Casa-Museu da Taipa com restaurantes e cultura portuguesa

O Instituto Cultural abriu um concurso público de adjudicação da Casa de Recepções, uma das Casas-Museu da Taipa, para um restaurante que promova a cultura portuguesa e produtos “gourmet macaenses”. O despacho assinado pela presidente do IC materializa uma velha promessa de Alexis Tam

 

 

“Vamos montar um restaurante português, cafés e mais esplanadas naquela zona. Arranjar alguns [artistas] portugueses para tocarem. Vai ser interessante”, afirmou Alexis Tam no dia 9 de Novembro de 2015, citado pelo HM há exactamente sete anos. A intenção do à altura secretário para os Assuntos Sociais e Cultura era dinamizar as Casas-Museu da Taipa.

Sete anos depois, a intenção de Alexis Tam é materializada num despacho assinado pela presidente do Instituto Cultural, Leong Wai Man, que abre o concurso público para a adjudicação da Casa de Recepções, no coração da zona que recebe anualmente o Festival da Lusofonia, em frente ao auditório onde é montado o palco principal do evento.

A intenção do Governo é abrir um “restaurante que promova a cultura portuguesa com características próprias de Macau e que possua elementos do património cultural intangível de Macau, através de fornecimento de alimentos e bebidas gourmet macaenses”.

O IC pretende a abertura de um espaço que se conjugue “com o ambiente envolvente das Casas da Taipa e que seja utilizado também para vendas, exposições, actividades experimentais, workshops.”

 

Plano de pormenor

Em relação aos detalhes do “negócio”, o concurso público estabelece que a adjudicação será feita através de um contrato de arrendamento com a duração de quatro anos, sendo que a renda base ainda não está definida.

Os interessados têm até ao dia 30 de Dezembro para entregar as propostas e pagar uma caução provisória no valor de 20.000 patacas “mediante depósito em numerário ou através de garantia bancária legal a favor do Instituto Cultural”, assim como uma caução definitiva no valor de 40.000 patacas.

Quanto aos critérios de avaliação das propostas, o despacho estipula que a renda vale 40 por cento, o plano de negócio terá um peso de 35 por cento, projecto de planeamento do interior 10 por cento e a experiência do concorrente 15 por cento.

Os requisitos do concurso público estabelecem ainda que os “concorrentes devem estar inscritos na Direcção dos Serviços de Finanças e na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis da RAEM”. No caso de o concorrente ser um “empresário em nome individual, deve ser residente na RAEM, e no caso de sociedades comerciais, o respectivo capital social deve ser detido numa percentagem superior a 50 por cento por residentes da RAEM”. O IC afasta a admissão de consórcios ao concurso público em questão.

O Governo vai organizar uma visita ao local para potenciais interessados no concurso na próxima terça-feira, dia 15 de Novembro. Para participar, é preciso fazer inscrição no Instituto Cultural até ao final do horário de expediente do dia anterior à visita.

10 Nov 2022

Che Sai Wang preocupado com comissões na distribuição de comida

O deputado defende que o Governo deve seguir o exemplo dos Estados Unidos e limitar as comissões cobradas aos restaurantes pelas aplicações móveis de take away. O pedido faz parte de um documento partilhado ontem pelo escritório de Che Sai Wang, ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).

Numa tendência que afirma ser recente, o deputado revela ter recebido “pedidos de ajuda e queixas de operadores da restauração” para fazer frente a comissões que define como assustadoras. “Sob o impacto da pandemia e do encerramento das fronteiras, as receitas diminuíram significativamente, os custos aumentaram, e as comissões das plataformas de take away são verdadeiramente assustadoras”, aponta Che. Estas mudanças, diz o legislador, reduziram “gravemente o espaço de sobrevivência de muitos operadores das pequenas e médias empresas de restauração”.

Che Sai Wang pede assim ao Governo que siga os exemplos de São Francisco e Nova Iorque, onde as comissões cobradas por plataformas como a Uber Eats estão a limitadas a valores de 15 por cento e 5 por cento, respectivamente.

Comissões de 30 por cento

No documento, Che Sai Wang critica também as comissões praticadas em Macau, e fala do monopólio de uma das aplicações, que, no entanto, não identifica. “O monopólio das plataformas de take away de Macau, em que a percentagem das comissões na zona da península de Macau é de 22 por cento, e em que a percentagem das comissões na zona da Taipa é de 30 por cento”, aponta. “Estes elevados montantes das comissões deixam os operadores dos estabelecimentos de restauração numa situação de lucros extremamente reduzidos”, complementa.

Face a esta situação, o deputado questiona se há planos para criar um limite para as comissões cobradas pelas aplicações de distribuição de comida, de forma a também proteger os consumidores da inflação.

Ao mesmo tempo, pede para que sejam criados mecanismos de supervisão para os preços praticados, com a possibilidade de sancionar os envolvidos.

8 Jun 2022

Cinemateca Paixão celebra aniversário ciclo de cinema sobre comida

[dropcap style≠‘circle’]“B[/dropcap]eber-Beber, Comer-Comer!” é um ciclo de filmes totalmente dedicado à gastronomia. O evento, que começa no dia 16, serve de mote à celebração do primeiro aniversário da Cinemateca Paixão. Quem estiver interessado pode adquirir os bilhetes que vão estar disponíveis para venda já a partir de amanhã.

De acordo com um comunicado, o ciclo “Beber-Beber, Comer-Comer” é composto por seis filmes “dedicados à gastronomia”, estando também prevista a realização de seis “workshops de sabores”. O objectivo é “expandir a inspiração [dos espectadores] do sabor do cinema para o sabor do mundo lá fora”.

O programa contém três documentários e três longas-metragens, tais como “Kampai! Pelo Amor do Sakê”, que revela “o declínio e o renascimento da indústria japonesa do sakê”. Um outro documentário que poderá ser visionado na Cinemateca Paixão chama-se “Cidade do Ouro”, que conta a história do crítico Jonathan Gold, vencedor de um prémio Pulitzer.

O terceiro documentário inserido neste ciclo de cinema intitula-se “Formigas num Camarão”, a obra mostra os bastidores “do processo de mudança do melhor restaurante nórdico do mundo, o NOMA, para Tóquio”. No capítulo das longas-metragens, destaque para “Tampopo”, “uma obra prima japonesa clássica” que foi considerada o primeiro “Ramen Western”. Outro dos filmes a ter em atenção é “A Marmita”, uma obra premiada “que inverte a percepção geral do cinema indiano” e ainda “Tostas”, uma adaptação de um filme televisivo baseado na autobiografia do premiado escritor culinário inglês, Nigel Slater.

Para acompanhar o cinema estão também programados seis “workshops de sabores”, pensados “para levar o público para fora do cinema, numa exploração de diversos restaurantes únicos da cidade”.

“O crítico gastronómico local, OB, levar-nos-á a um restaurante nepalês, onde provaremos os exóticos momos. Chakra Space, um fantástico café vegan, que enfatiza uma cozinha minimalista, preparará um menu especial para nós.”

Outros estabelecimentos participam também neste evento, como é o caso da Old House Bakery, que “criará toda a espécie de pastelaria para um delicado chá da tarde”. Já o restaurante de ramen Furu Furu e o restaurante indiano Taste of Índia prometem servir “pratos únicos”.

No dia da abertura do ciclo de cinema que celebra o primeiro aniversário da Cinemateca Paixão, haverá uma festa, onde Eric Leong, “amante e perito de sakê” irá “partilhar o seu profundo conhecimento e paixão por aquela bebida”.

A Cinemateca Paixão, no seu primeiro ano de existência, “tem oferecido uma selecção única de cinema não comercial ao público de Macau”, assim como uma “séries de palestras, festivais de cinema e workshops”. “Temo-nos empenhado em promover continuamente o cinema, os documentários e os filmes de animação locais”, referiu a organização da Cinemateca Paixão.

2 Mar 2018

Segurança alimentar preocupa presidente da ANP

Zhang Dejiang, apresentou um relatório de inspecção à aplicação da nova Lei de Segurança Alimentar e os resultados não foram brilhantes. Muitos produtores “carecem de sentido de responsabilidade e alguns deles só procuram o lucro”, disse. De locais de processamento imundos, a adulteração de alimentos, ou fertilizantes químicos mal aplicados, os inspectores descobriram de tudo um pouco

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] mais alto legislador da China disse na quinta-feira que a segurança alimentar na China continua “severa” e pediu para melhorar a supervisão e os padrões de segurança.
Foram descobertos locais de processamento de alimentos imundos, fraudes e adulteração na produção de alimentos, além de irregularidades no transporte, indicou o presidente do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Zhang Dejiang, ao apresentar um relatório aos legisladores sobre a inspecção da implementação da Lei de Segurança Alimentar.
O país tem mais de 11,85 milhões de empresas de alimentos licenciadas, disse Zhang.
O relatório foi elaborado após o Comité Permanente da ANP terminar a inspecção nacional sobre o cumprimento da lei em Abril e Maio.

Falta de escrúpulos

Liderados por Zhang e quatro vice-presidentes do Comité Permanente da ANP, cinco grupos de inspecção foram a 10 regiões provinciais, incluindo Tianjin, Mongólia Interior, Hubei, Guangxi e Chongqing. Os grupos visitaram centros de criação, mercados de produtos agrícolas, produtores de alimentos, negócios de catering e outras unidades.
Os inspectores descobriram que alguns produtores de alimentos carecem de um firme sentido de responsabilidade e que alguns deles só procuram obter lucros.
Além disso, descobriu-se ainda que na fase de plantação, os pesticidas e os fertilizantes químicos não são utilizados de maneira apropriada, explicou Zhang.
Embora tenham sido criados quase 683 padrões de segurança alimentar e mais de 4.000 limites para os níveis de pesticidas, a supervisão da segurança alimentar é fraca em algumas áreas, afirmou Zhang.
No entanto, a situação geral da segurança alimentar na China melhorou e a qualificação de amostras de alimentos foi de 96,8% em 2015, uma alta de 2,1 pontos percentuais em relação ao nível de 2014.

Milhões em multas

Foi estabelecido um mecanismo de cooperação interdepartamental de segurança alimentar, acrescentou Zhang, que assinalou que as sanções severas contra os infractores tiveram um efeito dissuasivo.
Em 2015, a Administração Geral da Supervisão de Alimentos e Medicamentos supervisionou a investigação de 364 importantes casos de segurança alimentar e as autoridades de administração de alimentos e medicamentos em todos os níveis investigaram mais de 240 mil casos e emitiram multas no valor de 1,165 mil milhões de yuans.
Desde que a revisão da Lei de Segurança Alimentar foi promulgada, a polícia descobriu 15 mil casos criminosos relacionados com os assuntos de segurança alimentar, com mais de 26 mil suspeitos investigados.
Zhang sugeriu o reforço da publicidade da lei da segurança alimentar, o impulso da supervisão ao cultivo e a necessidade de um sistema de padrões consistente com as condições internacionais e chinesas.
O presidente do Comité Permanente da ANP também sugeriu melhorar as agências de provas de alimentos.
A sessão semanal do Comité Permanente da ANP terminou no sábado mas antes, na quinta-feira, Zhang Dejiang presidiu ainda a uma reunião de líderes do Comité Permanente do organismo onde foram apresentados relatórios sobre diversos temas, nomeadamente propostas de revisão às leis relacionadas com protecção de animais selvagens, poupança de energia e a própria qualificação de alguns dos membros da ANP.

4 Jul 2016