Teatro MGM | Concerto sinfónico sobre o filme “Frozen”, da Disney, no final do mês

O Teatro MGM acolhe, nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, o concerto sinfónico inteiramente dedicado ao filme de animação da Disney “Frozen”, a pensar no Dia Mundial da Criança, que se celebra precisamente no primeiro dia de Junho. A música está a cargo da Orquestra de Macau

 

Os mais pequenos e fãs do filme “Frozen”, da Disney, terão oportunidade de ver e ouvir um concerto inteiramente dedicado à história e personagens desta produção, tratando-se de uma iniciativa para celebrar o Dia Mundial da Criança, efeméride que se comemora a 1 de Junho. O concerto, acolhido pelo Teatro MGM nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, decorre, respectivamente, às 20h e 15h.

Com co-organização do Instituto Cultural (IC), trata-se, segundo uma nota deste organismo, de “um concerto encantador e fantástico, que combinará a música sinfónica ao vivo com a tecnologia cénica, levando crianças e amigos adultos de Macau ao mágico mundo gelado”.

O som fica a cargo da Orquestra de Macau (OM), que interpretará ao vivo “várias músicas icónicas da banda sonora da animação, sincronizadas com imagens projectadas num ecrã ultra-HD gigante de 900 metros quadrados e 28 milhões de pixéis, instalado no teatro, com o sistema de som envolvente L-ISA de 19.1 canais”.

Desta forma, com o uso da tecnologia, a “fusão de som e imagem criará uma experiência imersiva que transporta espectadores para um reino fascinante de gelo e neve”, verificando-se “a excelência dos equipamentos cénicos e audiovisuais de nível internacional” no espaço escolhido para os dois espectáculos, o Teatro MGM. Segundo a nota do IC, esta sala de espectáculos foi, no ano passado, reconhecida oficialmente pela Disney como espaço para realizar os concertos da Disney em Macau.

Vozes e dobragens

O concerto conta com um “elenco de excelência, reunindo músicos e cantores de topo provenientes de Macau e do exterior”, sendo dirigido pelo maestro assistente da OM, Tony Cheng-Te Yeh. Já as músicas da animação serão interpretadas pela OM e vários “cantores de renome internacional”, tais como Alyssa Fox, que interpretou Elsa na digressão norte-americana do musical da Broadway “Frozen”; Ray Liu, que dobra e canta a voz de Anna na versão mandarim da animação, RJ Woessner, que dá vida às personagens Kristoff e Hans e, CJ Tan como Olaf, bem como o grupo vocal SEMISCON Vocal Band.

O filme “Frozen” estreou em 2013 e “conquistou o mundo”, tendo ganho o Óscar de Melhor Filme de Animação. Destaque para a canção, retirada da banda sonora do filme, “Let it Go”, que se tornou um sucesso à escala global. Há também outros grandes sucessos musicais que saíram do filme “Frozen”, como “Do You Want to Build a Snowman?” e “For the First Time in Forever”, que tiveram o poder de “cativar audiências de todas as idades”.

“Let It Go” recebeu o Óscar de Melhor Canção Original na 86.ª edição dos Prémios da Academia e arrecadou três importantes galardões no 57.º Grammy Awards.

12 Mai 2025

Studio City | 30 anos do filme “Toy Story” celebrados em exposição

O empreendimento Studio City, no Cotai, apresenta até ao dia 31 de Outubro uma exposição dedicada a celebrar os 30 anos do filme “Toy Story”, dos estúdios da Disney e da Pixar. Segundo um comunicado, o espaço da exposição transformou-se “num mundo do Toy Story, proporcionando aos visitantes de todas as idades uma aventura especial com instalações que prometem experiências interactivas e mostram objectos de colecção exclusivos”.

Logo à entrada do Studio City, destaca-se a personagem do Woody, com seis metros de altura, que “dá às boas-vindas aos visitantes com o seu sorriso característico”, seguindo-se a recriação gigante do quarto da personagem Andy, no átrio principal do empreendimento, “decorado com mobiliário e brinquedos de grandes dimensões, fazendo os visitantes sentirem-se como se tivessem encolhido para o tamanho de um brinquedo”.

A instalação “Rescuing Woody”, inspirada no filme “Toy Story 2”, leva os visitantes a participar numa busca pela personagem, enquanto o “Toy Story Carnival” apresenta “duas cabines de jogos e uma loja no formato pop-up com uma selecção de produtos exclusivos”.

Destaque ainda para o facto de a roda gigante do Studio City passar a ter cinco cabines especialmente decoradas à imagem do “Toy Story”, com as personagens Woody, Buzz Lightyear, Lotso, Aliens e Hamm. Os espaços de restauração do Studio City disponibilizam ainda menus especiais a pensar no filme de animação.

30 Abr 2025

Doraemon

Para comemorar o 90.º aniversário de Hiroshi Fujimoto, um dos dois criadores do clássico de animação “Doraemon” (que usava o pseudónimo “Fujio Fujio”) a exposição itinerante “100% Doraemon & Friends” foi inaugurada em Hong Kong, no passado dia 13 de Julho. Seguidamente, no próximo dia 20, o espectáculo “Doraemon” com drones de luz será apresentado em Tsim Sha Tsui East, Hong Kong, proporcionando a todos fãs e amigos um festival visual inesquecível.

A exposição foi cuidadosamente planeada e está dividida em duas áreas, uma com acesso pago e a outra com entrada livre. No interior, o salão de exposições “100% Doraemon Animation Art Exhibition Hall” alberga oito sub-exposições temáticas, desde a sala de trabalho simulada de “Fujiko·F·Fujio”, passando pelo colorido corredor do Doraemon e pelas realistas personagens animadas. A mostra dos modelos em três dimensões com os seus adereços mágicos, como a “máquina do tempo”, é alucinante. O que vale particularmente a pena mencionar é o pequeno filme de animação com a duração de seis minutos, criado de propósito por uma empresa japonesa para uma estação de Hong Kong e que será exibido num teatro miniatura, dobrado em cantonês. Esta exibição faz com que a audiência se sinta imersa no mundo da animação.

Na entrada principal da “100% Doraemon Outdoor Exhibition Area”, um Doraemon insuflável de aproximadamente 12 metros de altura recebe os visitantes. Os fãs não podem de forma alguma perder esta experiência.

Falando sobre o propósito desta exposição, a segunda filha de “Fujio Fujio”, Katsu Mata, presidente da FUJIKO PRO, afirmou afectuosamente que o entusiasmo dos fãs de Hong Kong e as suas memórias comoventes da cidade fizeram-na planear uma exposição itinerante pelo estrangeiro e o local escolhido para a inauguração foi precisamente a encantadora cidade de Hong Kong.

A versão cantonesa de “Doraemon” pertence às memórias de infância de muitos residentes da Área da Grande Baía. O seu criador conquistou o afecto de uma vasta audiência com a sua criatividade singular, os temas positivos e as suas histórias calorosas e enternecedoras. A história começa com “Daxiong”, um homem azarado. Durante o seu crescimento, a família ficou pobre, e ele próprio foi pobre toda a vida tendo contraído muitas dívidas, o que veio a afectar o seu bisneto “Xiaoxiong”. Por causa disso, “Xiaoxiong” gastou o seu pouco dinheiro para comprar “Doraemon” o pior gato robot do séc. XXII, que o enviou para a década de 70 do séc. XX para ajudar “Daxiong” a mudar o seu destino e impedir que a família se arruinasse. Embora o gato robot fosse cometendo muitos erros ao tentar ajudar “Daxiong”, devido a problemas de desempenho, estes episódios trouxeram muita alegria e emoção às audiências.

“Doraemon” tornou-se um clássico não só pela excelente equipa que o produzia e pela soberba tecnologia de animação, mas também porque o tema que aborda vai ao encontro do desejo mais profundo de todos nós, o desejo de ajudar e de mudar os nossos destinos. Nesta história, a amizade poderosa, a coragem, os sonhos e a esperança são vividamente ilustrados. Estes elementos e a sua energia positiva atravessaram as fronteiras do tempo e do espaço e tornam-se uma ponte que liga as audiências de diferentes gerações, fazendo de “Doraemon” um sucesso a nível mundial.

Lin Baoquan foi o actor que dobrou “Doraemon”. Ele usava a sua voz única e contagiante para emprestar frescura e vitalidade à personagem. Quando faleceu, deixou inúmeros fãs inconsoláveis e a sua voz passou a fazer parte das memórias eternas que guardamos nos nossos corações.

“Doraemon” traz a todos riso, alegria, esperança e o seu tema musical é simples e profundo:

“Os desejos de todos podem realizar-se

A minha felicidade é tanta que chega ao céu

Todos estão felizes, felizes, têm sonhos lindos e encontram a beleza.”

Esta letra não só retrata a bela visão da animação, mas também ecoa as sinceras expectativas de todos. E a ressonância e emotividade que atravessam gerações, fazem com que esta animação que é transmitida desde os anos 70 do séc. XX, continue a ser profundamente acarinhada e permaneça intemporal.

No mundo da animação, “Doraemon” é um parceiro mágico que ajuda “Daxiong” a mudar o seu destino. E na vida real, quem é “Doraemon”? A resposta é na verdade muito simples, “Doraemon” é cada um de nós. Só através de esforços incessantes e persistência poderemos avançar passo a passo para o melhor nós próprios e tornarmo-nos donos do nosso próprio destino. Mudarmo-nos a nós próprios é a melhor forma de mudar o nosso destino. Todos podem tornar-se o seu próprio “Doraemon”.

“Os desejos de todos podem realizar-se A minha felicidade é tanta que chega ao céu. Todos estão felizes, felizes, têm sonhos lindos e encontram a beleza.”

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau
Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk

16 Jul 2024

Dois filmes peculiares, Shirley und Victoria

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]hirley Visions of Reality, 2013, de Gustav Deutsch, é peculiar a vários níveis. O seu programa consiste na animação, lenta, de um grupo de 13 quadros de Edward Hopper. A partir de cada um deles o realizador inventou uma ficção que rodeou de apontamentos históricos de época, desde os anos 30 aos anos 60, e que no seu conjunto contam uma história atraente sobre uma mulher determinada. Uma peça de teatro para dizer a verdade – porque esta mulher é uma actriz de teatro.

A introdução de uma dose significativa, num texto que não é muito extenso, de aspectos políticos, como referências à Guerra do Vietname ou às famosas delações de Elia Kazan, poderá chocar alguns puristas mas constitui uma adição enriquecedora a quem não se deixar prender por parvoíces.

A outra peculiaridade, que é a mais impressionante e a que marca verdadeiramente o filme como um objecto fora do vulgar é o seu aspecto visual – um conjunto de quadros, feitos em estúdio, em que o cenário e as figuras têm uma textura impressionantemente pictórica. Por isso é que estas são visões, visões da realidade que Deustche constrói. Não sendo particularmente sensível à melancolia americana de Hopper, parece-me que prefiro a de Deutsche.

Neles construiu-se um desenho cheio, de contornos muito bem definidos (mais do que os quadros de Hopper) que fazem lembrar a banda desenhada de linha clara e cores fortes, especialmente atraentes no efeito que a luz do sol imprime nos objectos dos vários lugares imaginados (vários deles quartos, lugares de trânsito e sonho).

Se se insiste na descrição do desenho é porque esta é a especialidade que marca o filme, muito mais que a sua mecânica narrativa, e é ela que ficará para sempre na memória e na história.

Shirley é um filme de actriz e a sensualidade e o calor rigoroso dos quadros de Hopper transpõem-se perfeitamente para a figura de Stephanie Cumming, muito bonita, quente mas com a determinação e firmeza de uma mulher com convicções fortes.

Não há muito falou-se aqui de alguns filmes que se relacionam com pintores ou quadros, como sejam Caravaggio, de Derek Jarman, The Mill and the Cross, de Lech Majewski e Mr. Turner, de Mike Leigh e este filme de Gustav Deutsche, mais um filme de um austríaco de que se fala aqui, pode ser visto pensando naqueles e nos modos como o cinema pode falar da pintura (mais do que propriamente sobre os pintores, no fundo muito menos importantes que aquilo que fica).
O que Shirley nos dá é, para além do efeito de novidade, a parte que tem que ver com o cinema, que é muito mais intensa que nos outros filmes que em cima se referem, muito mais que no filme de Lech Majewski (de 2011) que segue uma vontade que por vezes se assemelha a este.

Victoria, 2015, de Sebastian Schipper, figura junto de Shirley porque vem igualmente acompanhado de uma curiosidade técnica, esta a de ter sido todo filmado num take de 138 minutos na madrugada de 27 de Abril de 2014 (Russian Ark, de Sokurov, tem 96 minutos e o filme iraniano de 2013 Fish and the Cat, de Shahram Mokri, tem 134. Há outros).

Victoria passa-se durante parte de uma noite, uma concentração que notara num outro filme de interesse médio que também se prende com marginalidade e que foi há pouco aqui revisto, Catch me Daddy, de Daniel Wolfe. Para criar algum desconforto pode pensar-se igualmente em Kinatay, de B. Mendoza, que acompanha uma inquietante (e sangrenta) viagem perto de Manila e que termina igualmente de madrugada.

Victoria, como o filme de Wolfe e Shirley giram em torno de uma mulher e os dois que aqui se apresentam são realizados por autores de origem germânica, austríaco o primeiro e alemão o segundo. O de Schipper parte da possibilidade de uma fragilidade, a fragilidade de Victoria, uma rapariga espanhola embriagada que não fala alemão e que se vê imersa em aspectos negros da noite berlinense.

É um filme sobre Berlim, um filme sobre um aspecto da cidade, à noite, conduzida por um grupo de “verdadeiros” berlinenses – de Berlim Oriental. Seria interessante perceber a que outra Berlim, menos verdadeira, é que esta visão se opõe.

O que se transforma é o tipo de fragilidades que encontramos ao longo da noite e o que parecia ser apenas uma noite de crime transforma-se numa vinheta comovente sobre a amizade e a fragilidade de quase todos os intervenientes numa dose suficiente de amargura e ingenuidade.

No fim, fica a impressão que com as câmaras de hoje a euforia que se criou em redor do filme de Sokurov, de 2002, deixou de ter razão de ser. Por que não filmar em apenas um take e, como aqui acontece, com diálogos em grande parte improvisados? Já não parece um empreendimento tão difícil.

Isto pode ser entendido como um elogio (porque no filme de Schipper não se nota nenhuma linha forçada de continuidade) ou uma leve desconsideração (porque afinal não é um problema técnico assim tão difícil de superar, as maiores dificuldades situando-se certamente a nível da manutenção de uniformidade a nível da iluminação e da cor e da organização das massas).

Victoria vem provar mais que este é um processo a ser seguido (e se não for num take poderia ser em 2 ou 3 ou 4 como o autor considerou fazer enquanto plano B) do que vem provar que este é um grande acontecimento técnico.
É difícil falar de Victoria sem rodar em torno da sua proeza técnica mas que isso não faça esquecer que tem qualidades a nível da firmeza do desenho da sua protagonista, da cidade de Berlim e dos seus habitantes que justificam a sua visionação. Aproveite-se este filme numa altura em que pouco de interessante parece vir da Alemanha em termos de filmes de larga circulação.

26 Abr 2016

Animação | Dez produções internacionais no CCM

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] festival anual de animação AniMacau acontece este ano entre 16 e 25 de Outubro e vai, pelas mãos do Centro Cultural de Macau (CCM), dar a conhecer 10 novas produções, duas delas dedicadas aos mais novos. “Para além do além” e “O 7º anão” são histórias para crianças, a primeira versando sobre o coelho Johan, que parte numa aventura em busca da sua mãe. O filme foi nomeado para um Urso de Cristal no Festival Internacional de Cinema de Berlim, no ano passado.
“O 7º Anão” dá a conhecer “uma mescla hilariante de personagens” dos contos de fadas, incluindo a Cinderela, o Capuchinho Vermelho e a Branca de Neve. Todos num só filme. Para todas as idades, o CCM disponibiliza “Os Moomins na Riviera”, com personagens clássicas de banda desenhada criadas pelos finlandeses Tove e Lars Jansson. PosEso
Já o realizador argentino, Juan José Campanella traz a Macau “Matrecos”, uma história que faz uso da imaginação para criar um mundo onde os jogadores de matraquilhos ganham vida e são heróis em salvação de uma cidade. Campanella é o realizador da famosa obra de 2009, “O Segredo dos seus Olhos”. Da região francesa de Annecy chega “O Menino e o Mundo”, vencedor do Festival Internacional de Cinema Animado daquela localidade. O filme utiliza desenhos que parece pintados a lápis-de-cor, transportando o público para “um mundo mágico”, informa o CCM. Finalmente, voa da Coreia do Sul a película intitulada “Mais claro do que parece”, produção que alia quatro histórias “descontraídas e refrescantes”.

Ser criança para sempre

Para um público mais amadurecido, o AniMacau apresenta “O Congresso”, do realizador Ari Folman. O filme caracteriza-se como um “híbrido de animação e imagem real” produzido em França e interpretado pelos grandes nomes do cinema norte-americano, Robin Wright, Harvey Keitel e Danny Huston. A obra estreou-se em 2013 em Cannes e ali realidade à ficção. É Wright quem protagoniza a película na pele de si própria. A história torna-se ficção no momento em que um estudo de cinema de Hollywood pede à actriz que venda a sua identidade do cinema para mais tarde ser digitalizada e usada de forma ilimitada. O contrato entre as duas entidades tem uma particularidade: Wright nunca envelhecerá no holograma, mas 20 anos depois de ter sido assinado, a actriz e o mundo já não são a mesma coisa. A película gira em volta dos conceitos de velhice e era digital, criando o debate sobre até quando dura a beleza. phpThumb
Do Japão surge “Patema Invertida”, uma “uma aventura de ficção científica que utiliza um conceito semelhante a ‘Upside Down’, filme que explora o amor entre duas pessoas que vivem em mundos gravitacionais opostos.
O AniMacau guarda ainda lugar para a comédia de terror “Pos Eso”. Filmada em stop-motion e produzida em Espanha, fala de doenças mentais e possessões do espírito. Finalmente, surge da Letónia “Pedras nos Bolsos”, um retrato que fala de “mentes muito peculiares”.

1 Set 2015