Comércio | Alexandre Ma quer cooperação entre patrões e empregados

O Presidente da Associação Comercial de Macau afirma estar a fazer de tudo para colaborar com o Governo na implementação de medidas de revitalização derivadas do surto do novo tipo de coronavírus. Sobre relações laborais, Alexandre Ma diz ser necessária união entre as partes

 

[dropcap]A[/dropcap] Associação Comercial de Macau não vai poupar esforços na cooperação com o Governo para aplicar medidas de prevenção contra o novo tipo de coronavírus e na aplicação de planos de dinamização económica. Quem o diz é o seu presidente, Alexandre Ma que, em plena “tempestade” social e económica derivada do encerramento de praticamente toda a actividade comercial na região, apela ainda, citado pelo jornal Macau Daily, ao entendimento de empregadores e funcionários para trabalhar em prol de objectivos comuns.

Perante a situação de crescimento negativo de Macau, derivado do surto epidémico e a preocupação levantada por vários grupos da sociedade relativamente ao facto de muitos funcionários poderem vir a ser despedidos ou dispensados nesta fase, Alexandre Ma respondeu que a Associação Comercial de Macau “sempre enfatizou que empregadores e funcionários têm o mesmo destino comum e não interesses opostos”.

Citado pelo Macau Daily, Ma apelou assim para que os empregadores façam tudo o que estiver ao seu alcance para promover um desenvolvimento equilibrado entre as partes, assente na evolução mútua.

“No caso de haver um problema, empregadores e funcionários devem adoptar formas de comunicar eficazes e racionais, de forma a encontrar a melhor solução ou abordagem”, referiu Alexandre Ma. “Perante um caso epidémico severo, todos os sectores da sociedade devem unir-se, lutar de forma empenhada e trabalhar em conjunto para restaurar a normalidade social o quanto antes”, acrescentou.

Recorde-se que na passada semana, depois de ter decretado o encerramento dos casinos de Macau durante quinze dias, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, determinou também o encerramento dos serviços públicos básicos e a diminuição da frequência de transportes públicos, tendo sido aconselhado que a população ficasse em casa. Estabelecimentos comerciais, de entretenimento ou mesmo jardins públicos foram também fechados como medida de prevenção.

Ajudar com o possível

De forma a responder activamente às necessidades impostas pela crise epidémica, a Associação Comercial de Macau apontou alguns pontos de trabalho mútuo do foro económico que têm recebido respostas positivas por parte do Governo, como medidas de revitalização económica e de apoio às pequenas e médias empresas (PME). Estas prendem-se sobretudo com o alívio de impostos do sector empresarial, tais como impostos sobre rendimentos, imóveis, impostos turísticos e imposto sobre a renda.

Recorde-se também que, após já ter sido anunciada a antecipação da implementação do Plano de Comparticipação Pecuniária no Desenvolvimento Económico para o ano de 2020, o Governo decidiu também isentar, a partir de Fevereiro e durante três meses, os arrendatários de espaços públicos, do pagamento de rendas respeitantes ao aluguer de propriedades destinadas a fins comerciais, como “shopping centres, quiosques para venda de produtos, etc”.

11 Fev 2020

Comércio | Alexandre Ma quer cooperação entre patrões e empregados

O Presidente da Associação Comercial de Macau afirma estar a fazer de tudo para colaborar com o Governo na implementação de medidas de revitalização derivadas do surto do novo tipo de coronavírus. Sobre relações laborais, Alexandre Ma diz ser necessária união entre as partes

 
[dropcap]A[/dropcap] Associação Comercial de Macau não vai poupar esforços na cooperação com o Governo para aplicar medidas de prevenção contra o novo tipo de coronavírus e na aplicação de planos de dinamização económica. Quem o diz é o seu presidente, Alexandre Ma que, em plena “tempestade” social e económica derivada do encerramento de praticamente toda a actividade comercial na região, apela ainda, citado pelo jornal Macau Daily, ao entendimento de empregadores e funcionários para trabalhar em prol de objectivos comuns.
Perante a situação de crescimento negativo de Macau, derivado do surto epidémico e a preocupação levantada por vários grupos da sociedade relativamente ao facto de muitos funcionários poderem vir a ser despedidos ou dispensados nesta fase, Alexandre Ma respondeu que a Associação Comercial de Macau “sempre enfatizou que empregadores e funcionários têm o mesmo destino comum e não interesses opostos”.
Citado pelo Macau Daily, Ma apelou assim para que os empregadores façam tudo o que estiver ao seu alcance para promover um desenvolvimento equilibrado entre as partes, assente na evolução mútua.
“No caso de haver um problema, empregadores e funcionários devem adoptar formas de comunicar eficazes e racionais, de forma a encontrar a melhor solução ou abordagem”, referiu Alexandre Ma. “Perante um caso epidémico severo, todos os sectores da sociedade devem unir-se, lutar de forma empenhada e trabalhar em conjunto para restaurar a normalidade social o quanto antes”, acrescentou.
Recorde-se que na passada semana, depois de ter decretado o encerramento dos casinos de Macau durante quinze dias, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, determinou também o encerramento dos serviços públicos básicos e a diminuição da frequência de transportes públicos, tendo sido aconselhado que a população ficasse em casa. Estabelecimentos comerciais, de entretenimento ou mesmo jardins públicos foram também fechados como medida de prevenção.

Ajudar com o possível

De forma a responder activamente às necessidades impostas pela crise epidémica, a Associação Comercial de Macau apontou alguns pontos de trabalho mútuo do foro económico que têm recebido respostas positivas por parte do Governo, como medidas de revitalização económica e de apoio às pequenas e médias empresas (PME). Estas prendem-se sobretudo com o alívio de impostos do sector empresarial, tais como impostos sobre rendimentos, imóveis, impostos turísticos e imposto sobre a renda.
Recorde-se também que, após já ter sido anunciada a antecipação da implementação do Plano de Comparticipação Pecuniária no Desenvolvimento Económico para o ano de 2020, o Governo decidiu também isentar, a partir de Fevereiro e durante três meses, os arrendatários de espaços públicos, do pagamento de rendas respeitantes ao aluguer de propriedades destinadas a fins comerciais, como “shopping centres, quiosques para venda de produtos, etc”.

11 Fev 2020

Chefe do Executivo | Bruce Kwong acha que Alexandre Ma pode ser candidato

Bruce Kwong, docente da Universidade de Macau, defende que o empresário Alexandre Ma Iao Lai poderá ser uma alternativa a Ho Iat Seng para as eleições ao cargo de Chefe do Executivo, que acontecem no próximo ano. O académico alerta também para o facto de “estarmos a ser monitorizados por muitos olhos”

 

[dropcap]U[/dropcap]m dia depois da inauguração oficial da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, falámos com Bruce Kwong, docente na área da ciência política da Universidade de Macau (UM), sobre o momento político que o território atravessa. Na cerimónia de inauguração, Chui Sai On falou mal mandarim, uma língua que não domina completamente, e foi alvo de críticas nas redes sociais. Para Bruce Kwong, o fraco domínio do mandarim é algo que lhe dá uma má imagem como político mas, nesta fase, já não importa, pois o Chefe do Executivo está de saída.

E quem lhe poderá suceder? Muito se tem falado de Ho Iat Seng, presidente da Assembleia Legislativa (AL), sobretudo desde que Chui Sai Cheong, vice-presidente e irmão de Chui Sai On, o elogiou publicamente.
Contudo, Bruce Kwong prefere avançar com o nome de Alexandre Ma Iao Lai, empresário ligado à histórica Associação Comercial de Macau e a vários conselhos consultivos.

“Aos olhos de Pequim, ele [Ho Iat Seng] pode ser uma figura ideal para concorrer a este cargo, mas o segundo candidato pode ser Ma Iao Lai. Tanto em Macau como em Hong Kong, um candidato tem de ser de confiança, ter experiência em cargos políticos e Mao Iao Lai tem essa experiência. Ele é membro do Conselho Executivo, mas Ho Iat Seng não é. Tem experiência na estrutura governamental de Macau.”
Bruce Kwong lembrou que, em 2009, escreveu um artigo de opinião em que defendeu que Ho Iat Seng poderia ser o “cavalo negro” de Chui Sai On, ou seja, alguém capaz lhe poderia suceder mas com baixa probabilidade de o ser efectivamente. Quase dez anos depois, tudo depende da própria vontade do presidente da AL.

“Pode ser o ‘cavalo negro’, mas tudo depende se tiver interesse ou se for forçado a ter interesse em se candidatar. De outra forma, penso que Ma Iao Lai pode ser candidato”, frisou.

Sobre a nova ponte, inaugurada com pompa e circunstância esta terça-feira, Bruce Kwong assegura que Macau não necessita da maior travessia marítima do mundo. “Quando Zhuhai tentou persuadir Hong Kong a construir uma ponte como esta, o Governo de Macau disse que não tinha qualquer interesse neste projecto, pois a ponte iria ajudar muito pouco a trazer mais turistas para o território. Poderíamos usar a fronteira nas Portas do Cerco ou outras formas mais fáceis. Não teríamos de gastar milhões para aderir a este projecto.”
Além disso, “Hong Kong também rejeitou o projecto, nos anos 80, depois da apresentação da ideia de Gordon Wu, que sugeriu a ponte entre Hong Kong e Zhuhai, pois poderia criar muitos congestionamentos de trânsito.”

Bruce Kwong assegura que o território não consegue receber mais que 32 milhões de turistas, apesar dos tão falados benefícios económicos em termos de integração. “Foi uma medida de propaganda [do Governo Central], porque a China quer ligar o Delta do Rio das Pérolas”, frisou.

Chui na CCPPC

Depois de deixar o Governo, Chui Sai On poderá ser eleito como vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), cargo actualmente desempenhado por Edmund Ho, ex-Chefe do Executivo da RAEM. Bruce Kwong acredita que Chui Sai On almeja essa posição.
“Penso que ele gostaria de ser vice-presidente da conferência consultiva, como Edmund Ho ou CY Leung em Hong Kong. Chui Sai On quer mesmo ser escolhido para a conferência e este pode ser o último cargo político da sua carreira.”

Quanto ao último mandato, o académico pensa que não tem sido muito diferente em relação a outros políticos que estão de saída dos seus cargos.
“Em vários países do mundo podemos observar que, no último ano de mandato, um chefe de Governo faz muito pouco. Chui Sai On tenta fazer algo que o ajude a criar uma imagem mais poderosa e capaz, porque em 2009 foi criticado por estar na sombra de Edmund Ho. Ele disse que iria seguir as políticas de Edmund Ho no seu novo Governo, para não ter uma má imagem. No segundo mandato, nomeou novos secretários para criar uma nova imagem”, recordou.

Big Brother

Questionado sobre o impacto negativo que as novas medidas adoptadas pelo secretário Wong Sio Chak possam vir a ter, ao nível da perda de direitos, Bruce Kwong diz nada temer e afirma que todos nós já estamos a ser vigiados.

“Esta questão é muito sensível, mas não tenho receios [de uma redução dos direitos]. Em Macau, já somos monitorizados por muitos olhos. Não apenas pelas câmaras, mas quando usamos os smartphones, com o WeChat e outras aplicações. Sim, eles sabem [autoridades de Macau e China], têm muitos canais para saber esses dados. Não é propriamente uma coisa nova. Em Macau e Hong Kong é muito fácil detectar ou saber os nossos passos.”

Sobre a questão da liberdade académica, Bruce Kwong assegura que nunca teve problemas. “Pode notar pelas minhas respostas que eu tenho liberdade académica. Tenho liberdade de expressão. Alguns jornalistas gostam de me entrevistar porque posso ser crítico, não tenho receios de nenhuns problemas que possam surgir nesse âmbito. Não fiz nada que viole a lei.”

Confrontado com as recentes declarações do seu ex-colega Newman Lam, que assegurou que o Gabinete de Ligação de Pequim em Macau anda a ser mal informado sobre o panorama político local, Bruce Kwong disse desconhecer esses casos. “Não conheço casos. Newman Lam é mais sociável do que eu, gosto de fazer a minha investigação dentro e fora do gabinete”, apontou, acrescentando que em Macau nunca se colocou a hipótese da independência do território face à China.

26 Out 2018