BNU | Previsto crescimento acima das expectativas

O presidente da Comissão Executiva do Banco Nacional Ultramarino, Carlos Cid Álvares, acredita que o crescimento económico do território pode ficar acima da previsão de várias instituições.

A postura optimista foi revelada em declarações ao Canal Macau, quando foi questionado sobre as previsões da Universidade de Macau, que aponta que o crescimento do produto interno bruto atinja os 17 por cento.

De acordo com Carlos Cid Álvares, a economia está a recuperar e esse aspecto é visível nas ruas de Macau. Sobre o mercado do imobiliário, em que as transacções e os preços estão em quebra face aos anos anteriores, Carlos Cid Álvares afirmou acreditar que o Executivo vai continuar a acompanhar a evolução da situação e que no futuro poderá tomar mais medidas para tornar o mercado mais fluído. O presidente do BNU considerou ainda positiva a decisão do Executivo em abolir medidas fiscais relacionadas com a transacção de imóveis.

17 Abr 2024

BNU | Alerta para fraudes na internet

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) alertou para a existência de páginas fraudulentas na Internet e redes sociais que se fazem passar pelo banco para supostamente oferecer empréstimos na hora.
Numa nota publicada no portal do BNU, o banco disse acreditar que estas páginas “publicitam serviços de empréstimo imediatos como meio de solicitação para atrair clientes”. O BNU aconselhou os clientes a ligarem para o banco ou pedirem ajuda à polícia, se encontrarem “‘websites’, anúncios ou mensagens suspeitas”.
A Autoridade Monetária de Macau (AMCM), regulador financeiro local, indicou que o público deve “ter cuidado com páginas da Internet, redes sociais e comunicações bancárias falsas para evitar ser enganado e sofrer perdas desnecessárias”.
As burlas com recurso às telecomunicações e à Internet em Macau subiram 59,4 por cento em termos anuais nos primeiros nove meses de 2023 e provocaram perdas superiores a 200 milhões de patacas.
De acordo com dados divulgados, em Dezembro, pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, as autoridades policiais de Macau registaram 872 burlas cometidas através do telefone ou online entre Janeiro e Setembro, mais 325 casos do que em igual período de 2022. Grande parte das burlas (599, mais 29,7 por cento) aconteceram com recurso à Internet, embora o maior aumento tenha ocorrido nas burlas telefónicas (273), que mais do que quadruplicaram.

10 Fev 2024

Lucros do BNU crescem 62% para 587,3 milhões de patacas

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) anunciou ontem lucros líquidos de 587,3 milhões de patacas relacionados com o ano passado, naquele que foi um crescimento de 62 por cento. Em 2022, os lucros líquidos tinham sido de 224,5 milhões de patacas.

O desempenho do banco do grupo Caixa Geral de Depósitos foi superior à média do sector no território. Segundo a Autoridade Monetária de Macau (AMCM), em 2023 os lucros dos bancos em Macau tiveram uma redução de 53,5 por cento para 6,14 mil milhões de patacas. A principal razão apontada para a queda dos lucros foi uma redução de 11,4 por cento, para 19,5 mil milhões de patacas, na margem de juros, a diferença entre as receitas dos empréstimos e as despesas com depósitos.

No entanto, os resultados apresentados ontem pelo BNU mostram uma tendência diferente, que até resultou do “aumento da receita líquida de juros”. “O desempenho financeiro do Banco em 2023 foi impulsionado pelo aumento da receita líquida de juros de 242,6 milhões de patacas ou 31 por cento, devido principalmente ao aumento das taxas de juros”, foi indicado.

Comissões a cair

Contudo, as receitas líquidas com as comissões caíram 19 por cento: “A receita líquida de comissões caiu 19,2 milhões de patacas ou 19 por cento em relação ao ano anterior, reflectindo uma maior concorrência de outros bancos, de novas formas de pagamentos e de outros canais disponíveis para investimentos”, foi atirado.

Por outro lado, as despesas operacionais “aumentaram três por cento em relação a 2022”, o que foi explicado com o facto da maior aposta na digitalização não ter compensado totalmente. “As despesas operacionais aumentaram 3 por cento em relação a 2022, uma vez que as iniciativas de redução de custos apenas compensaram parcialmente o aumento das despesas com a digitalização para melhorar a experiência do cliente e aumentar a eficiência interna” foi apontado.

8 Fev 2024

BNU | Subidas dos juros ajudam a duplicar lucros no primeiro semestre

Os lucros do Banco Nacional Ultramarino mais que duplicaram na primeira metade de 2023, impulsionados pelo aumento da margem financeira registada devido à subida das taxas de juro. Em comunicado, a instituição interpretou a escalada dos lucros como um indicativo da “recuperação económica gradual, embora lenta”

 

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau anunciou ontem lucros de 288,4 milhões de patacas na primeira metade do ano, um aumento homólogo de 125,2 por cento. A subida dos lucros foi impulsionada “principalmente pelo aumento da margem financeira, que cresceu 139,2 milhões de patacas ou 40,8 por cento, devido ao aumento das taxas de juro”, indicou o banco em comunicado.

A Autoridade Monetária de Macau aprovou três aumentos da principal taxa de juro de referência na primeira metade deste ano, a última das quais uma subida de 0,25 pontos percentuais, introduzida em Maio, seguindo a Reserva Federal norte-americana.

“Por outro lado, as taxas e comissões líquidas diminuíram 12,3 milhões de patacas, ou 20,9 por cento, em comparação com o 1.º semestre de 2022”, embora tivessem subido 2,4 por cento em relação ao primeiro trimestre de 2023, disse o BNU. O banco defendeu que esta evolução indica “uma recuperação económica gradual, embora lenta”, da RAEM.

Prova de solidez

O Produto Interno Bruto de Macau cresceu 38,8 por cento nos primeiros três meses do ano, em comparação com igual período de 2022, após cinco trimestres consecutivos em queda.

Ainda assim, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos sublinhou que a economia da cidade ainda só representa dois terços dos níveis registados antes da pandemia de covid-19.

O BNU revelou ainda que sofreu perdas de 18 milhões de patacas com crédito malparado e aplicações financeiras na primeira metade do ano, menos dois terços do que em igual período do ano passado.

O banco disse que as despesas operacionais cresceram 2 por cento em comparação com a primeira metade de 2022, sobretudo devido ao “aumento das despesas com a digitalização”.

O BNU defendeu que “mantém uma sólida taxa de solvência de 24,2 por cento (…), muito acima do requisito regulatório mínimo de 8 por cento, e mantém altos níveis de liquidez” e que “os resultados do BNU no primeiro semestre de 2023 (…) demonstram a sua força e resiliência num ambiente económico de alta volatilidade”.

O banco tinha apresentado lucros de 122,4 milhões de patacas nos primeiros três meses de 2023, o triplo do registado em igual período do ano passado.

9 Ago 2023

Duas Sessões | BNU organiza sessão de partilha do espírito

Na passada segunda-feira, o Banco Nacional Ultramarino (BNU) organizou no Clube Militar de Macau um seminário para partilhar o espírito das Duas Sessões que se realizaram em Pequim em Março (14ª Assembleia Popular Nacional e a primeira sessão do Comité Nacional da 14ª Conferência Consultiva Política do Povo Chinês).

Os discursos do seminário foram proferidos por Sun XiangYang, Comissário Interino do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros na RAEM e Choy Ming Wai, membro de Macau do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. O objectivo do evento foi “permitir aos participantes uma compreensão mais profunda dos fundamentos das ‘Duas Sessões’ e da perspectiva de desenvolvimento da nação e de Macau”, indicou o banco em comunicado.

A instituição bancária acrescenta que cerca de 100 pessoas marcaram presença no seminário, incluindo os directores executivos do BNU, directores de departamentos, outros funcionários do banco e convidados. Foi a primeira vez que um banco local português organizou um seminário desta natureza, em Inglês, em Macau.

O seminário sobre o espírito das “Duas Sessões” faz parte da missão contínua do banco de promover uma aprendizagem eficiente e fortalecer amplamente o conhecimento dos funcionários sobre o ambiente de negócios e o desenvolvimento nacional para melhor garantir e promover a implementação bem-sucedida de ‘Um País, Dois Sistemas’”, refere o BNU.

14 Abr 2023

Zona de cooperação | Cônsul defende “estabilidade do quadro jurídico”

Alexandre Leitão, Cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, defendeu ser “fundamental a estabilidade do quadro jurídico” na Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Guangdong em Hengqin. Orador num webinar promovido pela Câmara de Comércio-Luso Chinesa, Alexandre Leitão salientou a existência de uma nova geração de empresários portugueses vocacionados para a internacionalização

 

Muito se tem falado das vantagens da Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Guangdong em Hengqin, sobretudo no que diz respeito à captação de investimento e atracção de empresas. Mas a verdade é que subsiste ainda um certo desconhecimento sobre o que vai, verdadeiramente, acontecer. A ideia foi deixada pelo Cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, num webinar promovido pela Câmara de Comércio Luso-Chinesa (CCLC) sobre as vantagens do mercado da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, composta por nove cidades chinesas do sul do país e pelas regiões administrativas especiais.

“Temos de perceber que a Ilha da Montanha é uma entidade em criação e tem ainda muito de laboratorial. Independentemente da mensagem e do discurso oficial, ainda estamos para ver a efectiva transferência de pessoas, serviços e entidades públicas para lá. Não há qualquer dúvida de que há uma vontade política para que isso aconteça.”

Nesse quadro, o responsável salientou ser “fundamental a estabilidade do quadro jurídico” para que as empresas portuguesas possam olhar para a zona de Hengqin.

“Colocam-se questões concretas, e uma delas é a questão do Direito vigente numa área que é perfeitamente inovadora e governada em modo quase de co-decisão paritário entre a província de Guangdong e Macau. Num cenário destes, coloca-se sempre a questão: ‘quando existe uma divergência, como poderá ser resolvida’. Em matéria de Direito isso é particularmente importante para as empresas, pois precisam de saber com o que podem contar”, frisou.

Relativamente à Grande Baía, Alexandre Leitão lembrou que já se trata de um território com um Produto Interno Bruto (PIB) “superior ao do Canadá e do Brasil”, pelo que “é um mercado extraordinariamente atraente, se forem concretizados o potencial e as expectativas”.

O cônsul recorreu, aliás, à metáfora das grandes ondas da Nazaré, em Portugal, para definir o mercado chinês e o acesso que, a ele, devem ter os empresários portugueses. “Em vez de olharmos para uma onda da Nazaré, que é a China toda, convém dividir a onda em áreas mais pequenas, que são as regiões. Assim teremos algumas que podemos surfar.”

A Grande Baía é, portanto, uma dessas ondas. “Temos hoje uma geração de empreendedores e inovadores portugueses que me parece mais qualificada e desejosa de assumir riscos. Percebi, segundo a minha experiência profissional anterior, que há um tecido empresarial inovador, com projectos de norte a sul de Portugal, que são bem estruturados e têm uma ambição de internacionalização que, ao contrário do passado, não receiam jogar no campo dos grandes, como a China e os EUA. Vale a pena aproveitar estes ventos de mudança”, adiantou Alexandre Leitão.

Os nichos de mercado

O cônsul, que assumiu funções em Macau no início de Fevereiro e que é também presidente honorário da CCLC, lembrou o papel de Macau como plataforma de serviços comerciais entre a China e os países de língua portuguesa, baseado “na vontade política” da China, o que constitui “uma enorme vantagem”. O território tem ainda outra vantagem, que é a “proximidade do Direito vigente na província de Guangdong com o Direito de matriz romano-germânica, em comparação com o Direito de Hong Kong que é muito mais afastado”. Assim, “as empresas portuguesas e lusófonas têm uma vantagem assinalável, porque há a vantagem de compreender o Direito em geral”.

Em matéria económica, Alexandre Leitão referiu ainda a prioridade e meta política do Governo de Ho Iat Seng relativa à diversificação económica. “As próprias concessionárias têm de contribuir com montantes significativos para a escala portuguesa, o que significa que há, pelo menos, condições, para a criação de um ecossistema de financiamento completo, seja em termos de risco, inovação ou da banca comercial, de novas ideias empresariais que aqui surjam.”

Esta diversificação económica, com menor peso do jogo, “tem obviamente de ser lida à escala local, pois Macau não é Shenzhen, nem Guangzhou”. “Macau compete numa região que, no fundo, vai de Singapura a Tóquio na captação de investimento e desenvolvimento económico, mas existem nichos que, para outras cidades e regiões podem ser insignificantes, mas aqui podem ter um forte valor, dada a relativa dimensão de Macau, desde que o território tenha a flexibilidade e a rapidez para se ajustar às oportunidades que surjam”, disse o cônsul.

O diplomata considera que esses nichos de mercado podem ser aproveitados, nomeadamente o turismo fora do jogo, “onde Portugal é competitivo e tem provas dadas”, mas também “áreas como a economia verde e o digital”.
Alexandre Leitão destacou o exemplo da Universidade de Macau, que é líder mundial na área da electrónica. A instituição de ensino superior viu 15 trabalhos de investigação serem aceites em Fevereiro numa conferência internacional de electrónica em São Francisco, nos Estados Unidos. Os artigos científicos abordaram temas como a conversão de dados, comunicações ‘wireless’ ou conversão de energia.

“Há condições para nichos [económicos] que podem ser aproveitados e que podem ser, no fundo, um pouco à escala da nossa realidade portuguesa”, disse Alexandre Leitão, lembrando algumas “desvantagens” em fazer comércio com a China, nomeadamente em matéria de comunicação e na existência de diferenças culturais.

Aposta em joint-ventures

Carlos Cid Álvares, CEO do Banco Nacional Ultramarino (BNU) e recém-eleito presidente da CCLC, foi outro dos oradores da conferência. O líder do BNU defendeu a possibilidade de empresas portuguesas chegarem a este mercado através da constituição de joint-ventures. “A economia local é muito puxada pelos casinos, os chamados resorts integrados, mas é algo que o Governo pretende alterar. A ideia é que Macau seja um centro mundial de turismo e lazer, mas pretende-se dar espaço à diversificação económica, daí que surge esta oportunidade para as empresas portuguesas, em joint-ventures com empresários locais, de tentarem fazer negócios nesta zona. Macau não é Macau, é a Grande Baía, é Hong Kong, é esta região toda com um potencial enorme.”

Carlos Cid Álvares destacou alguns dados macroeconómicos importantes, como a baixa percentagem de crédito malparado nos bancos, apesar da pandemia, e da baixa taxa de desemprego (cerca de quatro por cento ) quando comparado com outras economias. O responsável lembrou ainda a estratégia de diversificação já anunciada pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, de “4+1”, ou seja, a aposta em quatro sectores como a banca, a indústria financeira e de saúde, a alta tecnologia e o sector das exposições e convenções.

Relativamente ao mercado da Grande Baía, o CEO do BNU lembrou que o PIB é de 1.7 mil milhões de dólares, o equivalente a 12 por cento do PIB de todo o país. “Está previsto um crescimento muito acelerado do PIB nesta zona, e fala-se que, daqui a dez anos, será de cerca de quatro mil milhões de dólares. Macau compete com uma área muito pequena, mas espera-se que, a curto prazo, com a recuperação da economia, possa vir a ter o maior PIB do mundo”, lembrou.

Pedro Magalhães, responsável pela área de comércio internacional da CCLC, frisou que “a China e a Grande Baía não podem estar fora do radar internacional das empresas nacionais [portuguesas], principalmente no contexto do pós-pandemia”.

“O PIB da China tem aumentado nos últimos anos, com um incremento de cerca de 8,1 por cento entre 2020 e 2021. Muitos dos complexos desafios que a China hoje enfrenta são desafiantes para todo o mundo, nomeadamente a transição para um novo modelo de crescimento pelo qual o país está a passar e o rápido envelhecimento da população, a construção de um sistema de saúde rentável e a promoção de uma trajectória energética diferente”, rematou.

13 Abr 2023

Condecorações | BNU realça oportunidades de servir comunidade

O Chefe do Executivo entregou na sexta-feira as medalhas de mérito a diversas personalidades e entidades de Macau cujos feitos, em várias áreas, se destacaram no ano passado. No caso do Banco Nacional Ultramarino, Carlos Cid Álvares, acredita que o futuro trará mais oportunidades para servir as populações

 

Personalidades das áreas da banca, gastronomia e serviços sociais receberam das mãos do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, na sexta-feira, as medalhas de mérito pelos serviços que prestaram em 2022. Uma das distinções foi atribuída ao Banco Nacional Ultramarino (BNU) enquanto entidade bancária histórica e marca que transitou do período da Administração portuguesa para a RAEM mantendo o papel na emissão da pataca.

À TDM, Carlos Cid Álvares, CEO da instituição bancária, disse que há muitas oportunidades a espreitar no futuro para o banco, tendo em conta o seu posicionamento na RAEM e no sul da China. “Vamos ver e aguardar as orientações do Governo e da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) sobre a matéria [papel a desempenhar no futuro]. Há muita coisa para fazer e temos um tema muito mais digital e vamos ter mais oportunidades de servir a comunidade com o tema da Grande Baía, de Hengqin e dos Serviços Financeiros Modernos.”

Carlos Cid Álvares declarou que a medalha é, sobretudo, “dos 500 colaboradores que estão a trabalhar no BNU e das centenas que estiveram a trabalhar no BNU ao longo de 120 anos”. “É a eles que se deve esta medalha. Gostava também de agradecer à Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) que se lembrou do BNU para atribuir esta medalha que nos orgulha tanto e nos responsabiliza para fazer mais e melhor no futuro”, acrescentou.

Sobre a continuação do papel do banco como emissor de moeda, Carlos Cid Álvares prefere esperar para ver. “O actual contrato diz que estamos no papel durante dez anos até 2030. Aguardamos com serenidade essa decisão, que só vai acontecer daqui a oito anos.”

Ho Iat Seng distinguiu também a Confraria da Gastronomia Macaense, que há vários anos se dedica a dar a conhecer a peculiar cozinha de Macau. À TDM, Carlos Anok Cabral, presidente da entidade, disse ter ficado surpreendido com a atribuição da medalha de mérito cultural.

“Em 2021, a gastronomia macaense foi incluída na lista de património imaterial da República Popular da China. Isto não quer dizer que a Confraria deixa [de fazer] o seu trabalho, vamos continuar e fazer o melhor possível para que todo o mundo possa conhecer a gastronomia macaense.”

Na cerimónia estiveram também presentes duas importantes chefes de gastronomia macaense, Florita Alves e Antonieta Manhão, que têm marcado presença em eventos de promoção feitos em parceria com o Governo. “Creio que há mais pessoas a querer aprender a gastronomia macaense”, disse Florita Alves. “Quando há uma oportunidade comercial há sempre interesse. É uma realidade”, adiantou. Por sua vez, Antonieta Manhão disse “estar orgulhosa” com o reconhecimento dado pelo Chefe do Executivo. “Temos o papel de ensinar e divulgar mais as nossas receitas de comida macaense.”

Entidades centenárias

Outra personalidade distinguida pelo Chefe do Executivo, com uma medalha de Mérito Industrial e Comercial, foi Humberto Carlos Rodrigues, que desde 1984 está à frente da histórica F. Rodrigues (Sucessores) Limitada, fundada em 1916. Humberto Carlos Rodrigues preside também à Associação Comercial Internacional de Empresários Lusófonos e é ainda vice-presidente da Associação dos Exportadores e Importadores de Macau.

O membro da comunidade macaense obteve o reconhecimento graças ao trabalho feito na promoção das relações comerciais entre a China e os países de língua portuguesa. “Mesmo depois de passar para a Administração chinesa, a firma sempre se manteve e é actualmente a empresa portuguesa mais antiga de Macau. É um orgulho receber este prémio. Não estava à espera desta condecoração, é o reconhecimento do Governo de Macau, que sabe que a firma é das mais antigas, eles sabem disso.”

A filha deverá continuar à frente dos destinos da F. Rodrigues, que durante a pandemia, tal como todas as empresas, passou por momentos complicados. “Os últimos três anos foram um período difícil, a firma continuou, batalhou e vamos ver se conseguimos colocar mais produtos no mercado na China, principalmente em Hengqin. Talvez consigamos alguma coisa.”

Humberto Carlos Rodrigues tem esperança no futuro, agora que Macau abriu portas ao mundo. “Têm de abrir a fronteira para que a comunidade lusófona possa entrar e sair livremente, sem barreiras alfandegárias. É o maior passo que tem de ser dado”, declarou à TDM.

José Chui Sai Peng, engenheiro civil, deputado e primo do anterior Chefe do Executivo, Chui Sai On, recebeu, em nome da Associação Tung Sin Tong, a principal distinção, a Medalha Lótus de Ouro, graças ao trabalho social realizado há várias décadas.

“A Tung Sin Tong tem vindo a optimizar os serviços nos últimos 130 anos de acordo com o desenvolvimento da sociedade. Assim como este ano descobrimos que as pessoas estão a prestar mais atenção à medicina tradicional chinesa devido à pandemia. Reforçámos o nosso serviço de medicina tradicional chinesa nas Ilhas e alargámos o nosso centro de serviços, e concluímos a clínica e farmácia de medicina tradicional chinesa na Taipa. Esperamos atender melhor as pessoas nas Ilhas”, frisou.

Tendo em conta que a sociedade de Macau está cada vez mais envelhecida, Chui Sai Peng referiu que a aposta é nos cuidados aos idosos. “Esperamos melhorar o nosso trabalho de respeito e cuidado para com os idosos. Assim, este ano, temos um novo centro de atendimento para idosos na zona de San Kiu, esperando atender melhor a geração mais velha, nos bairros antigos”, anunciou.

Também na área social destaque para a atribuição da Medalha de Mérito Altruístico a Paul Pun, secretário-geral da Caritas Macau e mentor de projectos de apoio a residentes e não-residentes nas mais variadas áreas, como é o caso do Banco Alimentar, a linha de apoio e prevenção do suicídio, entre outras. Recorde-se que Paul Pun chegou ainda a ser candidato a deputado à Assembleia Legislativa.

“Estou encantado por ter recebido esta medalha. É um reconhecimento, penso eu, ao Padre Ruiz e à Madre Maria (Goisis), às pessoas que criaram as bases do trabalho solidário da Caritas Macau.”
Paul Pun é uma figura que pela dedicação às causas sociais mantem algum protagonismo mediático e que, nos últimos anos, acorreu ao aumento considerável de pedidos de ajuda e comida na sequência da crise social desencadeada pela pandemia.

O sentido de missão permanece consigo, pelo que promete continuar a trabalhar até que as condições de saúde o permitam. “Melhor dizendo, se houver necessidade [retiro-me]. Há sempre pessoas que precisam de ajuda e, seja a que título for, vou continuar a trabalhar para melhorar a sociedade, ajudando como puder.”

Ainda assim, Paul Pun confessa que gostava de ser substituído no papel social que desempenha em Macau. “Espero que, mais cedo ou mais tarde, alguém possa assumir esta missão. Não só para dar seguimento ao bom trabalho, mas para assumir a responsabilidade de cuidar dos outros. Quer na Caritas, quer em outras posições que hoje ocupo. Mesmo que me reforme [da Caritas] estou envolvido em outros tipos de trabalho solidário. Por isso é que não faço planos”, admitiu.

16 Jan 2023

Medalhas de Lótus | BNU, Confraria Macaense e Humberto Rodrigues distinguidos

O primeiro banco emissor de moeda do território vai receber a Medalha do Lótus de Prata, pela promoção das relações entre Portugal e a China e o desenvolvimento do sector financeiro de Macau

 

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) vai ser distinguido com a Medalha de Honra Lótus de Prata, de acordo com a lista divulgada ontem pelo Governo. Entre os nomes escolhidos constam igualmente a Confraria Macaense e o empresário Humberto Rodrigues, que vão receber Medalhas de Mérito Cultural e a Medalha de Mérito Industrial e Comercial, respectivamente.

Segundo a nota justificativa apresentada pelo Executivo, o BNU “é o primeiro banco emissor de moeda em Macau” e tem contribuído para a promoção das relações entre a China e os países de língua portuguesa. “Desempenha um papel importante na promoção do desenvolvimento de negócios entre a China e os países de língua portuguesa, tendo instalado uma sucursal na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, contribuindo para a diversificação adequada da economia de Macau e para o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada”, pode ler-se, no comunicado.

Numa fase em que o Governo considera fundamental a diversificação da economia com a aposta na área das finanças, é também indicado que o banco “tem vindo a oferecer serviços bancários diversificados aos residentes e empresas em Macau e a promover activamente o desenvolvimento financeiro e económico”.

Não é a primeira vez que o BNU é distinguido pelo Governo da RAEM, em 2011 tinha sido agraciado com a Medalha de Mérito Industrial e Comercial.

As Medalhas de Honra, com os graus de Grande Lótus, Lótus de Ouro e Lótus de Prata, servem para galardoar os indivíduos ou entidades que prestam “serviços excepcionais para a imagem e bom nome da RAEM” ou “de grande relevância para o seu desenvolvimento”.

Em relação a este ano, o principal distinguido é a Associação de Beneficência Tong Sin Tong, que vai receber a Medalha Lótus de Ouro, pelo trabalho na área da educação, combate contra a pobreza, medicina e apoio a idosos.

Macau à mesa

Outra das entidades distinguidas é a Confraria Macaense, com a Medalha de Mérito Cultural. As Medalhas de Mérito compreendem sete categorias e são destinadas “a agraciar indivíduos ou entidades que se notabilizem ou destaquem” em diferentes actividades.

No caso da Confraria Macaense, o Governo justificou a distinção com o “objectivo divulgar a Gastronomia Macaense, e salvaguardar as características tradicionais e técnicas desta culinária”. Além disso foi ainda elogiado o trabalho de incentivo à “investigação desta cultura gastronómica nos seus múltiplos aspectos”, e a promoção do “valioso património cultural intangível e importante culinária tradicional”.

Por último, é vincado que, desde a sua criação, a associação “tem dado contributos significativos para o desenvolvimento do Património Gastronómico Macaense, designadamente salvaguardar e transmitir, de geração em geração, a arte e técnica da cozinha tradicional, congregar esforços de profissionais culinários, divulgar a Gastronomia Macaense, publicar receituários e demais publicações, e realizar a divulgação nos jornais”.

Desde o estabelecimento da RAEM, é a primeira vez que a Confraria Macaense é distinguida com uma medalha.

O empresário macaense

Na lista de distinguidos consta ainda o nome de Humberto Rodrigues, gerente geral da empresa F. Rodrigues (Sucessores), Limitada, presidente da Associação Comercial Internacional de Empresários Lusófonos e vice-presidente da Associação dos Exportadores e Importadores de Macau. O macaense é destacado devido ao trabalho feito em prol da promoção das relações entre a China e os países de língua portuguesa.

“Tem vindo a empenhar-se na promoção do intercâmbio amigável entre a China e os países de língua portuguesa, e participado activamente nas mais diversas actividades e fóruns de promoção do desenvolvimento económico organizados pelo Governo da RAEM, servindo a sociedade com perseverança e honestidade”, é explicado no comunicado.

Desde 1984 que Humberto Rodrigues lidera os destinos da empresa F. Rodrigues (Sucessores), Limitada, sendo uma estreia nas distinções da RAEM. A cerimónia de entrega das distinções está marcada para 13 de Janeiro.

BNU | Carlos Cid Álvares: uma grande honra e responsabilidade

A atribuição pelo Governo da medalha de honra ‘Lótus de Prata’ ao Banco Nacional Ultramarino (BNU), do grupo Caixa Geral de Depósitos, é uma “grande responsabilidade”, disse ontem à Lusa o presidente da instituição. “É uma grande honra e é também uma grande responsabilidade. Significa com certeza uma medalha pelos serviços prestados à comunidade, pelos serviços prestados a Macau e também uma responsabilidade para, no futuro, fazermos ainda melhor”, referiu Carlos Cid Álvares.

“Estamos muito orgulhosos e muito felizes por receber essa medalha no próximo dia 13 de Janeiro”, acrescentou, sublinhando a coincidência de a agraciação acontecer paralelamente a outros momentos importantes para o território, como “a assinatura dos contratos de concessão” das operadoras de jogo e “o aligeiramento das medidas covid”.

Num balanço à presença do BNU em Macau, que celebrou em Setembro 120 anos de existência no território, Carlos Cid Álvares salientou numa entrevista recente à Lusa o serviço prestado à comunidade e o apoio à actividade económica local, admitindo “bons e maus momentos”, embora “sempre presente e a apoiar o desenvolvimento” da região administrativa especial. “De certeza que quem pensou esta operação se calhar não pensou que ia cá estar durante tanto tempo, ou se calhar pensou”, reagiu.

O CEO do BNU disse ser “um grande orgulho” e “uma grande responsabilidade” para a instituição ser um dos bancos emissores de moeda em Macau, a par do Banco da China, com contrato renovado em 2020 e válido até 15 de Outubro de 2030.

Serviços comunitários | Hato e Mangkhut ainda rendem distinções

Na categoria da Medalha de Serviços Comunitários, a única distinguida é a Associação dos Proprietários de Máquinas de Construção Civil de Macau, devido ao contributo prestado para a limpeza das ruas após a passagem dos tufões Hato, que causou 10 vítimas mortais, e Mangkhut. “Em 2017 e 2018, Macau foi assolada por dois fortes tufões, e perante estes desastres, a Associação colaborou empenhadamente em acções de emergência após tufão, designadamente remoção de destroços, desobstrução de vias rodoviárias, bombeamento e drenagem de água nas zonas de inundações, e remoção de milhares de toneladas de lixo”.

Contudo, o papel nos simulacros recentes, denominados “Peixe de Cristal”, também contribuem para o reconhecimento. “Tem assumido a sua quota-parte da responsabilidade social com ousadia, contribuindo desinteressadamente para a estabilidade social”, considerou o Governo.

Mérito profissional | CEM agradece distinção

A Companhia de Electricidade de Macau (CEM) foi uma das entidades distinguidas, neste caso com a Medalha de Mérito Profissional, devido ao “fornecimento estável de energia aos residentes e empresas em Macau”. Em reacção, a empresa demonstrou gratidão pela distinção. “A CEM agradece sinceramente ao Governo da RAEM pelo reconhecimento e apoio ao seu trabalho”, pode ler-se num comunicado emitido ontem.

Ao mesmo tempo foi deixada a promessa de continuar a “honrar” os valores fundamentais da empresa: “No futuro, a CEM irá honrar os seus valores fundamentais, cuidar da comunidade e proteger o ambiente, apoiando o Governo da RAEM na construção de uma cidade inteligente e na concretização do duplo objectivo de carbono, injectando uma nova força motriz para o desenvolvimento diversificado da economia e da sociedade de Macau”.

Caritas | Paul Pun recebe Medalha de Mérito Altruístico

O secretário-geral da Caritas Macau, Paul Pun, foi agraciado por Ho Iat Seng, que destacou o trabalho feito dentro do espírito promovido pelo próprio Governo e os valores da Igreja. “Ao longo dos anos, orientado pelos conceitos promovidos pelo Governo e pela Igreja para servir melhor a comunidade, e com o apoio e esforços conjuntos de benfeitores, voluntários e trabalhadores da Caritas de Macau, tem vindo a prestar apoio aos jovens e às famílias de rendimentos baixos”, foi justificado.

O trabalho realizado nos últimos anos, num contexto de pandemia e de medidas apertadas de controlo, que contribuíram para o aumento da pobreza, também não foi esquecido. Em 2008, Paul Pun recebeu a Medalha de Serviços Comunitários.

TSI | Juiz reformado distinguido

Reformado em meados deste ano, o ex-presidente do Tribunal de Segunda Instância, Lai Kin Ian, vai ser condecorado com a Medalha Lótus de Prata. “Dedicou grandes esforços para a manutenção do normal funcionamento dos órgãos judiciários e deu importantes contributos para a transição sem sobressaltos do poder judiciário, bem como para a formação de magistrados, e quadros especializados das áreas do direito e policial”, pode ler-se, no texto justificativo. Lai Kin Ian teve mais de 37 anos de serviço na função pública até 2022, e actualmente é professor do Colégio Nacional de Juízes da China, em regime de acumulação a tempo parcial, e docente da Faculdade de Direito da Universidade de Macau.

Lista de distinguidos

Medalhas de Honra

Lótus de Ouro – Associação de Beneficência Tong Sin Tong

Lótus de Prata – Banco Nacional Ultramarino S.A.

Lótus de Prata – Banco Tai Fung, S.A.

Lótus de Prata – Cruz Vermelha de Macau

Lótus de Prata – Lai Kin Hong

Medalhas de Mérito

Mérito Profissional
Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau, S.A.

Companhia de Electricidade de Macau, S.A.

Mo Hui

Mérito Industrial e Comercial
Companhia de Seguros da China Taiping (Macau), S.A.

Transmac – Transportes Urbanos de Macau, S.A.R.L.

Humberto Carlos Leitão Rodrigues

Mérito Turístico
Associação dos Hoteleiros de Macau

Mérito Educativo
Escola Hou Kong

Mónica Lou Lan Heng

Lei Cheok Kin

Mérito Cultural
Confraria da Gastronomia Macaense

Lok Hei

Kuok Keng Man

Chan Nga Lei

Mérito Altruístico
Pun Chi Meng

Mérito Desportivo
Clube de Natação Lok Po

Medalhas de Serviços Distintos

Dedicação
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Serviços Comunitários
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Títulos Honoríficos

Valor
Chan Pak Ian

Choi Ka Wai

20 Dez 2022

BNU | Regresso à normalidade é “muito bem-vindo”

O presidente do Banco Nacional Ultramarino, Carlos Cid Álvares, acredita que com o alívio das medidas de controlo da pandemia e o aumento do fluxo de turistas as pequenas e médias empresas podem recuperar um pouco do que perderam nos últimos anos

 

O presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) afirmou que o regresso à normalidade em Macau, na sequência do alívio das medidas de combate à pandemia, “é muito bem-vindo”, podendo reflectir-se na actividade bancária do território.

“Pode significar um maior fluxo de turistas, pode significar a recuperação dos negócios das pequenas e médias empresas, pode significar muita coisa para Macau, a recuperação da actividade económica e obviamente isso depois reflecte na actividade dos bancos. É muito bem-vindo esse regresso à normalidade”, referiu Carlos Cid Álvares, à Lusa.

Apesar de o BNU ter completado 120 anos de presença em Macau a 20 de Setembro, as restrições de prevenção e controlo da pandemia no território, que tem seguido a política ‘zero covid’ de Pequim, acabaram por adiar as celebrações para esta sexta-feira.

Num balanço à presença da instituição em Macau, o responsável salientou o serviço prestado à comunidade e o apoio à actividade económica local, admitindo “bons e maus momentos”, embora “sempre presente e a apoiar o desenvolvimento” do território.

“De certeza que quem pensou esta operação se calhar não pensou que ia cá estar durante tanto tempo, ou se calhar pensou”, reagiu.

O também CEO do BNU, do grupo Caixa Geral de Depósitos, disse ser “um grande orgulho” e “uma grande responsabilidade” para a instituição ser um dos bancos emissores de moeda em Macau, a par do Banco da China, com contrato renovado em 2020 e válido até 15 de Outubro de 2030.

Aposta certeira

Sobre a actividade dos últimos anos, Carlos Cid Álvares considerou ter havido “um salto enorme” depois de 1999, no período que se seguiu à transferência da administração do território de Portugal para a China, com uma “grande proximidade dos resorts integrados”.

“Na altura, o BNU talvez tenha sido dos poucos bancos a apoiar o arranque dos casinos. Eu não estava cá, mas a ideia que tenho é que o banco esteve muito próximo, o CEO da altura [esteve] muito próximo dos diferentes casinos e o BNU teve um papel muito relevante no arranque do negócio dos resorts integrados aqui em Macau”, explicou.

Com a liberalização do jogo em Macau, em 2002, e o início da actividade das várias concessionárias no território “era necessária a emissão de umas garantias bancárias”, sendo que o BNU emitiu quatro das seis garantias, explicou.

Quanto a planos para o futuro, o presidente realçou o desenvolvimento do banco em Hengqin, onde foi estabelecida uma sucursal há cinco anos e que conta com 17 funcionários.

“Temos acompanhado quem de Macau investe naquela ilha e é essa [sucursal] que no fundo vai estar completamente ligada ao futuro e ao crescimento de Macau e, portanto, o BNU vai com certeza apoiar empresários, empresas particulares que queiram desenvolver os seus negócios na China continental, utilizando a ilha da Montanha para esse efeito”, sublinhou. “Está já a entregar resultados todos os anos e, portanto, isso é importante”, completou.

Carlos Cid Álvares referiu ainda que o BNU, “integrado no grupo Caixa Geral de Depósitos poderá ter um papel bastante importante” no papel de Macau enquanto plataforma de negócios entre a China e os países de língua portuguesa.

13 Dez 2022

Macau deve ‘vender’ mercado da Grande Baía e atrair multinacionais – BNU

O presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) defendeu hoje que Macau tem “todas as condições para atrair ‘holdings’ multinacionais” e que “deve vender-se” como porta de entrada para a metrópole mundial chinesa da Grande Baía.

Carlos Álvares sublinhou que os encargos fiscais em Macau são mais baixos, numa comparação regional, algo que por si só é um elemento de atratividade para a fixação destas empresas, o que teria óbvio impacto na criação de emprego.

Por outro lado, o presidente do BNU em Macau sustentou que a região administrativa especial chinesa devia “vender-se” não como um território de menos de 700 mil habitantes, mas cuja escala de potenciais clientes para as empresas fica mais perto dos 80 milhões, que vivem na Grande Baía.

Tanto mais porque, salientou o líder do BNU, que pertence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos, Macau tem ligações fortes com estas cidades e porque está inserido numa região de “aceleração rápida” a nível económico e financeiro.

A Grande Baía é um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

As declarações de Carlos Alvarez foram realizadas à margem do “Concurso de Inovação e Empreendedorismo (Macau) para Empresas de Tecnologia do Brasil e Portugal 2022”, no qual são selecionados 14 projetos dos dois países lusófonos, com os vencedores a poderem desenvolver os projetos na região da Grande Baía.

Com esta iniciativa pretende-se “descobrir mais projetos de destaque dos países de língua portuguesa, e promover a interação entre a China e os países de língua portuguesa na inovação, empreendedorismo e intercâmbio tecnológico”, assinalaram os organizadores.

O concurso é promovido pelo Gabinete de Desenvolvimento Económico e Tecnológico do Governo de Macau e concretizado pela Parafuturo de Macau e pelo Centro de Incubação de Jovens Empresários de Macau.

29 Set 2022

BNU com lucros de 128 milhões de patacas no primeiro semestre

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau registou um lucro de 128,1 milhões de patacas no primeiro semestre de 2022, menos 41,6% em termos anuais, indicam dados hoje divulgados.

Apesar da comparação negativa com o mesmo período do ano passado, os ganhos cresceram para cerca do dobro no segundo trimestre, em relação ao resultado verificado entre janeiro e março, quando o banco contabilizou 39,9 milhões de patacas de lucro.

10 Ago 2022

BNU | Chineses continuam interessados nos mercados lusófonos

Apesar do impacto da covid-19, os investidores chineses continuam interessados nos países de língua portuguesa, disse o diretor-geral da sucursal do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Hengqin.

Baal Loi disse à Lusa que, devido às restrições de entrada impostas, tanto em Macau como na China, para controlar a pandemia, os projetos pensados para a ilha “não estão a avançar tão depressa como antes”.

Mas os empresários chineses “continuam a procurar contactos com empresas dos países de língua portuguesa para pelo menos estabelecer novos negócios”, disse o executivo bancário.

Loi acredita que a pandemia trouxe novas oportunidades para Macau, nomeadamente devido ao confinamento imposto para controlar surtos de covid-19 na vizinha região de Hong Kong, um dos principais centros financeiros da China.

“Vemos algumas mudanças. Há cada vez mais empresas a estudar como usar Macau e Hengqin como plataforma, em vez de Hong Kong e Shenzhen”, revelou.

O diretor-geral da sucursal do BNU em Hengqin acredita que o interesse pela ilha deverá crescer quando for divulgado o plano detalhado de desenvolvimento da zona económica especial e quando for removida a fronteira com Macau. “Acredito que provavelmente depois de junho vamos ter novidades quanto a isso”, acrescentou.

O BNU em Macau, que faz parte do grupo Caixa Geral de Depósitos, registou um lucro de 447,4 milhões de patacas em 2021, mais 6,4% do que em 2020. Nos primeiros nove meses de 2021, a sucursal do banco em Hengqin registou um aumento na margem financeira de 76,5%.

Baal Loi disse que os resultados para todo o ano de 2021 ainda estão a ser contabilizados, mas admitiu que o volume de negócios sofreu “uma pequena desaceleração”. O executivo falou à Lusa após uma palestra sobre o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, na Universidade de Macau.

Durante a palestra, Loi disse que o futuro de Macau como plataforma comercial entre a China e os países de língua portuguesa “deve ser muito bom, desde que as pessoas o queiram, porque a infraestrutura já lá está”.

O responsável defendeu que, na última década, o nível de vida elevado e o rápido crescimento da região não encorajou os habitantes de Macau a procurarem novos negócios além do jogo, o setor dominante da economia local.

Em março, o diretor executivo do BNU, Sam Tou, disse à Lusa que o banco quer ter uma maior presença na região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e está a ponderar abrir uma nova agência em Guangzhou ou Shenzhen.

14 Abr 2022

BNU | Esperados lucros de 500 milhões em 2022

Após registar lucros de 447,4 milhões de patacas em 2021, o Banco Nacional Ultramarino (BNU) espera atingir a fasquia das 500 milhões de patacas de lucros em 2022. Contudo, em declarações à TDM-Rádio Macau, o presidente da comissão executiva do BNU, Carlos Cid Álvares, mostra-se prudente com as projecções, dado que pairam ainda muitas dúvidas acerca da recuperação da economia de Macau e o regresso, em força, dos turistas.

“Há alguns sinais positivos que podem fazer com que a economia mexa, como o lançamento do concurso para as novas licenças de jogo, mas ainda há poucos sinais de abertura neste lado.
Se não houver muitos turistas, a economia não vai recuperar. Estamos prudentes, admitimos chegar aos 500 milhões de resultados em 2022, mas ainda são previsões bastante prudentes”, partilhou segundo a mesma fonte.

Sobre os lucros de 447,4 milhões de patacas obtidos em 2021, que apesar de traduzirem melhorias sobre o ano anterior, representam menos 38 por cento em relação a 2019, o responsável aponta que além da pandemia de covid-19, também as baixas taxas de juro estiveram na base dos resultados alcançados.

“O viver um período de taxas de juro muito baixas (…) não costuma ser fantástico para os bancos apresentarem bons resultados”, disse, acrescentado que embora o banco esteja “satisfeito”, o ideal seria que a actividade económica ganhasse vitalidade, alavancando o crédito à habitação, que tem sido tímido, e o crédito às empresas.

Acerca Ilha da Montanha, Carlos Cid Álvares diz que o projecto é uma “oportunidade interessante” para o BNU, mas que importa ainda compreender ao certo qual poderá ser o papel a desempenhar pelos investidores e empresários de Macau em Hengqin.

14 Fev 2022

Banca | BNU cria “Máquina de Troca de Moedas”

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) criou um novo serviço, a “Máquina de Troca de Moedas”, que irá funcionar nas sucursais do BNU no NAPE, Iao Hon e Nova City, na Taipa. Este novo serviço tem como objectivo “proporcionar aos cidadãos a possibilidade de, gratuitamente, efectuar a rápida conversão de moedas em notas”, sem que estes tenham de se deslocar fisicamente aos balcões do banco.

3 Nov 2021

Negócios China-Portugal têm potencial de crescimento, diz presidente do BNU

O presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau disse ontem à Lusa que os negócios entre Portugal e a China têm potencial de crescimento, ainda que até Maio o comércio bilateral tenha registado um aumento de cerca de 18 por cento.

“Sem pandemia podiam ter sido melhores”, afirmou Carlos Álvares, acrescentando que ainda assim em 2020, ano em que a pandemia se fez mais sentir em termos económicos, já se tinha verificado um crescimento homólogo.

As trocas comerciais aumentaram 4,82 por cento em 2020, para 6,9 mil milhões de dólares, de acordo com dados oficiais no portal do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa (Macau), com base nas estatísticas dos Serviços de Alfândega chineses.

Em termos de investimento entre os dois países, explicou Carlos Álvares, há ainda uma disparidade grande entre os dois: a China investe cerca de 75 vezes mais do que Portugal.

À margem do Seminário sobre o Estado de Investimento e Desenvolvimento das Relações Luso-Chinesas no âmbito da covid-19, a consultora especial da MdME Lawyers Un I Wong disse à Lusa que as dificuldades de circulação entre os dois países, assim como restrições as restrições fronteiriças impostas no regresso à China têm causado uma redução geral nos investimentos.

Há investidores que “investem mesmo sem ver os imóveis”, disse, ainda que tenha sentido, “em geral, uma redução de investimentos”.

“O interesse está lá”, frisou a também vice-presidente da Associação de Jovens Empresários Portugal-China, mostrando-se confiante que muitos negócios se concretizarão após a pandemia.

Até lá, a responsável disse que tem verificado que muitos projectos em curso têm sido “adiados e alguns cancelados, por causa da incerteza” e que os investidores estão “mais prudentes e cautelosos”.

Para além da pandemia, detalhou Un I Wong, tem-se registado nos últimos tempos “cada vez mais restrições por parte do Governo Central para investimento para fora da China”.

Novas exigências

Também à margem deste seminário realizado no Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, o presidente da CESL Asia, António Trindade, afirmou à Lusa que prevê “um aumento de potencial de valor à relação económica entre Portugal e China”.

Na sua opinião, “as exigências de valor acrescentado e a aversão ao risco aumentou o potencial de actividades económicas que têm maior credibilidade estabelecidas”, num contexto em que há uma mudança estrutural na economia chinesa e de restruturação do sistema financeiro, investimento estrangeiro e das próprias empresas estatais.

Numa outra via complementar, frisou, a China pode utilizar Macau para atrair mais investimento em Portugal e consequentemente, via Portugal, aumentar o investimento na Europa.

15 Jul 2021

BNU dá dias extra aos trabalhadores que se vacinem contra a covid-19

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) vai oferecer dois dias extra de férias aos trabalhadores inoculados com as duas doses da vacina contra a covid-19 até ao final de Setembro. A medida da empresa foi anunciada ontem num comunicado, depois de um encontro entre o CEO do BNU e os principais directores da instituição.

“Temos todos a responsabilidade de fazer a nossa parte para que tenhamos um ambiente de trabalho seguro, para nós e para os nossos clientes”, afirmou, segundo um comunicado do BNU, o CEO durante o encontro. “Tivemos uma excelente resposta e rápida actuação na implementação das medidas de prevenção à propagação do vírus quando este apareceu no princípio de 2020 e devemos mais uma vez demonstrar o nosso compromisso com o Governo na criação de uma imunidade de grupo para proteger toda a comunidade de Macau e apoiar uma rápida recuperação económica”, acrescentou.

O banco vai ainda distribuir outros benefícios que diz que vão custar “perto de 1 milhão de patacas”, no caso de ser atingida a meta “um determinado número mínimo de empregados completamente vacinados”. A meta não foi anunciada, mas os benefícios vão ser envolvem “notas por cortar, cupões de dinheiro de diferentes montantes para usufruir num resort seleccionado, notas comemorativas” e vão ser sorteados entre os trabalhadores vacinados.

Além disso, o banco vai organizar um seminário com os Serviços de Saúde em que vão ser explicados aos trabalhadores os benefícios da vacinação. O encontro vai decorrer no dia 4 de Junho.

1 Jun 2021

Macau vive “período dourado” para diversificar economia, diz director do BNU 

Sam Tou, director-executivo do Banco Nacional Ultramarino, defendeu ontem que este é o “período dourado” para Macau diversificar a economia, tendo em conta o apoio de Pequim. Num debate na Fundação Rui Cunha, Jacky So, da MUST, diz que o sector dos serviços deve ser a aposta, enquanto o economista António Félix Pontes diz ser “impossível” que a futura bolsa de valores se foque apenas nas empresas locais

 

Há várias décadas que se fala na necessidade de diversificar a economia de Macau para além da indústria do jogo, mas este é o período certo para avançar. A ideia foi deixada por Sam Tou, director-executivo do Banco Nacional Ultramarino (BNU), num debate promovido pela Fundação Rui Cunha (FRC) e a revista Macau Business, intitulado “Financial Hub: Wishful thinking or the definite driver of diversification?”.

“Macau não se consegue diversificar sem apoio, nomeadamente da China. Agora é a altura certa, o período dourado, com todo o apoio do Governo Central, com as políticas do nosso Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, para apostar na diversificação e desenvolvimento do sector financeiro.”

Sam Tou frisou o bom desempenho da banca nos últimos anos, em especial em 2020, ano de pandemia. “O sector registou um aumento dos lucros. Estamos num período dourado para o sector financeiro, devido às oportunidades que existem.”

Jacky So, vice-director da Escola de Negócios da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, sigla inglesa), defendeu que a diversificação económica deve passar pela aposta no sector dos serviços.

“Não podemos voltar ao período das fábricas, mas podemos apostar na área dos serviços. Somos bons no turismo e jogo, que estão ligadas aos serviços, e a banca é também um serviço. O sector financeiro será o caminho a seguir.”

Jacky So frisou que Macau deve arriscar e fomentar a sua presença na China. “Digo sempre aos meus amigos que não devemos ficar aqui sentados a falar de como devemos ir para o outro lado do rio. Devemos molhar-nos e tentar ir para lá. Talvez o caminho seja sentir as pedras pelo caminho. As possibilidades de sermos bem-sucedidos são elevadas devido à nossa experiência no sector financeiro.”

Hengqin é o caminho

António Félix Pontes, economista, defendeu que o desenvolvimento do sector financeiro em Macau será feito através da Ilha da Montanha. “Acredito que o centro financeiro local será associado a Hengqin. Talvez esteja errado, mas mesmo os discursos públicos indicam essa direcção.”

Quanto ao projecto do estabelecimento de uma bolsa de valores em Macau, virada para as empresas locais, Félix Pontes diz ser “impossível”. “Tenho muitas dúvidas, e diria mesmo que é impossível, estabelecer uma bolsa de valores apenas para as empresas de Macau. Não é racional”, adiantou, lembrando que as operadoras de jogo, por exemplo, já estão listadas em outras bolsas de valores, nomeadamente em Hong Kong.

Ainda assim, o economista acredita que a China deseja que Macau tenha uma bolsa de valores para aumentar a sua influência nos rankings. “Quando olhamos para o índice global de centros financeiros, há 10 anos tínhamos Hong Kong. Mas agora, segundo o último relatório do Global Finance Center Index, a China tem quatro centros financeiros no top 10. A ideia de desenvolver [uma bolsa de valores] em Macau pode ser encarada [como a possibilidade] de ter mais um centro financeiro neste grupo”, concluiu.

28 Abr 2021

BNU e Banco da China garantem cumprir lei contra branqueamento de capitais

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) revelou ao HM que a instituição está muito satisfeita com os mecanismos implementados para evitar o branqueamento de capitais. Foi desta forma que Carlos Álvares reagiu ao trabalho de investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) com base em documentos remetidos à agência FinCEN, e que revelaram que clientes do banco tinha recebido cerca de 40,3 milhões de dólares americanos em operações denunciadas às autoridades dos EUA. Na origem das denúncias estiveram suspeitas de branqueamento de capitais.

“Podemos afirmar que estamos muito satisfeitos com os mecanismos de controlo existentes no BNU, que são auditados pela autoridade de supervisão, pela nossa casa-mãe e pela auditoria interna do BNU e que até à presente data, têm demonstrado elevada eficácia e uma sólida robustez”, afirmou Carlos Álvares, numa resposta enviada o HM.

Nas questões colocadas ao presidente do BNU foi também perguntado se teria havido denúncias por parte da instituição ao supervisor de Macau a alertar para um eventual branqueamento de capitais, mas evocou “questões relacionadas com o sigilo bancário” para não comentar.

Resposta do Banco da China

Também a representação de Macau do Banco da China tomou uma posição sobre o assunto, numa resposta enviada ao HM. A instituição estatal chinesa está ligada a 43 movimentos bancários dos 62 ligados ao território que foram reportados à agência FinCEN.

Por um lado, o Banco da China sublinhou que o facto de haver um relatório sobre uma transferência não significa que tenha havido qualquer tipo de crime. “A apresentação de relatórios de transacções suspeitas por parte dos bancos às autoridades de supervisão não significa que essas transacções foram consideradas impróprias ou criminosas”, realçou.

Por outro lado, o BOC garante que cumpre sempre as regras das jurisdições onde actua. “O nosso banco atribui sempre grande importância ao combate ao branqueamento de dinheiro e ao financiamento do terrorismo”, foi indicado. “É um princípio basilar do nosso negócio”, foi acrescentado.

22 Set 2020

FinCEN | BNU com mais de 40 milhões de dólares em transacções suspeitas

Quatro bancos em Macau foram alvos de denúncias a autoridades norte-americanas devido a operações suspeitas de lavagem de dinheiro. O Banco da China foi a instituição no território com mais movimentos denunciados, numa lista onde constam também o BNU, ICBC e HSBC. O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação revelou transacções potencialmente criminosas no valor de total de 2 biliões de dólares

 

[dropcap]E[/dropcap]ntre Maio e Julho de 2015, clientes do Banco Nacional Ultramarino (BNU) receberam cerca de 40,3 milhões de dólares americanos em operações que foram denunciadas às autoridades dos EUA, por suspeitas de branqueamento de capitais.

A informação foi revelada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) e tem por base mais de 2.100 documentos enviados por vários bancos internacionais à autoridade Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN), entre 2000 e 2017, a avisar para transacções que poderiam envolver lavagem de dinheiro e fundos com origem ilegal.

O BNU não é o único banco de Macau mencionado, mas é aquele que regista a maior quantia com proveniência suspeita. Os movimentos envolvem 40,3 milhões de dólares americanos dos 68,2 milhões que passaram pela RAEM.

Os dados apresentados não permitem saber quantos clientes estão envolvidos, nem as identidades. Contudo, é possível saber que os cerca 40,3 milhões de dólares foram transferidos em três operações, todas com origem no banco J&T Bank & Trust, que está sediado nos Barbados, e faz parte do J&T Finance Group, que por sua vez está instalado na Eslováquia. As operações feitas entre o J&T Bank & Trust e o BNU tiveram como intermediária a instituição bancária The Bank of New York Mellon Corp., que segundo os documentos foi a responsável pelas denúncias que chegaram aos EUA.

A primeira tranche dos 40,3 milhões americanos foi de 3,8 milhões e foi enviada para o BNU em três transferências bancárias, realizadas a 13 e 20 de Maio de 2015. A segunda tranche foi enviada através de quatro operações nos dias 20 de Maio e 22 de Julho e envolveu 12,6 milhões de dólares. Finalmente, a 9 e 29 de Julho foram feitas outras sete operações com um montante de 23,9 milhões de dólares.

Rei das transferências

No que diz respeito a transacções suspeitas, o Banco da China (BOC) surge em destaque com 43 movimentos dos 62 ligados ao território. É a partir do banco estatal chinês que saiu a maior quantidade de dinheiro cuja origem pode ser criminosa.

Entre Maio de 2016 e Janeiro de 2017, saíram do BOC mais de 17 milhões de dólares para o banco suíço UBS AG. A primeira tranche de dinheiro saiu através de 14 operações entre 31 de Maio de 2016 e 5 de Janeiro de 2017 e envolveu 1,2 milhões. A segunda tranche começou a sair a 2 de Junho de 2016 e ficou finalizada no dia 29 do mesmo mês. Através de 8 transacções foram transferidos 16,3 milhões. As operações foram intermediadas pela representação americana do China Investment Corporation, fundo soberano de Pequim, que foi o responsável pela denúncia.

No sentido oposto, os clientes do Banco da China (BOC) receberam 3 milhões de dólares em 21 transacções consideradas suspeitas, que decorreram entre 16 de Março e 25 de Novembro de 2016. Estas transferências bancárias tiveram origem em diferentes bancos como o alemão Deutsche Bank, o espanhol Banco Santander, o brasileiro Banco Itau Internacional, entre outros, e foram igualmente intermediadas pelo China Investment Corporation.

Os casos ICBC e HSBC

Ao nível de instituições em Macau que participaram em transferências denunciadas ao FinCEN consta ainda o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, em inglês). Nesta instituição entraram cerca de 7,3 milhões de dólares americanos numa operação com três transferências bancárias que aconteceram a 17 e 23 de Janeiro de 2017. Os fundos vieram do banco BNP Paribas e a operação foi intermediada pelo The Bank of New York Mellon Corp..

O último banco com representação local que viu operações denunciadas foi o HSBC, em dois movimentos de saída de capitais que totalizaram 112 mil dólares americanos. As operações aconteceram a 29 de Abril e 29 de Maio e tiveram valores de 50 mil e 62 mil dólares, respectivamente. Neste caso, o intermédio utilizado foi o mesmo que a instituição que recebeu o dinheiro, o banco Standard Chartered.

O HM contactou o BNU, o BOC e o ICBC sobre o envolvimento nestas operações e os procedimentos adoptados para que fossem feitas dentro da legalidade, mas até à hora de fecho não recebeu qualquer resposta.

Os suspeitos do costume

A investigação publicada pelo ICIJ foi feita através dos documentos obtidos com informação enviada à autoridade Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN), que representam transferências superiores a 2 biliões de dólares. No total, foram analisados 2.657 documentos dos quais 2.100 dizem respeito a relatórios de denúncias de actividades suspeitas.

O facto de haver um relatório de denúncia não significa que as transferências correspondam a dinheiro ilegal, apenas que uma das entidades envolvidas na operação considerou haver indícios de branqueamento de capitais.

No entanto, foi através destes documentos que se ficou a saber que o banco HSBC permitiu que os responsáveis por um esquema de pirâmide, que gerou perdas de 80 milhões de dólares, movimentassem os ganhos obtidos com o crime. Segundo a BBC, o dinheiro foi enviado para Hong Kong em 2013 e 2014, já depois do banco ter sido informado sobre o acto criminal. O HSBC diz que cumpriu todas as exigências legais.

O impacto na imagem do HSBC sentiram-se na bolsa de Hong Kong com os títulos do banco a sofrerem uma quebra de 5,33 por cento e a serem negociados no valor mais baixo desde 1995, ou seja, com cada título a valor 29.30 dólares de Hong Kong.

Mas, o HSBC não está sozinho, e a fuga de informação mostra ainda que pelo menos os bancos JP Morgan, Standard Chartered Bank, Deutsche Bank e Bank of New York Mellon lucraram com operações financeiras ligadas a redes e indivíduos criminosos espalhados por todo o mundo.

No que diz respeito ao banco JP Morgan os documentos atestam as ligações ao escândalo 1MDB, que gerou a perda de mil milhões de dólares do fundo soberano da Malásia.

Suspeitos do costume

Uma instituição que também surge em destaque é o defunto Banco Espírito dos Santos, não só pelas operações em Portugal, mas também pela representação dos EUA, que foi posteriormente vendida ao banco Banesco.

Em 2013 e 2014, a representação do BES denunciou um total de 79 transacções, no total de 262,8 milhões de dólares ligadas à companhia do venezuelano Alejandro Ceballos Jiménez. O empresário foi um dos mais fortes apoiantes de Hugo Chávez, e agora de Nicolás Maduro, e segundo a oposição venezuelana terá ficado de forma ilegal com mais de 500 milhões de dólares, que resultaram da venda de activos do Estado sul-americano. Jiménez chegou a estar na mira da justiça da Venezuela, mas o processo foi encerrado sem que tenha havido qualquer acusação.

No caso das operações denunciadas pelo BES, era indicado que uma firma de advogados suíços estava a ser utilizada como fachada para cobrir a identidade de Jiménez. O mesmo relatório apontava que o empresário estava a tentar movimentar dinheiro obtido através do desvio de fundos estatais destinados à construção de habitação pública.

Outra figura conhecida presente nas denúncias é Isabel dos Santos, que surge ligada a dois relatórios de denúncia. O primeiro foi feito pela JP Morgan diz respeito a uma transferência feita pelo marido, Sindika Dokolo, no valor de 4 milhões de dólares, que permitiu à empresária usar recursos públicos para obter uma participação privada na joalharia De Grisogono.

A segunda denúncia foi elaborada pelo Standard Chartered e menciona uma transferência da empresa Untitel, onde Isabel dos Santos é accionista, para a empresa Vidatel Limited. O montante envolvido foi de 18,7 milhões de dólares.

Gabinete de Informação Financeira diz que é tudo confidencial

O Gabinete de Informação Financeira (GIF) recusou fazer comentários às operações reveladas pela investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação. A instituição justificou o silêncio com obrigações legais que obrigam a manter a confidencialidade sobre o assunto.

Foi desta forma que o GIF respondeu às questões do HM, onde era perguntado se as operações em causa também tinham sido denunciadas às autoridades de Macau e se agora, que alguns dados são públicos, ia ser aberto um processo para averiguar as operações.

“Por motivos legais, o GIF é obrigado a manter a confidencialidade, de forma proteger os relatórios sobre transacções suspeitas e para evitar que seja revelada qualquer informação que prejudique análises e investigações em curso. A revelação de qualquer informação deste tipo é ilegal.”

No entanto, o GIF garante que as denúncias de transacções suspeitas são reencaminhadas para o Ministério Público, após uma primeira análise. “Em relação aos relatórios de transacções suspeitas, se depois de uma análise houver indícios de branqueamento de capitais, são todos reencaminhados para o Ministério Público”, foi acrescentado.

21 Set 2020

BNU | Lucros do 1.º semestre caíram 20% em relação a 2019

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) registou uma perda de 20 por cento nos lucros no primeiro semestre do ano, em comparação a igual período de 2019, devido ao impacto da pandemia do coronavírus na economia. Uma perda que o presidente do BNU admitiu, em declarações à Lusa, poder ser semelhante até ao final do ano, entre 15 e 20 por cento, em contraste com o crescimento de 25 por cento registado em 2019.

A situação só pode melhorar com o regresso da emissão pela China de vistos individuais para Macau e, consequentemente, do mercado turístico de massas, que ajude os casinos e por arrasto a restante economia do território, sublinhou Carlos Álvares. Uma previsão mais optimista também só é possível com o aparecimento de uma vacina para a covid-19 que restaure a confiança das pessoas em viajar, salientou o responsável da instituição, do grupo Caixa Geral de Depósitos.

No ano passado, os lucros do banco foram de 366,8 milhões de patacas, que correspondeu a um crescimento de 18 por cento em relação a igual período de 2018. Agora caíram para 253,9 milhões de patacas.

Carlos Álvares salientou que o crédito e os depósitos cresceram enquanto as comissões ligadas aos cartões de crédito e seguros diminuíram, o que já era esperado neste cenário de crise. Já as comissões financeiras associadas à compra de acções em bolsa e ao investimento em fundos imobiliários subiram, acrescentou.

7 Ago 2020

BNU | Presidente admite queda até 20% nos resultados de 2020

Carlos Álvares, presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) admitiu ontem que os resultados para este ano podem cair entre os 10 e os 20 por cento. A revisão em alta das perdas, surge depois da situação pandémica do novo tipo de coronavírus estar a “alastrar em todo o mundo”

 

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau admitiu ontem que os resultados da instituição podem cair, este ano, entre 10 e 20 por cento devido ao impacto económico da pandemia da covid-19.

“No ano passado o crescimento foi de 24 por cento, o que foi bastante interessante. Acredito que este ano os resultados do banco possam cair entre os 10 e os 20 por cento”, afirmou à Lusa, Carlos Álvares, líder da instituição que pertence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos.

“Inicialmente estimava não ser superior a 10 por cento”, uma previsão que teve de rever face “à gravidade (…) e ao alastrar da situação em todo o mundo”, explicou.

A margem financeira do banco tem-se comportado razoavelmente bem, semelhante ao ano passado, mas as comissões caíram e os custos aumentaram, explicou o responsável, lembrando, por exemplo, que a queda significativa na área das comissões explica-se facilmente: “há muito menos transações, não há viagens ao estrangeiro, as pessoas não utilizam os cartões”.

Por outro lado, “o banco teve um cuidado muito grande com as pessoas, com a sua equipa, e isso obviamente reflecte-se em termos de custos”, acrescentou. Um factor positivo, ainda com base nos dados de Fevereiro, é que a instituição não sentiu um aumento no crédito malparado.

Condições únicas

“O Governo (…), a associação de bancos e todos os bancos concederam períodos de carência de capital por seis meses para quem o pediu e, portanto, até à data não sentimos situações de incumprimento que levassem ao aumento de imparidades”, indicou.

A “almofada financeira em Macau” dá “condições únicas para resistir a este problema gravíssimo que alastra por todo o lado”, mas muito irá depender da “capacidade de recuperação do negócio dos casinos e com a abertura dos vistos individuais para os turistas chineses”, salientou.

Carlos Álvares sublinhou ainda que o banco tem “quotas interessantes nos casinos” e “no sector governamental”, mas não entre as micro, pequenas e médias empresas (PME), “trabalhando activamente” apenas com três mil das cerca de 40 mil que operam em Macau.

“Por outro lado, também abrimos linhas especiais para pagamento de salários e para pagamento de rendas e também para investimento [em] equipamento médico e tem havido alguma procura, mas não é uma coisa brutal”, frisou.

Ser responsável

O presidente do BNU defendeu que o Governo foi rápido a tomar medidas de apoio às empresas e população. “Se somarmos a tentativa do aumento do consumo, a protecção das PME e o aumento dos gastos públicos com obras, penso que está a tocar os diferentes pilares que fazem com que a economia ande, depois é (…) ver a dose que será necessário utilizar”, comentou.

Em relação à responsabilidade social que o chefe do Governo de Macau exigiu neste momento de crise aos grandes agentes económicos no território, as operadoras que exploram o jogo, Carlos Álvares elencou uma lista de acções promovidas pelo banco que custaram cerca de 4,5 milhões de patacas no ano passado em vários sectores da sociedade.

27 Mar 2020

Covid-19 | BNU doa mais de 11.500 euros à Cruz Vermelha de Macau

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau doou à Cruz Vermelha de Macau 100 mil patacas para apoiar a instituição no combate ao surto do novo coronavírus, anunciou ontem o banco em comunicado.
“No âmbito da sua estratégia de Responsabilidade Social, e à semelhança do que tem feito nos últimos dias, junto de outras instituições, o BNU doou 100.000 Patacas à Cruz Vermelha de Macau, em resposta à epidemia COVID-19”, pode ler-se na mesma nota.
“A Cruz Vermelha está presente em Macau desde 1920, altura desde a qual tem vindo a prestar assistência humanitária à população mais desfavorecida. Faz parte do Comité Internacional da Cruz Vermelha e da Federação das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, sendo atualmente um ramo autónomo da Cruz Vermelha da China”, sublinhou o BNU.
Na mesma nota, a banco garantiu que vai continuar a apoiar organizações humanitárias, durante o surto do novo coronavírus, e implementar medidas “que visem ajudar os cidadãos e as PME de Macau neste período difícil”.
Na semana passada, o BNU já tinha doado à Caritas 100 mil patacas e anunciado a abertura de uma conta de angariação de fundos e ainda anunciou uma doação, no mesmo valor, à Santa Casa da Misericórdia.

27 Fev 2020

Covid-19 | BNU doa mais de 11.500 euros à Cruz Vermelha de Macau

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau doou à Cruz Vermelha de Macau 100 mil patacas para apoiar a instituição no combate ao surto do novo coronavírus, anunciou ontem o banco em comunicado.

“No âmbito da sua estratégia de Responsabilidade Social, e à semelhança do que tem feito nos últimos dias, junto de outras instituições, o BNU doou 100.000 Patacas à Cruz Vermelha de Macau, em resposta à epidemia COVID-19”, pode ler-se na mesma nota.

“A Cruz Vermelha está presente em Macau desde 1920, altura desde a qual tem vindo a prestar assistência humanitária à população mais desfavorecida. Faz parte do Comité Internacional da Cruz Vermelha e da Federação das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, sendo atualmente um ramo autónomo da Cruz Vermelha da China”, sublinhou o BNU.

Na mesma nota, a banco garantiu que vai continuar a apoiar organizações humanitárias, durante o surto do novo coronavírus, e implementar medidas “que visem ajudar os cidadãos e as PME de Macau neste período difícil”.

Na semana passada, o BNU já tinha doado à Caritas 100 mil patacas e anunciado a abertura de uma conta de angariação de fundos e ainda anunciou uma doação, no mesmo valor, à Santa Casa da Misericórdia.

27 Fev 2020

Caritas | BNU dá 100 mil patacas e abre conta para angariar fundos

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino doou à Caritas 100 mil patacas e abriu uma conta de angariação de fundos para apoiar a instituição no combate ao surto do novo coronavírus.
“O presidente da Comissão Executiva do BNU, Carlos Álvares, encontrou-se com o secretário-geral da Caritas Macau, Paul Pun, para entregar a doação”, indicou, em comunicado.
Na mesma nota, o BNU destacou a abertura de “uma conta para angariar fundos para as actividades anti-epidemia da Caritas, tais como, a compra de material médico e assistência na prestação de cuidados de saúde e protecção para evitar a propagação do vírus”. “Os fundos angariados serão transferidos para a Caritas Macau”, frisou o BNU.

20 Fev 2020