língua curricular no ensino não superior”, disse. Nesse sentido, a entrada do Camões no protocolo coloca à disposição do IPOR e da UM “ferramentas, saberes e experiências”, afirmou.

22 Jan 2020

Língua portuguesa | IPOR, Instituto Camões e UM reforçam cooperação

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR), O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e a Universidade de Macau (UM) vão assinar um protocolo de cooperação com vista ao reforço da promoção da língua portuguesa em Macau, foi ontem anunciado.
Numa nota enviada à agência Lusa, o IPOR enfatizou que “no âmbito deste protocolo espera-se que [este] venha a ter um papel importante na concepção e desenvolvimento de cursos de língua portuguesa para fins específicos, em estreita articulação com a UM e o Camões”.
“Este trabalho deverá seguir uma lógica de complemento de sinergias, disponibilizando também o acesso a actividades culturais que ajudem os alunos a atingir níveis de excelência no seu processo de formação académica”, frisou-se na nota.
A formação e ensino em diversas áreas da língua portuguesa, o desenvolvimento de projectos de investigação conjuntos e a produção e partilha de materiais bibliográficos são alguns dos objectivos desta nova parceria que será assinada no dia 21 de Janeiro em Macau.
Por outro lado, o IPOR frisou que vai procurar dinamizar a organização conjunta de seminários e outras actividades de carácter científico, facilitar o acesso a bibliotecas e centros de documentação, reforçar a tradução e edição de obras literárias, entre outras.

16 Jan 2020

Língua portuguesa | IPOR, Instituto Camões e UM reforçam cooperação

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR), O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e a Universidade de Macau (UM) vão assinar um protocolo de cooperação com vista ao reforço da promoção da língua portuguesa em Macau, foi ontem anunciado.

Numa nota enviada à agência Lusa, o IPOR enfatizou que “no âmbito deste protocolo espera-se que [este] venha a ter um papel importante na concepção e desenvolvimento de cursos de língua portuguesa para fins específicos, em estreita articulação com a UM e o Camões”.

“Este trabalho deverá seguir uma lógica de complemento de sinergias, disponibilizando também o acesso a actividades culturais que ajudem os alunos a atingir níveis de excelência no seu processo de formação académica”, frisou-se na nota.

A formação e ensino em diversas áreas da língua portuguesa, o desenvolvimento de projectos de investigação conjuntos e a produção e partilha de materiais bibliográficos são alguns dos objectivos desta nova parceria que será assinada no dia 21 de Janeiro em Macau.

Por outro lado, o IPOR frisou que vai procurar dinamizar a organização conjunta de seminários e outras actividades de carácter científico, facilitar o acesso a bibliotecas e centros de documentação, reforçar a tradução e edição de obras literárias, entre outras.

16 Jan 2020

IPOR | Congresso Internacional sobre língua portuguesa decorre na próxima semana 

O Instituto Português do Oriente recebe, entre os dias 27 e 29 de Novembro, o congresso internacional “Macau e a Língua Portuguesa: Novas Pontes a Oriente”, que conta com a presença de académicos vindos de vários países. Destaque ainda para a apresentação do Guia Lexical Português-Chinês para o Jornalismo

 

[dropcap]O[/dropcap] território prepara-se para receber mais um congresso internacional na área da língua portuguesa. “Macau e a Língua Portuguesa: Novas Pontes a Oriente”, nasce de uma parceria entre o Instituto Politécnico de Macau (IPM) e o Instituto Português do Oriente (IPOR) e acontece na próxima semana, entre os dias 27 e 29 de Novembro.

De acordo com um comunicado oficial, este evento “pretende não só divulgar o resultado de trabalhos de investigação que se têm vindo a desenvolver em várias áreas ligadas à língua portuguesa, mas também testemunhar o papel de forte relevo que Macau desempenha nas dinâmicas pedagógicas e científicas em campos que vão da língua à cultura, ou das literaturas às atividades da tradução e interpretação relacionadas com este idioma.”

Esta constitui uma oportunidade para promover um idioma que cada vez mais se assume como “um canal privilegiado de contactos sócio-culturais, políticos e empresariais entre vários povos”, além de que o “seu estudo se encontra em franco crescimento global, fortemente motivado pelas autoridades da RAEM e integrado nas linhas orientadoras do Governo Central da República Popular da China para Macau enquanto plataforma de contacto singular com os países de língua portuguesa”.

“Este congresso será também uma oportunidade para professores e investigadores trocarem experiências e boas práticas com colegas de outras latitudes, visando um cada vez maior nível de profissionalismo na respetiva intervenção pedagógica”, acrescenta a mesma nota.

O congresso conta com a participação de seis palestrantes “de referência internacional”, como é o caso de Philip Rothwell, da Universidade de Oxford, ou Filinto Elísio, professor, romancista e ensaísta de Cabo Verde.

Destaque ainda para nomes vindos de Portugal como é o caso de Inês Duarte, catedrática da Universidade de Lisboa, ou Cristina Martins, da Universidade de Coimbra. No total, o congresso reúne mais de 70 professores e investigadores provenientes de 18 países, e conta com o apoio da Fundação Macau.

Nova obra

No âmbito deste congresso será também apresentado o Guia Lexical Português-Chinês para o Jornalismo, uma obra que resulta do trabalho produzido por especialistas do IPOR, do IPM e do IPP – Instituto Politécnico de Portalegre, em Portugal. Este guia “pretende ser mais uma ferramenta de consulta disponível quer para estudantes, quer para profissionais da área da comunicação, que diariamente lidam com vocábulos próprios num contexto muito específico, estabelecendo pontes entre os factos noticiosos e o público em geral”.

A apresentação decorrerá no IPOR – Biblioteca Camilo Pessanha, pelas 11h do dia 27 de Novembro, com a presença de representantes das equipas envolvidas.

21 Nov 2019

Ana Paula Laborinho, directora em Portugal da OEI e ex-presidente do Instituto Camões: “Não fomos a reboque da China”

Com um largo currículo na área da língua portuguesa que passa por Macau, onde deu aulas, fez assessoria política e presidiu ao Instituto Português do Oriente, Ana Paula Laborinho é hoje directora da Organização de Estados Ibero-americanos, que trabalha em prol de uma maior união das línguas portuguesa e espanhola. A ex-presidente do Instituto Camões lamenta não ter feito mais no desenvolvimento da rede externa do organismo e afirma que Portugal é dos países que mais tem uma política para a língua

[dropcap]N[/dropcap]o último colóquio da Universidade Católica Portuguesa falou do projecto académico “Escrever Macau”. Em que consiste esta iniciativa?
Durante a minha estadia em Macau, em 1988 e 1989, iniciou-se um movimento para estudar a literatura de Macau, que tem de começar por interrogar o que é essa literatura. Não é uma questão fácil. Na altura era uma questão debatida com uma visão relativamente restrita, a de pensar que a literatura de Macau era aquela apenas feita por macaenses, os filhos da terra, mas rapidamente se percebeu que teríamos de ter uma visão muito mais alargada. Nesse sentido, sobretudo depois de ter regressado de Macau, em 2002, começamos um projecto na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) onde concluímos que escrever Macau nos alarga o horizonte, porque aqueles que escrevem sobre Macau são de Macau, mas fazem-no em várias línguas.

Ou seja, não há apenas um caminho.
Temos aqui uma visão mais alargada. Fizeram-se algumas reuniões académicas e publicamos, em 2010, um livro intitulado “Macau na Escrita, Escritas de Macau”. Há um interesse muito grande (sobre a literatura de Macau) que se tem estendido para fora de Portugal. Vou agora a Paris, à Universidade de Nanterre, participar num encontro em que “Escrever Macau” é um tema central. O projecto “Escrever Macau” deveria ser mais divulgado em Macau, mas muitas vezes estes projectos não têm os recursos suficientes para fazer essa promoção. Mas há muito trabalho que tem vindo a ser feito, com jovens investigadores que se têm debruçado sobre estas áreas. Vamos prosseguir nesta senda de definir o que é esta escrita de Macau, as suas várias fases, concluindo que hoje em dia nessa escrita convergem várias línguas, autores de várias proveniências, mas que continuam a ter Macau como objecto de escrita.

Houve uma maior mudança depois de 1999 no campo da produção literária?
O que me parece é que depois da transferência de soberania de Macau podemos ter uma outra visão do que é escrever Macau, porque até aí havia muito essa ideia (restrita) do que era a literatura macaense e da figura do macaense. Mas depois da transferência de soberania constata-se que essa figura é hoje muito mais alargada. O que é um macaense? É todo aquele que nasceu em Macau e escolheu Macau para viver e para morrer. O mais importante é essa identidade múltipla. Hoje temos de entender Macau de uma forma múltipla, muito transversal e é essa a sua riqueza. Tudo isso faz parte de um cadilho criativo que nós vemos que tem expressão na literatura, mas também noutros domínios. É essa criatividade que se gera por esse confronto de pessoas, por este diálogo entre culturas. Isso é Macau. E por isso escrever Macau é também tudo isso.

ANA PAULA LABORINHO

Surpreende-a que haja mais autores nascidos em Portugal a escrever sobre Macau?
Não temos ainda um levantamento de todos aqueles que escrevem sobre Macau noutras línguas, nomeadamente em chinês. Tanto quanto sei, começam a aparecer jovens escritores, temos o Yao Jingming, um grande poeta que escreve em português e em chinês e que integra grupos de escritores de Macau e tem uma visão que é bastante mais lata do que aquela que nós temos, e o que é muito interessante. Aliás, pensou-se em fazer uma colecção de autores que escrevem sobre Macau nas várias línguas, e também havia autores de língua chinesa, pois algumas questões sobre identidade são muito semelhantes. Os autores de língua portuguesa ou chinesa interrogam-se sobre isso, porque há muitas vezes ali uma identidade volátil. Essa volátil identidade, mas que é também uma escolha e uma vontade, está muito presente na literatura, quer se escreva numa língua, ou outra ou até em inglês.

É directora da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) em Portugal. Falou ainda de um estudo focado numa união entre o português e o espanhol. O que está a ser feito nesse sentido?
O interesse de Portugal nesta organização, que tem a sua representação no país há menos de dois anos, tem a ver com três grandes eixos. Um é estreitar os laços de participação, partilha de experiências e projectos conjuntos com os países ibero-americanos. Mas tem também uma outra, que é relevante, que é o podermos trabalhar com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A OEI foi a primeira organização internacional a ser aceite como observadora da CPLP e fazemos esse trabalho de ligação entre os países ibero-americanos e a CPLP. Depois, a terceira linha de trabalho tem a ver com a língua portuguesa, apesar da OEI sempre ter sido essencialmente uma organização de língua espanhola. O seu secretário-geral, Mariano Jabonero, propôs o primeiro programa ibero-americano para a difusão da língua portuguesa. A verdade é que neste momento estamos a trabalhar e a perceber que o português também ganha muito em se aliar, o que não significa perder a sua identidade. Ganhamos em trabalhar em conjunto duas línguas que são próximas e que tem origens comuns.

Como é que isso será feito?
Uma dessas áreas tem a ver com a produção científica em conjunto. Há estudos que nos mostram que as duas línguas em conjunto já constituem a terceira língua de ciência do mundo. Outra área é o digital, onde temos de apostar mais. É neste sentido que o Instituto Camões (IC) e Instituto Cervantes estão a produzir um estudo, no seguimento de outro que foi feito sobre o potencial económico da língua portuguesa que saiu em 2011, sobre o potencial das duas línguas em conjunto. O português tem 260 milhões de falantes, o espanhol tem 540 milhões, então temos uma comunidade de 800 milhões que se entende e que têm laços comuns. Isto é um valor e potencial que podemos explorar. O continente onde se vai falar mais português é África, e isso revela que vai haver um crescimento demográfico nos países de língua portuguesa assinalável. Isto faz com que a América Latina não seja o continente onde se fala mais português. Nas minhas novas funções o meu papel não é apenas o trabalho na área das línguas, mas na partilha de projectos de educação. Estamos a trabalhar nas competências para o século XXI com esses países e a CPLP. O projecto sobre indicadores de ciência está bastante avançado na América Latina, mas também podemos partilhar práticas com outros países. É toda esta dimensão que nos parece que vai ser essencial para projectarmos a nossa língua, o português.

O que gostava de ter feito mais na presidência do IC?
Passei por uma fase difícil, porque num primeiro momento recebemos a rede do ensino do português no estrangeiro, do nível inicial até ao ensino secundário, que estava no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Essa rede era muito maior do que a dimensão do IC que, até 2010, só tinha o ensino do português no ensino superior. Foi necessário reorganizar a instituição em função dessa rede, criar novos desafios e qualificar esse ensino que se destinava essencialmente às comunidades portuguesas, mas também qualificá-lo para que ele se tornasse um ensino de matriz internacional. Esse foi o grande desafio. Em 2012 tive outro, que foi a fusão com a Agência para o Desenvolvimento e Coesão, e por isso passámos a ter uma grande dimensão que naturalmente foi preciso estruturar. Nesse sentido, há muita coisa que fica por fazer. Julgo que aquilo que gostaria de ter feito e talvez não tenha feito tanto foi reestruturar a rede externa.

Em que sentido?
O IC não tem as escolas portuguesas, mas tem uma rede muito grande de professores e centros culturais de língua portuguesa e tem-se aumentado o número de presenças em países. Estávamos em 84 países em termos de acção mas é preciso reestruturar e consolidar essa rede. Depois de consolidar a estrutura interna, poderia ter também dedicado mais tempo à estrutura da rede externa, que é fundamental. Também tive a sorte de apanhar um momento em que a concepção do desenvolvimento estava em mudança com a Agenda 2030.

O que é que isso trouxe de diferente?
Algumas dimensões que não eram consideradas passaram a ser, como, por exemplo, a cultura como elemento fundamental para o desenvolvimento. O que tenho de concluir é que aprendi muito, foi uma experiência que me marcou bastante. O IC é uma instituição que tem um trabalho extraordinário. Fico muito contente por ele ser prosseguido pelo meu sucessor e por continuar nesta aposta de levar mais português e participar mais em projectos de desenvolvimento e em parcerias estratégicas, como aquelas que temos com a União Europeia na área do desenvolvimento.

Agrada-lhe a actual estratégia governamental de internacionalização da língua portuguesa?
Claro, essa foi a estratégia que orienta a casa em termos gerais. Há uma grande aposta do actual Governo nessa área, quer na internacionalização quer numa oferta qualificada para as comunidades portuguesas, para que tenham a noção de que a sua língua é internacional. Tem sido feito muito trabalho e há um investimento muito grande do actual Governo nesta área, no sentido de ser uma política que está no topo das preocupações e com grande apoio a todos os níveis, desde o primeiro-ministro ao ministro dos Negócios Estrangeiros, mas também outras áreas do Governo como a educação, cultura ou economia. Neste domínio da economia é relevante a questão da internacionalização da língua como bem percebemos pelo inglês. Daí que haja uma perspectiva que este tema é transversal.

Não acha que a vontade da China de expandir o português não levou a uma maior estratégia por parte de Portugal na internacionalização da língua? Foi o motor de arranque?
Não me parece. Acho que Portugal é dos países que mais tem uma política para a língua, ao contrário do que muitas vezes se diz, e tem-na de uma forma consistente. O Brasil não tem nenhuma instituição para a promoção da língua, diz-se que vai ser criado agora um instituto para esse fim. Desse ponto de vista, Portugal tem uma longa tradição e o IC é um dos grandes institutos europeus, ao lado do Goethe, Cervantes, entre outros. Não tenho nada a ideia de que tenhamos ido a reboque da China. Esta complementaridade é muito útil, relevante e reforça a nossa posição de divulgação da língua, torna-se muito mais atractiva, mas tenho a dizer que as autoridades portuguesas fazem muito pela língua. Quer o projecto da Escola Portuguesa de Macau e escolas portuguesas no mundo, ou o IPOR em Macau, são esforços para um país que tem 10 milhões de habitantes. Temos de ter noção da nossa dimensão e ver que, fazemos muitíssimo pela língua. Há um aspecto que ajuda muito que é a estratégia e o valor que se tem desenvolvido com a presença de portugueses em altos lugares de organizações internacionais. Essa é uma estratégia de Portugal mas claro que tem muito a ver com o valor das pessoas, tal como ter António Guterres na ONU.

O IPOR celebrou 30 anos de existência recentemente. Está contente com o trabalho realizado?
Muito contente. Houve momentos, no período da transição de Macau, em que não se sabia se valia a pena, mas ainda bem que se continua a apostar. Penso que o IPOR tem feito um trabalho muito importante e é uma referência importante em Macau. Só tenho de saudar todos os que estiveram na origem da ideia e todos os que contribuíram para a construir.

11 Out 2019

IPOR | ‘Vistos gold’ e investimento chinês fazem disparar tutorias de português

O director do IPOR disse à agência Lusa que o número de tutorias de português quase duplicou este ano, muito devido aos ‘vistos gold’ e ao investimento chinês nos países lusófonos. Joaquim Coelho Ramos revelou ainda que o instituto, que completa hoje 30 anos, irá abrir uma delegação em Pequim até Novembro e um centro de línguas em Chengdu ainda este ano

 
[dropcap]A[/dropcap]inda faltam mais de três meses para terminar o ano e o número de horas de tutorias de aprendizagem da língua portuguesa, em relação a 2018, já cresceu quase para o dobro, ultrapassando o meio milhar de horas, salientou, em entrevista, o director do Instituto Português do Oriente (IPOR), Joaquim Coelho Ramos. “Só nos primeiros dois meses deste ano económico ultrapassámos o número de tutorias do ano passado todo”, reforçou o responsável pela instituição que assinala hoje 30 anos de vida em Macau e de actividade na Ásia.
Se em 2015 foram apenas contabilizadas 23 horas de tutorias, em 2018 registaram-se 289, contra as 520 deste ano. “Quando perguntamos nas fichas de inscrição as ‘razões’ reparamos que muitos dos interessados são, por exemplo, empresários com vontade de investir ou em Portugal ou num país de língua portuguesa”, assinalou o director, em funções desde Agosto de 2018. “Estão com investimentos em Portugal ou de alguma maneira inseridos na dinâmica dos ‘vistos gold’”, acrescentou.
O ‘visto gold’ é uma autorização de residência para actividade de investimento em Portugal concedida a estrangeiros fora da UE.
As aulas ministradas à distância, por videoconferência, são cada vez mais populares. “Aqueles que não têm disponibilidade para assistir a uma aula, sempre na mesma hora e no mesmo dia, pretendem algo flexível, mas que produza resultados”, frisou. Tal acontece seja a partir de Hong Kong ou de Shenzhen, onde muitos residem, ou a partir do Dubai, se se encontrarem em viagem: “Para isso basta combinar com o professor”, explicou Joaquim Coelho Ramos.
Tendo em conta a expansão da procura dos serviços do IPOR não é de estranhar que o mesmo se passe em termos territoriais e representações. Assim sendo, em Novembro abre uma delegação do IPOR em Pequim e um centro de línguas em Chengdu até final do ano.
Em relação à delegação na capital chinesa, a ideia é “começar já dentro de um mês, mês e meio, (…) em produção já em finais de Outubro”, ainda que o cenário “mais realista” aponte para “início de Novembro”, esclareceu Joaquim Coelho Ramos. O projecto começou a ser trabalhado no início do ano e neste momento “ir trabalhar para a China depende apenas de questões administrativas”, adiantou.

Outono em Pequim

Em Maio, aquando da visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, um protocolo assinado entre o Camões-Instituto da Cooperação e da Língua e a Sociedade de Jogos de Macau definiu a constituição de um fundo para apoiar a difusão e promoção da língua portuguesa na República Popular da China.
A abertura de uma delegação em Pequim é justificada “pelos pedidos constantes para formação em língua portuguesa não conferente de grau académico”, mas sim “para efeitos pragmáticos”, casos do “português económico e de introdução à língua portuguesa comunicacional”, indicou o responsável do IPOR.
“Há muita gente a fazer cursos de português à distância através de videoconferência” e existem “muitos pedidos de regiões da China continental”, afirmou o director do IPOR. Razão pela qual, após análise do mercado, se entendeu que era importante ter uma presença física em Pequim.
A mais-valia da delegação em Pequim, que não só garante um ensino personalizado e uma aprendizagem certificada, é também explicada por se poder assegurar localmente a formação de professores.
“Há uma vantagem em ter sempre um canal aberto” em todas as situações em que instituições como as universidades solicitem ajuda directamente ao IPOR em Pequim, com a possibilidade ainda de se garantir algum reforço a partir de Macau, sublinhou Joaquim Coelho Ramos. “O interesse está a crescer e era importante operacionalizar a resposta, e é isso que esta delegação vai fazer”, acrescentou.
Por outro lado, até final do ano, o IPOR quer abrir um centro de língua portuguesa em Chengdu, cidade chinesa da província de Sichuan, onde o instituto tem ministrado o ensino de português a médicos, enfermeiros e técnicos do Centro Internacional de Formação na área da Saúde e do Planeamento Familiar.
De resto, a província de Sichuan tem mantido uma relação estreita com os países de língua portuguesa, para onde a respectiva autoridade da saúde começou a enviar, desde 1976, equipas médicas. “É um desafio” com dados “muito sólidos” que justificam a decisão, argumentou, lembrando o envolvimento destes profissionais de saúde nesses projectos de cooperação nos países lusófonos.

Três desafios

O director IPOR disse ainda que o crescimento “muito significativo” da procura pelo ensino do português a um público infantojuvenil já obrigou a instituição a criar uma lista de espera.
“Outra área que temos notado um crescimento muito significativo (…) é nas oficinas para o público infantojuvenil. (…) Estamos a falar do ensino de língua portuguesa entre os 6 e os 14 anos, é a franja em que temos sentido um crescimento maior, essencialmente para crianças e jovens de famílias chinesas”, destacou Joaquim Coelho Ramos.
O número mais que triplicou em relação a 2018, passando de 30 a 40 inscrições para mais de 120. “Não estávamos à espera deste crescimento (…), um tipo de ‘boom’” que coloca “um problema”, explicou o responsável. A instituição foi obrigada a criar uma lista de espera e para ajustar a oferta está a proceder à contratação de professores a tempo parcial.
A estratégia do IPOR tem várias frentes e tem como base “uma equipa e profissionais dedicados que trabalham em conjunto”, assente ainda em várias parcerias, frisou.
“Houve uma tentativa de aproximação do IPOR com as instituições locais. Acreditamos que o segredo do sucesso é não estar sozinho. Este tipo de colaboração tem tido resultados por exemplo, ao nível científico e pedagógico com o Instituto Politécnico de Macau, com cursos intensivos de Verão, na produção de materiais didácticos, e também com a Universidade de Macau, num trabalho voltado para o português como língua para fins específicos”, assinalou.
O responsável enumerou três desafios que se colocam actualmente à instituição. Um deles passa pela formação interna. “Neste momento, por exemplo, temos de pensar em dar formação complementar de pedagogia didáctica da língua portuguesa para crianças e jovens. Até agora tínhamos um paradigma muito forte no ensino de adultos, esse paradigma continua, mas há um novo desafio”, frisou.
Outra área fundamental que constitui o desafio estratégico do IPOR passa pela actualização dos recursos tecnológicos, com uma atenção à estatística e análise de dados: “um instituto deste tipo que consegue antecipar uma tendência de procura é um instituto que vai dar uma melhor resposta”, defendeu.

Materiais à medida

Por fim, Joaquim Coelho Ramos definiu como prioridade “a organização daquilo que já é a memória do IPOR”, de forma a promover “a preservação, divulgação e disponibilização do acervo da instituição”, e anunciou que depois do guia lexical (um ‘dicionário’ altamente especializado dedicado a uma área específica) de conversação português-vietnamita, o IPOR está prestes a lançar outros. “Temos trabalhado em guias lexicais para a área da saúde, contabilidade e auditoria (…) e agora está para breve a apresentação pública do guia lexical para o jornalismo e para a administração”, avançou Joaquim Coelho Ramos. “A muito breve prazo, estamos a falar de uma semana, semana e meia, [será divulgado] um para o sector do turismo”, indicou.
Joaquim Coelho Ramos esclareceu que os guias “já estão produzidos, falta a data da apresentação pública”. O investimento na produção destes guias, com termos contextualizados, mas também expressões e por vezes frases focadas em temas e áreas de trabalho específicas, são importantes no âmbito da “aplicação no terreno” da língua portuguesa e no “desenvolvimento pessoal entre os professores e os alunos”, acrescentou. A atenção ao produto final, de uma forma muito pragmática, está ilustrada num detalhe, assinalou: “o guia lexical para a saúde foi impresso num tamanho que permite ser guardado no bolso da bata de um médico”.
Outra área de trabalho na qual o IPOR se tem focado “é na produção de materiais didácticos, na bibliografia e no digital”, assegurou. A justificação destas apostas é simples, concluiu: “As pessoas estão a olhar para a língua portuguesa como um instrumento pragmático, de acção directa no mercado”.
O IPOR conta com 27 funcionários a tempo inteiro que, com o apoio de algumas colaborações, procuram assegurar a vocação prioritária de promover o ensino da língua portuguesa, com uma vertente complementar focada na acção cultural.
Fundado a 19 de Setembro de 1989 pela Fundação Oriente e pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, o IPOR exerce a sua actividade, além de Macau, em países como o Vietname, Tailândia e Austrália, estando para breve a concretização também de projectos em Pequim, Chengdu e Nova Deli.

19 Set 2019

IPOR | ‘Vistos gold’ e investimento chinês fazem disparar tutorias de português

O director do IPOR disse à agência Lusa que o número de tutorias de português quase duplicou este ano, muito devido aos ‘vistos gold’ e ao investimento chinês nos países lusófonos. Joaquim Coelho Ramos revelou ainda que o instituto, que completa hoje 30 anos, irá abrir uma delegação em Pequim até Novembro e um centro de línguas em Chengdu ainda este ano

 

[dropcap]A[/dropcap]inda faltam mais de três meses para terminar o ano e o número de horas de tutorias de aprendizagem da língua portuguesa, em relação a 2018, já cresceu quase para o dobro, ultrapassando o meio milhar de horas, salientou, em entrevista, o director do Instituto Português do Oriente (IPOR), Joaquim Coelho Ramos. “Só nos primeiros dois meses deste ano económico ultrapassámos o número de tutorias do ano passado todo”, reforçou o responsável pela instituição que assinala hoje 30 anos de vida em Macau e de actividade na Ásia.

Se em 2015 foram apenas contabilizadas 23 horas de tutorias, em 2018 registaram-se 289, contra as 520 deste ano. “Quando perguntamos nas fichas de inscrição as ‘razões’ reparamos que muitos dos interessados são, por exemplo, empresários com vontade de investir ou em Portugal ou num país de língua portuguesa”, assinalou o director, em funções desde Agosto de 2018. “Estão com investimentos em Portugal ou de alguma maneira inseridos na dinâmica dos ‘vistos gold’”, acrescentou.

O ‘visto gold’ é uma autorização de residência para actividade de investimento em Portugal concedida a estrangeiros fora da UE.

As aulas ministradas à distância, por videoconferência, são cada vez mais populares. “Aqueles que não têm disponibilidade para assistir a uma aula, sempre na mesma hora e no mesmo dia, pretendem algo flexível, mas que produza resultados”, frisou. Tal acontece seja a partir de Hong Kong ou de Shenzhen, onde muitos residem, ou a partir do Dubai, se se encontrarem em viagem: “Para isso basta combinar com o professor”, explicou Joaquim Coelho Ramos.

Tendo em conta a expansão da procura dos serviços do IPOR não é de estranhar que o mesmo se passe em termos territoriais e representações. Assim sendo, em Novembro abre uma delegação do IPOR em Pequim e um centro de línguas em Chengdu até final do ano.

Em relação à delegação na capital chinesa, a ideia é “começar já dentro de um mês, mês e meio, (…) em produção já em finais de Outubro”, ainda que o cenário “mais realista” aponte para “início de Novembro”, esclareceu Joaquim Coelho Ramos. O projecto começou a ser trabalhado no início do ano e neste momento “ir trabalhar para a China depende apenas de questões administrativas”, adiantou.

Outono em Pequim

Em Maio, aquando da visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, um protocolo assinado entre o Camões-Instituto da Cooperação e da Língua e a Sociedade de Jogos de Macau definiu a constituição de um fundo para apoiar a difusão e promoção da língua portuguesa na República Popular da China.

A abertura de uma delegação em Pequim é justificada “pelos pedidos constantes para formação em língua portuguesa não conferente de grau académico”, mas sim “para efeitos pragmáticos”, casos do “português económico e de introdução à língua portuguesa comunicacional”, indicou o responsável do IPOR.

“Há muita gente a fazer cursos de português à distância através de videoconferência” e existem “muitos pedidos de regiões da China continental”, afirmou o director do IPOR. Razão pela qual, após análise do mercado, se entendeu que era importante ter uma presença física em Pequim.

A mais-valia da delegação em Pequim, que não só garante um ensino personalizado e uma aprendizagem certificada, é também explicada por se poder assegurar localmente a formação de professores.

“Há uma vantagem em ter sempre um canal aberto” em todas as situações em que instituições como as universidades solicitem ajuda directamente ao IPOR em Pequim, com a possibilidade ainda de se garantir algum reforço a partir de Macau, sublinhou Joaquim Coelho Ramos. “O interesse está a crescer e era importante operacionalizar a resposta, e é isso que esta delegação vai fazer”, acrescentou.

Por outro lado, até final do ano, o IPOR quer abrir um centro de língua portuguesa em Chengdu, cidade chinesa da província de Sichuan, onde o instituto tem ministrado o ensino de português a médicos, enfermeiros e técnicos do Centro Internacional de Formação na área da Saúde e do Planeamento Familiar.

De resto, a província de Sichuan tem mantido uma relação estreita com os países de língua portuguesa, para onde a respectiva autoridade da saúde começou a enviar, desde 1976, equipas médicas. “É um desafio” com dados “muito sólidos” que justificam a decisão, argumentou, lembrando o envolvimento destes profissionais de saúde nesses projectos de cooperação nos países lusófonos.

Três desafios

O director IPOR disse ainda que o crescimento “muito significativo” da procura pelo ensino do português a um público infantojuvenil já obrigou a instituição a criar uma lista de espera.

“Outra área que temos notado um crescimento muito significativo (…) é nas oficinas para o público infantojuvenil. (…) Estamos a falar do ensino de língua portuguesa entre os 6 e os 14 anos, é a franja em que temos sentido um crescimento maior, essencialmente para crianças e jovens de famílias chinesas”, destacou Joaquim Coelho Ramos.

O número mais que triplicou em relação a 2018, passando de 30 a 40 inscrições para mais de 120. “Não estávamos à espera deste crescimento (…), um tipo de ‘boom’” que coloca “um problema”, explicou o responsável. A instituição foi obrigada a criar uma lista de espera e para ajustar a oferta está a proceder à contratação de professores a tempo parcial.

A estratégia do IPOR tem várias frentes e tem como base “uma equipa e profissionais dedicados que trabalham em conjunto”, assente ainda em várias parcerias, frisou.

“Houve uma tentativa de aproximação do IPOR com as instituições locais. Acreditamos que o segredo do sucesso é não estar sozinho. Este tipo de colaboração tem tido resultados por exemplo, ao nível científico e pedagógico com o Instituto Politécnico de Macau, com cursos intensivos de Verão, na produção de materiais didácticos, e também com a Universidade de Macau, num trabalho voltado para o português como língua para fins específicos”, assinalou.

O responsável enumerou três desafios que se colocam actualmente à instituição. Um deles passa pela formação interna. “Neste momento, por exemplo, temos de pensar em dar formação complementar de pedagogia didáctica da língua portuguesa para crianças e jovens. Até agora tínhamos um paradigma muito forte no ensino de adultos, esse paradigma continua, mas há um novo desafio”, frisou.

Outra área fundamental que constitui o desafio estratégico do IPOR passa pela actualização dos recursos tecnológicos, com uma atenção à estatística e análise de dados: “um instituto deste tipo que consegue antecipar uma tendência de procura é um instituto que vai dar uma melhor resposta”, defendeu.

Materiais à medida

Por fim, Joaquim Coelho Ramos definiu como prioridade “a organização daquilo que já é a memória do IPOR”, de forma a promover “a preservação, divulgação e disponibilização do acervo da instituição”, e anunciou que depois do guia lexical (um ‘dicionário’ altamente especializado dedicado a uma área específica) de conversação português-vietnamita, o IPOR está prestes a lançar outros. “Temos trabalhado em guias lexicais para a área da saúde, contabilidade e auditoria (…) e agora está para breve a apresentação pública do guia lexical para o jornalismo e para a administração”, avançou Joaquim Coelho Ramos. “A muito breve prazo, estamos a falar de uma semana, semana e meia, [será divulgado] um para o sector do turismo”, indicou.

Joaquim Coelho Ramos esclareceu que os guias “já estão produzidos, falta a data da apresentação pública”. O investimento na produção destes guias, com termos contextualizados, mas também expressões e por vezes frases focadas em temas e áreas de trabalho específicas, são importantes no âmbito da “aplicação no terreno” da língua portuguesa e no “desenvolvimento pessoal entre os professores e os alunos”, acrescentou. A atenção ao produto final, de uma forma muito pragmática, está ilustrada num detalhe, assinalou: “o guia lexical para a saúde foi impresso num tamanho que permite ser guardado no bolso da bata de um médico”.

Outra área de trabalho na qual o IPOR se tem focado “é na produção de materiais didácticos, na bibliografia e no digital”, assegurou. A justificação destas apostas é simples, concluiu: “As pessoas estão a olhar para a língua portuguesa como um instrumento pragmático, de acção directa no mercado”.

O IPOR conta com 27 funcionários a tempo inteiro que, com o apoio de algumas colaborações, procuram assegurar a vocação prioritária de promover o ensino da língua portuguesa, com uma vertente complementar focada na acção cultural.

Fundado a 19 de Setembro de 1989 pela Fundação Oriente e pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, o IPOR exerce a sua actividade, além de Macau, em países como o Vietname, Tailândia e Austrália, estando para breve a concretização também de projectos em Pequim, Chengdu e Nova Deli.

19 Set 2019

Exposição | Galeria da residência consular recebe “Pontes Aladas”

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “Pontes Aladas – Exposição Colectiva de Arte Contemporânea Portugal-China” e é a mais recente iniciativa cultural promovida no território pelo Instituto Português do Oriente (IPOR). A mostra será inaugurada a 11 de Setembro pelas 18h00 e tem lugar na galeria da residência consular, junto aos lagos Nam Van.
A ideia é celebrar uma série de datas “no contexto das relações históricas entre Portugal e a República Popular da China, tendo Macau como ponto dinâmico de excelência”, uma vez se celebram os 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, assinalando-se ainda 20º aniversário da constituição da RAEM e os 30 anos da criação do IPOR.
A exposição tem, de acordo com um comunicado oficial, “nomes de marcado relevo no panorama dos dois países”, contando ainda com os apoios da Fundação Macau, do Instituto Cultural de Macau e do Instituto Camões-Instituto da Cooperação e da Língua. A curadoria está a cargo de Adelaide Ginga, numa parceria com o Museu Nacional de Arte Contemporânea.
O mesmo comunicado dá conta que a escolha das obras partiu do princípio da “junção de artistas de ambas as latitudes”. Foram seleccionados “artistas portugueses que tenham desenvolvido, no seu percurso artístico, alguma relação com Macau-China e artistas chineses que, de alguma forma, tenham uma relação com Portugal”.
Neste sentido, o público poderá ter acesso a uma “exposição colectiva que coloca em diálogo artistas dos dois países e a pluralidade da expressão artística, reunindo diferentes abordagens temáticas e variados suportes de apresentação”. A mostra estará patente até ao dia 11 de Outubro.

6 Set 2019

Exposição | Galeria da residência consular recebe “Pontes Aladas”

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “Pontes Aladas – Exposição Colectiva de Arte Contemporânea Portugal-China” e é a mais recente iniciativa cultural promovida no território pelo Instituto Português do Oriente (IPOR). A mostra será inaugurada a 11 de Setembro pelas 18h00 e tem lugar na galeria da residência consular, junto aos lagos Nam Van.

A ideia é celebrar uma série de datas “no contexto das relações históricas entre Portugal e a República Popular da China, tendo Macau como ponto dinâmico de excelência”, uma vez se celebram os 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, assinalando-se ainda 20º aniversário da constituição da RAEM e os 30 anos da criação do IPOR.

A exposição tem, de acordo com um comunicado oficial, “nomes de marcado relevo no panorama dos dois países”, contando ainda com os apoios da Fundação Macau, do Instituto Cultural de Macau e do Instituto Camões-Instituto da Cooperação e da Língua. A curadoria está a cargo de Adelaide Ginga, numa parceria com o Museu Nacional de Arte Contemporânea.

O mesmo comunicado dá conta que a escolha das obras partiu do princípio da “junção de artistas de ambas as latitudes”. Foram seleccionados “artistas portugueses que tenham desenvolvido, no seu percurso artístico, alguma relação com Macau-China e artistas chineses que, de alguma forma, tenham uma relação com Portugal”.

Neste sentido, o público poderá ter acesso a uma “exposição colectiva que coloca em diálogo artistas dos dois países e a pluralidade da expressão artística, reunindo diferentes abordagens temáticas e variados suportes de apresentação”. A mostra estará patente até ao dia 11 de Outubro.

6 Set 2019

Espectáculo de Ricardo Araújo Pereira ganha sessão extra dia 30 deste mês

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) será palco de uma sessão extra do espectáculo do humorista português Ricardo Araújo Pereira, e que acontece no próximo dia 30 de Junho às 18h00. De acordo com um comunicado, a sessão extra acontece dado o “interesse que a realização de um espectáculo do humorista” e também pela “celeridade com que se esgotaram os bilhetes colocados gratuitamente à disposição dos interessados”.

Nesse sentido, a organização da iniciativa “Junho – Mês de Portugal na RAEM” decidiu “dar a oportunidade a mais pessoas de acompanharem o trabalho do também escritor”.

Este segundo espectáculo, também de entrada gratuita, tem produção do Instituto Português do Oriente o apoio da Casa de Portugal em Macau, do Banco Nacional Ultramarino e do Instituto Politécnico de Macau.

O levantamento dos bilhetes para esta segunda sessão, sujeito a um limite de três por pessoa, poderá ser feito a partir do próximo de segunda-feira, 24 de junho, às 10.30h, nas instalações do IPOR (entrada da Rua do Pato). Terão prioridade as pessoas cujo nome se encontra em lista de espera e que não conseguiram bilhete para a primeira sessão por ter sido atingido o limite da capacidade da sala.

20 Jun 2019

Guia de conversação vietnamita-português apresentado em Hanói

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR) apresentou ontem o guia de conversação vietnamita-português durante um colóquio sobre língua portuguesa, que decorre até quarta-feira na Universidade de Hanói.

“O IPOR está a desenvolver uma série de ferramentas na área de publicações de guias lexicais e de conversação, a maior parte deles voltados para fins específicos”, como contabilidade e economia, saúde e jornalismo, afirmou o director da instituição, Joaquim Coelho Ramos, que se deslocou a Hanoi para apresentar o guia a professores e investigadores.

Editado em 2017, quando 180 alunos frequentavam o curso de licenciatura em português naquela Universidade, o “Guia de conversação vietnamita-português” apresenta noções básicas sobre língua portuguesa, vocabulário, estruturas gramaticais próprias, sinalética e gestos e expressões não-verbais documentados com imagens, abordando temas como socialização, alojamentos, estudos, visitas, deslocações, sair e fazer compras.

O desenvolvimento de materiais didácticos é também uma das prioridades do IPOR para a nova delegação em Pequim, resultante do protocolo agora assinado entre o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e a Sociedade de Jogos de Macau S.A., disse.

“Gostávamos que a delegação [arrancasse] em Setembro ou Outubro, mas depende de um concurso que vai ser lançado para seleccionar o delegado”, afirmou o responsável.

Aquele protocolo, firmado aquando da visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a Macau, em 1 de Maio passado, visou a constituição de um fundo para apoiar a difusão e promoção da língua portuguesa na República Popular da China.

Esta delegação vai ter como “conteúdos funcionais”, além da produção de material didáctico adequado às especificidades da China continental, “a formação contínua de professores” e o desenvolvimento de “actividades de intervenção cultural”.

“É nossa intenção que o delegado se desloque, dentro das suas possibilidades, para dar apoio às instituições que são cada vez mais”, disse Joaquim Coelho Ramos, numa referência ao ensino do português na China, actualmente a decorrer já em 48 universidades chinesas.

“Uma vez cumprido este núcleo muito voltado para a língua portuguesa”, o delegado vai desenvolver “actividades de intervenção cultural, sempre em articulação com a embaixada de Portugal”, já que “é um mecanismo essencial associar a cultura à língua para facilitar as aprendizagens”, explicou.

Ainda ao abrigo deste fundo, o IPOR vai desenvolver uma presença em Chengdu, na província de Sichuan (centro). Joaquim Coelho Ramos afirmou que “há já algum tempo” que o IPOR se desloca àquela cidade chinesa para dar aulas de português a médicos, enfermeiros e técnicos de planeamento familiar do Centro Internacional de Formação na área da Saúde e do Planeamento Familiar.

Estes técnicos integram as dinâmicas de cooperação e desenvolvimento da China junto dos países lusófonos, indicou. “Com esta nova ferramenta financeira, vai ser possível aprofundar essa colaboração e criar um centro de língua e cultura portuguesa, o que também vai facilitar muito a formação”, acrescentou.

O IPOR lançou recentemente um laboratório digital de línguas, um recurso tecnológico “que permite aumentar os níveis de sucesso no ensino das línguas estrangeiras”, uma vez que os professores podem fazer “um ensino mais individualizado” e acompanhar “através da consola central a evolução dos alunos”, afirmou.

Este laboratório tem capacidade para 25 alunos em simultâneo, e possibilita também o treino auditivo “muito importante para articular as palavras uma vez que são línguas muito diferentes”, disse.

Além da valência no ensino-aprendizagem, o laboratório permite explorar a área da investigação. “Através de resultados que podem ser computados ao longo da aula, o professor pode recolher elementos que permitem acompanhar a evolução do aluno”, ao mesmo tempo que permite compilar “elementos estatísticos que vão ajudar a instituição a acomodar necessidades específicas dos alunos”.

Joaquim Coelho Ramos adiantou que o IPOR vai “abrir o laboratório à colaboração de escolas de Macau, em articulação com a DSEJ [Direcção dos Serviços de Educação e Juventude] ou com o centro de difusão de línguas, parceiros institucionais do instituto”.

Este laboratório decorre “de um apoio” da região administrativa especial chinesa, sendo “de toda a justiça” que seja colocado à disposição do território”, o que também vem reforçar a vontade do IPOR de “servir de elo de ligação de todas as comunidades”, sublinhou.

8 Mai 2019

Congresso internacional dedicado ao português em Novembro

[dropcap]P[/dropcap]rofessores e investigadores de todo o mundo vão reunir-se em Macau, em Novembro, para um congresso internacional dedicado à língua portuguesa, disse ontem à Lusa o director do Instituto Português do Oriente (IPOR).

“Podemos esperar um grande encontro de lusitanistas, de nível mundial, não só dos países lusófonos, como de outras regiões”, afirmou Joaquim Ramos, sublinhando a “dimensão global” do evento.

O congresso “Macau e a língua portuguesa: Novas pontes a Oriente”, organizado em conjunto pelo IPOR e pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), vai realizar-se entre 27 e 29 de Novembro, num ano de várias celebrações. “Estamos a organizar isto em colaboração com Instituto Politécnico de Macau, onde vamos incluir também as celebrações dos 30 anos do IPOR, portanto acho que fazia sentido incluir aqui uma dimensão mais científica”, indicou.

Neste sentido, o congresso vai “reunir professores, investigadores, editores e pessoas ligadas à cultura”, para partilharem as suas pesquisas sobre temas relativos à língua portuguesa, disse Joaquim Ramos, sem adiantar nomes.

2 Abr 2019

IPOR | Bru (Margarida) Junça conta estórias portuguesas em Abril

[dropcap]E[/dropcap]stá de regresso a iniciativa do Instituto Português do Oriente (IPOR) intitulada “Ler, Escrever, Contar”. Este ano o evento é protagonizado pela autora Bru (Margarida) Junça, que estará em Macau entre os dias 1 a 5 de Abril para contar estórias em língua portuguesa.

A autora é natural da cidade de Évora e vai estar presente em cinco sessões de leitura, que vão decorrer na Escola Portuguesa de Macau, Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, Escola Primária Luso-Chinesa da Flora, Escola Luso-Chinesa da Taipa e Escola Oficial Zheng Guanying. Um total de 500 crianças irão participar nesta iniciativa, que inclui ainda várias sessões com formandos dos cursos do IPOR e duas sessões públicas no dia 5 de Abril, a decorrer na Livraria Portuguesa, destinadas a crianças e adultos.

O IPOR considera que “as acções de narração de contos com contadores portugueses têm mostrado ser uma boa metodologia para desenvolver o contacto com a língua portuguesa, nomeadamente através de estímulos à imaginação dos ouvintes que, não raras as vezes, são também participantes activos”.

28 Mar 2019

IPOR é “instrumento fortíssimo” para divulgar português, diz presidente do Instituto Camões

[dropcap]A[/dropcap] China está disposta a investir “fortemente, com recursos humanos e financeiros” no ensino do português e será um “bom parceiro nessa área”, disse hoje em entrevista à Lusa o presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua portuguesa.

“É evidente que a China, como uma grande potência, tem interesses no Brasil e em África e, por isso, quer expandir o seu conhecimento da língua portuguesa e nós, conhecendo isso, tentamos com a nossa oferta ir ao encontro dessa procura”, afirmou o embaixador Luís Faro Ramos, que este mês completou um ano como presidente do Camões.

Com o Instituto Português do Oriente (IPOR), controlado pelo Camões e Fundação Oriente, em Macau, Faro Ramos considera que Portugal tem “um instrumento fortíssimo” de divulgação da língua portuguesa na região. “E não estamos a falar só na China, mas em toda a região da Ásia Pacífico”, ressalvou.

Segundo o embaixador, neste momento há mais de 30 universidades chinesas que querem ensinar o português.

“O interesse pelo português na China explodiu. O IPOR ajuda muito com o seu corpo de cerca de 20 professores e tem parcerias com instituições de Macau e da China. E seguramente os números do ensino da língua vão crescer muito”, afirma.

A visita de Xi

Faro Ramos falava à Lusa em vésperas da visita do Presidente chinês a Portugal, que se realiza entre os dias 4 e 5 de Dezembro.  “Há uma constatação, que penso que vai ser reforçada, quando o Presidente da China vier a Portugal, da importância para a China da aprendizagem da língua portuguesa”, adiantou o presidente do Camões, que referiu que não está prevista a assinatura de acordos neste domínio.

Para Faro Ramos, 2019 vai ser mesmo “o ano da China” em vários aspectos: depois de este ano terminar com a visita do Presidente chinês a Lisboa comemoram-se no próximo ano os 20 anos da passagem da administração de Macau de Portugal para a China. Mas não é só pela China que os números do ensino do português pelo mundo vão crescer.

“O Zimbabué foi um dos países que manifestou interesse em que o português passe a fazer parte dos currículos de ensino nas suas escolas públicas”, revelou o presidente do Camões.

Em 2018, o português foi integrado no ensino escolar na Venezuela e em breve vai integrar os currículos escolares da Argélia. E está a caminho também das escolas da África do Sul, disse, referindo ainda a Costa do Marfim como outro país onde o português passará a ser ensinado nas escolas.

Isto acontece, assegura, sem um esforço financeiro adicional para o Estado português. “O que é fantástico, porque é um assumir por parte das autoridades que recebem o português da importância da nossa língua. Hoje, o português é uma língua global com valências na área da ciência, da economia e da cultura”, afirmou.

30 Nov 2018