Herança | Mulher e cúmplices detidos por falsa declaração

Uma mulher de 70 anos, residente, preencheu uma falsa declaração sobre os bens do irmão falecido para se tornar na única herdeira, tendo sido detida juntamente com mais três cúmplices. Segundo o jornal Ou Mun, o irmão da detida morreu em 2016, altura em que esta tratou das burocracias inerentes ao funeral na casa dele, tendo descoberto o cartão de um dos cúmplices da falsificação, de apelido Lok.

A mulher contactou Lok para dar apoio aos assuntos relacionados com o falecido, tendo sido informada de que este detinha em Macau três imóveis, tendo proposto o pagamento de um milhão de patacas a Lok para a ajudar a preencher uma falsa declaração. Lok arranjou então mais três cúmplices para que, juntos, assinassem um documento no cartório que confirmava a mulher como única herdeira.

O falecido tinha, contudo, um sobrinho que era o herdeiro legal, que só descobriu a existência de uma herança no ano passado. Suspeitando estar a ser prejudicado, o homem denunciou a situação às autoridades. O caso já foi encaminhado para o Ministério Público, sendo a mulher e os restantes cúmplices suspeitos da prática de crime de burla com valor elevado e falsificação de documentos. A PJ está ainda em busca de um suspeito em fuga, o terceiro cúmplice que se juntou a Lok.

25 Jan 2024

“Os Resistentes – Retratos de Macau” #5

“Os Resistentes – Retratos de Macau” de António Caetano Faria • Locanda Films • 2014


Realizador e Editor: António Caetano Faria
Produtores: Tracy Choy e Eliz L. Ilum
Câmara e Cor: Gonçalo Ferreira
Som: Bruno Oliveira
Assistente de Câmara: Nuno Cortez-Pinto
Editor Assistente: Hélder Alhada Ricardo
Sonorização e Mistura de Som: Ellison Keong
Música: Orquestra Chinesa de Macau – “Capricho Macau” de Li Binyang
27 Jan 2017

“Os Resistentes – Retratos de Macau” #4

“Os Resistentes – Retratos de Macau” de António Caetano Faria • Locanda Films • 2014


Realizador e Editor: António Caetano Faria
Produtores: Tracy Choy e Eliz L. Ilum
Câmara e Cor: Gonçalo Ferreira
Som: Bruno Oliveira
Assistente de Câmara: Nuno Cortez-Pinto
Editor Assistente: Hélder Alhada Ricardo
Sonorização e Mistura de Som: Ellison Keong
Música: Orquestra Chinesa de Macau – “Capricho Macau” de Li Binyang
17 Dez 2016

“Os Resistentes – Retratos de Macau” #3

“Os Resistentes – Retratos de Macau” de António Caetano Faria • Locanda Films • 2014


Realizador e Editor: António Caetano Faria
Produtores: Tracy Choy e Eliz L. Ilum
Câmara e Cor: Gonçalo Ferreira
Som: Bruno Oliveira
Assistente de Câmara: Nuno Cortez-Pinto
Editor Assistente: Hélder Alhada Ricardo
Sonorização e Mistura de Som: Ellison Keong
Música: Orquestra Chinesa de Macau – “Capricho Macau” de Li Binyang
20 Nov 2016

“Os Resistentes – Retratos de Macau” #2

“Os Resistentes – Retratos de Macau” de António Caetano Faria • Locanda Films • 2014


Realizador e Editor: António Caetano Faria
Produtores: Tracy Choy e Eliz L. Ilum
Câmara e Cor: Gonçalo Ferreira
Som: Bruno Oliveira
Assistente de Câmara: Nuno Cortez-Pinto
Editor Assistente: Hélder Alhada Ricardo
Sonorização e Mistura de Som: Ellison Keong
Música: Orquestra Chinesa de Macau – “Capricho Macau” de Li Binyang
24 Out 2016

“Os Resistentes – Retratos de Macau” #1

Sapataria Wong Lam Kei • 1946

“Os Resistentes – Retratos de Macau” de António Caetano Faria • Locanda Films • 2014


Realizador e Editor: António Caetano Faria
Produtores: Tracy Choy e Eliz L. Ilum
Câmara e Cor: Gonçalo Ferreira
Som: Bruno Oliveira
Assistente de Câmara: Nuno Cortez-Pinto
Editor Assistente: Hélder Alhada Ricardo
Sonorização e Mistura de Som: Ellison Keong
Música: Orquestra Chinesa de Macau – “Capricho Macau” de Li Binyang
17 Out 2016

Dois pontos

[dropcap style=’circle’]1.[/dropcap] Dei umas voltas por várias cidades da Ásia, grandes e pequenas, mais ou menos modernas. Depois voltei a Macau. E, ao olhar à volta, cheguei a uma conclusão: por aqui não existem turistas. As estatísticas bem me podem gritar que entram 15 milhões por ano. Eu não acredito. E não acredito porque sou como São Tomé. E a verdade é que não os vejo.

É bem possível que Macau provoque nas pessoas estranhos comportamentos. Até aí ainda vou. Mas que os turistas aqui entrem e não vão a lado nenhum, não passeiem, não estejam nos restaurantes, não saiam à noite, desculpem mas isso não engulo. Quero ver os turistas, quero vê-los nas esplanadas, nas lojas, nos restaurantes e nos bares. Como acontece em todas as cidades do mundo.

Logo, quem são os 15 milhões que entram pelas fronteiras? Fácil: alguns são jogadores – a maior parte vem, como sempre veio, de jet foil; outros são uns senhores que têm um comportamento bizarro que consiste em desenvolver uma fixação/paixão por passar fronteiras para lá e para cá. Quem sou eu para julgar as obsessões alheias? Cada um faz o que quer com o seu tempo e se em Macau existe tanta gente a atingir o clímax ao mostrar o passaporte na fronteira, porque não aceitar tão deslocada mas inofensiva mania? A mim só me prejudica na medida em que alonga a fila do lado da China. Mas… nada de grave. Dá para aguentar com um mandarínico sibilar nos lábios.

Aliás, o turismo bem que podia fomentar uma daquelas campanhas que dá prémios, mas desta vez à própria população. Quem encontrar um turista fora das hordas e o apresentar na Praça do Senado, tem direito a uma ida à Torre (de Pisa). Enfim.

[dropcap style=’circle’]2.[/dropcap] Vi num filme um rapazito que mordiscava uma maçã acabada de arrancar de sua original árvore. Não se tratava de um pomar mas de uma dessas árvores semi-selvagens, que se esforçam por crescer e cujos frutos exalam o olor inexcedível desse trabalho. Pensei então que cada vez menos crianças terão acesso a este deleite, simplesmente porque essas árvores são cada vez mais raras. Basta tentar comprar fruta verdadeira em Macau para compreender esta situação. As maçãs não têm sabor, as peras são aguadas. Quanto a pêssegos, uma verdadeira desgraça. Onde estão aqueles exemplares a desfazerem de sumo e vibrantes odores nas nossas bocas? Algures no mundo, talvez, mas não nos escaparates locais. E o que aqui é verdade repete-se em quase todas as cidades do mundo, mantendo a garotalha na mais perfeita ignorância das coisas boas e simples do mundo.

Pensei depois que as gentes de antigamente, as que iam ao mercado e tinham dinheiro para pagar a boa fruta se calhar nem lhe davam valor. Estas coisas são assim. Provavelmente, sou eu e outros que, na falta, gabamos as suas qualidades que qualificamos de excelsas, quando para os antigos não passavam de uma banalidade. Não deixemos, portanto, de apreciar com reverência as nossas actuais banalidades. O seu destino é fazer as delícias dos vindouros. Quando faltarem, sobretudo.

20 Nov 2015