BNU | Alerta para fraudes na internet

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) alertou para a existência de páginas fraudulentas na Internet e redes sociais que se fazem passar pelo banco para supostamente oferecer empréstimos na hora.
Numa nota publicada no portal do BNU, o banco disse acreditar que estas páginas “publicitam serviços de empréstimo imediatos como meio de solicitação para atrair clientes”. O BNU aconselhou os clientes a ligarem para o banco ou pedirem ajuda à polícia, se encontrarem “‘websites’, anúncios ou mensagens suspeitas”.
A Autoridade Monetária de Macau (AMCM), regulador financeiro local, indicou que o público deve “ter cuidado com páginas da Internet, redes sociais e comunicações bancárias falsas para evitar ser enganado e sofrer perdas desnecessárias”.
As burlas com recurso às telecomunicações e à Internet em Macau subiram 59,4 por cento em termos anuais nos primeiros nove meses de 2023 e provocaram perdas superiores a 200 milhões de patacas.
De acordo com dados divulgados, em Dezembro, pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, as autoridades policiais de Macau registaram 872 burlas cometidas através do telefone ou online entre Janeiro e Setembro, mais 325 casos do que em igual período de 2022. Grande parte das burlas (599, mais 29,7 por cento) aconteceram com recurso à Internet, embora o maior aumento tenha ocorrido nas burlas telefónicas (273), que mais do que quadruplicaram.

10 Fev 2024

Mulher defraudada em romances online perde 570 mil patacas

Entre Junho de 2020 e Janeiro deste ano, uma mulher de Macau foi defraudada em 570 mil patacas na sequência de burlas online. De acordo com a Polícia Judiciária, a vítima é uma residente desempregada, na casa dos trinta anos.

Em Junho do ano passado, conheceu um alegado burlão numa rede social que disse ser empreiteiro a trabalhar na Malásia. Após três meses de conversa, o sujeito terá pedido um empréstimo à vítima para comprar ferramentas. Entre Outubro e Janeiro, os pedidos continuaram e ascenderam a 14.800 dólares norte-americanos.

Em Novembro do ano passado, a vítima terá conhecido online outro homem, que se apresentou como um engenheiro britânico. Ao longo das conversas, a mulher disse que o apartamento que arrendava iria regressar ao dono e que estava à procura de casa. O indivíduo terá, então, afirmado que iria meter dinheiro para comprar uma propriedade na RAEM.

Mais tarde, a vítima recebeu mensagens de alguém que se identificou como funcionário de um banco que lhe pediu dinheiro para cobrir o seguro, e outras despesas, para a remessa de dinheiro ser enviada. No total, a vítima desembolsou 449.640 dólares de Hong Kong neste segundo caso.

17 Mar 2021

Fraude | Empresário a viver em Macau condenado em Portugal

O Tribunal de Coimbra deu como provado que um português a viver em Macau lesou o Estado português num valor de 500 mil euros, através de uma fraude com fundos europeus e a insolvência dolosa de uma empresa de impressoras

 

O Tribunal de Coimbra condenou um empresário a residir em Macau a seis anos de prisão por fraude com fundos europeus e insolvência dolosa de uma empresa de impressoras. Os crimes lesaram o Estado português em mais de 500 mil euros (4,8 milhões de patacas) e a decisão foi conhecida na sexta-feira.

De acordo com a notícia da Lusa, a juíza que presidiu ao colectivo, Ana Gordinho, considerou os “factos gravíssimos” e, “infelizmente” recorrentes, salientando que “muita gente, enquanto gerente, se esquece que tem que fazer tudo em prol da sociedade”.

O principal arguido, um empresário de 43 anos que está a viver em Macau, foi condenado a uma pena efectiva de seis anos de prisão pela prática de fraude na obtenção de subsídio e insolvência dolosa, assim como a uma sanção acessória de proibição de receber subsídios ou subvenções por parte de entidades públicas durante quatro anos.

O sócio da empresa, criada em 2003 e declarada insolvente em 2014, era acusado pelo Ministério Público de lesar o Estado em mais de meio milhão de euros.

O pai do arguido, que era também acusado dos mesmos crimes, acabou por ser absolvido pelo Tribunal de Coimbra, por ter sido dado como provado que, embora sócio da empresa, não exercia qualquer cargo na firma, nem tomava qualquer decisão.

A juíza Ana Gordinho recordou que o principal arguido confessou quase todos os factos durante o julgamento, mas justificou, no que toca à insolvência dolosa, que os bens que vendeu à margem da lei foram para pagar a credores, algo que o colectivo de juízes considerou que não era “minimamente credível”.

Outros envolvidos

No julgamento, foi também condenado o empresário de Santarém que, no âmbito do projecto de fundos comunitários, vendeu ao arguido uma impressora e um programa, por um total de 775 mil euros, quando valiam apenas 257 mil euros, permitindo assim aumentar ficticiamente o valor dos equipamentos, recebendo uma contrapartida financeira para o efeito.

Este arguido foi condenado a uma pena suspensa de quatro anos de prisão, com regime de prova que o obriga a uma entrega de 2.500 euros de três em três meses, durante todo o período da suspensão da pena.

O empresário de Santarém foi ainda condenado à proibição de receber subsídios ou subvenções por parte do Estado ou entidades públicas durante quatro anos.

Já as suas duas empresas, também arguidas no processo, foram condenadas ao pagamento de duas multas de 25.500 euros e 10.200 euros.
Um funcionário da empresa de impressoras que terá ajudado no processo de insolvência dolosa foi condenado a dois anos de pena suspensa e ao pagamento de 8.500 euros até ao fim do prazo da suspensão da pena.

Dois empresários também tidos como cúmplices na insolvência dolosa foram condenados cada um a dois e três meses de prisão suspensa.
O principal arguido, o empresário de Santarém e as suas duas empresas foram ainda condenados a pagar solidariamente ao Estado 642 mil euros.

A juíza esclareceu que, no caso do empresário de Santarém, ao pagar uma indemnização como condição de suspensão da pena esse valor é descontado nos valores perdidos a favor do Estado.

8 Fev 2021

PJ | Alegada fraude leva a assalto em casa de banho de casino 

[dropcap]T[/dropcap]rês pessoas assaltaram um homem depois de terem sido, alegadamente, defraudadas em 50 mil dólares de Hong Kong num esquema de câmbio de dinheiro. Segundo informações da Polícia Judiciária (PJ), o caso aconteceu este sábado, quando a vítima, de apelido Zhao, cidadão chinês com 39 anos, disse às autoridades ter sido assaltado no interior da casa de banho de um casino. Zhao disse não conhecer os autores do assalto, que culminou na perda de um relógio, telemóvel, cartão de identificação, cartões bancários e algum dinheiro.

A PJ adiantou ainda que os assaltantes despiram a vítima e forçaram-no a partilhar os códigos dos cartões bancários. Dois dos suspeitos, de apelido Hu e Sheng, também cidadãos chineses, foram interceptados com a ajuda das câmaras de videovigilância do casino, que ajudaram ainda à detenção de um terceiro suspeito, de apelido Yuen, também cidadão chinês.

Segundo a PJ, “todos eles admitiram ter cometido sequestro e assalto tendo, no entanto, acusado a vítima de os defraudar em 50 mil dólares de Hong Kong num esquema de câmbio de dinheiro”. Zhao terá recusado dar o dinheiro aos três suspeitos.

A PJ descobriu posteriormente que Zhao tentou defraudar os suspeitos, tendo, por isso, sido agredido por outros três envolvidos no caso. A PJ vai continuar a investigar o caso como fraude e não assalto, estando em busca das três pessoas que agrediram Zhao. A PJ continua também em busca do rasto do dinheiro envolvido.

Além da alegada fraude e assalto, a PJ descobriu ainda 11 pessoas, com idades compreendidas entre os 30 e os 40 anos, no quarto de hotel de Yuen. Estas pessoas foram levadas para a esquadra para “o acompanhamento” do caso e “deportação”.

1 Dez 2020

Banco britânico HSBC permitiu transferência fraudulenta de milhões de dólares através de Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap] banco britânico HSBC permitiu que fossem transferidos milhões de dólares para todo o mundo de forma fraudulenta, mesmo depois de ter tomado conhecimento da fraude, de acordo com documentos secretos revelados, divulgou ontem a BBC. A entidade bancária, a maior do Reino Unido, transferiu dinheiro através do seu negócio nos Estados Unidos para contas do HSBC em Hong Kong em 2013 e 2014, segundo informação de um ficheiro confidencial.

Os documentos foram ‘libertados’ no portal Buzzfeed e partilhados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, do qual o programa britânico Panorama liderou a investigação para o canal público britânico BBC.

Esta cadeia indicou hoje que os ficheiros agora revelados detalham qual foi o papel do banco numa fraude de investimento avaliada em 80 milhões de dólares. O HSBC tem sempre sustentado que cumpriu as suas obrigações legais na hora de denunciar a fraude.

Os documentos mostram também que o golpe de investimento – conhecido como esquema Ponzi – começou pouco depois de o banco britânico ter sido sancionado com uma multa de 1.400 milhões de libras (1.900 milhões de dólares) nos Estados Unidos por operações de branqueamento de dinheiro, altura em que se comprometeu a erradicar este tipo de práticas.

De acordo com a BBC, alguns dos advogados de investidores que foram enganados nestas operações consideraram que a entidade deveria ter adotado medidas mais precoces para encerrar as contas dos responsáveis da fraude.

Os ficheiros FinCEN incluem 2.657 documentos, entre os quais figuram 2.100 relatórios de atividades suspeitas (SAR, na sigla inglesa), que incluem informação sobre transações que levantam suspeitas aos próprios bancos.

Estes enviam estas informações para as autoridades se suspeitarem que os seus clientes estão a incorrer em atividades ilícitas e se tiverem evidências de práticas de atividade criminosa devem devem ‘congelar’ o movimento do dinheiro.

Esta fuga de informação mostra como decorreu o branqueamento de capital em alguns dos maiores bancos do mundo e como os criminosos utilizaram empresas britânicas anónimas para ocultar o dinheiro.

20 Set 2020

Detidas 12 pessoas por fraude com vales de saúde

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades policiais desmantelaram uma rede complexa que se dedicava à fraude com vales de saúde, que rendeu 9 milhões de patacas, desde Maio do ano passado. No total, foram detidas 12 pessoas, num esquema que envolveu o uso de documentos de identificação de mais de 11 mil residentes.

O caso tem como epicentro uma clínica médica na Areia Preta e duas lojas situadas no bairro do Iao Hon, uma de produtos de medicina tradicional chinesa e outra de mariscos secos.

As autoridades começaram por suspeitar da clínica devido ao grande volume de vales de saúde usados no ano passado, em particular um dia em que deram entrada no sistema 27 vales numa hora. A investigação levou às lojas no Iao Hon e à suspeita de que mais de 11 mil pessoas cederam os seus BIR para a aquisição de vales. Para já, de acordo com o canal chinês da TDM – Rádio Macau, as autoridades não descartam a hipótese de investigar quem cedeu a identificação com dolo criminal.

A loja de produtos secos e o estabelecimento de produtos de medicina tradicional chinesa recolhiam a identificação de residentes, incluindo cliente que muitas vezes usam este método para pagar compras, e de seguida adquiriam vales de saúde que eram usados na clínica da Areia Preta.

De acordo com as autoridades, é presumido que o médico depois de receber o vale de saúde reembolsava os lojistas com 70 por cento do valor e que, no total, terá assim apurado 1,8 milhões de patacas.

22 Abr 2020

Crime | Turistas a caminho de Macau e Hong Kong vítimas de burla

O Conselho do Consumidor de Shenzhen está a analisar queixas de pessoas que compraram pacotes turísticos para Macau e Hong Kong durante o Ano Novo Chinês. As denúncias vão desde a captura de documentos de identificação em troca de compras avultadas a hotéis que afinal são beliches em caves. A DST revela que não recebeu queixas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho do Consumidor de Shenzhen publicou um relatório na semana passada que revelava a recepção de 26 queixas de cidadãos do Interior da China que terão sido defraudados em visitas turísticas realizadas a Macau e Hong Kong durante o período do Ano Novo Chinês.

Segundo uma notícia publicada no South China Morning Post, as queixas resultaram da compra online de pacotes turísticos que às duas regiões especiais, para férias entre os dias 4 e 10 de Fevereiro. Os turistas queixosos foram atraídos por anúncios de agências turísticas no motor de busca Baidu, que terá atestado a idoneidade do serviço. Porém, as agências de turismo, além de não estarem licenciadas, acabaram por conduzir os turistas para esquemas fraudulentos. Segundo o jornal diário de Hong Kong, as queixas são maioritariamente provenientes de turistas fora da província de Guangdong e 90 por cento encontraram as excursões de Ano Novo Chinês online.

Por cá, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) esclareceu ao HM que, durante o período de 4 a 10 de Fevereiro de 2019, “não recebeu nenhuma queixa ou consulta sobre operações de agências de viagens não licenciadas”.

Beliches e joias

Um dos casos reportados dá conta de uma mulher, de apelido Yu, que comprou uma viagem de cinco dias para as duas regiões administrativas especiais. Quando chegou à região vizinha, o guia disse-lhe que os planos para visitar pontos turísticos tinham sido cancelados. Em vez disso, Yu foi encaminhada para um dia de compras. Para esfregar sal na ferida, o hotel de 3 estrelas que, supostamente, tinha reservado era, afinal, um beliche na cave de um edifício residencial.

Outro caso divulgado pelo South China Morning Post, relata a experiência de uma turista, de apelido Liu, que pagou 7600 yuan para os mesmos cinco dias de viagem às regiões administrativas especiais. Assim que chegou a Hong Kong, Liu terá sido forçada pelo guia turístico a comprar peças de joalharia e chocolates. O “incentivo” extra para as compras foi o facto do guia lhe ter confiscado o cartão de identificação até a turista ter gasto um determinado montante.

Ambos os casos são exemplos do que se passou na maioria das queixas recebidas pelo Conselho do Consumidor de Shenzhen. Os queixosos viram anúncios publicitários a pacotes turísticos no Baidu, que supostamente eram vendidos pela conceituada China International Travel Service (CITS). Quando clicavam no anúncio eram encaminhados para o site de uma agência diferente da publicitada.

“Tendo em conta que o servidor da plataforma de pesquisa do website se encontra localizado fora da RAEM, e que também não há indícios de que o local de operação da plataforma e os factos em causa se encontrem na RAEM, fogem ao âmbito de acção desta da DST”, esclarecem os serviços liderados por Helena de Senna Fernandes.

Em resposta às alegações, o Baidu revelou estar a investigar as queixas divulgadas pelo Conselho do Consumidor de Shenzhen que indicam que o motor de busca publicita falsas agências turísticas que defraudaram turistas em vias de visitar Macau e Hong Kong durante o Ano Novo Chinês. “Formámos uma equipa para investigar todas as actividades que violem leis e regulamentos”, referiu a empresa em comunicado, acrescentando estar a cooperar com a entidade fiscalizadora de Shenzhen de forma a “assegurar os direitos dos consumidores”.

O Conselho do Consumidor de Shenzhen esclareceu ainda que a CITS recebeu 463 queixas em 2018, 394 das quais referentes a agências turísticas falsas.

A DST garante que “em caso de suspeitas de violações da lei serão recolhidas provas, investigadas as causas, e sancionadas de acordo com a lei. Para os casos que envolvem agências de viagens do Interior da China, a DST comunicará às autoridades do turismo do Interior da China”.

6 Mar 2019

Crime | Vinte residentes enganados por fraude com cartão de crédito

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polícia Judiciária (PJ) recebeu denúncias de 20 residentes na sequência de um caso da fraude com cartão de crédito. As vítimas alegam ter descoberto transacções feitas com o seu cartão de crédito sem o seu consentimento, que atingiram um valor total de 16 mil dólares americanos. De acordo com o Jornal do Cidadão, a investigação da PJ revela que o caso está relacionado com uma página turística em que as vítimas utilizaram o seu cartão de crédito para fazer compras de aplicações de telemóvel e bilhetes de avião. A PJ está a dar seguimento ao caso.

31 Ago 2018

Hong Kong | Fraude leva mulher a casar com desconhecido

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma mulher de Hong Kong, de 21 anos, que procurava o seu primeiro emprego na indústria da beleza, acabou casada com um desconhecido, cidadão chinês, vítima de fraude. O caso, revelado pelo jornal South China Morning Post, ilustra aparentemente como cidadãos do continente chinês procuram casar com pessoas de Kong Kong, visando assegurar a autorização de residência na cidade.

Citada pelo jornal, a mulher explicou que começou por se candidatar a um emprego como maquilhadora, anunciado no Facebook.

Após o contacto inicial, os recrutadores propuseram, no entanto, que trabalhasse no planeamento de festas de casamento, que incluía um curso de formação gratuito, em Hong Kong, e um teste final, na província chinesa de Fujian. O teste incluiu a simulação de um matrimónio com um homem da mesma faixa etária, em que ela figurou como esposa e assinou um documento do Governo local, selando oficialmente o matrimónio.
Os recrutadores garantiram-lhe que não havia problema, porque conheciam o presidente da câmara daquela cidade e “anulariam o [registo de matrimónio] depois”, conta a vítima.

Quando a jovem regressou a Hong Kong, uma amiga convenceu-a de que se tratava de uma fraude, incitando-a a denunciar às autoridades, que confirmaram que o casamento não tinha sido anulado.

Desconhece-se os motivos do esquema, mas os residentes da parte continental da China com um cônjuge de Hong Kong podem solicitar autorização de residência na cidade, o que resulta em vários casos de casamentos fraudulentos.

29 Ago 2018

Ensino | Autoridades negam fraude no exame de acesso à universidade

 

As autoridades da província de Henan, centro da China, determinaram ontem que não houve fraude durante o ‘Gaokao’ chinês, o maior exame de acesso à universidade do mundo, considerado “crucial para a meritocracia chinesa”

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s pais de quatro estudantes denunciaram, na semana passada, que os exames dos filhos foram trocados, acusando as autoridades de “má conduta” e “abuso de poder”. Após reverem os exames dos estudantes e as imagens captadas pelos vídeos de vigilância no centro de exames, as autoridades asseguraram que não ocorreram ilegalidades.
Os pais suspeitavam que os gabinetes de admissão da província tinham trocado as folhas dos exames, após os seus filhos receberem notas muito aquém do que esperavam. Um dos pais, Su Hong, publicou no Wechat, a rede social mais popular do país, fotos das respostas de um exame da sua filha, assegurando que tinham sido adulteradas e que não eram suas. Os pais afirmaram ainda que havia correcções nas respostas que não tinham sido feitas pelos seus filhos.

Operações especiais

Num outro caso difundido a semana passada, seis pessoas foram condenadas na China a penas até quatro anos de prisão por organizarem um esquema fraudulento durante o ‘Gaokao’. Os alunos levaram para o exame transmissores e receptores sem fios, a partir dos quais leram as perguntas a colaboradores fora das instalações, que após consulta transmitiram as respostas.
Uma lei aprovada em 2015 prevê penas até sete anos de prisão em caso de cábulas durante o exame de acesso ao ensino superior.
Pelas contas do Governo chinês, de um total de quase dez milhões de adolescentes que se submeteram ao exame, apenas 3,25 milhões conseguiram entrar na universidade.
Entre aqueles, só alguns milhares terão acesso às universidades de topo do país, que garantem maiores probabilidades de um bom futuro profissional ou académico. De acordo com relatos na imprensa local, os produtos e dispositivos utilizados por cábulas variam entre relógios, auscultadores e t-shirts com receptores, até equipamento usado em espionagem.

14 Ago 2018

Criptomoeda | Fraude no valor 21 milhões de euros terá passado por Macau

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma alegada fraude com moedas virtuais no valor de 21 milhões de euros terá passado por um casino em Macau, através de um esquema montado por uma rede criminosa tailandesa, noticiou ontem o jornal Bangkok Post. O grupo criminoso terá convencido as vítimas a comprarem acções das empresas Expay Group, NX Chain Inc e DNA 2002 Plc com as moedas virtuais bitcoin e Dragon Coins, afirmando que esta última poderia ser usada para investir num casino em Macau. De acordo com o Bangkok Post, de forma a credibilizar o alegado esquema, o grupo tailandês organizou mesmo uma visita a um casino em Macau para convencer as vítimas de que as Dragon Coins poderiam ser usadas para assegurar o investimento. O jornal não especificou qual seria o casino, nem o montante envolvido.
Aarni Otava Saarimaa, milionário filandês de 22 anos que fez muita da sua fortuna através de investimentos em moedas virtuais, e o seu parceiro de negócios, Chonnikan Kaeosali, estão entre as vítimas deste alegado esquema.
A fraude terá acontecido em 2017, tendo já levado à detenção, na semana passada, do conhecido actor tailandês Jiratpisit Jaravijit, de 27 anos, presumivelmente um dos orquestradores do crime.
As autoridades de Macau alertaram, na semana passada, contra o uso das moedas virtuais, ilegais no território, depois de um alegado caso de fraude no valor de 2,2 milhões de euros noticiado pelos órgãos de comunicação locais. De acordo com os jornais locais, cerca de 70 pessoas no território foram alegadamente lesadas ao comprarem este tipo de moedas. A conselheira das comunidades portuguesas Rita Santos terá sido uma das burladas.
Na mesma nota, a Autoridade Monetária de Macau lembrou que já tinha notificado no passado todos os bancos e instituições de pagamentos locais para que não se envolvessem neste tipo de serviços financeiros, já que isso “pode constituir uma eventual violação das disposições do Regime Jurídico do Sistema Financeiro”.

14 Ago 2018

Fraude | Milhões perdidos em empresas de crédito P2P

 

Em Macau ainda se debate o mais recente caso de fraude financeira com o investimento falhado em criptomoeda. No continente, surge outro problema com mais de 1,5 milhões de pessoas a perderem as suas economias depois de contraírem empréstimos em empresas de crédito P2P. Os protestos estão na rua apesar da forte repressão policial

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo chinês está a enfrentar uma onda de indignação por parte de famílias que perderam as suas economias depois de investirem em plataformas online de empréstimos “Peer to Peer” (P2P) que prometiam lucros fáceis e rápidos aos seus investidores. Este tipo de negócio assenta na premissa do investidor que aplica dinheiro numa empresa que por sua vez concede créditos com base nesse capital investido a particulares.
De acordo com uma reportagem divulgada pela CNN, na semana passada, os lesados começaram a sair à rua para protestar e alertar para “uma das vertentes mais obscuras da indústria financeira chinesa”, refere a mesma fonte. Em causa está o consentimento do próprio Governo para com estas empresas de empréstimos à margem do sistema bancário oficial, que permitiu que as plataformas crescessem, algumas mesmo, com o apoio das autoridades centrais. Por ouro lado, a falta de mecanismos de fiscalização sobre as actividades desenvolvidas neste sector impediu a detecção de possíveis acções fraudulentas.
As promessas de retorno na ordem dos dois dígitos foram o isco irresistível que levou milhares de famílias a investirem as suas poupanças em busca da publicitada rentabilização. Com lucros prometidos muito superiores aos fornecidos pelas instituições bancárias oficiais, a tentação em que caíram algumas famílias foi maior que a prudência financeira e o resultado acabou por ser desastroso.
Pequim aumentou, recentemente, a repressão sobre este tipo de plataformas e, sem espaço de manobra, muitas delas fecharam de um dia para o outro. De repente, o país viu-se a mãos com milhares de lesados.
Segundo os dados fornecidos pela CNN, já fecharam no continente mais de 4400 empresas que se dedicavam a empréstimos P2P, desde 2012. O encerramento destas plataformas financeiras acarretou a perda de mais de 11,5 milhões de dólares americanos e lesou 1,2 milhões de pessoas que perderam, desta forma, todo o seu investimento.

Na primeira pessoa

Um gestor de projectos de construção falou da sua experiência à CNN. O homem investiu mais de 275 mil yuan numa plataforma financeira online, a Tourongjia.com, que encerrou no mês passado, sem qualquer aviso. “A primeira reacção foi de incredulidade sobre o que se estava a passar, não acreditava que a plataforma tivesse desparecido. Mas depois tive que aceitar a realidade”, disse o homem de 28 anos à CNN tendo optado por não se identificar com receio de represálias por parte do Governo.
O dinheiro investido incluiu as economias dos seus pais e pessoais que tinha juntado para comprar um apartamento para si e para a sua companheira que estava grávida. Com as poupanças perdidas, o homem agora teme que a família saiba do sucedido. “Os meus pais suicidam-se se souberem, para já, só eu e a minha mulher sabemos o que aconteceu”, referiu.
A Tourongjia.com está agora sob investigação por parte das autoridades. De acordo com um anúncio publicado no site da própria companhia, o presidente desapareceu. Neste momento, estão detidos 13 suspeitos e nenhum contacto da empresa se encontra a funcionar. No entanto, a publicação da Tourongjia.com não adianta qualquer informação no que respeita à devolução do dinheiro aos seus investidores.

Crédito alternativo

Sites como Tourongjia, conhecidos como prestadores de empréstimo P2P, são concebidos para ser uma fonte alternativa de crédito. Na China começaram a ser utilizados, essencialmente, por pequenas e médias empresas que necessitavam de dinheiro. Este segmento da economia atravessava dificuldades para se financiar através do sistema bancário oficial que, tradicionalmente, favorece empresas estatais e outras grandes companhias com ligações políticas privilegiadas, refere a CNN.
Num momento inicial, as plataformas P2P, foram incentivadas pelo próprio Governo, no entanto, e com o seu desenvolvimento, tornaram-se “um íman para a fraude e a criminalidade o que é expectável quando se opera fora do mercado e sem controle oficial”, descodifica o director da consultora de Xangai Kaiyuan Capital, Brock Silvers à CNN.
Com a emergência dos problemas relacionados com os empréstimos P2P, o Governo chinês iniciou um processo de “limpeza” do sector através da implementação de regulamentações rígidas que integram um leque de restrições mais amplas que estão a ser aplicadas ao sector financeiro.
De acordo com uma empesa especialista em monitorizar o sector P2P, a Wangdaizhijia, o número de prestadores de serviços desceu de 218 para 28 entre entre Maio e Julho deste ano.
“As autoridades estão agora mais preocupadas em reprimir o sector porque perceberam que está a ficar completamente fora de controlo” disse à CNN Andrew Collier, director da empresa de pesquisa financeira Orient Capital, em Hong Kong.

Apoios suspeitos

De acordo com o lesado que falou à CNN, o investimento na Tourongjia tinha tudo para parecer uma aposta segura até porque se tratava de uma companhia com apoio do Governo.
Por outro lado, têm sido muitas as notícias entre os meios de comunicação social do continente que mencionam reuniões entre os corpos executivos da empresa em causa e funcionários do Governo local de Hangzhou, onde a Tourongjia estava sediada. Em imagens divulgadas pela mesma fonte pode-se observar as autoridades em visita aos escritórios da Tourongjia e a participarem em jantares promovidos pela mesma. O Governo de Hangzhou não deu qualquer resposta à CNN quando lhe foi pedido um comentário acerca da situação.
Após o colapso da Tourongjia, ainda não se vislumbrou qualquer sinal de que os lesados possam reaver o seu investimento ou que possam ser compensados por terem sido vítimas de fraude. “Na China, a lei apenas protege um pequeno grupo de pessoas – não nós, as massas”, disse o gerente de projectos de construção à CNN. O lesado juntou-se a outras vítima com investimentos perdidos na mesma empresa e fizeram queixa às autoridades nacionais, “mas com pouco sucesso”, cita a mesma fonte.
O banco central da China também se tem mantido em silêncio a este respeito, apesar de ter criticado publicamente “os maus credores” e instado os departamentos governamentais a melhorar a “racionalidade dos investidores em investimentos, empréstimos de alto risco”.

Protesto falhado

Sem nada a perder, as vítimas organizaram uma manifestação em Pequim que, como não é habitual, foi completamente impedida pela polícia mesmo antes de começar. A manifestação que iria decorrer em frente às instalações do Regulador Bancário Nacional foram acertadas via WeChat, que é monitorizada em tempo real pelo Governo Central, apesar deste o negar. No entanto, nas imagens divulgadas, encontra-se um homem à porta de casa, pronto para sair rumo ao protesto e com a polícia à porta à sua espera a impedi-lo de deixar a sua casa. “Tudo aponta que o Governo soubesse destes protestos com antecedência e a resposta policial assim o confirma”, sublinha a CNN.
Entretanto, quem ficou sem dinheiro considera que já perdeu tudo e que mesmo sob ameaça de prisão caso continuem a insistir nos protestos, não há motivos para rendição. Um vendedor de produtos de saúde, de 36 anos, afirmou ter perdido cerca de 1,4 milhão de yuan também com Tourongjia e reitera que os protesto vão continuar. “Precisamos lutar pelos nossos direitos”, disse. “A minha vida está arruinada. Agora, sou como um refugiado financeiro”, rematou.

14 Ago 2018

Criptomoeda | Fundador da ATFPM descontente com uso do espaço da associação

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]recente caso de fraude por investimentos em criptomoeda prejudicou 70 pessoas em Macau, incluindo Rita Santos e o filho, Frederico do Rosário. Rita Santos faz parte da direcção da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), que acolheu, em Janeiro deste ano, várias palestras que promoveram o investimento em criptomoeda, com o título “Forging Dreams with eSports e Sports and cryptocurrency”.
Frederico do Rosário é, de acordo com a sua página na rede social Linkedin, presidente da direcção da associação Growup eSports, que visa promover a indústria dos jogos no território. Foram enviadas várias mensagens a associados e ao público em geral a apelar à participação nestes eventos.
Jorge Fão, fundador da ATFPM e antigo presidente, lamenta que uma entidade que visa defender os direitos dos que trabalham na Função Pública veja o seu nome envolvido neste caso, que está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
“Isto não me incomoda pouco, incomoda bastante”, disse ao HM. “É uma instituição com algum bom passado, interessante, e que foi criada por macaenses e portugueses. Ter chegado onde chegou deixa-me muito triste.”
Jorge Fão confirma os convites feitos através do envio de mensagens de telemóvel. “Sei que várias pessoas foram convidadas, entre as quais alguns amigos meus. Alguns foram, outros não. Convidaram pessoas que têm alguma riqueza para poderem fazer investimento.”
“Achei muito feio e impensado o facto de se terem servido das instalações da ATFPM para fazerem uma coisa daquelas. O processo em si acho que é pueril, pelo que li na imprensa. Como é que seria possível obter um pagamento de 25 por cento de juros por mês? Em quatro meses eu iria recuperar o capital que tinha investido”, acrescentou.
Imagem em causa
Para Jorge Fão, está em causa a imagem e credibilidade da ATFPM, que é presidida pelo deputado José Pereira Coutinho.
“A ATFPM, hoje em dia, só tem mesmo o nome, pois servem-se dela para angariarem todo o tipo de associados e não apenas funcionários públicos. Agora, se se servem da associação para outros eventos, seminários ou palestras, podem vender de tudo, e penso que isso tem de ser filtrado. É evidente que o nome da ATFPM ficou manchado.”
O antigo dirigente, que também foi deputado, deixa claro que a ATFPM dispõe “de muitos contactos”, “não só de associados como de outros; andaram sempre a amealhar estes contactos”. O seu uso, por parte da ATFPM, “pode ser muito variado, e não apenas para a caça aos votos”. “É para outras finalidades também e esta é a prova de uma das finalidades. Isto veio trazer a lume o que nós já sabíamos”, adiantou Jorge Fão.
Contactado pelo HM, José Pereira Coutinho garantiu que a ATFPM nada tem a ver com a fraude e remeteu mais questões para Rita Santos, que durante todo o dia não se mostrou disponível via telefone.
“Tanto a ATFPM como o meu gabinete de atendimento não receberam quaisquer queixas. Não tenho nada a ver com isso. Todos os anos temos centenas de associações e indivíduos que usam as nossas instalações”, disse apenas.

Pedidos e mais pedidos

Não é apenas Jorge Fão que se queixa, uma vez que o assunto tem sido debatido em fóruns online. Uma internauta escreveu ontem no Facebook que “o facto da ATFPM negar o envolvimento, quando apareceu como organizador do evento, ou co-organizador, é fazer dos outros parvos”. “A ATFPM apareceu em material impresso, com logótipo, apareceu no evento no Facebook, e eu recebi o alerta do evento com dados da ATFPM e não da Grow uP eSports a quem supostamente a ATFPM cedeu o espaço. Também recebi pedidos e mais pedidos para uma sondagem para aderir ao investimento”, escreveu a mesma internauta, com quem o HM não conseguiu estabelecer contacto.
Além disso, a internauta recorda que “o próprio email da ATFPM apareceu no material promocional do seminário, não fosse alguém ter dúvidas e querer contactar os organizadores, bem como os contactos telefónicos. E não se envolveram?”.
O HM questionou Frederico Rosário sobre o recurso às instalações da ATFPM, mas este apenas adiantou que já remeteu o caso para as autoridades policiais de Hong Kong. “Fiz queixa deste caso à polícia de Hong Kong e instrui representantes legais para iniciar um processo nos tribunais contra Dennis Lau [empresário de Hong Kong que estará envolvido no caso de fraude]. Com base no conselho dos meus advogados, não vou fazer mais comentários aos media sobre este assunto”, referiu.

8 Ago 2018

Crime | Funcionário utilizava equipamento de escola para falsificar notas

Técnico de manutenção do equipamento informático da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional é suspeito de utilizar a fotocopiadora da escola para falsificar notas de 500 patacas. O homem foi detido pela PJ e a DSEJ vai avançar para a suspensão

 

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m técnico de manutenção dos equipamentos informáticos da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional é suspeito de ter utilizado a fotocopiadora a cores da instituição para imprimir nota de 500 patacas. O dinheiro era depois colocado a circular pelo funcionário, que utilizava as verbas no dia-a-dia e ainda no pagamento de serviços de prostitutas.

Foi através do pagamento com duas notas de 500 a uma prostituta que o homem de 28 anos foi descoberto. A mulher utilizou o montante para pagar uma conta num casino. Nessa altura, foi-lhe dito que as notas eram falsas. Mais tarde, a prostituta indicou à polícia que o homem de 28 anos tinha-lhe pago um serviço com as notas falsas.

Após este caso, a PJ desencadeou operações de investigação, foi à escola e apreendeu um conjunto de notas de 500 patacas falsas, que totalizava quase 300 mil patacas.

O homem é suspeito da prática do crime de contrafacção de moeda que é punido com pena de prisão que vai de 2 a 12 anos.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultural, Alexis Tam, afirmou que o Executivo não tolera comportamentos contrários à lei. “Quero salientar que o Governo tem padrões muito elevados em relação aos nossos funcionários públicos. Todos têm que seguir a legislação em vigor e conhecê-la profundamente. Não podemos deixar que surja nenhum caso nem que qualquer funcionário que se envolvam em práticas contrárias à lei”, sublinhou.

Alexis Tam explicou ainda que só teve conhecimento da situação momentos antes da reunião, depois de ter sido informado pelo director da Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Lou Pang Sak.

DSEJ queria suspensão

Quando os responsáveis falaram com a comunicação social, na manhã de ontem, o suspeito estava a ser questionado pela PJ. Na altura, a DSEJ já tinha instaurado um processo disciplinar e preparava-se para proceder à suspensão do indivíduo.

“Segundo a informação que conhecemos, ele aproveitou as alturas em que a biblioteca estava fechada e pedia ao segurança para entrar, com a justificação que precisava de fazer algum trabalho de manutenção. O segurança deixou-o entrar e terá sido nesses períodos que o eventual crime terá sido cometido”, contou Lou Pang Sak, director da DSEJ.

“Ainda hoje [ontem] vamos apresentar uma proposta ao superior hierárquico [Alexis Tam] para a suspensão. Ele é suspeito, mas mesmo que apenas seja suspeito, temos de prevenir a possibilidade de futuras ocorrências e temos de implementar as medidas preventivas. Vamos propor para aplicar esta medida cautelar”, acrescentou.

Mesmo assim, por prevenção, o funcionário de 28 anos ficou sem acesso às instalações da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional, onde trabalhava desde 2014.

Ainda no que diz respeito ao Governo, o processo vai ser lidado de acordo com o Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública (ETAPM) que estabelece como pena máxima a demissão, caso se prove a conduta incorrecta.

 

Costa Nunes | Relatório até ao final do mês

O relatório da DSEJ sobre o alegado caso de pedofilia no Jardim de Infância D. José Costa Nunes está na fase de conclusão e deverá ser apresentado até ao final do mês, dentro do prazo anunciado anteriormente. A informação foi avançada, ontem, pelo director da DSEJ. “Estamos quase a terminar o trabalho para elaborar o relatório, vai ser apresentado até ao final do mês”, disse Lou Pang Sak.

Investigação | Caso Sam Yuk encerrado

As suspeitas dos alegados casos de abuso sexual na Escola Secundária Sam Yuk não se confirmaram e o caso foi encerrado. “Os estudantes sentiram-se inconfortáveis [com um contacto bastante próximo], mas não houve acções mais agressivas. De acordo com as informações que recebemos, não houve as práticas o publicadas pela comunicação social [abuso sexual]”, frisou. “Comunicámos aos professores que têm de ter muito cuidado face à relação e ao contacto com os estudantes”, acrescentou.

Pak Lei | IAS sem pedidos de apoio

Segundo o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, o Instituto para a Acção Sociais (IAS) não recebeu pedidos de apoio financeiro das famílias afectadas pela explosão de um restaurante no Edifício Pak Lei, na Areia Preta. “Neste momento, segundo a informação dos IAS, ainda nenhuma família pediu apoio financeiro. Mas claro que os Serviços de Saúde estão a prestar apoio em termos dos cuidados médicos para os doentes”, disse Alexis Tam.

6 Jul 2018

Fundador de grupo interessado no Novo Banco julgado por fraude

O fundador do grupo chinês Anbang, que em 2015 foi apontado como candidato à compra do Novo Banco, compareceu ontem em tribunal, por acusações de fraude e uso da sua posição em beneficio próprio

[dropcap]W[/dropcap]u Xiaohui foi detido em 2017 e, em Fevereiro passado, os reguladores chineses assumiram as operações do Anbang Insurance Group, depois de uma vaga de aquisições por todo o mundo ter suscitado dúvidas sobre a origem do dinheiro e a sustentabilidade do grupo.

Wu é acusado de ter angariado de forma fraudulenta fundos no valor de 65 mil milhões de yuan e de abusar do seu cargo em benefício próprio, segundo um comunicado difundido pelo Tribunal Popular Intermédio Nr.1 de Xangai.

A maioria dos julgamentos na China decorre num único dia, mesmo para casos complexos envolvendo crimes económicos. Os veredictos são normalmente emitidos num espaço de dias ou semanas.

Em Agosto de 2015, o grupo Anbang não conseguiu chegar a acordo com o Banco de Portugal para a compra do Novo Banco, numa corrida em que participaram também os chineses do Fosun e o fundo de investimento norte-americano Apollo.

Bater no fundo

Wu, cuja empresa se tornou mundialmente famosa, em 2014, ao comprar o icónico hotel de Nova Iorque Waldorf Astoria, por 1.950 milhões de dólares, é um dos multimilionários mais conhecidos da China. A sua mulher é neta de Deng Xiaoping.

A indústria dos seguros na China foi nos últimos dois anos abalada por vários casos de fraude. Em Setembro passado, o anterior director da Comissão Reguladora de Seguros da China foi julgado por receber subornos, enquanto executivos do sector foram punidos por corrupção e má gestão.

O comunicado do tribunal detalha ainda que Wu é acusado de infringir os limites de capital estipulados pelos reguladores, ao captar 724 mil milhões de yuan a partir de 10,6 milhões de investidores.

Criada em 2004, com sede em Pequim, a Anbang tem mais de 30 mil trabalhadores e activos no valor de 227 mil milhões de euros, segundo o seu ‘site’ oficial.

29 Mar 2018

Hong Kong | Membro do Partido Democrata detido por suspeita de mentir

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] membro do Partido Democrata de Hong Kong que na semana passada disse ter sido raptado e torturado na cidade por agentes da China foi ontem detido por suspeita de prestar falsas declarações à polícia.

“A polícia tem motivos para acreditar que a pessoa em questão forneceu informações falsas para enganar os agentes”, disseram ontem as autoridades em comunicado, citadas pela agência France Press.

Howard Lam foi detido durante a madrugada de ontem, por volta das 3:30, e levado algemado da sua casa, em Ma On Shan, para a esquadra de Hung Hom para investigação, informou a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong.

Os agentes fizeram buscas ao apartamento de Lam durante mais de uma hora e levaram uma série de objectos, incluindo telemóveis, um computador portátil e uns óculos de sol.

Dúvidas em relação ao relato do alegado sequestro emergiram depois de a agência de notícias FactWire ter noticiado uma versão diferente dos acontecimentos na segunda-feira.

A FactWire informou que múltiplas câmaras de videovigilância em Yau Ma Tei desacreditaram a versão da alegada vítima de que tinha sido sequestrado na tarde de quinta-feira passada quando estava a caminho de uma estação de metro, em Pitt Street.

Howard Lam disse na sexta-feira que foi raptado, drogado e torturado um dia antes no bairro de Mong Kok, em Hong Kong, por ter a intenção de fazer chegar à viúva do dissidente chinês Liu Xiaobo uma foto autografada do jogador argentino Lionel Messi.

Howard Lam disse que quando recuperou os sentidos estava numa praia em Hong Kong. Também mostrou as pernas com vários agrafos metálicos dispostos em forma de cruz, algo que atribuiu ao facto de ser cristão.

O membro do Partido Democrata também atribuiu o alegado ataque de que foi alvo a agentes do interior da China, afirmando que os alegados sequestradores falavam mandarim. A língua comummente falada em Hong Kong é o cantonês.

As autoridades chinesas não podem interferir nos assuntos de Hong Kong, que até 2047 é governada ao abrigo do princípio “Um país, dois sistemas”.

O alegado sequestro em Hong Kong de um bilionário chinês no início deste ano e os desaparecimentos em condições misteriosas de cinco livreiros estabelecidos na antiga colónia britânica aumentaram os receios de que Pequim tenha ultrapassado os limites.

Campanha contra esquemas em pirâmide após morte de quatro jovens

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China lançou uma campanha contra esquemas em pirâmide, uma prática fraudulenta em crescimento no país, que resultou na morte de quatro pessoas desde Julho passado, vítimas de grupos criminosos, foi ontem noticiado.

A Administração Estatal para a Indústria e Comércio da China anunciou, em comunicado, que vai cooperar com quatro Ministérios para combater aquele tipo de esquema fraudulento.

A redução consecutiva das taxas de juro no sistema bancário chinês e a volatilidade no mercado bolsista, aliados à incerteza no sector imobiliário, terão atraído cada vez mais investidores chineses para esquemas de angariação ilegal de fundos.

Só no ano passado, a polícia chinesa investigou 2.826 casos de esquemas fraudulentos, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.

Segundo o jornal oficial China Daily, as vítimas entram no esquema atraídas por falsas ofertas de trabalho, sendo mantidas em dormitórios e forçadas a recrutar amigos e familiares.

Desde o mês passado, as autoridades registaram quatro mortes relacionadas com aquela prática fraudulenta, enquanto 230 pessoas no sul do país foram presas, depois de uma rara manifestação nas ruas de Pequim.

O corpo de uma das vítimas foi encontrado no início deste mês, num rio da província de Hubei, no centro do país. Outras duas vítimas foram registadas pelas autoridades do município de Tianjin (nordeste) e uma outra em Shanxi, no norte da China.

Todos os mortos tinham cerca de 20 anos.

Em Dezembro de 2015, as autoridades chinesas desmontaram um esquema gigante, que ludibriou cerca de 900.000 pessoas em mais de 50 mil milhões de yuans.

Em muitos casos, os esquemas mantêm a aparência de empresa legítima, fornecendo informação falsificada sobre transações financeiras e com escritórios nos distritos financeiros das principais cidades chinesas.

16 Ago 2017

Ambiente | Raimundo do Rosário justifica descarregamento de águas residuais

O secretário para os Transportes e Obras Públicas alega que a descarga no mar de águas residuais não tratadas foi algo que tinha de ser feito. Durante o período da reparação de um colector de descarga de afluentes terão sido despejados para o mar quase 230 mil metros cúbicos de água residuais não tratadas

[dropcap style≠’circle’]”A[/dropcap] quela reparação tinha de ser feita. Há situações de que nós não gostamos, mas que não podemos evitar”, explica Raimundo do Rosário referindo-se à necessidade de descarregar águas residuais não tratadas no mar devido a obras na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Macau.

O secretário para os Transportes e Obras Públicas comparou a operação a “arrancar um dente”, ou seja, algo que “tinha de ser feito”. Os trabalhos decorreram ao longo de um dia e meio, tendo sido necessárias mais umas horas para reabrir a estação. Segundo o responsável, foi feito “um esforço para que o incómodo fosse reduzido ao mais curto espaço de tempo possível”.

Apesar de a ETAR de Macau ter a sua capacidade ultrapassada há muito tempo, o problema poderia ter sido maior. Uma vez que o território vive economicamente da indústria do jogo e da hotelaria, com pouca indústria pesada produtora de químicos que necessitam de tratamento, a descarga poderia ter sido bem mais gravosa ambientalmente. “Trata-se, sobretudo, de águas provenientes de residências, que não têm muitos poluentes que afectam o ambiente”, explica ao HM Morse Lei, especialista em resíduos.

De acordo com Raimundo do Rosário, o volume de águas residuais que se acumulou durante a intervenção na infra-estrutura foi muito grande, impossibilitando o seu armazenamento. Aquando do início das obras, o secretário deu a entender a tarefa hercúlea que seria armazenar o que seria acumulado: “Não temos reservatórios para isso. São muitos metros cúbicos, não há possibilidade de armazenar nem uma hora, nem duas horas, é muita quantidade.”

Sem capacidade

No ano passado, a deputada Ella Lei, citando dados oficiais, alertava para a sobrecarga a que a ETAR estava sujeita desde 2009, tendo capacidade para processar diariamente 144 mil metros cúbicos de águas residuais.

De acordo com as estatísticas disponíveis no site da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, a ETAR recebeu em Maio 4741.825 metros cúbicos de águas residuais por dia. Feitas as contas, em média estamos a falar de um volume de quase 153 mil metros cúbicos a cada 24 horas, o que excede a sua capacidade máxima em cerca de nove mil metros cúbicos. Ou seja, durante um dia e meio, o tempo em que a ETAR não funcionou, terão sido descarregados no mar quase 229 mil metros cúbicos de águas não tratadas.

Morse Lei compreende a necessidade dos trabalhos desenvolvidos na estação. “Apesar de a maior parte das pessoas ficar preocupada com a descarga, estes trabalhos de manutenção obrigatórios, se não fossem realizados atempadamente, trariam ainda piores consequências para o ambiente”, explica.

O especialista em tratamento de resíduos adianta que “como a ETAR foi construída há muitos anos a sua capacidade tecnológica pode não estar adequada ao volume de águas por tratar decorrente da actividade económica dos dias de hoje”. Como tal, Morse Lei entende que outro dos problemas é a infra-estrutura não permitir um plano alternativo para reparações de emergência.

O facto é que, como já foi assumido por Raimundo do Rosário, a ETAR de Macau chegou há muito ao seu limite. Nesse capítulo importa referir que, segundo as Linhas de Acção Governativa deste ano, existe um plano para a construção de uma nova ETAR a sul do posto fronteiriço da Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau. Uma obra que se afigura essencial no futuro do tratamento de resíduos locais.

Fraude | Serviços de Saúde não pedem dinheiro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde emitiram um comunicado em que dão conta de uma fraude relacionada com serviços farmacêuticos. De acordo com as explicações dadas na nota, os serviços foram notificados da ocorrência de casos de fraude, por via telefónica, praticados por um indivíduo que alegava ser funcionário de uma unidade de monitorização de assuntos farmacêuticos. O indivíduo informava os profissionais do sector farmacêutico de que se encontrava disponível para levantamento um documento “muito importante”, num prazo determinado, e pedia-lhes que procedessem a uma série de operações telefónicas, “sob pena de restrição da sua partida de Macau”. Os Serviços de Saúde sublinham que jamais solicitaram ao sector ou aos cidadãos para procederem às operações em causa, através do telefone, nem pedem aos cidadãos para efectuarem transferências ou remessa de dinheiro.

Trânsito | Há cada vez mais motociclos nas estradas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]  número de novas matrículas atribuídas no segundo trimestre deste ano aumentou 22,6 por cento para 3494, em comparação com o mesmo período de 2016. A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indica que, do total, os motociclos e ciclomotores subiram 44 por cento. Feitas as contas, até ao final de Junho havia 243.570 veículos matriculados, o que representa uma queda anual de 1,9 por cento. São cada vez mais os motociclos nas estradas (três por cento), sendo que se assistiu a uma diminuição de 1,6 por cento no número de automóveis ligeiros. A DSEC explica ainda que, entre Abril e Junho, registaram-se 3630 acidentes de viação, que envolveram 1141 vítimas, ou seja, mais 2,2 por cento e mais seis por cento, respectivamente, na comparação anual. Na primeira metade de 2017, quatro pessoas perderam a vida nas estradas de Macau.

Calor | Cuidado com a hipertermia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde apelam aos cidadãos para prevenirem a hipertermia devido às temperaturas elevadas. De acordo com as previsões dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, a temperatura vai manter-se elevada nos próximos dias, sempre acima dos 30 oC. Até ao passado sábado, as urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário não tinham registado qualquer caso relacionado com a vaga de calor. Os Serviços de Saúde recomendam que se evite actividade ao ar livre por um longo período de tempo, a utilização de roupas claras e leves e manter os níveis de hidratação do corpo. Evitar permanecer em veículos estacionados ao ar livre é ainda aconselhado. Pessoas obesas, idosas e de saúde frágil, bebés, grávidas, puérperas e doentes devem permanecer em lugares de boa ventilação e de temperatura adequada.

1 Ago 2017