Festival Fringe | Estará Macau afectado pela cultura do cancelamento?

O cancelamento de um espectáculo do Festival Fringe será uma manifestação da chamada cultura do cancelamento em Macau? Duas personalidades ligadas ao mundo das artes locais acreditam que sim. Ao HM, a porta-voz do grupo responsável pela performance cancelada não escondeu a profunda tristeza com decisão do Instituto Cultural

 

 

“Feito pela Beleza”, da companhia Utopia da Miss Bondy, estava agendado para subir ao palco do Festival Fringe entre 23 a 25 de Janeiro, mas acabou cancelado com a presidente do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, a explicar que o conteúdo do espectáculo era “divergente” face ao que foi apresentado na fase de candidatura ao festival.

O espectáculo burlesco preparado pela Utopia da Miss Bondy foi cancelado depois de ter sido exibido um vídeo com “drag queens” nas redes sociais. Importa frisar que o espectáculo sempre teve classificação para maiores de 18 anos e, na sua apresentação, lia-se que continha “linguagem obscena e nudez que poderia ofender a sensibilidade de alguns espectadores”. Além disso, a mesma peça entrou no cartaz do Festival de Teatro de Shekou, que se realizou entre Outubro e Novembro do ano passado na cidade vizinha de Shenzhen.

Perante este caso, importa perguntar se Macau está a enfrentar a chamada cultura do cancelamento sempre que ocorre um evento ou espectáculo susceptível de incomodar os espectadores mais sugestionáveis ou que aborde temas sensíveis não necessariamente políticos, mas que roçam os limites da moralidade. Sarah Sun, porta-voz do grupo Utopia da Miss Bondy, acredita que sim. “Para mim, é muito triste concordar com este ponto de vista”, começou por dizer ao HM.

“Depois do nosso cancelamento, muitas pessoas descobriram que houve um espectáculo com drag queens no Fringe de 2001. O espírito do Fringe é ser lúdico, ousado e experimental, e o IC continuou a pedir para mudarmos as roupas e exigiu contenção para encaixarmos no que eles queriam, no que pensam que a arte deve ser. E depois simplesmente cancelaram o nosso espectáculo porque não obedecemos”, frisou.

Segundo Sarah Sun, o IC exigiu mudança dos vestidos ou a cor dos collants, para disfarçar as pernas dos actores. “Muitas das coisas que nos pedem para mudar não são realmente importantes. Ou talvez o IC ache que as drag queens não são adequadas para se vestir?”, questionou.

A responsável acredita que o cancelamento do “Feito pela Beleza” deve constituir “um ponto de partida para as pessoas terem consciência de que a nossa liberdade de expressão criativa está a ser reduzida”. “Devido ao sistema de financiamento, o IC parece pensar que tem o poder absoluto de decidir que espectáculos, que formas de arte, que artistas podem ser vistos”, disse ainda.

O realizador Vincent Hoi também defende que o mundo artístico está a enfrentar limitações à liberdade de expressão. “O objectivo da arte deve ser estimular as pessoas a pensar com diferentes ângulos e encorajá-las a ter um pensamento independente. O cancelamento do evento significa que o Governo não quer que as pessoas tenham um pensamento independente e apenas diz às pessoas que tudo o que está relacionado com o [universo] dos drag queens é errado e que é algo que não pode ser visto pelos habitantes de Macau, mesmo para um público com mais de 18 anos. Mas será que os drag queens são algo feio e errado? Se são bons ou maus, bonitos ou feios, cabe às pessoas decidir”, defendeu ao HM.

Um futuro sombrio

Vincent Hoi não tem dúvidas de que “o futuro das artes vai piorar cada vez mais”, tendo em conta que os funcionários públicos, bem como “o Chefe do Executivo e a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura não compreendem as artes e também não se preocupam com elas”.

As críticas do realizador incidem também sobre a percepção do que deve ser a oferta cultural do território e o tipo de espectáculos que se enquadram na ideia de uma “cidade mundial de turismo e lazer” e cidade multicultural. “Mesmo que o Governo queria que Macau se torne numa ‘Cidade das Artes do Espectáculo’, os seus conceitos quanto a isso talvez se limitem a convidar artistas como Jacky Cheung, Eason Chan ou a banda Seventeen para virem a Macau. Isso faz com que, nas suas cabeças, Macau seja uma cidade das artes do espectáculo. O Governo parece entender que o objectivo das artes é apenas promover o território como uma cidade turística.”

Para Vincent Hoi, este cenário “é mau para as associações culturais locais”, considerando “difícil fazer com que os [dirigentes] tenham uma mente mais aberta”. O HM contactou ainda o deputado José Pereira Coutinho para obter uma reacção, que disse “não dominar este assunto”.

Kevin Chio, da companhia teatral Rolling Puppet, declarou tratar-se de uma “abordagem muito conservadora” por parte do IC tendo em conta a ideia “de uma cena artística mais aberta e diversificada” associada ao festival Fringe. “O IC alegou ter descoberto discrepâncias entre o plano do espectáculo e a produção real, mas pelas declarações que li da produção, não creio que fosse possível existirem discrepâncias porque o espectáculo já tinha sido apresentado em Shenzhen. O IC podia ter solicitado um vídeo de todo o espectáculo. Que tipo de drag queens estavam à espera?”, questionou.

O artista recorda que a decisão do IC foi tornada pública depois de ter sido transmitido um vídeo num autocarro. “Quando o IC se sente pressionado tende a empurrar os artistas para um canto ao invés de permanecer parado ou neutro. Esta acção do IC só prova que há uma linha vermelha para as artes, mas não sabemos onde está. Seleccionaram o espectáculo, conheciam o seu conteúdo, mas quando se gerou algum ruído por parte do público, suspenderam-no. Ironicamente, e mesmo com todo o ‘ruído’ e queixas que gerou, o concerto de K-Pop no Estádio de Macau [da banda Seventeen], decorreu como planeado. Por isso digam-nos onde está essa linha vermelha”, frisou.

Ao jornal Ponto Final, Sarah Sun esclareceu que aquando da apresentação da candidatura do “Feito pela Beleza” foi referido que o conteúdo se relacionava com “drag queens”, tendo sido sempre apresentadas fotografias dos figurinos e detalhes do guião.

Exemplos anteriores

Não foi a primeira vez que o mundo das artes se vê assombrado pelo posicionamento que o Governo adopta em relação ao conteúdo dos espectáculos. Recorde-se que, no passado mês de Outubro, o IC enviou emails às associações sobre alegadas críticas feitas a um espectáculo destinado ao público infantil. O IC alertava para o dever de “evitar incluir nas criações [artísticas] elementos impróprios [considerados] indecentes, [como] a violência, pornografia, obscenidade, jogos de azar, insinuações ou violação dos direitos de outras pessoas”, “a fim de evitar o cancelamento do subsídio”.

Várias associações assinaram uma carta de contestação como resposta, mostrando-se “muito preocupadas com este aviso” feito com base em queixas anónimas. Na carta, mencionaram ainda a existência da Comissão de Classificação Etária de Espectáculos e Exibições Públicas de Filmes Realizados em Macau, “que visa proteger o público de conteúdos impróprios e distinguir se uma obra é ou não adequada para ser vista [por pessoas de determinadas faixas etárias]”. “Será ainda necessário impor uma restrição generalizada às obras que não contenham nenhum dos elementos inadequados acima referidos? Sugerimos que se respeite a existência das comissões para que o público possa escolher, por si, quais as obras adequadas para assistir”.

Os signatários da carta afirmaram ainda temer uma “aplicação demasiado rigorosa” das restrições, com potencial “impacto negativo” no sector das artes e espectáculos, bem como no cinema e meio audiovisual.

Também em Maio, aquando da entrada em vigor da nova lei relativa à defesa da segurança do Estado, o IC anunciou novas regras para a submissão de projectos cinematográficos e televisivos a financiamento do Fundo de Desenvolvimento da Cultura, que passam pela apresentação de conteúdos a concurso que respeitem a segurança nacional e as crenças locais.

Na altura, Tracy Choi desvalorizou o risco de controlo dos conteúdos. “O Governo disse que não vai controlar os conteúdos [submetidos], mas claro que alguns dos projectos podem não estar de acordo [com as regras]. Mais do que a questão da lei [da segurança nacional] em si, penso que não haverá um grande controlo, especialmente porque o fundo permite que empresas de fora concorram ao financiamento e teremos uma maior de conteúdos sobre a área do entretenimento.”

Nota de edição: Artigo corrigido face à versão impressa com a inclusão da opinião de Kevin Chio.

30 Jan 2024

IC | Cancelado espectáculo com nudez e “linguagem obscena”

O Instituto Cultural (IC) cancelou o espectáculo “Made by Beauty” [Feito pela Beleza] que integrava o cartaz deste ano do festival Fringe, e que teve a sua primeira sessão esta terça-feira. Segundo a TDM Rádio Macau, a presidente do IC, Leong Wai Man, o conteúdo do espectáculo não estava de acordo com o que foi apresentado inicialmente pela companhia de teatro Miss Bondy’s Utopia na fase de candidatura ao Fringe, tendo sido sugeridas alterações ao conteúdo da peça. Contudo, a companhia não terá aceite fazer mudanças e o IC avançou para a suspensão do espectáculo.

Citada pelo jornal Ou Mun, a presidente do IC lamentou o cancelamento, mas destacou que está em causa o princípio de justiça e que não pode haver situações injustas em relação a outras companhias.

No website do Fringe lê-se que a peça foi cancelada devido a “circunstâncias imprevistas”. Ligada ao teatro físico, “Feito pela Beleza” era uma peça com algumas cenas de nudez, que questionava certos valores estéticos da actualidade, como os “lábios vermelhos, costas profundamente decotadas, minissaia, meias de vidro pretas, saltos altos”, num “mundo disparatado, em que é preciso ser-se atraente”. O espectáculo explorava, assim, “os conceitos universais da atracção fisica”, deixando de lado “a moralidade e a racionalidade”, numa fuga “de todos os problemas do mundo através do sarcasmo”. A ideia era “votar na beleza definida por nós e inspirar o mundo em redor com uma atitude astuciosa”.

O espectáculo estava classificado como sendo para maiores de 18 anos, tendo a nota “contém linguagem obscena e nudez que poderão ofender a sensibilidade de alguns espectadores”.

26 Jan 2024

Festival Fringe | Actividades para todos os gostos este fim-de-semana

Arrancou a 22.ª edição do Festival Fringe. Este fim-de-semana não faltam espectáculos e actividades para participar, como projectos de dança com idosos, teatro físico, que explora a relação com o corpo e com a inteligência artificial, ou ainda concertos com músicos locais em vários recantos do território

 

Realizado em vários pontos do mundo, a organização do festival Fringe em Macau já faz parte do cartaz cultural do território. A 22.ª edição arrancou esta semana e para os próximos dias estão agendados vários espectáculos que oferecem ao público diversas mensagens e expressões artísticas.

Um dos pontos de atracção desta edição do Fringe é a “Exposição de Arte para Todos” [Art Exhibition for All], onde os participantes são convidados a realizar obras de arte à sua escolha depois de uma inscrição prévia junto do Instituto Cultural. A organização do festival considera que “qualquer um é um artista único, podendo ser pintores, fotógrafos ou escultores”, sendo que “não há limite em termos de formatos ou temas, e a criatividade é a chave”.

A ideia é que os participantes realizem as suas obras nos locais de exposição. Numa primeira fase, a mostra com todos estes trabalhos pode ser vista na antiga Fábrica de Panchões Iec Long, na Taipa velha, até segunda-feira, passando depois, entre terça e o dia 28, para o Parque Urbano da Areia Preta, junto ao Centro de Saúde.

Até sexta-feira decorre, no espaço “Laika Land”, a actividade “Likewise”, entre as 11h e as 20h, repetindo-se depois no fim-de-semana, sábado e domingo, entre as 11h e as 22h. Os participantes são convidados a levarem os seus animais de estimação e a contar as suas histórias através da fotografia.

Com ligação a esta actividade acontece, até sábado, no “Laika Land”, às 20h30, o espectáculo de teatro, música ao vivo e multimédia “Goodbye, See You Soon”, com a actriz e autora Lei Sam I. Sobre este espectáculo, Lei Sam I descreve a história em torno da descoberta de Taro, um gato vadio. “Através da minha voz interior, quero partilhar a nossa história com o público.

A existência é como um raio de luz, cujo brilho por vezes partilhamos, e outras vezes recebemos quando nos falta o brilho. Quando a luz de Taro regressar finalmente à natureza, a sua sombra permanecerá no meu coração e continuará a fazer-me companhia, enquanto sigo em frente. Os animais de estimação têm uma vida curta, e nós somos o mundo aos seus olhos”, descreve-se no website do Fringe.

Depois de uma primeira sessão esta quarta-feira, decorre hoje a última sessão do espectáculo “25Pés” [25Feet], que mistura dança, teatro físico e interacção com o público. Trata-se de uma produção das equipas de “The100Hands”, da Holanda, com adaptação chinesa pela “More Production”, acontecendo às 19h45 no teatro Black Box II do Centro Cultural de Macau (CCM).

Trata-se de uma peça inteiramente falada em mandarim que explora os conceitos em torno de relações e sentimentos envolvidos. “Dois bailarinos vão transportar o público a explorar as noções de intimidade, individualidade e privacidade” num pequeno espaço, onde “acontece o contacto físico, a confrontação e a proximidade”.

O espectáculo “25Pés” terá corpos nus em palco, mostrando-se “a relação entre o espaço e o corpo humano”, sendo que a audiência será convidada a “jogar jogos” com os bailarinos. Haverá ainda um debate posterior ao espectáculo, protagonizado por Liao Shuyi e Wu Xiaobo.

Sonhos e danças

Com a assinatura de Su Wei-Chia, coreógrafa de Taiwan, chega-nos para esta edição do Fringe o espectáculo de dança “FreeSteps – Swinging Years”, que acontece amanhã às 20h no Teatro Caixa Preta I no CCM, numa sessão dedicada a escolas secundárias. Seguem-se dois espectáculos para o público em geral no sábado e domingo, primeiro às 20h e depois às 15h.

Neste projecto, lançado em 2013, a coreógrafa decidiu “explorar novas possibilidades físicas e coreográficas”. “Usando puramente a dança física como material, Su explora uma relação entre a performance e o público na área da dança contemporânea, pretendendo revelar uma experiência visual alternativa”, lê-se na descrição do espectáculo. Depois de uma colaboração com cerca de 100 idosos numa versão do espectáculo de 2022, a coreógrafa traz de Taiwan dez idosos que vão dançar em palco, mostrando as histórias dos seus corpos. Convida-se o público a tirar os sapatos quando entrar na sala.

Também esta sexta-feira, mas na Casa do Mandarim, às 16h e 19h30, decorre o evento de dança “Let the Flower in Your Heart Bloom”, com coreografias de Stella Ho e Leong Iek Kei. A mensagem deste espectáculo, de apenas 35 minutos, é que “todos os momentos na vida são igualmente belos”. O espectáculo explora a vontade de dançar dos mais velhos que nunca tiveram essa oportunidade, levando-os a concretizar alguns dos seus sonhos. “Através desta nova experiência os participantes terão a oportunidade de expressar os sentimentos através da arte da dança.”

O espectáculo, com a participação de Kou Ngok Chun, Chan In, Choi Soi Chan, Chan Chi Oi, U Kit Fong, Chan Sio Mel, Cheng Ching Han, Lai Fong I, Fong Sin Man e Choi Weng Lai, conta com o apoio da associação Soda-City Experimental Workshop Arts. Com concepção e direcção de Stanley Ma, em colaboração com Cheang Hio Lam, apresenta-se ainda no Fringe a peça de teatro “Hello, Welcome, Goodbye!”, amanhã às 20h30 e no sábado às 14h30, 17h e 20h30, no espaço “2 Legit Ltd”.

Aqui explora-se, através dos cortes de cabelo, a relação entre a humanidade e a tecnologia, com a inteligência artificial a assumir um papel de destaque de forma experimental. Durante 45 minutos o público pode optar por participar no evento ou simplesmente observá-lo, existindo dois tipos de bilhetes à venda.

Explosões musicais

O cartaz do Fringe apresenta também, este fim-de-semana, a realização da exposição “At Your Doorstep”, patente no Pavilhão Branco do Jardim da Flora. Incluem-se ainda sessões musicais com o instrumento handpan este domingo, às 12h e 16h.

Esta exposição revela “os versos e letras incluídos em ‘Travelling at Your Doorstep’, espectáculo de dança e narração de voz que integra esta edição do Fringe, bem como pinturas e imagens criadas em conjunto por jardineiros e residentes”. Depois de cada performance artística, haverá uma sessão musical com o handpan, onde os participantes são convidados a mergulhar numa junção de arte com música. O conceito e coordenação deste evento são da autoria de Chole Lao.

“A City of Visible Music” é o nome da iniciativa artística e musical que também se realiza este fim-de-semana da autoria de Vincent Cheang, artista local, Guo Xiaohan e Kang Meow. No sábado o evento acontece às 12h e 14h junto à Ponte 16, seguindo-se a apresentação, às 16h, na praça junto ao anfiteatro romano na Doca dos Pescadores. Às 20h, o espectáculo decorre na Broadway Food Street, no empreendimento Broadway Macau, no Cotai.

Neste evento “três almas para sempre jovens encontram-se”, nomeadamente “uma rainha do punk, um influencer musical e uma estrela de rock local”. A ideia é que num só dia haja uma explosão de sonoridades musicais, com concertos ao vivo e música a tocar numa estação de rádio pop-up, em que o trio de artistas irá relacionar-se com a cultura local e as respectivas comunidades. Vários músicos locais participam, nomeadamente Ari Calangi às 12h, IronSon às 14h, Julio Acconci às 16h e Bye Bye Fish às 20h.

Os falantes de mandarim ou cantonês que queiram explorar outro tipo de actividade dentro do Fringe podem ainda, este domingo, participar na mesa-redonda em torno do tema “Dançando e Vivendo com o Corpo ao Longo dos Anos” [Dancing and Living with the Body Through the Years], que conta com artistas de Macau, Hong Kong e Taiwan que vão falar das suas ideias e processos criativos através do trabalho desenvolvido com idosos. O debate será moderado por Stella Ho e decorre domingo no auditório do Museu de Arte de Macau às 12h e 13h30. O cartaz do Fringe deste fim-de-semana completa-se com mais espectáculos.

18 Jan 2024

IC | Nova edição do festival Fringe de Macau arranca dia 17

São 17 programas de teatro, dança e música para o público desfrutar entre os dias 17 e 28 deste mês. O evento de cariz internacional, organizado em Macau pelo Instituto Cultural, e caracterizado este ano como um “parque de diversões artístico”, conta nesta 22.ª edição com um “Festival Extra”

O Festival Fringe de Macau, que oferece teatro, dança e música, conta na próxima edição com 17 programas e uma série de actividades de extensão, e quer levar o público a um “parque de diversões artístico”.

“Dedicado a criar um parque artístico com novas e divertidas produções e actividades para a comunidade, o evento apresentará 17 programas fascinantes e uma série de actividades do Festival Extra, levando o público a um parque de diversões novo, bizarro e divertido para encontrar a felicidade mais simples e directa”, lê-se num comunicado do Instituto Cultural (IC).

Entre os programas desta 22.ª edição do festival, que decorre entre 17 e 28 de Janeiro, está o espectáculo imersivo e interactivo de dança “25 Pés”, apresentado pela companhia The100hands, dos Países Baixos, e um par de bailarinos da More Production, de Xangai, levando “o público a explorar as influências de diferentes distâncias na relação interpessoal dentro de um quadrado com apenas 25 pés de lado”, lê-se no comunicado do IC.

Já “work.txt” é outro programa interactivo conduzido pelo público, criado pelo britânico Nathan Ellis e pela More Production, que transporta os espectadores “para um escritório sem restrições”.

O “concerto ao vivo: o gradiente de azul”, de “Kawo e os seus amigos músicos” explora, por sua vez, expressões artísticas musicais com actuações de vídeo e música inspiradas em quatro tons de azul.

Logo no primeiro dia do Fringe acontece o espectáculo de teatro, música e multimédia “Adeus e Até Breve”, de Lei Sam I. A descrição do mesmo remete para a relação com Taro, um gato vadio. “A vida é um caminho feito de encontros. Uma vez, no Natal, por um capricho do destino, conheci um gato vadio chamado Taro. Através da minha voz interior, gostaria de partilhar a nossa história com o público. Os animais de estimação têm uma vida curta e nós somos o mundo aos seus olhos”, lê-se.

IA como tema

Ainda de acordo com a nota do IC, “Olá, Bem-vindo, Adeus!”, de Cheang Hio Lam e Stanley Ma, apresenta “dois novos módulos de diálogo de IA [inteligência artificial], para simular conversas ao vivo entre cabeleireiros e clientes, mostrando um diálogo entre tecnologia e emoção”.

Com o lema “todos ao redor da cidade, os nossos palcos, os nossos espectadores, os nossos artistas”, acrescenta o IC, o Fringe volta nesta edição a incentivar a participação dos mais velhos.

No dia 21, domingo, está programado o espectáculo “Viagem à Porta de Casa” da Associação de Dança Ieng Chi. No Jardim da Flora, em duas sessões às 11h e às 15h, apresenta-se um espectáculo de dança e narração-áudio inspirado em “Excursões”, uma colectânea de textos da autoria de Henry David Thoreau.

Trata-se de uma iniciativa cultural que chama a atenção para o período da pandemia e para a “importância dos espaços verdes urbanos”. Assim, “guiado por narradores, o público passeará pelo Jardim da Flora, seguindo os passos das bailarinas para visitar a grande árvore sem nome juntamente com as memórias de um ‘velho amigo’ que há muito não vemos”.

Outro espectáculo que integra o cartaz do Fringe, é “Corpo-Específico!”, de yuenjie MARU, de Hong Kong e Centro Lustroso da Caritas Macau, que decorre nos dias 22 e 23 na Casa Garden. Trata-se de um espectáculo de dança em que “vários artistas, com características físicas únicas, irão realizar sequências de dança distintas”, com direcção de yuenjie MARU, um artista inclusivo de Hong Kong, que recorre ao método Danceability e elementos de dança simbiótica para esta produção. Os bailarinos pertencem ao Centro Lustroso da Caritas de Macau, criando e executando uma dança que inclui “uma abordagem pessoal das suas peculiares características físicas”.

Destaque ainda, para o Festival VeterARTES, da série “Crème de la Fringe”, com curadoria de Stella Ho, pretende “melhorar a compreensão e a comunicação entre diferentes gerações através de trabalhos criativos e de actuações artísticas”.

Este ano, o Fringe continua a levar a arte até aos bairros da cidade. Em “Teatro do Tribunal: Lei de Terras”, levado a palco pelo “The Funny Old Tree Theatre Ensemble”, o público é “convocado para integrar o júri e proferir um veredicto objectivo e razoável no Miradouro da Taipa Grande”.

Outro momento que aproxima fisicamente artistas e público, é o espetáculo de dança “Viagem à Porta de Casa”, em que a Associação Ieng Chi guia os presentes num passeio pelo jardim da Flora, “numa excursão mental” em que se seguem os passos das bailarinas.

3 Jan 2024

Artes | Festival Fringe despede-se da cidade este fim-de-semana

A 21.ª edição do Festival Fringe chega ao fim no domingo, mas até lá, a festa das artes performativas, com Teatro, exposições interactivas e experiências sensoriais vai continuar na rua

 

A 21.ª edição do Festival Fringe está a chegar ao fim, com os derradeiros eventos marcados para domingo, restando três dias de performances e actividades espalhados pelos bairros comunitários.

Dentro do cartaz do Fringe deste ano, existe como que um outro festival paralelo, o Todos Fest, com uma profusão de actividades que rompem preconceitos e barreiras.

Uma delas é a exposição “Arte para Todos”, que vai estar no coração do Fai Chi Kei, zona de lazer da Praça das Orquídeas, até domingo, das 12h às 20h, e que funde artista e público num único corpo comunitário. A ideia por trás da iniciativa, é a apresentação de trabalhos para exposição no local onde a exposição itinerante está.

“Sem prestar atenção a preconceitos de bom, mau, belo ou feio, a mostra visa permitir que a criação em si volte a ser a essência da arte. Um recorte em papel sem pretensões, ou duas linhas de poesia na inspiração do momento… Tudo merece ser apreciado”, descreve o Instituto Cultural (IC).

Bem no centro de um dos bairros mais populosos da península, a exposição “Arte para Todos” abre um espaço onde não existem limitações de forma ou tema e onde a criatividade é a única coisa que importa. “Envie a sua obra de arte e nós lhe daremos o devido destaque! Será providenciada uma área de improvisação para poder dar asas à sua criatividade”, sugere o IC.

Amanhã e domingo, às 15h, o jardim da Fundação Oriente será o palco de “Corpo Específico”, que junta um grupo de artistas com “características físicas únicas”, que irão realizar sequências de danças sob a direcção de Yuenjie Maru, um artista de Hong Kong. A performance dá o poder a artistas portadores de deficiência, que se exprimem através do método “danceability”, juntando elementos de dança simbiótica. Os participantes pertencem ao Centro Lustroso da Caritas de Macau.

Coronavírus e imersão

“A Loucura Pós-pandémica” é um espectáculo multidisciplinar, que junta elementos de teatro físico, multimédia, exposição e instalação, interpretado em cantonense por Heidi Ng, Somen Sou e Kathy Ng. Como o nome indica, a peça convida à reflexão dos espectadores “sobre o meio ambiente, a sociedade, a vida quotidiana e a relação entre o homem e a natureza na era pós-pandemia”.

O Edifício Industrial Yau Seng é um dos palcos pouco convencionais que caracteriza o Fringe, onde será apresentado “Transeunte”, uma peça que mistura teatro com marionetas. O espectáculo decorre no prédio, sito na Rua Número 1 do Bairro Iao Hon, amanhã e domingo, em quatro sessões (14h30, 15h, 15h30 e 16h).

Interpretado por Vong Meng Chong e Lai Chi Ieng, a peça lança uma reflexão sobre o passado e o futuro do bairro do Iao Hon. “Qual poderia ser o futuro do Iao Hon? O Iao Hon passou por transformações graduais, desde os aterros, às terras agrícolas e finalmente uma zona residencial, com um fluxo constante de moradores. À medida que a pressão para o desenvolvimento se torna mais forte, tudo no bairro se torna uma memória e gradualmente desaparece”, descreve o IC.

Até ao final da 21.ª edição do Festival Fringe, haverá ainda tempo para teatro de fantasia, hoje a amanhã (em duas sessões às 19h30 e 21h30), no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais N.º 2, com a peça “Fragmento” de Cheng Ka Man, uma instalação que retrata “O Vendedor de Bonecos de Arroz”, no Largo da Sé”, entre outros eventos.

21 Jan 2022

Festival Fringe | 21.ª edição leva a arte performativa às ruas da cidade

Mais de três dezenas de espectáculos e eventos culturais vão “invadir” Macau, entre 12 e 23 de Janeiro, na 21.ª edição do Festival Fringe. A festa da arte performativa irá convidar o público a quebrar barreiras de distância, trazendo a arte de espaços convencionais para as ruas e vidas dos residentes

 

Marquem nos calendários. Entre 12 e 23 de Janeiro, a 21.ª edição do Festival Fringe irá inundar Macau com uma série de espectáculos, projecções, sessões de partilha, workshops, exposições, seminários, sessões de intercâmbio e experiências comunitárias de interacção imersiva. Com organização do Instituto Cultural (IC) e sob o tema “Quebra da Margem”, o cartaz do Fringe apresenta espectáculos e eventos culturais que têm como objectivo não apenas agregar pessoas, mas também “levar o público a quebrar as barreiras da distância”. A organização pretende ainda “levar a arte de espaços convencionais e integrá-la na nossa vida quotidiana”.

Numa categoria que se tornou num clássico do evento, a série “Crème de la Fringe” divide-se em dois sub-temas, “Iao Hon”, pela companhia Ao Ieong Pui San, e “Todos Fest!”, de autoria da Associação de Arte e Cultura Comuna de Pedra.

São três os espectáculos inseridos no sub-tema “Iao Hon”, nomeadamente “Inquilino”, “Imigrante Ilegal” e “Transeunte”, bem como três “actividades de extensão” que terão o bairro do Iao Hon como pano de fundo. Com “Rota de Sobrevivência”, “Não é Correio Electrónico Lixo” e “Loja Pop-up do Iao Hon”, os participantes podem, “através de uma rota turística pouco convencional”, de uma barraca de vendilhões de produtos em segunda mão e de uma iniciativa de coleccionar postais, explorar e conhecer mais este bairro, bem como conhecer pessoas, lugares e histórias esquecidos.

No sub-tema “Todos Fest!” estão também incluídos três espectáculos intitulados “A Tarefa Interminável da Luxúria pelo Fracasso para Estudantes do Ensino Secundário”, “Veias Dançantes” e “Corpo-específico!”.

Está também programada a realização de dois workshops, duas sessões de projecção e uma sessão de partilha. A ideia é “levar a arte à vida dos indivíduos de diversas classes sociais, mostrando diferentes aspectos da vida através da dança, do teatro, da música e de espectáculos improvisados”.

Em relação às actividades de extensão, serão realizadas sessões de projecção e de partilha, tal como um debate sobre o desenvolvimento das artes inclusivas, intitulado “Como fazer Curadoria de Arte Inclusiva”. Acontece também o “Workshop de Dança Simbiótica” e o “Workshop Corporal para Idosos”, que procuram ambos “inspirar a criatividade e a capacidade artística dos idosos e indivíduos portadores de deficiências físicas e mentais, bem como redefinir os parâmetros estéticos do público”.

Uma estreia na Ásia

Em destaque no cartaz deste ano, importa realçar a estreia asiática do grupo inglês AΦE, que apresenta 0AR (zero AR), um espectáculo que combina dança com tecnologia de realidade aumentada. Os Edinburgh Fringe Showcase apresentam o teatro de som “Regresso a Casa”, um espectáculo no qual o público é convidado a actuar como personagens e narradores de histórias.

O PO Art Studio apresenta “Lift Left Life Live”, uma “viagem artística”, enquanto que a Associação de Música Contemporânea de Macau apresenta “Sonatas e Interlúdios de John Cage com as Oito Rasas”, uma performance que mistura música, video mapping e linguagem corporal dos dançarinos que se misturam para vivenciar as oito rasas da estética indiana.

O público poderá ainda ver a exposição “A Loucura Pós-Pandémica”, com curadoria de Heidi Ng, Somen Sou e Kathy Ng. A mostra combina multimédia, teatro e tecnologia e reflecte sobre a relação entre o homem e a natureza na era pós-pandemia.

Cynthia Sio traz o espectáculo híbrido “Por Dentro”, onde os espectadores “serão conduzidos a um espaço vazio e criarão uma obra de arte à vontade, enquanto bailarinos de Macau e da Coreia do Sul colaboram online”. Tal irá permitir que os participantes “olhem para a vida de maneira diferente através da criação da arte interactiva”.

Sendo este um festival que pretende reduzir barreiras entre pessoas, a ideia é que a arte chegue a todas as comunidades, com espectáculos de rua. Prova disso é a actividade “Época de Descobertas”, de Cindy Ng, que combina “dados meteorológicos de Macau em tempo real com arte a tinta, criando-se um ambiente virtual e realista”. O The Dancer Studio Macao apresenta, no Largo de São Domingos, “Duelo de Dança de Miúdos”, onde jovens bailarinos competem no estilo de dança com que estão familiarizados, seja dança de rua, dança latina ou dança chinesa.

Uma viagem em Coloane

Aline da Silva Mendes apresenta “O Vendedor de Bonecos de Arroz”, uma marioneta de bambu de três metros de altura é feita para relembrar a memória dos tempos. Por sua vez, Cheng Ka Man traz “Fragmento”, uma peça de teatro sobre fantasias e moda, sob o tema da forjadura de ferro.

O programa do Fringe apresenta também “Cinema de Magia de Macau”, da autoria de Sou Tai San, Sun Chan San e Wong Kai Ian, tratando-se de “uma viagem maravilhosa de descoberta que será lançada por magia”.

Em “Acolhe esse Miúdo”, Kawo Cheang apresenta cinco exercícios artísticos, a partir dos quais se iniciará um diálogo com base nas suas obras. Os Rolling Puppet Alternative Theatre trazem a esta edição do Fringe “Um Espaço de Novo e Antigo”, uma viagem ao passado e ao presente em Coloane, local onde a companhia de teatro está instalada.

Ainda no conjunto de actividades de extensão do Fringe o público poderá visitar a “Exposição de Arte para Todos”, além de participar no “Workshop sobre piano preparado”. Será ainda organizada a “Instalação de Pintura de Flores — Exposição de Arte de Jenny Lei”, bem como o “Workshop de Pintura de Flores”. Desde ontem que o público pode inscrever-se nas actividades de extensão ou adquirir os bilhetes para os espectáculos.

13 Dez 2021

Teatro e dança na agenda do Festival Fringe para este fim-de-semana

O cartaz da 20ª edição do Festival Fringe prossegue este fim-de-semana com vários espectáculos e actividades que decorrem em vários espaços culturais do território, incluindo a Fundação Rui Cunha ou o Jardim Cidade das Flores, na Taipa. Os bilhetes já se encontram esgotados

 

Este fim-de-semana será repleto de actividades e espectáculos inseridos no cartaz da 20ª edição do festival Fringe, uma iniciativa do Instituto Cultural (IC). Uma dessas iniciativas acontece este domingo, dia 31, pelas 17h30, na Fundação Rui Cunha, e intitula-se “Fringe Chat”. Nesse dia, críticos do interior da China e de Macau vão discutir com o público e os artistas “as características e os ritmos” do festival.

Até domingo está também patente, no Jardim Cidade das Flores, na Taipa, a “Exposição de Arte para Todos”, que permite ao público expor as suas criações. As portas deste evento fecham às 20h.

Outra apresentação do Fringe que acontece esta semana é a série “Crème de la Fringe: Todos Fest!”, onde se insere o espectáculo “Dança Simbiótica em Plena Expansão”, coreografado por yuenjie MARU, de Hong Kong, e onde participam pessoas com deficiência mental e física, numa demonstração de que “todos podem dançar apesar das suas diferentes capacidades e condições físicas”. Este espectáculo acontece no sábado e domingo às 16h no Centro Cultural de Macau.

Também no sábado e domingo, às 13h, 15h e 17h acontece o espectáculo de marionetas “A Distância entre o Oceano e Nós”, da companhia Puppet Theatre, no primeiro andar do espaço Cooperativa Sem Distância. Todas as marionetas usadas neste espectáculo foram feitas com resíduos marinhos recolhidos na praia, onde a ideia é improvisar histórias sobre o mar. Depois do espectáculo decorre um workshop de produção de marionetas, além de decorrer no local a “Exposição de Marionetas de Resíduos Marinhos”.

Humor em palco

Esta sexta-feira e sábado acontece também o espectáculo de comédia “Uma Luta de Cavalheiros com Trocadilhos e Chá”, de Chan Si Kei. Trata-se de uma “batalha de humor entre o dim sum e os pauzinhos” na Casa de Chá Tai Long Fong que “combina várias formas de arte performativa oral, como conversas cruzadas em chinês, diálogos espirituosos e comédia stand-up, para responder à procura de entretenimento por parte de diversos tipos de público”. O espectáculo é em chinês e acontece às 20h.

Sábado e domingo são também dias para as últimas subidas ao palco do espectáculo “O Enigma da Actriz”, da Associação Brotherhood Art. Este decorre no Cinebrew Bar às 12h, 14h30 e 17h de sábado e às 12h de domingo, contando com dramaturgia e encenação de Ng Ka Wai e Fok Ka Hang. Esta peça teatral foca-se na história de uma actriz que é encontrada morta num bar. A partir daí são identificados cinco suspeitos, que são levados para o local para a investigação. Todos os suspeitos têm uma relação estreita com a falecida e cada um tem um motivo oculto, mas só um deles é o assassino.

No domingo tem também lugar a peça “A Caixinha de Tesouros da Avó”, de Lei Ka Mei, um espectáculo muito virado para as memórias. A história é “adaptada da história de vida da criadora e revela o segredo da caixa do tesouro, contando a história de como uma avó e o seu neto passaram por diferentes fases da vida juntos, buscando transmitir ao público a felicidade de cuidar e ser cuidado”. Esta peça acontece às 11h30 e 15h no edifício dos serviços sociais de Pou Tai.

Na Praça Jorge Álvares está também patente a instalação “Foco para – Libertar”, um projecto de Kathine Cheong e Sueie Che onde o público poderá apreciar as obras criadas a partir das ondas cerebrais de estranhos.

28 Jan 2021

Fringe | Experiência criativa alia meditação a imagens em movimento

Numa experiência que associa ondas cerebrais a imagens, “Focus to – release” incentiva os participantes a meditar, aproveitando esse momento para criar arte. A curadora do projecto, Kathine Cheong, revelou-se satisfeita com a continuidade do Festival Fringe e com a escolha de locais públicos, como mercados e praças, para a apresentação de espectáculos

 

O festival Macau City Fringe traz ao público a experiência criativa “Focus to – release”, de Kathine Cheong e Sueie Che. Em sessões que duram aproximadamente meia hora, a experiência procura associar ondas cerebrais a imagens em movimento, enquanto promove o bem-estar das pessoas. A actividade decorre no Estaleiro Naval nº2, com sessões entre amanhã e segunda-feira.

“Os participantes escolhem um aroma e depois meditam com taças tibetanas para entrarem num estado de relaxamento. As suas ondas cerebrais são captadas por um dispositivo e as imagens do aroma vão mudar de acordo com o estado de foco ou libertação”, descreve o programa.

Kathine Cheong explicou ao HM que a ideia surgiu no seguimento de um projecto académico de Sueie Che. A designer de media digital no projecto de graduação explorou o uso de ondas cerebrais associado a vídeos de animais, na esperança de captar a atenção das pessoas sobre temas relacionados com a vida. Licenciada em Psicologia, Kathine Cheong considerou interessante associar ondas cerebrais a meios relacionados com a arte.

“Apercebi-me que, especialmente durante o período da pandemia, as pessoas não têm nada para fazer, só podem ficar em casa, não podem viajar, e mesmo quando ficam em casa por vezes têm de trabalhar, não se sentem realmente relaxadas”, observou Kathine. Assim, surgiu a ideia, de por um curto período de tempo, incentivar ao relaxamento através de meditação, aproveitando esse momento para criar trabalhos artísticos, com imagens em movimento das suas ondas cerebrais.

Durante a experiência, os participantes contam com a presença de uma consultora de saúde e bem-estar que ajuda com a secção de meditação. “Durante a secção de meditação, os participantes usam um detector de ondas cerebrais e sentam-se ou deitam-se no tapete, para relaxarem”, explicou Kathine Cheong. Pela natureza da actividade, o participante acaba por não observar todo o processo.

Há dois tipos de bilhetes disponíveis. Por um lado, o de participante, restringido a maiores de 18 anos. Quem quiser apenas observar o processo criativo pode comprar um bilhete diferente, permitido a partir dos 16 anos. No caso de a sessão ser com audiência é admitido um máximo de seis indivíduos no local. O objetivo é usufruírem da atmosfera e da projecção em directo do vídeo das ondas cerebrais dos participantes.

Os produtos artísticos resultantes da experiência vão posteriormente ser exibidos numa instalação na Praça Jorge Álvares, de 30 de Janeiro a 28 de Fevereiro.

Apostar no local

Esta é a primeira série do programa “Focus to” a ser lançada, mas as autoras esperam fazer mais colaborações com o conceito de ondas cerebrais, aliado a espectáculos, dança ou música. O evento conta com o apoio da Art Jam Cultural Association, criada no ano passado por Kathine Cheong. O objectivo do grupo é “ter uma criação de arte interdisciplinar” que junte música, dança ou outras áreas como a psicologia a meios digitais. Se o contexto da pandemia apresenta dificuldades, a curadora entende que também é uma oportunidade para o auto-conhecimento e perceber o que se pretende fazer.

“Especialmente em Macau, a fronteira está fechada, não podem entrar artistas estrangeiros, não podemos ver actuações do exterior. (…) Podemos aproveitar esta oportunidade para mostrar mais as nossas competências ou conceitos criativos. Também para outras associações, é uma óptima oportunidade para as pessoas verem os artistas e a arte de Macau”, disse.

Kathine Cheong olha também para o Fringe City Festival como uma plataforma para se mostrarem conteúdos em formatos diferentes de outros festivais organizados pelo Instituto Cultural, revelando-se “muito contente” por ter sido novamente organizado este ano. A curadora considera que o cartaz é mais próximo da população de Macau, nomeadamente pela arte ser exibida em frente às pessoas em locais pouco usuais.

“Normalmente, quando vemos espectáculos é sempre no teatro ou na ‘black box’, mas de alguma forma neste festival podem ser vistos no mercado, numa praça normal, ou mesmo um flash mob em áreas diferentes em Macau. Acho que é muito importante e um festival muito especial que se deve continuar a organizar”, frisou.

22 Jan 2021

Festival Fringe sai à rua para ensinar Macau a dançar

Integrada na 20.ª edição do Festival Fringe, a série “On Site” arranca já na próxima semana, focada em levar a dança contemporânea às ruas de Macau. Para o director artístico da iniciativa, Mao Wei, esta é uma boa forma de ensinar “o que é um espectáculo de dança”. Os nove programas previstos incluem ainda workshops, espaços de conversa, espectáculos de dança, jogos e actuações improvisadas

 

“Porque é que as pessoas querem ir ao cinema ver filmes e não querem ir ao teatro assistir a um espectáculo de dança contemporânea, inclusivamente quando os bilhetes são mais baratos?”

A pergunta é de Mao Wei, director artístico da iniciativa “On Site”, uma série de espectáculos dedicados à dança contemporânea, que marcam o início da 20.ª edição do Festival Fringe na próxima semana.

Para Wei, uma iniciativa como o “On Site” é extremamente importante para Macau, sobretudo porque “a adesão à dança contemporânea em Macau é muito mais lenta do que nos países americanos ou europeus”.

“As pessoas não têm o hábito de ir assistir a um espectáculo de dança, nem conhecimento para deslindar o que significa ‘contemporâneo’ neste contexto. Na minha opinião isto acontece porque, muitas vezes, as pessoas não sabem o que é um espectáculo de dança, nem o que se passa dentro de uma sala de espectáculos”, disse ontem Mao Wei ao HM, antes de uma conferência de imprensa que serviu para detalhar a programação da série “On Site”.

Por isso mesmo, a iniciativa inclui nove programas que prometem transplantar dançarinos de Macau e da China, dos palcos para a malha urbana da cidade. Além de espectáculos de música e dança, estão ainda previstos workshops de prática corporal, espaços de conversa, jogos e actuações improvisadas onde todos podem participar.

“Viajante do Corpo” é uma dessas performances que vai tomar as ruas de Macau em quatro geografias diferentes, nos dias 22 e 23 de Janeiro. Sem iluminação ou cenografia, o Largo de S.Domingos (11h do dia 22), o Largo do Pagode do Bazar (15h do dia 22), o Jardim da Fortaleza do Monte (11h do dia 23) e o terraço da Ponte 9 (15h do dia 23) farão de palco para as interpretações de peças de dança executadas por Lin Ting-Syu, bailarino indicado para o Prémio Artístico Taishin, Yang Shih Hao, artista de roda acrobática, o Ghost Group, grupo de dança contemporânea e outros artistas.

Para Tracy Wong, curadora da iniciativa “On Site”, “Viajante do Corpo” é a “introdução ideal para quem não sabe nada de dança contemporânea”, porque, além de ser uma experiência única ao ar livre, tem o condão de aglutinar diferentes estilos de dança.

“No teatro só é possível ver o corpo dos artistas, a forma como ele pressente as emoções e o significado dos movimentos. Mas quando levamos o espectáculo para a frente de edifícios ou vistas e Macau, há uma química diferente (…) é possível apercebermo-nos do panorama geral e sentir o momento por inteiro, o céu, talvez os pássaros e as pessoas à volta”, partilhou com o HM.

Improvisos e prazos de validade

Agendado para as 15h00 do dia 21 de Janeiro, a iniciativa baseada no conceito de improvisação “ImprovFlashMob”, pretende propõe que o público se junte ao músico local Bruce Pun, para dar corpo ao som e improvisar danças no largo de S. Domingos.

Aberta à criatividade dos particiantes está também a iniciativa “Open Space”, prevista para os dias 22 e 23, e que será um espaço de dança livre ao som de música contemporânea, que ficará, uma vez mais, a cargo de Bruce Pun.

Já para “aqueles que depois dos espectáculos ficaram interessados em saber como é que os artistas desenvolvem o corpo ou o próprio conceito artístico”, explica Tracy Wong, estão previstos três workshops entre as 20h30 e as 22h00 dos dias 19, 20 e 21. As sessões ficarão a cargo de Dong Jilan, Wang Peixian e Allen Zhou.

Outro dos destaques, desta vez debaixo do tecto das Oficinas Navais Nº1 do Centro de Arte Contemporânea de Macau, é o espectáculo “Um Passo para o Teatro: Prazo de Validade”. Com espectáculos agendados para as 20h00 dos próximos dias 22 e 23, a ideia passa, segundo a curadoria, “por abordar a necessidade de aproveitar o momento e de não pensar demasiadamente no futuro”. Conceito que ganha novos contornos, quando enquadrada no actual contexto da pandemia.

“A pandemia levou-nos a pensar muito sobre distanciamentos e que tudo na vida tem um prazo de validade, quer seja a comida que compramos ou os telemóveis que usamos. Não vale a pena pensar quando é que isto vai acabar.

Ninguém sabe. É como um relacionamento. É impossível saber durante quanto tempo consegues manter uma relação. Escolhemos este espectáculo para fazer as pessoas pensar sobre o que é o prazo de validade e o que vem depois disso”, explicou Tracy Wong.

Ao longo de toda a iniciativa será ainda possível participar no jogo “Pegadas On Site”, em que os participantes poderão recolher autocolantes que podem ser trocados por bilhetes para o espectáculo “Um Passo para o Teatro: Prazo de Validade” e para o evento “Espaço de conversa”, onde é possível interagir com artistas.

13 Jan 2021

Fringe apresenta espectáculos para animar Coloane

[dropcap]N[/dropcap]o total, o Festival Fringe vai apresentar no próximo fim-de-semana, em Coloane, um total de oito espectáculos diferentes apropriados para toda a família. Integrados no tema “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane” da série especial “Crème de la Fringe”, os destaques vão para “Caminhada Nocturna: Porquê?”, uma produção de Taiwan, que promete guiar o público ao longo de uma caminhada “destinada a despertar a consciência para o som, a luz e a sombra.

Outro destaque é “Mercado de Estórias”, um espectáculo que inclui uma série de caixinhas de estórias intrigantes e únicas, com orifícios que permitem ao público espreitar o mundo deslumbrante criado por um marionetista do Rolling Puppet Alternative Theatre. Ambos os espectáculos incluem sessões da manhã e da tarde nos dias 18 e 19 de Janeiro.

Já amanhã e na quinta-feira, perto do Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, haverá lugar para o espectáculo “Caleidoscópio em Movimento”, um trabalho interdisciplinar que mistura dança, projecção e elementos digitais. “Corpos, tempo e espaços, memórias, luzes e sombras entrelaçam-se, fundindo-se num caleidoscópio deslumbrante, criando efeitos visuais subtis e estimulando a imaginação desenfreada do público”, pode ler-se na descrição presente no comunicado oficial da organização.

Para todos os gostos

O programa do Festival Fringe desta semana inclui ainda, a partir de amanhã e até sábado, no Estaleiro Naval Son Veng, o espectáculo “Break & Break!”, uma exposição ao vivo com actuação de um grupo de dança de Taiwan e, durante o fim de semana, nas Oficinas Navais nº2, “Plutão num Universo Paralelo”, do artista local Kawo, o qual “convida o público a experimentar um mundo mágico paralelo”. Também durante o fim-de-semana, mas desta feita na Praça de Lobo de Ávila, será possível assistir à co-produção “Vestindo as Minhas Histórias por Contar”, da autoria da Soda-City Experimental Workshop Arts Association e Associação de Desenvolvimento Comunitário Artistry of Wind Box.

“Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau”, pelo artista local Jay Lei, “A Dupla Cinematográfica” pelo artista local Chan Si Kei e Co-coism de Taiwan e ainda “LOOK@YOU”, pela Associação de Academia de Talentos de Macau, são outras das performances que constam na programação do festival no decorrer desta semana.

15 Jan 2020

Festival Fringe | Teatro físico e performance de rua marcam cartaz no fim-de-semana

Chama-se “LOOK@YOU” e é o espectáculo que marca a agenda deste fim-de-semana do Festival Fringe. Concebido pelo grupo ArtFusion Macau, este é um espectáculo que “visa uma fusão entre pessoas, cultura, criatividade, liberdade e arte”, explica Laura Nyogeri, mentora do grupo

 

[dropcap]S[/dropcap]ábado e domingo são os dias marcados no calendário do Festival Fringe para a estreia do espectáculo “LOOK@YOU – Olha e vê”, promovido pelos grupos locais ArtFusion Macau e pela Macau Talent Academy Association. A performance de rua, que traz também ao público a experiência do teatro físico e de música ao vivo, acontece no sábado às 15h na Praça Jorge Álvares, com a duração de duas horas.

Nesse dia, a performance acontece também nas Ruínas de São Paulo às 11h. No domingo, o público poderá assistir ao espectáculo apenas junto ao icónico monumento, também às 11h.

A performance inclui ainda música assegurada com DJ Raise, de Portugal, que “irá conceber um conjunto de sons multiculturais que envolvem diversos continentes e que se misturam numa verdadeira simbiose cultural”, explica Laura Nyogeri, mentora do grupo ArtFusion Macau.

No que diz respeito à componente musical do espectáculo, será feita uma “viagem que parte da contemporaneidade dos sons europeus, do Fado português e das músicas de intervenção, das fusões e remisturas sonoras que espelham um verdadeiro conceito de músicas do mundo”, adianta a artista num comunicado enviado ao HM.

O espectáculo em si visa “uma fusão entre pessoas, cultura, criatividade, liberdade e arte”.
“O LOOK@YOU é uma espécie de instalação de arte em movimento”, uma vez que tudo acontece “através do movimento corporal criativo, da música e de um espaço artístico para olhar”.

“Nada é exactamente o que parece, exigindo que o espectador observe atentamente onde o mundo real começa e termina. O público é convidado a ver e sentir com os ‘olhos’. Este projecto tem como objectivo criar uma experiência única, onde o desfile de teatro físico inclui uma verdadeira interacção com o público, tornando-o parte do próprio espectáculo, passando de espectador a actor”, acrescentou Laura Nyogeri.

Ver para crer

A ideia por detrás do “LOOK@YOU” é também percepcionar a cidade que nos rodeia. “Através da exposição e observação é possível aprendermos mais sobre a nossa cultura e sobre as culturas que nos rodeiam. Assim é Macau, um lugar onde residem diversas nacionalidades, com tradições, costumes e identidades diferentes.

Mas sofreremos nós um processo de aculturação automática, ou temos nós também um papel determinante nesse processo Multi-A-Cultural que define a RAEM?”, questiona Laura Nyogeri.

O projecto que estes dois grupos levam ao Fringe pretende que o público consiga ver além daquilo que os olhos revelam à primeira vista. “Pretende-se uma exploração profunda, fazendo sentir, para que possamos atingir o público no coração, para que este uso os ‘olhos’ para sentir e que possa ouvir com o coração, e também para que abuse das emoções para apreciar as performances apresentadas.”

“Se a sociedade actual está mergulhada num individualismo, queremos fazê-la olhar mais para os outros, para o seu redor, o mundo. E, ao mesmo tempo, olhamos demais os outros, para a sociedade, preocupando-nos diariamente com o que pensam. Subitamente será que nos envolvemos num esquecimento em relação a olhar para nós? É aqui que nasce a inspiração e motivação na criação de LOOK@YOU”, conclui Laura Nyogeri.

14 Jan 2020

Festival Fringe | Teatro físico e performance de rua marcam cartaz no fim-de-semana

Chama-se “LOOK@YOU” e é o espectáculo que marca a agenda deste fim-de-semana do Festival Fringe. Concebido pelo grupo ArtFusion Macau, este é um espectáculo que “visa uma fusão entre pessoas, cultura, criatividade, liberdade e arte”, explica Laura Nyogeri, mentora do grupo

 
[dropcap]S[/dropcap]ábado e domingo são os dias marcados no calendário do Festival Fringe para a estreia do espectáculo “LOOK@YOU – Olha e vê”, promovido pelos grupos locais ArtFusion Macau e pela Macau Talent Academy Association. A performance de rua, que traz também ao público a experiência do teatro físico e de música ao vivo, acontece no sábado às 15h na Praça Jorge Álvares, com a duração de duas horas.
Nesse dia, a performance acontece também nas Ruínas de São Paulo às 11h. No domingo, o público poderá assistir ao espectáculo apenas junto ao icónico monumento, também às 11h.
A performance inclui ainda música assegurada com DJ Raise, de Portugal, que “irá conceber um conjunto de sons multiculturais que envolvem diversos continentes e que se misturam numa verdadeira simbiose cultural”, explica Laura Nyogeri, mentora do grupo ArtFusion Macau.
No que diz respeito à componente musical do espectáculo, será feita uma “viagem que parte da contemporaneidade dos sons europeus, do Fado português e das músicas de intervenção, das fusões e remisturas sonoras que espelham um verdadeiro conceito de músicas do mundo”, adianta a artista num comunicado enviado ao HM.
O espectáculo em si visa “uma fusão entre pessoas, cultura, criatividade, liberdade e arte”.
“O LOOK@YOU é uma espécie de instalação de arte em movimento”, uma vez que tudo acontece “através do movimento corporal criativo, da música e de um espaço artístico para olhar”.
“Nada é exactamente o que parece, exigindo que o espectador observe atentamente onde o mundo real começa e termina. O público é convidado a ver e sentir com os ‘olhos’. Este projecto tem como objectivo criar uma experiência única, onde o desfile de teatro físico inclui uma verdadeira interacção com o público, tornando-o parte do próprio espectáculo, passando de espectador a actor”, acrescentou Laura Nyogeri.

Ver para crer

A ideia por detrás do “LOOK@YOU” é também percepcionar a cidade que nos rodeia. “Através da exposição e observação é possível aprendermos mais sobre a nossa cultura e sobre as culturas que nos rodeiam. Assim é Macau, um lugar onde residem diversas nacionalidades, com tradições, costumes e identidades diferentes.
Mas sofreremos nós um processo de aculturação automática, ou temos nós também um papel determinante nesse processo Multi-A-Cultural que define a RAEM?”, questiona Laura Nyogeri.
O projecto que estes dois grupos levam ao Fringe pretende que o público consiga ver além daquilo que os olhos revelam à primeira vista. “Pretende-se uma exploração profunda, fazendo sentir, para que possamos atingir o público no coração, para que este uso os ‘olhos’ para sentir e que possa ouvir com o coração, e também para que abuse das emoções para apreciar as performances apresentadas.”
“Se a sociedade actual está mergulhada num individualismo, queremos fazê-la olhar mais para os outros, para o seu redor, o mundo. E, ao mesmo tempo, olhamos demais os outros, para a sociedade, preocupando-nos diariamente com o que pensam. Subitamente será que nos envolvemos num esquecimento em relação a olhar para nós? É aqui que nasce a inspiração e motivação na criação de LOOK@YOU”, conclui Laura Nyogeri.

14 Jan 2020

Festival Fringe | Os poemas musicados que contam como foi e é Macau

A Casa de Portugal em Macau apresenta nos dias 11 e 12 deste mês o espectáculo “Era uma vez em Macau”, com poemas musicados da autoria de Diana Soeiro. A ideia é que o público presente na Fortaleza do Monte e no Jardim Camões possa descobrir mais sobre o passado e o presente de Macau num espectáculo que junta música e animação

 

[dropcap]T[/dropcap]udo começou em Setembro do ano passado, quando a Casa de Portugal em Macau (CPM) levou aos palcos do teatro D. Pedro V o espectáculo “Era uma vez em Macau”, a pensar nos mais pequenos. O mesmo projecto integra agora o cartaz da edição deste ano do Festival Fringe, com o espectáculo a voltar a ser mostrado ao público nos dias 11 e 12 deste mês na Fortaleza do Monte e Jardim Camões.

O espectáculo tem como conceitos principais a poesia musicada e animação infantil. Diana Soeiro, coordenadora da CPM e autora dos poemas, contou ao HM o que o público pode esperar de um projecto que, inicialmente, era pessoal.

“Foi pensado para celebrar os 20 anos de Macau, mas com o objectivo de sensibilizar os mais pequenos para a história e cultura de Macau, para que ganhassem consciência daquilo que os rodeia. Eu fiz os poemas e a nossa equipa de músicos da CPM fez a parte da composição musical.”

A possibilidade de participação no Fringe surgiu depois, com a decisão do Instituto Cultural (IC) em integrar o espectáculo “Era uma vez em Macau” no cartaz da 19ª edição do evento.

“É um concerto onde vão ser apresentadas 13 músicas e vai ter animadores. Pensámos em criar personagens porque os poemas falam de personagens que podem estar relacionadas com o imaginário das crianças sobre Macau. Vamos ter um dragão a interagir com os mais pequenos, por exemplo. Vamos ter mais coisas, mas tem de ser surpresa. Também vamos ter um número de marionetas para interagir com o público.”

Entre o D. Pedro V e o Fringe foram necessárias adaptações. “Quando apresentámos o projecto em Setembro foi em formato de auditório, mas adaptámos o cenário e a experiência dos animadores para o conceito de um espectáculo ao ar livre.”

Diana Soeiro, mãe de três crianças, cresceu em Macau e pretende manter a memória de uma terra que sente sua. “Os poemas que escrevi são dirigidos às crianças, falam de alguns aspectos da história de Macau. O desafio foi pesquisar e tentar transmitir esses aspectos da história e cultura de Macau com uma linguagem acessível às crianças.”

O disco que serve de mote ao espectáculo tem, assim, canções sobre o Farol da Guia, Jardim Camões, o Cotai ou o Jetfoil entre Macau e Hong Kong. “A ideia era conciliar aspectos do passado com Macau mais actual para que através das músicas tenham mais vontade de conhecer e perceber melhor o que os rodeia.”

Ir além da comunidade

Para esta edição do Fringe, Diana Soeiro tem expectativas elevadas, uma vez que no último ano “o espectáculo da CPM contou com um público muito participativo”. “Há uma diferença em relação aos anos anteriores, que é o facto de termos dois dias de espectáculo. Um deles é na Fortaleza do Monte e aí estamos a contar com menos público português, será um espectáculo mais direccionado para os turistas. Vamos ter de apostar mais na animação porque terão mais dificuldade em perceber as letras. No Jardim Camões estamos à espera de um público português.”

Para a coordenadora da CPM, estes espectáculos ajudam a associação a expandir-se a toda a sociedade e a chegar a um público mais vasto. “Sentimos que através destes projectos conseguimos concretizar esta parte do entretenimento dos residentes, mas que também divulgamos o português. O nosso objectivo é divulgar a língua e a cultura portuguesas e Macau. Através destes projectos conseguimos chegar a um público muitíssimo variado e divulgar o trabalho das casas. Os turistas e a comunidade chinesa aderem com enorme entusiasmo.”

7 Jan 2020

Festival Fringe | Os poemas musicados que contam como foi e é Macau

A Casa de Portugal em Macau apresenta nos dias 11 e 12 deste mês o espectáculo “Era uma vez em Macau”, com poemas musicados da autoria de Diana Soeiro. A ideia é que o público presente na Fortaleza do Monte e no Jardim Camões possa descobrir mais sobre o passado e o presente de Macau num espectáculo que junta música e animação

 
[dropcap]T[/dropcap]udo começou em Setembro do ano passado, quando a Casa de Portugal em Macau (CPM) levou aos palcos do teatro D. Pedro V o espectáculo “Era uma vez em Macau”, a pensar nos mais pequenos. O mesmo projecto integra agora o cartaz da edição deste ano do Festival Fringe, com o espectáculo a voltar a ser mostrado ao público nos dias 11 e 12 deste mês na Fortaleza do Monte e Jardim Camões.
O espectáculo tem como conceitos principais a poesia musicada e animação infantil. Diana Soeiro, coordenadora da CPM e autora dos poemas, contou ao HM o que o público pode esperar de um projecto que, inicialmente, era pessoal.
“Foi pensado para celebrar os 20 anos de Macau, mas com o objectivo de sensibilizar os mais pequenos para a história e cultura de Macau, para que ganhassem consciência daquilo que os rodeia. Eu fiz os poemas e a nossa equipa de músicos da CPM fez a parte da composição musical.”
A possibilidade de participação no Fringe surgiu depois, com a decisão do Instituto Cultural (IC) em integrar o espectáculo “Era uma vez em Macau” no cartaz da 19ª edição do evento.
“É um concerto onde vão ser apresentadas 13 músicas e vai ter animadores. Pensámos em criar personagens porque os poemas falam de personagens que podem estar relacionadas com o imaginário das crianças sobre Macau. Vamos ter um dragão a interagir com os mais pequenos, por exemplo. Vamos ter mais coisas, mas tem de ser surpresa. Também vamos ter um número de marionetas para interagir com o público.”
Entre o D. Pedro V e o Fringe foram necessárias adaptações. “Quando apresentámos o projecto em Setembro foi em formato de auditório, mas adaptámos o cenário e a experiência dos animadores para o conceito de um espectáculo ao ar livre.”
Diana Soeiro, mãe de três crianças, cresceu em Macau e pretende manter a memória de uma terra que sente sua. “Os poemas que escrevi são dirigidos às crianças, falam de alguns aspectos da história de Macau. O desafio foi pesquisar e tentar transmitir esses aspectos da história e cultura de Macau com uma linguagem acessível às crianças.”
O disco que serve de mote ao espectáculo tem, assim, canções sobre o Farol da Guia, Jardim Camões, o Cotai ou o Jetfoil entre Macau e Hong Kong. “A ideia era conciliar aspectos do passado com Macau mais actual para que através das músicas tenham mais vontade de conhecer e perceber melhor o que os rodeia.”

Ir além da comunidade

Para esta edição do Fringe, Diana Soeiro tem expectativas elevadas, uma vez que no último ano “o espectáculo da CPM contou com um público muito participativo”. “Há uma diferença em relação aos anos anteriores, que é o facto de termos dois dias de espectáculo. Um deles é na Fortaleza do Monte e aí estamos a contar com menos público português, será um espectáculo mais direccionado para os turistas. Vamos ter de apostar mais na animação porque terão mais dificuldade em perceber as letras. No Jardim Camões estamos à espera de um público português.”
Para a coordenadora da CPM, estes espectáculos ajudam a associação a expandir-se a toda a sociedade e a chegar a um público mais vasto. “Sentimos que através destes projectos conseguimos concretizar esta parte do entretenimento dos residentes, mas que também divulgamos o português. O nosso objectivo é divulgar a língua e a cultura portuguesas e Macau. Através destes projectos conseguimos chegar a um público muitíssimo variado e divulgar o trabalho das casas. Os turistas e a comunidade chinesa aderem com enorme entusiasmo.”

7 Jan 2020

Festival Fringe | Espectáculos ganham duas datas adicionais

Devido à procura de bilhetes, o Instituto Cultural decidiu adicionar duas datas aos espectáculos “Encontro para Jantar Binaural” e “Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau”, marcadas para 10 e 15 de Janeiro, respectivamente. Os dois espectáculos integram a agenda do Festival Fringe, que acontece entre os dias 10 e 19 deste mês

 

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) decidiu criar duas datas adicionais para dois espectáculos da 19ª edição do Festival Fringe, que acontece entre os dias 10 e 19 deste mês, uma vez que a procura pelos bilhetes tem sido muita.

De acordo com um comunicado oficial, o espectáculo “Encontro para Jantar Binaural” ganha a data adicional de 10 de Janeiro, pelas 21h, estando a data original marcada para os dias 11 e 12. Já o espectáculo multimédia “Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau”, de Jay Lei e Shuk Man Lee acontece também a 15 de Janeiro pelas 19h30, com as datas originais a 16 e 17 de Janeiro.

Os bilhetes para estes dois espectáculos começaram a ser vendidos em Dezembro e já tinham esgotado. Os ingressos para as duas datas adicionais encontram-se à venda desde ontem.

Com um programa composto por 17 espectáculos e mais 13 actividades de extensão, que prometem levar o público a “vários lugares e a viajar pelas ruas e bairros de Macau, desfrutando de uma jornada plena de fantasia”, o Fringe tem tido enorme procura, uma vez que “os bilhetes disponíveis para alguns espectáculos já são limitados”.

Novidades na 19ª edição

Este ano o festival integra a série especial “Crème de la Fringe” com dois subtemas: “On Site” e “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane”. O primeiro apresenta três espectáculos de dança, intitulados “ImprovFlashMob”, “Viajante do Corpo” e “Um Passo para o Teatro: Chama Apagada”, bem como um workshop de dança e uma sessão de partilha.

O IC explica, em comunicado, que “da rua para o teatro os artistas usarão os seus corpos para apresentar diferentes possibilidades, permitindo o público experimentar de perto o poder do movimento físico”.

Por sua vez, o “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane” contará com três espectáculos, com os nomes “Fragile”, “Mercado de Estórias” e “Caminhada Nocturna: Porquê?”.

Nestas actuações, “artistas de Macau, Taiwan e Canadá trazem a Coloane as formas diferentes de teatro e workshops de marionetas contemporâneas, explorando as potencialidades do teatro visual oriental e ocidental, e combinando iluminação, criativas misturas de som e marionetas multimédia com histórias originais de Coloane, um lugar onde as pessoas e a natureza ainda vivem em harmonia”.

O programa do Fringe inclui ainda o espectáculo “Caleidoscópio em Movimento”, do grupo Stella e Artistas, um trabalho interdisciplinar que mistura dança, projecção e elementos digitais.

“Corpos, tempo e espaços, memórias, luzes e sombras entrelaçam-se, fundindo-se num caleidoscópio deslumbrante, criando efeitos visuais subtis e estimulando a imaginação desenfreada do público”, descreve o IC.

Na co-produção “Vestindo as Minhas Histórias por Contar”, do grupo teatral Soda-City Experimental Workshop Arts Association e da Associação de Desenvolvimento Comunitário Artistry of Wind Box, “os artistas transmitem os seus sentimentos através de vestuário e incentivam o público a abraçar novamente memórias há muito enterradas, entregando-se a reminiscências com uma gama de vestuário”, explica o IC.

Os espectáculos de matriz portuguesa também fazem parte do cartaz do Fringe para este ano. Exemplo disso é “Era uma vez em Macau” (Once upon a time in Macao), desenvolvido pela Casa de Portugal em Macau, e que sobe aos palcos no dia 11 de Jneiro, na Fortaleza do Monte, e no dia seguinte no Jardim Camões.

3 Jan 2020

Festival Fringe | Espectáculos ganham duas datas adicionais

Devido à procura de bilhetes, o Instituto Cultural decidiu adicionar duas datas aos espectáculos “Encontro para Jantar Binaural” e “Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau”, marcadas para 10 e 15 de Janeiro, respectivamente. Os dois espectáculos integram a agenda do Festival Fringe, que acontece entre os dias 10 e 19 deste mês

 
[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) decidiu criar duas datas adicionais para dois espectáculos da 19ª edição do Festival Fringe, que acontece entre os dias 10 e 19 deste mês, uma vez que a procura pelos bilhetes tem sido muita.
De acordo com um comunicado oficial, o espectáculo “Encontro para Jantar Binaural” ganha a data adicional de 10 de Janeiro, pelas 21h, estando a data original marcada para os dias 11 e 12. Já o espectáculo multimédia “Guia da Propriedade na Casa de Lou Kau”, de Jay Lei e Shuk Man Lee acontece também a 15 de Janeiro pelas 19h30, com as datas originais a 16 e 17 de Janeiro.
Os bilhetes para estes dois espectáculos começaram a ser vendidos em Dezembro e já tinham esgotado. Os ingressos para as duas datas adicionais encontram-se à venda desde ontem.
Com um programa composto por 17 espectáculos e mais 13 actividades de extensão, que prometem levar o público a “vários lugares e a viajar pelas ruas e bairros de Macau, desfrutando de uma jornada plena de fantasia”, o Fringe tem tido enorme procura, uma vez que “os bilhetes disponíveis para alguns espectáculos já são limitados”.

Novidades na 19ª edição

Este ano o festival integra a série especial “Crème de la Fringe” com dois subtemas: “On Site” e “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane”. O primeiro apresenta três espectáculos de dança, intitulados “ImprovFlashMob”, “Viajante do Corpo” e “Um Passo para o Teatro: Chama Apagada”, bem como um workshop de dança e uma sessão de partilha.
O IC explica, em comunicado, que “da rua para o teatro os artistas usarão os seus corpos para apresentar diferentes possibilidades, permitindo o público experimentar de perto o poder do movimento físico”.
Por sua vez, o “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane” contará com três espectáculos, com os nomes “Fragile”, “Mercado de Estórias” e “Caminhada Nocturna: Porquê?”.
Nestas actuações, “artistas de Macau, Taiwan e Canadá trazem a Coloane as formas diferentes de teatro e workshops de marionetas contemporâneas, explorando as potencialidades do teatro visual oriental e ocidental, e combinando iluminação, criativas misturas de som e marionetas multimédia com histórias originais de Coloane, um lugar onde as pessoas e a natureza ainda vivem em harmonia”.
O programa do Fringe inclui ainda o espectáculo “Caleidoscópio em Movimento”, do grupo Stella e Artistas, um trabalho interdisciplinar que mistura dança, projecção e elementos digitais.
“Corpos, tempo e espaços, memórias, luzes e sombras entrelaçam-se, fundindo-se num caleidoscópio deslumbrante, criando efeitos visuais subtis e estimulando a imaginação desenfreada do público”, descreve o IC.
Na co-produção “Vestindo as Minhas Histórias por Contar”, do grupo teatral Soda-City Experimental Workshop Arts Association e da Associação de Desenvolvimento Comunitário Artistry of Wind Box, “os artistas transmitem os seus sentimentos através de vestuário e incentivam o público a abraçar novamente memórias há muito enterradas, entregando-se a reminiscências com uma gama de vestuário”, explica o IC.
Os espectáculos de matriz portuguesa também fazem parte do cartaz do Fringe para este ano. Exemplo disso é “Era uma vez em Macau” (Once upon a time in Macao), desenvolvido pela Casa de Portugal em Macau, e que sobe aos palcos no dia 11 de Jneiro, na Fortaleza do Monte, e no dia seguinte no Jardim Camões.

3 Jan 2020

Fringe | Macau acolhe 30 eventos de 10 a 19 de Janeiro

A 19ª edição do Festival Fringe inclui 17 espectáculos e 13 actividades extra, espalhadas pelas ruas e bairos de Macau. Além da edição especial “Créme de la Fringe” onde estão previstos espectáculos de teatro, dança e música, haverá também lugar a workshops, palestras e sessões de partilha. Em português haverá o espectáculo de música e marionetas “Era uma vez em Macau”

 

[dropcap]D[/dropcap]isperso e variado, para chegar a todos e um pouco por todo o lado. É desta forma que a 19ª edição do Festival Fringe se irá apresentar em Macau entre os dias 10 e 19 de Janeiro de 2020. Com um orçamento total de 3,2 milhões de patacas e organizado pelo Instituto Cultural (IC), o Fringe pretende levar o público a desfrutar da sua programação em 27 localizações diferentes, espalhadas por Macau. Por ocasião da conferência de imprensa de apresentação do festival, a Presidente do IC, Mok Ian Ian, fez questão de sublinhar no seu discurso, os pontos em que o Fringe é peculiar.

“O Festival Fringe pretende estabelecer-se como um evento excepcional pleno de ideias inovadoras e dedicado à criação de um palco para um variado leque de actuações. O Festival é diferente de qualquer outro evento jamais organizado, permitindo que o palco seja montado em qualquer lugar e levando os artistas a mergulhar nos vários bairros comunitários, a fim de envolver o público nos seus espectáculos”, explicou Mok Ian Ian.

Crème de la crème

Uma das novidades da edição deste ano é série especial “Crème de la Fringe” com duas secções, o “On Site” e o “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane”. O programa “On Site” do “Crème de la Fringe” apresenta três espectáculos de dança, o “ImprovFlashMob”, “Viajante do Corpo” e “Um Passo para o Teatro: Chama Apagada”, e ainda três workshops de dança e uma sessão de partilha.

“Realizamos um programa que recolheu elementos de dança de vários lugares diferentes e, queremos estender este tipo de actividades (…) à participação de várias pessoas. No início deste ano escolhemos quatro zonas históricas diferentes de Macau para que os artistas locais actuarem”, referiu a directora do programa “On site”, Su Cheng Ke.

Já o programa “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane” vai contar com três espectáculos: “Fragile”, “Mercado de Estórias” e “Caminhada Nocturna: Porquê?”, onde artistas de Macau, Taiwan e Canadá vão trazer a Coloane as formas diferentes de encarar o teatro e workshops de marionetas contemporâneas.

“O público pode aproveitar para passear em Coloane enquanto participa nas actividades. Uma das nossas actuações, inclusivamente, é uma caminhada nocturna, que combina os elementos de luz e música, e é apropriado para toda a família, disse Chiu Tsat , da organização do programa “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos de Coloane”.

Outros destaques da programação incluem o espectáculo interactivo “Encontro para Jantar Binaural” (Reino Unido), a exposição ao vivo “Break & Break” (Taiwan), o espectáculo de dança “Caleidoscópio em Movimento”(Macau) e a peça de teatro “A Dupla Cinematográfica” (Macau e Taiwan).

A pensar nos mais novos

Outro dos objectivos do Fringe, onde 63 por cento dos grupos são originários de Macau, passa também, segundo a presidente do IC, por tornar-se “no ponto de partida para aqueles que experimentam a arte pela primeira vez”. Exemplo disso é o espectáculo “Era Uma vez em Macau”, promovido pela Casa de Portugal em Macau, onde se procura representar cenários de fantasia associados à cidade, através da música e da comunhão entre o passado e o presente.

“Fantasia Melódica” é outro dos espectáculos que pretende cativar os mais novos. Inspirado nos contos clássicos dos Irmãos Grimm e levado à cena pelo Teatro Areia Preta x Clube dos Amigos do Riquexó, o evento pretende, através de marionetas e actores, segundo o Director Artístico, Antonio Martinez, “promover o bom uso das tecnologias”.

“Com esta peça tentamos levar às crianças uma consciencialização dos problemas e dos perigos que os dispositivos electrónicos, como os tablets e os telemóveis podem trazer, mas sempre com esta ideia de que o teatro é um meio para esta aprendizagem”, explicou Antonio Martinez.

Os bilhetes para o Festival Fringe da Cidade de Macau estarão à venda a partir do próximo domingo, 15 de Dezembro. Já as inscrições para os workshops podem ser feitas online ou por telefone, a partir do dia seguinte.

12 Dez 2019

Fringe | Macau acolhe 30 eventos de 10 a 19 de Janeiro

A 19ª edição do Festival Fringe inclui 17 espectáculos e 13 actividades extra, espalhadas pelas ruas e bairos de Macau. Além da edição especial “Créme de la Fringe” onde estão previstos espectáculos de teatro, dança e música, haverá também lugar a workshops, palestras e sessões de partilha. Em português haverá o espectáculo de música e marionetas “Era uma vez em Macau”

 
[dropcap]D[/dropcap]isperso e variado, para chegar a todos e um pouco por todo o lado. É desta forma que a 19ª edição do Festival Fringe se irá apresentar em Macau entre os dias 10 e 19 de Janeiro de 2020. Com um orçamento total de 3,2 milhões de patacas e organizado pelo Instituto Cultural (IC), o Fringe pretende levar o público a desfrutar da sua programação em 27 localizações diferentes, espalhadas por Macau. Por ocasião da conferência de imprensa de apresentação do festival, a Presidente do IC, Mok Ian Ian, fez questão de sublinhar no seu discurso, os pontos em que o Fringe é peculiar.
“O Festival Fringe pretende estabelecer-se como um evento excepcional pleno de ideias inovadoras e dedicado à criação de um palco para um variado leque de actuações. O Festival é diferente de qualquer outro evento jamais organizado, permitindo que o palco seja montado em qualquer lugar e levando os artistas a mergulhar nos vários bairros comunitários, a fim de envolver o público nos seus espectáculos”, explicou Mok Ian Ian.

Crème de la crème

Uma das novidades da edição deste ano é série especial “Crème de la Fringe” com duas secções, o “On Site” e o “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane”. O programa “On Site” do “Crème de la Fringe” apresenta três espectáculos de dança, o “ImprovFlashMob”, “Viajante do Corpo” e “Um Passo para o Teatro: Chama Apagada”, e ainda três workshops de dança e uma sessão de partilha.
“Realizamos um programa que recolheu elementos de dança de vários lugares diferentes e, queremos estender este tipo de actividades (…) à participação de várias pessoas. No início deste ano escolhemos quatro zonas históricas diferentes de Macau para que os artistas locais actuarem”, referiu a directora do programa “On site”, Su Cheng Ke.
Já o programa “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos em Coloane” vai contar com três espectáculos: “Fragile”, “Mercado de Estórias” e “Caminhada Nocturna: Porquê?”, onde artistas de Macau, Taiwan e Canadá vão trazer a Coloane as formas diferentes de encarar o teatro e workshops de marionetas contemporâneas.
“O público pode aproveitar para passear em Coloane enquanto participa nas actividades. Uma das nossas actuações, inclusivamente, é uma caminhada nocturna, que combina os elementos de luz e música, e é apropriado para toda a família, disse Chiu Tsat , da organização do programa “Festival de Teatro de Marionetas e Objectos de Coloane”.
Outros destaques da programação incluem o espectáculo interactivo “Encontro para Jantar Binaural” (Reino Unido), a exposição ao vivo “Break & Break” (Taiwan), o espectáculo de dança “Caleidoscópio em Movimento”(Macau) e a peça de teatro “A Dupla Cinematográfica” (Macau e Taiwan).

A pensar nos mais novos

Outro dos objectivos do Fringe, onde 63 por cento dos grupos são originários de Macau, passa também, segundo a presidente do IC, por tornar-se “no ponto de partida para aqueles que experimentam a arte pela primeira vez”. Exemplo disso é o espectáculo “Era Uma vez em Macau”, promovido pela Casa de Portugal em Macau, onde se procura representar cenários de fantasia associados à cidade, através da música e da comunhão entre o passado e o presente.
“Fantasia Melódica” é outro dos espectáculos que pretende cativar os mais novos. Inspirado nos contos clássicos dos Irmãos Grimm e levado à cena pelo Teatro Areia Preta x Clube dos Amigos do Riquexó, o evento pretende, através de marionetas e actores, segundo o Director Artístico, Antonio Martinez, “promover o bom uso das tecnologias”.
“Com esta peça tentamos levar às crianças uma consciencialização dos problemas e dos perigos que os dispositivos electrónicos, como os tablets e os telemóveis podem trazer, mas sempre com esta ideia de que o teatro é um meio para esta aprendizagem”, explicou Antonio Martinez.
Os bilhetes para o Festival Fringe da Cidade de Macau estarão à venda a partir do próximo domingo, 15 de Dezembro. Já as inscrições para os workshops podem ser feitas online ou por telefone, a partir do dia seguinte.

12 Dez 2019

Festival Fringe | Grupo de Macau Artfusion actua em Shenzen

O grupo Macau Artfusion actua no Festival Fringe de Shenzen entre os dias 16 e 24 de Novembro com um espectáculo de rua, que mistura dança e teatro físico. A iniciativa, que tem direcção artística e produção de Laura Nyögéri, apresenta um novo conceito criativo, intitulado “Less Talk, More Art”, que ganha novos contornos em Macau

 

[dropcap]O[/dropcap] Festival Fringe de Shenzen recebe, entre os dias 16 e 24 de Novembro, pela quinta-vez, o grupo local Artfusion Macau, num espectáculo com os artistas Daê Teixeira , Filipa Lima, Madalena Lopes e Mafalda Ramos. A direcção artística e produção está a cargo de Laura Nyögéri, que, a título individual, participa no Festival Fringe de Shenzen desde o seu início, há 10 anos.

O projecto inclui “personagens do Imaginarium, inspiradas em conceitos artísticos abstractos, surreais, expressionistas, urbanos e contemporâneos, que irão colorir as ruas do distrito de Nanshan, na cidade chinesa de Shenzhen”, adiantou a directora artística.

O objectivo com esta iniciativa é “dar um sopro de vida ao espaço urbano por meio da arte”, através da criação de uma instalação produzida em tempo real, “não só através das personagens mas através do público, de quem está primeiro a ‘olhar’ e que de repente se vê a participar, a explorar e a criar”, frisou Laura Nyögéri ao HM.

O espectáculo de rua, que mistura muita dança, caracterização e teatro físico, será apresentado em Shenzen tendo como base o conceito criativo “Less Talk, More Art”, desenvolvido sob a ideia de que “é preciso passar à acção (artística) e reunir recursos para que a arte chegue a todos, sem limites, preconceitos ou transposições”, adiantou a responsável.

O conceito passa por mostrar a necessidade de reunir “equipas profissionais que possam ser base a uma arte que se pretende ser da e para a comunidade”, com “menos teorias, menos burocracias, menos perguntas de respostas certas, mais mãos sujas de tinta, mais recortes e colagens, mais imaginação desenhada em papel, mais corpo que dança, que fala e veste personagens que não têm que ser reais”.

Nesse sentido, a directora artística do Macau Artfusion adianta que “este projecto aposta não só numa vertente visualmente forte e demarcada por influências de movimentos artísticos como o Pop Art, o Expressionismo, o Surrealismo e o Abstracionismo; seguindo nomes como Andy Warhol e Yayoi Kusama, entre outros”. Além disso, é também uma forma de mergulhar “em diferentes linguagens artísticas que, no fundo, transmitem uma liberdade de expressão e uma expressão de liberdade visual e conceptual”.

Perto da comunidade

Sendo a presença no Festival Fringe de Shenzen, Laura Nyögéri destaca, no evento, a existência de uma “equipa criativa e de produção fantásticas, que apostam muito na diversidade e criatividade dos espectáculos e workshops inerente ao programa, na comunicação e no próprio design do festival, atraindo assim públicos muito diversificados e oferecendo um programa multiartístico”.

Para a responsável, a questão da proximidade com a comunidade e a “forma como se cria um programa tão alternativo e apelativo” é outro ponto forte do festival.

“Temos a oportunidade de levar o nosso trabalho artístico a outros lugares e a outros públicos fora de Macau e conseguimos, ao mesmo tempo, usufruir do facto deste festival ter uma dimensão internacional, que permite a todos os artistas participantes um excelente intercâmbio artístico e multicultural”, rematou.

Por cá

O projecto que o grupo Macau Artfusion leva a Shenzen ganha ainda outra dimensão devido à parceria com a Associação IC2 (i can too), que tem vindo a ser desenvolvida desde Setembro. Esta entidade “aposta em criar oportunidades para que jovens e adultos com deficiência e diagnósticos de necessidades especiais possam ser cidadãos activos na sociedade”. Este trabalho conjunto pretende, no fundo, “invocar através da arte conceitos de inclusão, de entre-ajuda, de aceitação, colmatando falhas de acesso a recursos e oportunidades de participação e de concretização de projectos artísticos em universo inclusivo”.

As duas equipas vão trabalhar juntas nos próximos seis meses com a realização de actividades de artes plásticas e performativas, destinadas a membros da associação IC2 e a alunos do Artfusion.

O projecto, que ganha influências de diferentes correntes artísticas, “onde se explora o universo da música, teatro, dança, pintura, ilustração, moda e da fotografia”, dará origem a uma exposição, instalação e espectáculo performativo apresentados em Macau em Fevereiro do próximo ano.

30 Out 2019

Festival Fringe | Grupo de Macau Artfusion actua em Shenzen

O grupo Macau Artfusion actua no Festival Fringe de Shenzen entre os dias 16 e 24 de Novembro com um espectáculo de rua, que mistura dança e teatro físico. A iniciativa, que tem direcção artística e produção de Laura Nyögéri, apresenta um novo conceito criativo, intitulado “Less Talk, More Art”, que ganha novos contornos em Macau

 
[dropcap]O[/dropcap] Festival Fringe de Shenzen recebe, entre os dias 16 e 24 de Novembro, pela quinta-vez, o grupo local Artfusion Macau, num espectáculo com os artistas Daê Teixeira , Filipa Lima, Madalena Lopes e Mafalda Ramos. A direcção artística e produção está a cargo de Laura Nyögéri, que, a título individual, participa no Festival Fringe de Shenzen desde o seu início, há 10 anos.
O projecto inclui “personagens do Imaginarium, inspiradas em conceitos artísticos abstractos, surreais, expressionistas, urbanos e contemporâneos, que irão colorir as ruas do distrito de Nanshan, na cidade chinesa de Shenzhen”, adiantou a directora artística.
O objectivo com esta iniciativa é “dar um sopro de vida ao espaço urbano por meio da arte”, através da criação de uma instalação produzida em tempo real, “não só através das personagens mas através do público, de quem está primeiro a ‘olhar’ e que de repente se vê a participar, a explorar e a criar”, frisou Laura Nyögéri ao HM.
O espectáculo de rua, que mistura muita dança, caracterização e teatro físico, será apresentado em Shenzen tendo como base o conceito criativo “Less Talk, More Art”, desenvolvido sob a ideia de que “é preciso passar à acção (artística) e reunir recursos para que a arte chegue a todos, sem limites, preconceitos ou transposições”, adiantou a responsável.
O conceito passa por mostrar a necessidade de reunir “equipas profissionais que possam ser base a uma arte que se pretende ser da e para a comunidade”, com “menos teorias, menos burocracias, menos perguntas de respostas certas, mais mãos sujas de tinta, mais recortes e colagens, mais imaginação desenhada em papel, mais corpo que dança, que fala e veste personagens que não têm que ser reais”.
Nesse sentido, a directora artística do Macau Artfusion adianta que “este projecto aposta não só numa vertente visualmente forte e demarcada por influências de movimentos artísticos como o Pop Art, o Expressionismo, o Surrealismo e o Abstracionismo; seguindo nomes como Andy Warhol e Yayoi Kusama, entre outros”. Além disso, é também uma forma de mergulhar “em diferentes linguagens artísticas que, no fundo, transmitem uma liberdade de expressão e uma expressão de liberdade visual e conceptual”.

Perto da comunidade

Sendo a presença no Festival Fringe de Shenzen, Laura Nyögéri destaca, no evento, a existência de uma “equipa criativa e de produção fantásticas, que apostam muito na diversidade e criatividade dos espectáculos e workshops inerente ao programa, na comunicação e no próprio design do festival, atraindo assim públicos muito diversificados e oferecendo um programa multiartístico”.
Para a responsável, a questão da proximidade com a comunidade e a “forma como se cria um programa tão alternativo e apelativo” é outro ponto forte do festival.
“Temos a oportunidade de levar o nosso trabalho artístico a outros lugares e a outros públicos fora de Macau e conseguimos, ao mesmo tempo, usufruir do facto deste festival ter uma dimensão internacional, que permite a todos os artistas participantes um excelente intercâmbio artístico e multicultural”, rematou.

Por cá

O projecto que o grupo Macau Artfusion leva a Shenzen ganha ainda outra dimensão devido à parceria com a Associação IC2 (i can too), que tem vindo a ser desenvolvida desde Setembro. Esta entidade “aposta em criar oportunidades para que jovens e adultos com deficiência e diagnósticos de necessidades especiais possam ser cidadãos activos na sociedade”. Este trabalho conjunto pretende, no fundo, “invocar através da arte conceitos de inclusão, de entre-ajuda, de aceitação, colmatando falhas de acesso a recursos e oportunidades de participação e de concretização de projectos artísticos em universo inclusivo”.
As duas equipas vão trabalhar juntas nos próximos seis meses com a realização de actividades de artes plásticas e performativas, destinadas a membros da associação IC2 e a alunos do Artfusion.
O projecto, que ganha influências de diferentes correntes artísticas, “onde se explora o universo da música, teatro, dança, pintura, ilustração, moda e da fotografia”, dará origem a uma exposição, instalação e espectáculo performativo apresentados em Macau em Fevereiro do próximo ano.

30 Out 2019

IC | Festival Fringe prepara novo projecto “Crème de la Fringe”

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) já está a preparar a 19.ª edição do Festival Fringe, que no próximo ano terá uma nova iniciativa, intitulado “Créme de La Fringe”.

De acordo com um comunicado, “os participantes devem organizar um mini festival com base numa comunidade ou tema”, sendo que este festival de pequena dimensão inserido no Fringe “deve incluir pelo menos três programas e duas actividades relacionadas”. O orçamento para todas as actividades é de 500 mil patacas, sendo que, com esta iniciativa, o IC “espera atrair uma maior participação de produtores e curadores locais e incentivar as produções que têm conexão com a cultura e a comunidade local”.

Para a 19.ª edição do festival, o IC pede um “espírito criativo e arrojado, encorajando o trabalho criativo de qualquer tipo com preocupação local”, com a adopção do conceito ‘Por toda a cidade, os nossos palcos, os nossos patronos, os nossos artistas’”.

A recolha de propostas de programas e locais de espectáculo encontra-se agora aberta, sendo que todas as associações culturais e criativas, curadores, produtores ou profissionais da área artística e os interessados na criação artística podem entregar as suas propostas até ao dia 21 de Junho deste ano.

Além disso, o IC “irá convidar individualidades da indústria, organizadores de eventos e produtores de outras regiões para apreciarem os programas do festival, oferecendo uma plataforma de intercâmbio para artistas locais e produtores estrangeiros e mais oportunidades da actuação”.

16 Mai 2019

Festival Fringe entra na última semana

A programação do 18.º Festival Fringe desta semana tem como destaque uma instalação multimédia inspirada nos contos de Hans Christian Andersen, intitulada “The Icebook” e uma peça de teatro que parte do mundo dos sonhos. A última semana do festival tem ainda em cartaz um concerto da banda da Casa de Portugal, teatro e um workshop de mímica

 

[dropcap]O[/dropcap] Festival Fringe atingiu a maioridade e a edição deste ano entra na recta final à medida que os derradeiros eventos que marcam a última semana do cartaz se aproximam. Na próxima quinta-feira, dia 24, começa a exibição da instalação teatral “The Icebook”, que poderá ser visitada em cinco locais diferentes, todos os dias, até domingo.

Inspirado no conto de Hans Christian Andersen “A Rainha da Neve”, “The Icebook” assume-se como o primeiro livro pop-up de vídeo mapping a ser exibido no mundo inteiro. A instalação teatral, cuja narrativa avança em silêncio, é da autoria dos artistas britânicos Davy e Kristin McGuire. O espectáculo, que tem duração de apenas 17 minutos, centra-se na relação entre uma misteriosa princesa que tem o coração feito de gelo e um rapaz que atrai para obter algum calor. As figuras são feitas a partir de recortes de papel que se agigantam através de projecções de luz de forma a proporcionar à audiência um ambiente intimista e imersivo. “The Icebook” é uma obra difícil de definir, um pouco à imagem do Fringe Festival, que fica algures entre o cinema, o teatro e a animação. No entanto, o resultado promete arrebatar emoções e transportar o espectador para o mundo de fantasia dos contos de Hans Christian Andersen.

Na quinta-feira, “The Icebook” será exibido no Ngai Chon 505 Studio 1, das 17h às 21h30, a cada trinta minutos. No dia seguinte, no mesmo horário, o local escolhido é o Centro de Educação de Vida Sadia na Avenida Nova da Areia Preta. No sábado e domingo, das 14h às 18h30, será exibido no Centro de Actividades Polivalentes do Lago e na Livraria Portuguesa, respectivamente. A entrada para ver o espectáculo custa 50 patacas.

Cantigas e mimos

“Once upon a time Singing in Portuguese” é o título do concerto da banda da Casa de Portugal em Macau, que ao longo de uma hora oferece ao público, em atmosfera familiar, um conjunto de clássico intemporais da música portuguesa, clássicos da Disney e alguns originais retirados do disco infantil “Castelos no Ar”. A banda composta por Tomás Ramos de Deus, Miguel Andrade, Luís Bento, Paulo Pereira e Ivan Pineda terá em palco a colaboração de convidados. O concerto tem como público alvo crianças e os seus pais e está marcado para as 16h de sábado no Largo de Camões na Taipa.

Na sexta-feira e no sábado a partir das 20h, o segundo andar do Edifício do Antigo Tribunal recebe a peça de teatro “Bæd Time”, de autoria da companhia de Taiwan Myan Myan Studio. A peça tem como ponto de partida duas raparigas que se lançam numa discussão sobre vida, morte e existência. Da conversa resulta a revelação da verdadeira identidade de uma das jovens e o sofrimento da interlocutora vítima de bullying. A entrada custa 120 patacas.

Também no Edifício do Antigo Tribunal, o francês Edi Rudo vai dar um workshop de mímica no próximo sábado e domingo, das 10h30 às 12h30. A divertida formação tem como lotação máxima de 10 pares de crianças acompanhadas por um adulto e custa 100 patacas.

22 Jan 2019

Festival Fringe | Lei Sam I à procura do sentido da vida num supermercado

O festival Fringe recebe nos dias 25 e 26 deste mês um espectáculo fora dos palcos habituais. “Pequeno Escape” acontece no supermercado Tai Fung do edifício Vai Chun Garden, na Taipa, e é nele que Lei Sam I vai reflectir sobre a sua vida e como devemos aproveitar o momento presente

 

De onde surgiu a ideia para este projecto?

Sempre que fico frustrada com a vida, o meu passeio preferido é, muitas vezes, deambular entre as prateleiras e corredores dos supermercados. Olhar para os produtos organizados nas prateleiras sempre me deu algum conforto. Uma vez estava a olhar para os produtos, e na parte de fora lia-se: preço, ingredientes, data do produto e a data de validade. E eu pensei: “Até que ponto nos parecemos com isto, a nossa vida enquanto seres humanos e produtos?”. Temos data de nascimento, qualificações pessoais e valores de vida. A única coisa que nos falta saber é qual será o último dia das nossas vidas. Fiquei intrigada e isso levou-me a reflectir sobre o que, de facto, me interessa, neste preciso momento. Foi aí que quis começar a escrever um guião sobre a vida de uma rapariga, desde a sua juventude até à velhice, e de como ela vai enfrentando as diferentes dificuldades ao longo da vida. Além disso, procura também a coisa mais importante da sua vida. Espero que, com este espectáculo, e em conjunto com o público, possamos encontrar uma resposta para ela e para mim.

Como vai ser o espectáculo, exactamente?

O palco será num supermercado e o espectáculo decorre durante as horas de abertura do estabelecimento. Durante a performance o público vai ter auscultadores com descrições áudio da história do espectáculo. Vai ser uma viagem sobre a mudança entre a realidade (o supermercado que funciona nas horas de expediente) e a ficção (o espaço teatral) e a protagonista (que serei eu). Todos estes elementos vão guiar o público para diferentes fases da vida da protagonista, e vão levar as pessoas a perceber como é que ela cresceu e se transformou entre uma idade e outra. Vão também decorrer sessões de jogos e outras actividades interactivas ao longo do espectáculo, que está cheio de gargalhadas e emoção.

Que mensagem pretende transmitir com este espectáculo?

Aproveitem o momento. Com esta actuação especial gostaria de recordar às pessoas que, independentemente do quão stressante a vida pode ser, e de como algumas memórias podem ser dolorosas, ou até de como nos arrependemos de algumas decisões que tomamos, nunca nos podemos esquecer que não há nada melhor do que aproveitar o “momento”.

Qual é a importância de fazer espectáculos em lugares onde as pessoas vão diariamente, como é o caso dos supermercados?

Tem tudo a ver com a investigação de um propósito meu, que é a forma como vivo o momento presente. Talvez seja uma auto-reflexão filosófica no teatro sobre a minha própria vida. Shakespeare disse uma vez: “O mundo inteiro é um palco, e todos os homens e mulheres são meros actores”. Pergunto-me como é que as pessoas encaram estas palavras. O teatro pertence à vida mas está além dela, então como é que encaramos a vida? Como é que todo o “momento” que acontece em palco é diferente daquele que acontece na vida real? Para encontrar a resposta, a ideia de “pôr no palco a vida real” não me saía da cabeça, numa tentativa de “construir a ficção sobre a realidade”, e chegar a ideias mais profundas que variam entre os dois “momentos”. Espero quebrar o status quo teatral ao mudar o auditório, mudando, assim, a perspectiva do público, para que o possa levar a ter a uma experiência ainda mais única.

Acha que este tipo de projectos deveriam acontecer mais em Macau? Porquê?

Em termos de dimensões e estilos, há variadíssimos supermercados em Macau, mas a viabilidade desta performance não está limitada à nossa comunidade. Cada região e país têm os seus próprios supermercados com características diferentes, além da história que é gravada previamente, e depois difundida no palco, podemos perfeitamente imaginar em colocar este espectáculo em qualquer supermercado do mundo. Tudo o que precisamos é de uma mudança na linguagem e da tradução. Isso seria fascinante.

18 Jan 2019

Festival Fringe | “Phubber Drama” alerta para dependência das redes sociais

Uma performance interactiva e inesperada, com o objectivo de alertar as pessoas para a sua dependência do telemóvel é o que vai acontecer nos próximos dias 19 e 21 de Janeiro com “Phubber Drama”, uma iniciativa criada por Cherrie Leong. A performance vai ter lugar junto do edifício da administração pública e do templo de Kun Iam para deixar um recado: “é preciso o convívio pessoal”

 

[dropcap]“A[/dropcap]s pessoas já não estão umas com as outras”, começa por dizer ao HM a responsável por “Phubber Drama”, a performance interactiva que pretende alertar o público para o uso excessivo do telemóvel. Aliás, o termo “phubbing” está agora “na moda” e define este fenómeno de ligação virtual permanente das pessoas, acrescenta Leong.

Mas até que ponto estas ligações estão a privar as pessoas de estarem umas com as outras? Esta foi a questão que levou a artista local a criar“Phubber Drama”. “Actualmente quando nos juntamos com amigos e família, estamos sempre a utilizar o telefone em vez de comunicarmos uns com os outros, directamente e cara a cara”, começa por explicar. O fenómeno é visível em todo o lado, quer quando as pessoas estão em grupo, ou sozinhas enquanto andam nos transportes e pela rua. “As pessoas estão permanentemente ligadas”, sublinha Cherrie Leong.

Perante esta alienação, Cherrie Leong decidiu intervir, avançar para o público na rua, e fazer, com ele, uma performance. O objectivo é conseguir promover uma reflexão capaz de “encorajar uma mudança nas pessoas e nas suas atitudes para que deixem de usar tanto o telefone”.

Tempo de parar

A ideia não é deixar de utilizar este dispositivo que já faz parte da vida de todos, mas sim que parem e que tenham em conta o tempo que passam efectivamente com a família e com os amigos e a forma como comunicam nestas situações.

Por outro lado, a responsável tem notado que a dependência da sociedade actual no número de gostos no facebook ou de seguidores noutras plataformas começou ser preocupante, sendo que “todas as pessoas centram a sua existência nas plataformas sociais e fazem delas a sua vida”.

Todo este mundo, que não existe na realidade, está a alterar a forma como as pessoas estão umas com as outras e “está na altura de repensar o lugar dos amigos e da família real”, refere, sendo que, “as relações humanas estão cada vez mais esquecidas”.

No fundo, Cherrie Leong pretende com “Phubber Drama” a busca de um equilíbrio entre o virtual e o real que considera perdido.

Situação surpresa

A iniciativa integra o cartaz da edição este ano do festival Fringe que tem hoje início oficial e o evento vai ter lugar nos dias 19 em frente ao edifício da administração pública e no dia 21 em frente ao templo de Kun Iam, sempre junto da paragem de autocarros.

A performance vai ser feita “inesperadamente e os artistas vão aparecer do nada, e da mesma forma vão desaparecer”. Apesar de ter uma duração de apenas cinco minutos, “haverá tempo para interagir”.

“Tentamos fazer alguma coisa diferente porque queremos que as pessoas se juntem a nós. Vamos claro, aproximarmo-nos de quem estiver a utilizar o telefone”, aponta Leong.

11 Jan 2019