Zika e Dengue | SS alertam para propagação de mosquitos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) registaram elevados níveis de propagação de mosquitos em Macau durante o mês de Julho. O controlo realizado pelo organismo permite perceber que a população deve redobrar cuidados e estar atenta a sintomas, num alerta que chega depois de Taiwan ter registado mais um caso de infecção por Zika importado.
Os SS indicam que detectaram em Julho um elevado índice de propagação de mosquitos, depois de terem instalado 860 mecanismos de vigilância de reprodução de mosquitos, que pretendem fazer uma recolha mensal para proceder ao cálculo da propagação de mosquitos ao ar livre. A taxa apresentou uma subida de mais de 68%, sendo que em Macau os bairros sociais de São Lourenço e do Fai Chi Kei registaram o valor mais elevado, com 76% e 70,1%, respectivamente. Em relação ao valor das ilhas, Coloane salta em primeiro lugar com 81,06%. Chegando-se assim à conclusão que o risco de propagação da febre de dengue em Macau é elevado.
O Departamento de Saúde de Taiwan identificou o sexto caso de doença por vírus do Zika. A vítima é uma mulher de 44 anos que foi até Miami, nos Estados Unidos, entre 31 de Julho e 11 de Agosto. No dia 12 de Agosto regressou a Taiwan e entretanto sentiu-se mal. Recorreu a uma consulta e após feitos os exames foi confirmado diagnóstico.
O vírus da Dengue e do Zika transmite-se através da picada do mesmo mosquito, que se reproduz em águas estagnadas. Atendendo às características do território, os SS pedem à população que redobre os cuidados de limpeza e reforce a protecção nomeadamente através do uso de repelentes.

22 Ago 2016

Patane | Biblioteca abre este ano. Custa 180 mil patacas mensais

Estará pronta até ao final do ano a Biblioteca do Patane, quatro anos depois do início das obras. O Governo investiu 26 milhões de patacas na reparação dos prédios e ainda paga 180 mil patacas mensais de renda. Ung Vai Meng assegura que o novo espaço promete ser uma valência que aposta no serviço aos residentes

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Biblioteca do Patane estará ao dispor dos residentes até ao final do ano. É o que garante Ung Vai Meng, presidente do Instituto Cultural (IC), que diz que este “é um investimento para a população de Macau”.
As obras custaram ao IC 26 milhões de patacas, sendo que o Governo paga ainda ao proprietário dos prédios 180 mil patacas mensais de renda, ainda que durante 11 meses.
O presidente do IC assegura que este é exemplo de requalificação do património, que acontece através da transformação num espaço de cultura que alberga um conjunto de actividades, desde os livros aos espaços multimédia ou salas para os mais pequenos.
Os sete edifícios que compõem a biblioteca em construção foram tratados “como se de uma mulher se tratasse”, afirma Ung Vai Meng.
“Uma mulher com 80 anos e já debilitada, como é a idade dos edifícios que datam dos anos 30 do século passado. As obras não pretendem “remendar” os sinais do tempo, mas antes conferir-lhes uma nova vida. Os ossos são os pilares que foram mantidos e reforçados, a pele está nas paredes e “o olho do porto interior” é uma janela especial que pretende relembrar a trazer para dentro do edifício as memórias associadas àquele lugar. Os músculos são os tijolos em cerâmica que segundo foi dito à imprensa foram dos primeiros a ser usados em construção nesta região”, como afirma o presidente. Nas paredes há “buracos” no reboco para que se possam ver e dar conhecimento de como eram feitas as casas de outros tempos.

Contrato em aberto

As sete casas por fora são coloridas e por dentro albergam três andares que vão dispor de várias valências. No rés-do-chão estarão localizadas a recepção e a sala multimédia. No primeiro andar uma sala para as crianças, uma sala de estudo e uma de amamentação são os espaços que estão a ser preparados. O terceiro piso dá lugar aos 30 mil livros e uma colecção de dvds.
O contrato de arrendamento tem a validade de cinco anos, sendo que Ung Vai Meng fez questão de mencionar a intenção do proprietário de fazer deste acordo um contrato de longa duração para o futuro. As condições de renovação estão, no entanto, ainda em aberto.

Leitores suficientes?

Cerca de 130 mil pessoas tinham, em 2015, cartão de leitor das bibliotecas públicas do Instituto Cultural (IC). São os resultados de um estudo feito pelo Centro para Estudos de Macau da Universidade de Macau sobre os serviços da Biblioteca Pública de Macau em 2015. Os dados do inquérito, conduzido entre Novembro e Dezembro do ano passado, mostram que, das mais de duas mil pessoas questionadas, a “maioria dos leitores” (53,6%) assegurou ter frequentado as bibliotecas nos três meses anteriores ao questionário. Quanto ao horário de abertura das bibliotecas, 43,1% dos inquiridos considera que o horário ideal deveria ser das 9h00 às 21h00, mas 19% apoia o funcionamento das mesmas 24 horas por dia. Relativamente ao serviço dos bibliotecários, 62,4% dos inquiridos declarou-se satisfeito com o profissionalismo dos funcionários, sendo que 34% dos inquiridos consideram o acervo das bibliotecas satisfatório face ao número de volumes e 39,3% mostra-se satisfeito com a diversidade de leitura. Os números mostram ainda que os residentes de Macau leram, em média, 6.6 livros em 2015. Mas 70.9% dos inquiridos assumiu não ir à biblioteca para o efeito.

22 Ago 2016

Uber | Empresa poderá deixar Macau no início de Setembro

Mais de dez milhões de patacas. São estes os valores referentes às multas passadas à Uber que “uma fonte credível” dá ao deputado Pereira Coutinho e que podem justificar a possível saída da empresa de Macau. A empresa não desmente e pede um sistema regulador amigável

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Uber pode vir a sair de Macau já no próximo mês. É o que garante José Pereira Coutinho ao HM. O presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM) cita “uma fonte credível” próxima da empresa para assegurar que a empresa de serviço de transporte privado “está a considerar suspender os seus serviços em Macau no início de Setembro”.
Questionada pelo HM, a directora-geral da Uber em Macau não desmente a notícia. Mas deixa uma declaração que indica que a empresa poderá estar a pensar adoptar esta estratégia. 
“Gostaríamos de continuar a fornecer serviços convenientes aos utilizadores e oportunidades económicas aos condutores que contam com a Uber todos os dias. Mas isso, sob um regime inovador e amigável, sem as multas proibitivas”, admite Trasy Lou Walsh.
Desde o seu lançamento em Outubro de 2015 que a Uber tem vindo a levantar polémica. Apesar de ser utilizada por residentes e turistas – “milhares” como assegura o presidente da ATFPM – e de ter mais de dois mil condutores a tempo inteiro que receberam em retorno “21 milhões de patacas”, ainda segundo informações prestadas por José Pereira Coutinho, a empresa não é bem-vinda. Pelo menos da parte do Governo.
O serviço de transporte privado Uber é, de acordo com o Governo, mesmo ilegal e o porta-voz do Governo, Leong Heng Teng, prometeu fazer de tudo para impedir, “de forma séria”, que estes veículos circulem. A directiva vinha este ano do Gabinete do porta-voz do Governo, que referia estar muito atento à entrada da Uber em Macau.
O assunto foi discutido por diversas vezes por deputados no hemiciclo, que pediram inclusivamente a legalização do meio de transporte. As multas passadas aos condutores podem ir até às 30 mil patacas. “Desde o lançamento que a PSP multou já 300 condutores num montante total de dez milhões de patacas. A média semanal é de um milhão de patacas em multas. Estaremos mesmo perante crime organizado ou terrorismo?”, ataca Pereira Coutinho.

Não dá

É precisamente esta “perseguição” que deverá levar a empresa a sair de Macau. “Eles irão suspender os serviços pois a situação é insustentável e lamentam que os residentes fiquem com menos uma opção de transporte e os condutores com menos uma fonte de rendimento. Eles preferiam não tomar esta decisão, mas infelizmente sentem que não têm outra solução a menos que se conclua que a discussão sobre a regulamentação irá ocorrer e que durante tal período se proceda de boa-fé e sem este nível de multas”, indica ao HM.
O Governo considera esta actividade ilegal por não ser “um meio eficiente para colmatar a insuficiência de automóveis de aluguer”, pois será difícil “regular o funcionamento e a remuneração do serviço cobrado”. Mas a verdade é que já foram vários os residentes que asseguram usar a Uber, até devido à escassez de táxis no território. “De acordo com a sondagem dos Kaifong 80% dos inquiridos consideram esta tecnologia necessária em Macau. Outros 90% dos inquiridos consideram que regulamentação para partilha de transporte é necessária para dar mais opções de transporte.”
Nem o facto da China ter abraçado esta nova forma de serviço teve qualquer impacto no território, como nota Pereira Coutinho. Recorde-se que a Uber está disponível para reunir com o Secretário para os Transportes e Obras Públicas e o Chefe do Executivo para discutir regulamentação, mas até agora não houve novidades. “As soluções da China podem servir como referência”, remata Pereira Coutinho.

19 Ago 2016

Turismo | Feira Internacional chega em Setembro

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]stá marcada para Setembro aquela que é a quarta Feira Internacional da Indústria de Turismo de Macau. O anúncio foi feito ontem por Maria Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo (DST), que explicou que o objectivo do evento é facilitar negócios.
A Feira acontece entre os dias 2 e 4 de Setembro, no Venetian, sendo a primeira vez que a DST surge como entidade organizadora. A explicação veio da por parte Helena de Senna Fernandes, que frisa “que houve a necessidade de tornar esta feira mais profissional e de lhe dar um brilho diferente”.
“Achámos que, estando presentes enquanto entidade organizadora, poderíamos dar uma dimensão maior e facilitar as oportunidades de negócio quer para as operadores internas quer para as externas.”
Sete milhões de patacas é o dinheiro aqui investido por parte do Executivo. Este ano o certame internacional vai receber expositores de várias partes do mundo, num total de 15 países e regiões representados, onde se incluem China continental e Portugal. “Pretendemos criar parcerias e simbioses de mercado com operadores destes dois países que nos são próximos”, referiu a directora da DST.
A Feira tem vindo sempre a crescer e este ano tem o maior número de expositores, sendo que 169 é o número avançado pela organização. Tem-se revelado importante pólo para a promoção do turismo de Macau, assegura Senna Fernades. O presidente da Associação das Agências de Viagens de Macau, Alex Lao, referiu a propósito “que a Feira tem feito um percurso de sucesso e continuamos a ter o compromisso de promover Macau e os seus produtos, criar oportunidades de negócio e permitir que se transforme numa importante plataforma para trocas e transacções na área do turismo”.
O subdirector da DST, Cheng Wai Tong, acrescentou que o objectivo é o de “continuar a melhorar a oferta e saber explorar os recursos de Macau tornando-o num centro de turismo e lazer”.
Um dos temas da feira será o do conceito de viagem ou do viajante inteligente. Esta temática assenta no incentivo à utilização das plataformas digitais, das aplicações e de tudo o que possa enriquecer uma viajem e que possa ser encontrado no mundo virtual. Isto aplica-se também aos serviços disponibilizados por estas aplicações web, que são cada vez mais utilizados, sobretudo pelas faixas etárias mais novas. “Queremos focar a nossa atenção em nichos de mercado”, acrescentou o subdirector da DST.

Portugal vai cá estar

Quanto a participantes: Portugal será um dos países representados com 14 operadores turísticos já garantidos. Doze têm por objectivo levar o melhor de Macau e dois o de organizar pacotes de viagens, para levar população local a visitar Portugal.
Uma comitiva portuguesa virá participar neste evento. “Vamos ter um representante do Turismo de Portugal, João Rodrigues Pires, representantes da Câmara Municipal de Aveiro e da Associação da Agências de Turismo de Portugal”, explicou Helena de Senna Fernandes.
No espaço físico desta mostra internacional, Macau vai ter uma rua. Mais uma vez esta responsável explica que “é uma simulação do que podemos encontrar numa qualquer rua de Macau, com vários serviços e lazer. É mostrar um pouco desta realidade”.
Durante três dias haverá oportunidade de negócio sobretudo entre operadores turísticos, mas o público também está convidado a participar uma vez que também poderão adquirir viagens, quer internacionais quer regionais. Estarão também presentes elementos essenciais da indústria turística: alimentação, alojamento, transporte, entretenimento, tecnologia relacionada com o turismo, entre outros.
Haverá ainda seminários onde serão abordados temas como as análises das novas tendências do turismo individual na rede ferroviária de alta velocidade, pontos turísticos mais visitados em 2016 e desenvolvimento do Turismo inteligente, entre outros temas.

Trânsito condicionado

Questionada sobre a possibilidade de haver condicionamento aos autocarros de turismo na zona das Ruínas de S. Paulo, Helena de Senna Fernandes fez saber que o caso está a ser estudado com as entidades responsáveis pela situação, mas até ao momento ainda não há uma solução. “Como o que aqui importa é garantir a segurança das pessoas, talvez os turistas tenham de andar um pouco mais. Pode ser que os autocarros tenham de estacionar no parque da Tap Seac, mas tal como disse, ainda estamos a estudar as soluções.”

19 Ago 2016

Escarlatina aumenta novamente. Sobem infecções por VIH

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]ontinuaram a aumentar os casos de escarlatina em Julho em Macau face ao mesmo mês do ano passado. Dados ontem enviados aos média pelos Serviços de Saúde (SS) mostram que foram declarados 18 casos da doença, mais quatro do que no ano passado.
Tal como o HM tinha avançado no final do mês passado, desde 2010 que Macau não via tantos casos de escarlatina. Só este ano, já contabilizou quase 300 casos da doença respiratória que atacou em força no século XIX e que foi erradicada, mas que regressou recentemente em todo o mundo. No ano passado, o número de casos de escarlatina chegou aos 268, tendo atacado especialmente crianças do sexo masculino. Este ano, o número de infecções pela mesma doença foi superior a todo o ano de 2015, ascendendo aos 285. Somam-se agora mais 18 casos registados o mês passado, ainda que muito menos do que em Junho, que totalizou mais de 50.
Em Julho, os Serviços de Saúde registaram 406 situações em que foi efectuada a declaração obrigatória de doenças e “verificou-se que existe uma mudança mais evidente em algumas doenças”, como a escarlatina, a papeira (sete casos), a varicela (56 casos) e as salmoneloses (11 casos).
“Estes números significam que houve um aumento de casos quando comparados com o período homólogo do ano passado”, admitem os SS, depois de no mês passado terem dito que a escarlatina estava a diminuir, mas comparando de mês para mês em vez de anualmente.
Foram ainda declarados 225 infecções por enterovírus e oito casos de influenza, ainda que tenha havido uma diminuição do número de casos, em comparação com o período homólogo do ano passado e com o passado mês de Junho.
Durante o mês de Julho foram também registados 32 casos de tuberculose pulmonar, “um número inferior ao período homólogo do ano passado”. Já casos de infecção pelo VIH foram registados oito e três de SIDA, “o que significa um ligeiro acréscimo relativamente ao período homólogo de 2015”.

19 Ago 2016

Relatório | “Uma Faixa, Uma Rota” coloca China pela primeira vez no Top25 dos países mais inovadores

A implementação da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e o facto de estar aberta a colaborar com economias mais desenvolvidas no ramo da investigação colocaram a China no Top25 dos países mais inovadores. É a primeira vez que tal acontece não só com o país, mas com uma economia considerada “média”, como a do Império do Meio. São os resultados do Global Innovation Index, que classifica o continente como “um caso notável”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China entrou pela primeira vez no Top25 dos países mais inovadores. Os resultados são do Global Innovation Index (GII) e a posição também coloca o continente como o primeiro país do grupo das “economias médias” a integrar a tabela das mais desenvolvidas em nove anos. O documento, lançado pela Cornell University, The Business School for the World e a World Intellectual Property Organization (WIPO), foi dado a conhecer na quarta-feira.
“A entrada da China no Top25 marca a primeira vez que um país com uma economia mediamente desenvolvida se junta às economias mais desenvolvidas do mundo e que dominaram, historicamente, o top do GII durante os nove anos de pesquisa sobre as capacidades de inovação de mais de uma centena de países em todo o mundo. A evolução da China reflecte a forma como o país melhorou a sua performance ao nível da inovação”, pode ler-se no relatório, que alerta, ainda assim, para ainda existente divisão entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. “Mas há também mais atenção dos políticos para o facto de que a inovação é crucial para uma economia vibrante e competitiva.”
Xi Jinping pode ser o homem responsável por esta subida do 29º lugar em 2015, que já provocou diversas reacções nos média nacionais (ver textos abaixo). Em 2013, a implementação da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” pelo Presidente chinês – que a concretizou no ano passado – fez com que a China se posicionasse ainda mais estrategicamente no mundo. Especialmente, porque o que a iniciativa promove – a integração económica de países asiáticos, africanos e europeus – conta já com mais de 60 países e foca-se nas principais áreas que dão um empurrão à economia: infra-estruturas, trocas comerciais, educação, investigação e inovação.
“A diversidade entre os países que fazem parte de ‘Uma Faixa, Uma Rota’, apesar de desafiante, é um dos factores mais apelativos nesta iniciativa. As vantagens dos diversos países podem ser aproveitadas e o potencial para o progresso é extremamente alto. O aprofundamento da integração económica, melhores infra-estruturas e cooperação em domínios como a educação, pesquisa e inovação têm o potencial de levar os [participantes] a níveis mais elevados e, consequentemente, maior desenvolvimento económico”, indica o GII. inovação medicina china

A aprender

A abrir a tabela deste ano surgem a Suíça (com 66,28 pontos numa escala que vai até cem), a Suécia (63,57) e o Reino Unido (61,93). Hong Kong não fica numa má posição, conseguindo o 14º lugar dos mais inovadores (ver texto secundário), ainda que demonstre uma queda. Macau não aparece.
Apesar de ficar atrás de Singapura, que arrebata o sexto lugar, a China consegue com o seu 25º lugar (50,57 pontos) ultrapassar países europeus como Portugal (30º), Itália e Espanha. Em último, na posição 128, surge o Iémen.
Mas, em que apostou a China para subir na tabela? Segundo o GII, no investimento.
“Inovação requer um investimento contínuo. Antes da crise de 2009, os gastos com a investigação e o desenvolvimento subiram cerca de 7% anualmente. Os dados deste ano mostram que estas despesas mundiais subiram apenas 4% em 2014, resultado de um crescimento económico mais lento nas economias emergentes e orçamentos mais apertados para a investigação nas economias mais desenvolvidas. O que, aliás, se mantém um motivo de preocupação”, explica o relatório. “Mas, ainda que os EUA liderem, a China demonstrou um crescimento rapidíssimo nos seus gastos de investigação e desenvolvimento. O [país] sozinho foi responsável por 21% das despesas globais em investigação, ficando apenas atrás dos EUA.”
Estudos citados no GII mostram que a China está também a elevar o número de investigadores e de publicações científicas: entre 128 países, a RPC consegue o 46º lugar no número de países com mais investigadores. Isto tendo apenas em conta o continente, já que Hong Kong ocupa a 27ª posição nesta área.
“A investigação na inovação é crítica para conseguir elevar o crescimento económico a longo-prazo”, refere Francis Gurry, director-geral do WIPO. “Neste clima económico descobrir novas formas de crescimento e conseguir novas oportunidades que surgem com inovação ao nível global deve ser a prioridade para todos.”
Nota positiva acontece também com o registo de patentes, onde “os EUA estão a ver a sua liderança a diminuir”, com a China a conseguir, entre os países de “Uma Faixa, Uma Rota”, o primeiro lugar nesta área, ao lado do fabrico de produtos de alta tecnologia e de exportações. A China consegue ainda o 17º lugar na qualidade de inovação entre as quatro economias que se realçam nessa área – Japão, EUA, Reino Unido e Alemanha. “Esta posição torna o país o líder entre as economias médias, seguido da Índia, que ultrapassou o Brasil.”

Um caso “notável”

Com uma posição não tão satisfatória (88ª) no que à “estabilidade política” diz respeito, a China consegue ser “um caso notável”, como refere o GII. E tudo devido à sua abertura para o mundo.
“A forma como a China se abre à cooperação internacional é cada vez mais estratégica. Desde o processo de abertura do país, em 1978, a política externa tem sido utilizada como um avanço no desenvolvimento da economia. E, mais recentemente, a intensificação da rede de colaborações internacionais espalhou-se em todos os aspectos da inovação chinesa – desde a investigação académica conjunta, ao licenciamento tecnológico e ao investimento directo e aquisições estrangeiros”, indica o relatório, que acrescenta que o resultado destas apostas é um sistema densamente conectado a fontes cujo ‘expertise’ é elevado. Chinese President Xi Jinping talks about how the Chinese symbol for the word "people" resembles two sticks supporting each other as he speaks Tuesday, Sept. 22, 2015, at a banquet in Seattle. Xi was in Seattle on his way to Washington, D.C., for a White House state dinner on Friday. (AP Photo/Ted S. Warren)O país está ao lado da Malásia, Bulgária, Costa Rica, Roménia e Montenegro no Top10 dos melhores países com uma economia mediana e ocupa também uma posição invejável nos países com melhor rácio de inovações mais eficazes. E, como o HM analisou, no grupo dos países asiáticos o Império do Meio assume também um lugar de destaque: o quarto, atrás apenas da Coreia do Sul, Hong Kong e Japão. Precisamente graças à sua abertura.
“Uma coisa que distingue a China do Japão ou da Coreia no caminho da inovação é a sua abertura para ‘comprar experiência que está na prateleira’ quando necessário”, ou seja procurar o que já é tido como de qualidade.
“Uma e outra vez, exemplos de colaborações são evidentes. Como Adam Segal, um especialista em China no Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos, descreveu ‘uma das grandes vantagens da China tem sido o seu foco em moldar as interacções com os estrangeiros para servir os seus objectivos’”, remata o GII.

Altos elogios

“As 25 primeiras posições do GII são ocupadas por um conjunto estável de países de alto-rendimento que consistentemente lideram na inovação. Nos últimos anos, quase nenhum país mudou dentro ou fora deste grupo de melhor desempenho, mas este ano algumas mudanças notáveis tiveram lugar dentro do Top25, em parte devido à inclusão de novos indicadores. Notavelmente, pela primeira vez, um país de economia média – a China – está nesse top. Esta inclusão é impulsionada não apenas pelo desempenho na inovação, mas também por considerações metodológicas, como a adição de quatro novos indicadores em que a China fez particularmente bem”, realça o relatório. “Por exemplo, o país tem uma nota particularmente elevada no número de empresas que mais investem em pesquisa, tem rankings de inovação com pontuações mais altas e indicadores altos em pedidos de patentes, bem como nas exportações de alta tecnologia e bens criativos.”
A China ainda não está a par de qualquer um dos dez países de topo, mas consegue pontuações mais altas em sofisticação empresarial e exportação de conhecimento e tecnologia do os seus pares no grupo do 11º ao 25º lugar, como indica o GII. Assim, está mais próxima de países de economia alta, com a Malásia agora em maior distância, quando no ano passado os dois países foram as duas únicas economias de economia mediana perto do grupo superior. A China tem demonstrado uma melhoria mais forte ao longo dos anos em vários indicadores.”

Hong Kong à frente mas a descer

Macau está de fora do índex, mas Hong Kong conseguiu arrecadar o 3º lugar na liderança dos países do Sudeste Asiático mais inovadores. No ranking geral, ainda assim, a região vizinha desceu face a anos anteriores. Se em 2015 conseguiu a 11ª posição, está agora no 14º lugar. Mantém-se à frente do continente e no Top25. “No que ao conhecimento e tecnologia diz respeito, Hong Kong está em 30º. Mas consegue boas posições em instituições e infra-estruturas [de inovação], com um quarto e segundo lugar. Também na sofisticação de mercado consegue um segundo lugar. O seu desempenho é superior em termos de sofisticação do mercado, onde a maioria das forças individuais da economia são identificadas: a protecção dos investidores minoritários, a capitalização de mercado e o valor total de acções são todos primeiros classificados. Por outro lado, apesar de melhorar na classificação em dois indicadores na Educação, os gastos com a educação e as despesas públicas em educação por aluno são áreas com oportunidades de melhoria.”

O Top25

1. Suíça (número 1 em 2015)
2. Suécia (3 em 2015)
3. Reino Unido (2 em 2015)
4. EUA (5 em 2015)
5. Finlândia (6 em 2015)
6. Singapura (7 em 2015)
7. Irlanda (8 em 2015)
8. Dinamarca (10 em 2015)
9. Holanda (4 em 2015)
10. Alemanha (12 em 2015)
11. Coreia do Sul (14 em 2015)
12. Luxemburgo (9 em 2015)
13. Islândia (13 em 2015)
14. Hong Kong (11 em 2015)
15. Canadá (16 em 2015)
16. Japão (19 em 2015)
17. Nova Zelândia (15 em 2015)
18. França (21 em 2015)
19. Austrália (17 em 2015)
20. Áustria (18 em 2015)
21. Israel (22 em 2015)
22. Noruega (20 em 2015)
23. Bélgica (25 em 2015)
24. Estónia (23 em 2015)
25. China (29 em 2015)

RPC, o futuro

Gu Qingyang, professor associado da Escola de Políticas Públicas de Lee Kuan Yew da Universidade Nacional de Singapura, considera que esta entrada da China no Top25 é uma notícia incentivadora. Num editorial escrito no Diário do Povo, jornal que dedicou diversos artigos a este resultado, o académico considera este um momento de viragem decisiva para o desenvolvimento na inovação da China. Gu Qingyang crê que o plano nacional da inovação tecnológica do 13º plano quinzenal publicado pelo  Conselho de Estado do Governo Central da China contribuiu imensamente para que se saiba qual o plano de inovação tecnológica da China nos próximos cinco anos.
“No passado, a inovação era definida como o fruto das tecnologias de ponta, mas agora na China a inovação está entre a população”, refere.
O “The Economist” publicou recentemente um artigo de capa em que considera que a China e o mundo ocidental já entraram numa fase de “referência mútua de inovação” no sector tecnológico. Um texto do Financial Times relata que os investidores aguardam com expectativa que o potencial da tecnologia chinesa possa ultrapassar os Estados Unidos da América, como relembra ainda o académico.
O Diário do Povo frisa ainda um artigo da CNN norte-americana, que realça a inovação como um motor crucial para a economia chinesa. “Os gastos de pesquisa e desenvolvimento das empresas chinesas está a crescer a um ritmo de 20% enquanto o das empresas americanas é de 1 a 4%. A China está a tornar-se um país repleto de produtos e ideias inovadoras”, indicava.
Também o director-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, Francis Gurry, fez questão de frisar que a inovação que a China está a prosseguir serve como um elemento essencial para a transição do produto “Made in China” a “Created in China”.

19 Ago 2016

Novas paragens de autocarros na Taipa e Macau

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) reordenou algumas paragens nas ilhas, cancelando duas delas perto dos Jardins do Oceano. “Tendo em conta que as paragens Jardins do Oceano/Rose Court e Ponte de Sai Van/Av. do Oceano e as da Rotunda dos Jogos da Ásia Oriental e Avenida dos Jogos da Ásia Oriental/Ponte de Sai Van estão relativamente próximas serão canceladas as Rotunda dos Jogos da Ásia Oriental e Avenida dos Jogos da Ásia Oriental/Ponte de Sai Van”, explica um comunicado.
Assim, as carreiras n.os 26 e MT4 passam a fazer escala nas paragens “Jardins do Oceano/Rose Court” e “Ponte de Sai Van/Av. do Oceano”, enquanto a carreira n.o 73 para também nestas duas paragens.
A DSAT vai ainda criar a paragem “Centro de Santa Lúcia” na Estrada de Nossa Senhora de Ká Hó e a paragem “Parque de M. da Barragem de Ká-Hó” na Estrada da Barragem de Ká Hó, alterando o itinerário da carreira n.o 21A para fazer com que este autocarro pare nestas duas paragens.
Já do lado de Macau, a carreira n.o 5X deixa de circular na Rua de Malaca, a partir de passando a seguir para o viaduto, através da Avenida de Marciano Baptista e faz escala na paragem “Av. R. Rodrigues/Rua Malaca”.
Todas estas mudanças acontecem amanhã, dia em que se inaugura o novo terminal de autocarros do Vale das Borboletas, localizado no complexo de habitação pública de Seac Pai Van. As carreiras n.os 51, 52, 55, 56, H3 e N5 passam a sair daquele terminal, em vez do terminal provisório de Seac Pai Van. Entretanto, este terminal provisório é repartido em duas paragens para uso do público com as novas denominações de “AL. da Harmonia / Edf. Ip Heng” e “AL. da Harmonia / Edf. Lok Kuan”. O Terminal do Vale das Borboletas tem cinco vias de autocarros.

19 Ago 2016

Obras nocturnas para acelerar trabalhos da Praia Grande

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s obras de pavimentação das vias públicas no centro da cidade vão ser realizadas também à noite de modo a diminuir os efeitos da construção. A informação é dada pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), que adianta que a partir da próxima terça-feira, e durante três dias consecutivos, as obras de repavimentação das vias que fazem a junção da Avenida da Praia Grande com a Almeida Ribeiro vão acontecer à noite.
Para diminuir a perturbação que possa gerar ao público, o IACM decide realizar a pavimentação das vias públicas às horas mais calmas que acontecem durante a noite e os trabalhos vão preencher o horário compreendido entre as 20h00 e as 6h00 da manhã seguinte. A empresa encarregue da empreitada já foi informada desta medida e foi-lhe também exigido que acabe depressa com as obras que possam produzir ruído mais forte. A empresa também tem na sua alçada a responsabilidade de recuperar as condições de trânsito antes das seis da manhã.
A decisão de ocupar a noite com as obras foi feita de modo a equilibrar o movimento com a passagem de transportes públicos, a vida do quotidiano da população e ainda para evitar mais problemas provocados por sucessivos condicionamentos provisórios ao trânsito.
O IACM está ainda a realizar repavimentações a outras vias adjacentes e o tempo total dos trabalhos está previsto para 20 dias úteis. Durante a execução das obras, o movimento do tráfego estará condicionado com a proibição de movimento de veículos nas vias atingidas, bem como nas adjacentes. Neste momento estão a ser levadas a cabo cerca de 99 obras nas vias da cidade e que têm sido alvo de críticas por parte dos residentes. O Conselho Consultivo do Trânsito revelou ainda que “é impossível terminar algumas das obras de grande escala antes do final das férias de Verão”.

19 Ago 2016

Governo opta por obras subterrâneas na Avenida da Amizade

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Executivo optou por fazer um novo método de obras para resolver o problema do limite na capacidade de retenção de águas residuais na ZAPE e nos NAPE. A ideia é diminuir os constrangimentos de trânsito com a abertura de mais buracos nas vias públicas.
“No cruzamento da Avenida da Amizade com a Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues existem vários esgotos. Nos últimos anos, a pressão causada pela emissão de águas não só provocou danos nas tampas das caixas, como no pavimento e também causou a ocorrência de refluxo de água que interferiram com o normal funcionamento do trânsito e do próprio funcionamento da rede de drenagem de águas residuais. As autoridades tomaram algumas medidas de ajustamento e controlo, mas problema não ficou totalmente resolvido, pelo que urge melhorar a rede de drenagem”, começa por explicar o Governo, num comunicado. “Caso se adopte pela escavação a céu aberto, será preciso ocupar duas faixas de rodagem da Avenida da Amizade, o que causará um congestionamento grave do trânsito. O Governo decidiu utilizar o método de execução subterrânea (mediante o uso de perfuradora) no troço situado entre o Centro Unesco de Macau (ZAPE) e a Rua dos Pescadores, no sentido de diminuir a escavação das vias e reduzir o impacto no trânsito.”
O método não produz também poluição sonora. As obras deverão demorar 1380 dias e o projecto está em fase de concurso até Novembro.

18 Ago 2016

Taipa | Governo autoriza retoma da construção de bomba de gasolina

A polémica bomba de gasolina que ia nascer na Estrada Almirante Marques Esparteiro veio mesmo para ficar. O pedido de retoma da construção, apresentado em Junho, foi autorizado pelo Governo, assegurou ontem a DSSOPT

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo deu autorização à Asia Environmental Energy para retomar a construção da bomba de gasolina na Estrada Almirante Marques Esparteiro, na Taipa. Após a polémica em torno do projecto, que levou associações e deputados a pedir um travão à obra, a construção foi retomada a 15 de Agosto, como confirmou a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) ao HM.
“Foi emitida a licença de obras de construção para o projecto e foi aprovado o seu pedido de início de obras”, explica o organismo em resposta ao HM, depois desta semana os moradores terem dado o alerta no Facebook sobre o regresso de escavações ao local.
A DSSOPT garante que tem acompanhado os projectos e assegura que tudo “está em conformidade com os procedimentos legais”. As informações do Governo explicam que em Junho deste ano e empresa solicitou novamente o “início de obras”.

Anos de preparação

Foi em Outubro de 2004 que a RAEM concedeu um terreno por arrendamento à Asia Environmental. Ficava na Avenida Leste do Hipódromo e já se destinava à construção de um posto de abastecimento, projecto lançado pelo próprio Governo, em 2001. Neste ano, Ao Man Long, ex-Secretário para as Obras Públicas e Transportes preso por corrupção, abriu uma consulta pública para a concessão de seis parcelas de terra para a construção de bombas de gasolina. Em 2002 reduziu para cinco e a Asia Environmental Energy foi uma das escolhidas. Pagou, em 2004, 3,8 milhões de patacas pelo arrendamento e foi representada por Ho Kam Pui (conhecido também por Ho Tat Ian e já falecido), administrador da empresa, membro da Câmara de Comércio e também do Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Foi o IACM um dos departamentos que deu o parecer favorável para a construção do posto.
Em Setembro de 2010, o Executivo “propôs ao concessionário que desistisse do terreno” por causa do metro ligeiro e, em Maio de 2013, a Administração concedeu este terreno à empresa, num acordo assinado entre Fong Seng Tong como administrador da empresa e Lau Si Io, ex-Secretário para as Obras Públicas.

Protestos por terra

Em 2014 vários residentes manifestaram-se contra o projecto porque o local fica em frente à zona de rebentamento de panchões e de residências, quando existe, a escassos metros, uma outra bomba de gasolina, na Avenida Sun Yat-Sen. Segundo José Pereira Coutinho, um dos deputados que se juntou aos moradores, há já novos protestos agendados.
“Entregámos na altura pedidos ao Chefe do Executivo e aquilo ficou parado. Ressuscitou agora, mas já fomos contactados pelos moradores. Só que estamos num período de férias e muitos deles estão ausentes da zona, mas em todo o caso o Facebook já está a movimentar as pessoas para irem lá. Entretanto pedi aos residentes para contactarem os democratas porque eles foram também dos que participaram”, disse ao HM. Au Kam San e Ng Kuok Cheong juntaram-se, de facto, à causa, ao lado de Melinda Chan e dos activistas da Novo Macau.
Outra das razões por que se levantou a polémica foi a alegada ligação da dona da Caltex Oil Macau a Chui Sai On, Chefe do Executivo. Agnes Fok Lai Si, da Câmara de Comércio de Macau, é a directora-executiva da empresa, que detinha, em 2014, 22% do total dos combustíveis da RAEM, ao lado da Nam Kwong e da HN. Agnes Fok “é da relação familiar do Chefe do Executivo”, como asseguravam na altura os deputados.
Apesar da controvérsia, a bomba de abastecimento vai mesmo para a frente. A DSSOPT assegura que está atenta à segurança. “Foi exigido ao concessionário o cumprimento de padrões e requisitos na elaboração do projecto do posto de abastecimento de combustíveis, na sua construção e na sua futura exploração.”

18 Ago 2016

Autocarros | Governo proíbe circulação em parte da Rua da Entena

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]partir de Setembro, os autocarros não poderão circular em parte da Rua da Entena. A decisão é da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que diz já ter um plano provisório para a proibição de circulação e descarga de passageiros de autocarros turísticos na parte em que a Rua da Entena cruza com a Rua de D. Belchior Carneiro e a Rua de Tomás Vieira.
A decisão foi ontem anunciada pelo chefe de Divisão de Planeamento de Tráfego da DSAT, Edison Sio, e surge na sequência do acidente com um autocarro de turismo a 8 deste mês, que deixou uma mulher em coma e fez mais de 30 feridos. O responsável falava ontem no programa Macau Talk do canal chinês da Rádio Macau e explicou que os autocarros vão deixar de passar na parte de cima da rua, onde actualmente é permitida a tomada e largada de passageiros. O organismo vai propor contra-medidas, uma vez que a permissão de deixar lá turistas fazia com que os autocarros parassem nessa área e descessem a rua toda até à zona onde fica o edifício Wa Keong, no qual bateu o autocarro.

Edifício em causa

Entretanto, Pang Chi Meng, engenheiro chefe da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) referiu que já contactou uma empresa de consultoria de engenharia para o plano de recuperação do Edifício Wa Keong. Este deverá ser entregue para a semana, de acordo com o Governo.
Os dados recolhidos pelas máquinas de monitorização instaladas no edifício mostram que a estrutura se apresenta estável, sendo apenas num dos blocos que há fracções danificadas e para as quais os moradores não podem regressar. Afecta quatro famílias, num total de 18 pessoas, que continuam alojadas em fracções provisórias. Outros sete moradores de outros blocos ficaram receosos e decidiram ir para o Centro de Sinistrados do Instituto de Acção Social (IAS), mas apenas quatro deles continuam lá, sendo que as outras três decidiram sair e pretendem arrendar casa noutros edifícios.
Segundo o comunicado do Governo, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ) e o IAS vão marcar encontros com os pequenos proprietários para oferecer apoio jurídico face à responsabilização do acidente e quanto à compensação.
Entre os 32 feridos que vinham numa excursão de Shenzen, apenas a mulher que foi operada a um trauma craniofacial ainda está na Unidade de Cuidados Intensivos em coma, ainda que os “seus sinais estejam estáveis”. Outros 11 feridos ainda estão sob tratamento médico no Hospital Kiang Wu.

18 Ago 2016

Empresários da Iec Long e Capital Estate constroem prédio comercial na Taipa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Fortuneup Group Limited foi autorizada a construir um prédio comercial na Taipa. Um anúncio ontem publicado em Boletim Oficial, assinado por Raimundo do Rosário, dá conta da construção, revelando ainda a edificação de uma pensão de duas estrelas perto da Avenida Almeida Ribeiro por outra empresa.
Segundo o Boletim Oficial, Kong Tat Choi e Si Tit Sang, ambos da Fortuneup Group, foram os representantes da empresa na assinatura do contrato com o Governo, no mês passado. O prédio vai nascer num lote de 68 metros quadrados na Rua dos Clérigos, na Taipa, onde estava já construído um edifício. O terreno foi adjudicado por aforamento.
Em Janeiro deste ano, a empresa pediu autorização ao Governo para “proceder ao reaproveitamento do terreno” para a construção do edifício destinado a comércio.
Kong Tat Choi é um dos empresários que passou a ser titular de parcelas privadas no terreno da Fábrica de Pacnhões Iec Long e do lote BT27, na Rua de Fat San e Rua de Bragança, que passou mais tarde à Companhia de Investimento e Fomento Predial Samtoly.
Já Si Tit Sang é um dos accionistas da Capital Estate, a empresa de Sio Tak Hong, empresário dono do projecto de luxo no Alto de Coloane.

Pensão na San Ma Lou

Num outro despacho, fica a saber-se que uma pensão de duas estrelas vai nascer junto à Avenida Almeida Ribeiro, depois do Governo ter autorizado a Companhia de Investimento e Fomento Predial China Peak a alterar a finalidade de um terreno que detém no local.
A empresa detém o lote de 290 metros quadrados por concessão por aforamento, tendo já estado aqui edificado um prédio que ocupava a Rua de Cinco de Outubro, a da Rua do Guimarães e a Rua do Pagode. Em Agosto de 2014 a concessionária pediu para modificar o aproveitamento do terreno, pedido para o qual obteve autorização no mês passado. O terreno é agora reaproveitado para a construção de um edifício em regime de propriedade única com oito pisos, para uma pensão de duas estrelas, com uma área bruta de construção de mais de 2200 metros quadrados.
A empresa foi representada na assinatura do contrato por Sio Chong Meng, empresário da construção civil.

18 Ago 2016

Wynn Palace | Quatro mil milhões para um “lugar de todos e para todos”

Um resort que não é só para massas, nem para VIPs. Um espaço que traga as pessoas a Macau, não pelo jogo mas pela experiência no que concerne à hospitalidade. São estes os objectivos maiores do Wynn Palace, que tem data de abertura marcada para a próxima segunda-feira

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]azáfama fora e dentro de portas faz-se notar com o ultimar das obras, dos últimos retoques, dos últimos candeeiros ou do colocar dos últimos tapetes de relva que virão dar as boas-vindas aos que assim o escolherem. É o Wynn Palace que se maquilha para a grande abertura que terá lugar já na próxima segunda-feira.
Steve Wynn foi claro nas afirmações que fez aos jornalistas ontem durante o encontro que pretendia esclarecer e apresentar a “menina dos olhos” do empresário. Para o magnata, o complexo “é de todos e para todos”. O Wynn Palace, primeiro projecto da operadora no Cotai, está nos últimos preparativos para abrir ao público e o proprietário mostra-se satisfeito com o resultado.
O empreendimento tem como principal objectivo proporcionar o “disfrutar de uma experiencia única ao nível da hospitalidade”, como diz Steve Wynn. “Mais que um negócio é um lugar de interesse”, afirma, enquanto exulta o novo empreendimento como sendo, talvez, o “melhor hotel do mundo”. E “não é em Roma ou Paris mas sim na RAEM”.
O complexo, à semelhança do “irmão” Wynn Macau, integra não só o jogo e os quartos de hotel, como põe à disposição dos visitantes uma rede de lojas “escolhidas a dedo”, mas que podem servir todos, explica o magnata. Mantém-se a aposta na boa mesa, com uma selecção de restaurantes e menus. Mas promete ainda outras novidades.

Assinatura florida

Um espaço embrenhado pela natureza através das presença permanente de flores naturais é uma das imagens de marca que o resort pretende ter. As entradas norte e sul têm os lobbies preenchidos por duas esculturas floridas e Steve Wynn fez questão que os arranjos acompanhem toda a experiência do palácio.
Do lado norte, pode ver-se uma roda gigante multicolor e a sul um carrossel que integra uma série de cavalos, entre os mais reais ou mitológicos – como o Pegaso ou o unicórnio. No seu conjunto, as duas esculturas integram 196 mil flores e estão sobre um palco elevatório para que possam ser devidamente mantidas. As obras são uma criação do próprio Wynn, em conjunto com o designer Preston Bailey. wynn lago
Paralelamente à natureza, o Wynn Palace quer ser “não um museu, mas antes uma galeria de arte”. Para o efeito – e durante cinco anos – foi efectuada uma escolha minuciosa de obras de arte. De antiguidades, a arte contemporânea muitas são as opções para os olhos dos visitantes e outras mais cingidas às áreas privadas a convidados.
A entrada oeste abre-se com um conjunto de tulipas criado entre 1995 e 2004 pelo artista premiado Jeff Koons e que terá custado cerca de 23 milhões de dólares americanos.
Painéis ao longo dos corredores, vasos e tapeçarias nas paredes e o pandã com os arranjos florais pretendem ser cartão de visita para todo o tipo de visitantes e integrar a experiência que Steve Wynn diz querer proporcionar. Será com os objectos que integram o complexo que irá nascer o livro com todos os detalhes que o magnata quer publicar sobre as obras.
A iniciativa pretende dar relevo a esta vertente extra-jogo e de diversidade, que está agora, “mais que nunca”, em destaque no resort. O livro estará posteriormente acessível aos hóspedes para que conheçam melhor o espaço onde estão e o possam apreciar da melhor maneira.
A arte chinesa e evocativa do Oriente é uma constante. Na visita feita com os jornalistas foram dados a conhecer não só as evidências, como os pormenores. Um quarteto de vasos Qing do séc. XVIII está a caminho para exposição. Este conjunto é semelhante a um outro, que pertence à rainha de Inglaterra.

Água nas alturas

Mas, a experiência não fica por aqui. O espectáculo da água no Wynn Macau é conhecido e uma imagem da marca. No empreendimento do Cotai, a escala aumenta em muito. Um lago que cobre uma área de 26.783 m2 é o palco de um espectáculo de repuxos sincronizados com música, que vai desde clássicos a temas populares contemporâneos. Não sendo suficiente, a contornar o lago – e mais nas alturas – está uma linha de teleférico, da qual fazem parte 34 cabines. O passeio pretende não só dar a conhecer o espectáculo de água visto de cima. como proporcionar uma vista sob a paisagem da zona. O teleférico tem a capacidade de transportar cerca de 1200 pessoas por hora e está aberto a todos sob o pagamento de cem patacas por viagem.

Passivo VS Activo

Para Steve Wynn, o foco do empreendimento não está nas mesas de jogo mas sim na experiência de hospitalidade que o Palácio pretende proporcionar. O empresário e magnata afirmou que o lado do casino e dos quartos são factores passivos no empreendimento e que é nos factores activos que quer apostar.
Na sua opinião, o que motiva as pessoas a viajar “não é o jogo mas sim quererem experimentar o lugar”. Destaca ainda que o que levou “apenas 120 meses a construir em Macau demorou anos a ser conseguido em Las Vegas”.
Casinos e quartos, particularidades à parte, “são iguais em todo o lado”, afirma, o que pode diferir é tudo o resto em que quer apostar. Neste sentido, Wynn não deu aparentemente particular importância ao número de mesas de jogo atribuídas.
São entre 50 ou 60 as mesas para o segmento VIP e o total de mesas que estará disponível entre o jogo de massas e as salas de grandes apostas é de 350 e inclui as cem conferidas pelo Governo durante os primeiros dois meses. Serão acrescentadas mais provenientes do hotel na península.
Apesar de o serviço de quartos estar nas alíneas consideradas “passivas” do negócio, a nata da nata está nas suites fechadas ao público em geral e dirigidas a convidados. Mesmo estas estão divididas em especiais e muito especiais.
As primeiras, as Penthouse, são quatro e incluem todos os luxos que o complexo reserva, desde as áreas com grande tamanho, à decoração com antiguidades e flores nos espelhos, banhadas a folha de ouro. As Garden Villa são cinco e têm uma área exterior que inclui uma piscina com 45m de comprimento e um jardim circundante. Em ambos, e além do luxo inerente, destaca-se um piano de cauda a servir pelos convidados virtuosos ou a ser interpretado pelos músicos contratados pelo Wynn.
Spa privado, salão de beleza ou ginásio incluído são apenas algumas das infra-estruturas destes espaços. Na decoração, destacam-se tapeçarias de séc. XVIII de origem francesa, porcelanas chinesas e esculturas contemporâneas.
Para as últimas – e também as mais especiais – o corredor tem uma sala de jogo ainda mais exclusiva para os convidados que optam pela privacidade. Com duas mesas capazes de mudar conforme o jogo de preferência, este é um espaço personalizado para os mais exigentes.

Mas é para todos

Além destes compartimentos, o hotel dispõe de quartos para “todos os bolsos” desde quartos “baratos e mais caros”, de modo a não restringir o acesso a ninguém, afirma Steve Wynn. São 1706 e todos eles estão decorados ao pormenor, com temáticas sempre ligadas ao Oriente, mas onde, de alguma forma, está assinalada a ponte com o Ocidente.
A diversidade também se aplica à restauração. Os sabores e preços podem agradar a todos conforme as carteiras ou preferências. Para o efeito. o Wynn Palace dispõe de cerca de 13 espaços para comer e beber. Dos noodles ao Ramen executados por Chef estrelado pela Michelin, à pastelaria mais delicada, há de tudo neste novo espaço. Um bar em tons de verde, por exemplo, cujo interior pretende imitar uma caixa de jóias é a característica do Wing Lei, enquanto que outros têm vista privilegiada para o lago. Há ainda um restaurante homónimo do seu proprietário, que contém uma parede deslizante que providencia seis espectáculos.

Jardim botânico pode ser realidade

A operadora é ainda concessionária de dois terrenos adjacentes ao resort. De modo a alargar a oferta no que diz respeito à diversidade para o turismo, Steve Wynn considera a hipótese de transformar um deles com cerca de sete hectares, num jardim botânico. O homem que põe totalmente de parte a integração de parques temáticos nos seus investimentos admitiu ontem que “um jardim botânico pode ser uma hipótese para um dos terrenos” e assim ser uma mais valia para o empreendimento e para a população.
Para o empresário, a possibilidade de um parque temático não faz sentido. “As famílias podem ficar aqui e dar um pulo à Disney de Hong Kong por exemplo”, afirma, enquanto diz que “parques temáticos não podem ser confundidos com atracção turística familiar”. Para Steve Wynn, a atracção está por exemplo nas flores que são “únicas” e, estas sim, integram aquilo a que se quer chamar de diversidade. “Flores que não existem em mais lado nenhum do mundo são diversidade”, remata.

Macroeconomia e diminuição de lucros não são preocupação

A diminuição do crescimento macroeconómico da China, a baixa nos lucros do Jogo ou a concorrência que se constrói à volta do Wynn Palace não assustam Steve Wynn.
“Os números, ainda assim, continuam muito bons”, afirma, considerando que o negócio não é afectado em profundidade por questões macroeconómicas. Por outro lado, e face à diminuição de receitas de Jogo, Steve Wynn também não se mostrou apreensivo. Na sua opinião, o que se assistiu em Macau não foi a uma grande crescimento mas sim a “um crescimento gigantesco” e agora o que está a acontecer é uma estabilização para números normais. que ainda assim denotam que o Jogo está de boa saúde e “continua a dar lucros”.
Dada a concorrência que se regista na construção de empreendimentos idênticos na vizinhança, o medo da concorrência e a aposta numa possível guerra de preços também não estão em cima da mesa.
“Os meus hotéis não estão a competir com os outros”, afirma, adiantando que “não quer ser o maior mas sim o melhor” e que não faz parte dos planos entrar numa guerra de preços. O novo empreendimento no Cotai teve um custo de quatro mil milhões de dólares.

Números

196 mil flores em duas esculturas
23 milhões de dólares para escultura de túlipas
26.783 m2 de lago
1200 pessoas por hora no teleférico
4 mil milhões de dólares americanos de investimento total

18 Ago 2016

Governo cria empresa pública de gestão para sistema do metro. Pac On fica na DSAMA

A gestão do metro ligeiro vai ser feita por uma empresa formada por dinheiros públicos, assim que o sistema esteja a funcionar. A questão, que tinha sido levantada por deputados, é assim respondida pelo GIT, sendo que a DSMA indica que o Pac On vai ficar totalmente sob alçada do Governo, num modelo semelhante ao outro terminal

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]metro ligeiro vai ser gerido por uma empresa pública, enquanto o Terminal Marítimo do Pac On ficará sob alçada do próprio Governo. É o que confirma o Gabinete de Infra-Estruturas e Transportes (GIT) e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água ao HM, depois da situação ter sido levantada pela Comissão de Acompanhamento dos Assuntos de Finanças e pela Comissão de Acompanhamento dos Assuntos de Terras e Concessões Públicas.

A empresa que ficará encarregue do metro é totalmente constituída com dinheiros públicos. “O Governo vai constituir uma empresa com capital totalmente do Governo para acompanhar o trabalho de gestão operacional do sistema de metro ligeiro”, indica o GIT. Para já, o Gabinete está a realizar “os trabalhos preparatórios” neste sentido, estando estes ainda “na fase preliminar”.

A questão foi levantada pelos deputados de duas Comissões da Assembleia Legislativa, com os membros da que acompanha as finanças a mencionar esta situação num relatório lançado esta semana.

“Quanto à futura gestão do metro ligeiro, o Governo esclareceu [a Comissão] que a entrada em funcionamento da linha da Taipa está prevista para 2019 e que o modelo de gestão que será adoptado para o sistema do metro ligeiro terá por referência o que é praticado por outras regiões com este meio de transporte”, pode ler-se no documento da Comissão presidida pelo deputado Mak Soi Kun.

Os membros do grupo diziam ainda que o Executivo adiantou que o modelo de gestão “iria considerar a realidade de Macau”, tendo ainda em conta “os interesses das diversas partes envolvidas”, de forma a que se pudesse traçar um perfil da futura entidade gestora, bem como as suas responsabilidades. Ao HM, o GIT não adiantou estes detalhes, sendo que assegura, contudo, que “o Governo vai concluir o ponto de situação para [o] apresentar ao público em tempo oportuno”.

Pac On como o outro

Já no caso do Terminal Marítimo do Pac On, os deputados quiseram saber se haveria “uma entidade que vai ser incumbida da gestão futura” do espaço, ou seja “se esta vai ser entregue a uma entidade particular” ou ao Governo. A DSAMA descarta que haja ideias para passar o Terminal para particulares.

“De acordo com [a lei] esta direcção é responsável por coordenar e gerir o funcionamento dos terminais marítimos de passageiros”, começa por explica ao HM a DSAMA. A gestão “será igual ao que acontece agora no Terminal Marítimo do Porto Exterior”: a segurança, manutenção e limpeza são “ajudicadas a empresas de fora”, privadas, mas “a DSAMA actua completamente como corpo de supervisão e gestão”.

Esta semana, o Governo garantiu que as obras do metro na Taipa vão ser concluídas a tempo de que o novo meio de transporte funcione em 2019, sendo que só no final do ano se saberá, contudo, o trajecto para o lado de Macau. O Executivo mencionou também que pretende a ligação de metro à Ilha da Montanha. O metro anda de forma automática, sem condutor, e terá uma capacidade máxima de transporte de 152 mil passageiros por dia.

Já o Terminal Marítimo de Passageiros do Pac On está programado para abrir em Maio de 2017, 11 anos depois de ter sido começada a sua construção. Terá capacidade para 400 mil pessoas por dia.

17 Ago 2016

USJ | Alan Baxter é o novo director da Faculdade de Humanidades

O linguista Alan Baxter regressa a Macau. Depois da Universidade de Macau, o académico integra a Faculdade de Humanidades da Universidade de São José, ocupando o cargo de director

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]linguista australiano Alan Baxter, especialista em crioulos de base portuguesa, incluindo o de Macau, vai dirigir a Faculdade de Humanidades da Universidade de São José, revelou ontem a vice-reitora da instituição privada de Macau. À Rádio Macau, Maria Antónia Espadinha, que assumia o cargo interinamente, explicou que Baxter foi escolhido num concurso de âmbito internacional.
“Estive no ano passado, até agora, como directora interina da Faculdade. E tinha grande responsabilidade. Neste momento já cá temos o novo director, que é o professor Alan Baxter. Houve um concurso internacional e ele foi o seleccionado.”
Baxter foi director do Departamento de Português da Universidade de Macau entre 2007 e 2011, ano em que deixou o território, regressando agora para liderar o departamento de Humanidades da USJ, ligada à Universidade Católica Portuguesa e que conta com uma licenciatura de Português-Chinês e um mestrado em Estudos Lusófonos de Literatura, além de um curso intensivo de Português pré-universitário.
Licenciado em Filosofia e Letras e Mestre e Doutor em Linguística, Alan Vorman Baxter é especializado em crioulos de base portuguesa, incluindo o patuá de Macau.

Novo campus em 2017

A mudança da Universidade de São José para o novo campus na Ilha Verde pode acontecer entre o final deste ano e Janeiro, adiantou ainda à Rádio Macau a vice-reitora da instituição.
“Neste momento, esperamos firmemente poder mudarmo-nos para lá naquele período entre o Natal e o começo das aulas em Janeiro, que eventualmente até pode ser um pouco diferido”, afirmou Maria Antónia Espadinha, explicando, contudo, que nada está programado.
“Só podemos programar no momento em que o campus estiver pronto e que os edifícios estiverem licenciados. E há já edifícios que estão prontos”, disse, adiantando existirem três concluídos.
O ano lectivo 2016/2017 na Universidade de São José começa a 5 de Setembro.

17 Ago 2016

Acusação a Ho Chio Meng ainda dentro do prazo, diz MP

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Ministério Público (MP) garante que o caso Ho Chio Meng está a seguir a lei. É o que diz o Gabinete do Procurador em resposta ao HM, que questionou o organismo sobre a possibilidade de estar a terminar o prazo legal de acusação sem que o ex-Procurador saiba por que está preso.
O período de inquérito para o caso que tem Ho Chio Meng, ex-Procurador, como principal arguido vai acabar este mês, a dia 26. Como tinha avançado no início deste mês o jornal Ou Mun, o MP teria de apresentar uma acusação sob pena da investigação dar em nada. Citando um especialista da área do Direito, que não desvendava o nome, o jornal dizia que o MP ainda não apresentou qualquer acusação após a detenção de Ho Chio Meng, em Fevereiro. A defesa pode evocar a ultrapassagem do prazo limite para acusação.
Segundo o que o HM apurou, o Código de Processo Penal diz que o Ministério Público encerra o inquérito, arquivando-o ou deduzindo acusação, nos prazos máximos de seis meses, se houver arguidos presos, ou de oito meses, se os não houver. Desde 26 de Fevereiro que Ho Chio Meng está detido, tendo ficado em prisão preventiva em Coloane, o que implica que o prazo de seis meses termine no mesmo dia deste mês. Ainda assim, como o HM apurou, o Código admite que o prazo pode ser prolongado até aos oito meses em casos “especiais de investigação”.
O MP não adianta data para emitir acusação, mas ao HM assegura que está tudo dentro da lei. “O caso está actualmente em processo nos termos da lei de processo penal”, refere o organismo.
Ho Chio Meng é suspeito de corrupção, em conluio com outras chefias do MP e responsáveis de empresas privadas. O caso remete para a aprovação de várias obras, mas o ex-Procurador da RAEM ainda não foi formalmente acusado.

17 Ago 2016

Inglês | Deputados não o querem como língua oficial, mas pedem promoção

Encontrar um “enquadramento legal” para o Inglês de modo a facilitar traduções de documentos e evitar atrasos é uma sugestão deixada por deputados, que dizem que o Governo concorda com uma maior preponderância da língua de Shakespeare em Macau. A ideia não é transformar o idioma numa língua oficial, mas sim dar-lhe mais importância

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]questão de dar mais importância ao Inglês já levou a alguma discussão mais que uma vez, mas uma notícia avançada ontem pelo diário Ponto Final referia que um dos pontos constantes do relatório da Comissão de Acompanhamento das situação das Obras do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas era precisamente a transformação da língua inglesa num idioma oficial. Ho Ion Sang, presidente da Comissão, desmente contudo essa intenção: não explica exactamente o que quer dizer com “enquadramento legal”, mas assegura que a ideia é apenas promover a língua.
No documento, assinado pela totalidade dos deputados da Comissão e que ilustra alguns dos problemas associados às demoras do projecto de serviços de saúde da Taipa, pode ler-se que “o Inglês não tem estatuto legal em Macau, por isso, as opiniões em Inglês podem ter problemas de tradução”. A afirmação segue uma explanação relativa a consultas externas que têm sido feitas dentro do projecto e o relatório refere que é sugestão da Comissão “o incentivo a uma maior utilização da língua inglesa, ponderando a atribuição de um estatuto legal a esta língua”. Algo que poderia ter sido entendido como tornar a língua num idioma oficial, mas que Ho Ion Sang rejeita.
“Não me lembro de quem propôs a ideia, mas foi um deputado que reparou que, durante a tradução de algumas palavras de uma companhia de consultaria, existiam problemas na tradução de Inglês para as línguas legais. Se se mudou para uma companhia de Hong Kong [na consultoria] também é porque as nossas culturas são semelhantes, mas ele não quer dizer que quer tornar o Inglês como língua oficial. O que há é o desejo de, como o Inglês é agora a língua internacional, é necessário ter em conta a sua popularização e futura promoção”, explicou ao HM.

Especial mas nem tanto

Em resposta, segundo ainda os deputados, o Executivo admitiu que “o Inglês deve ter uma maior preponderância” no território. Ao que o HM pôde apurar, há efectivamente um consenso quanto à importância do Inglês em Macau, como em qualquer outro país, uma vez que é a língua considerada internacional. Mas, a possível moldura legal proposta não é, para analistas, necessária.
Melinda Chan, deputada que integra a Comissão que sugere esta legalização, afirma veemente que “as línguas a ter em conta na RAEM são efectivamente o Chinês e o Português”. Na sua opinião, “já há muita gente também fluente em Inglês”, mas não seria sequer bom para Macau considerar oficialmente a língua inglesa. O Inglês é usado na RAEM mas, essencialmente, em empresas privadas, como língua interna, adianta a deputada.
A presidente da Casa de Portugal, Amélia António, confessa ter ficado surpreendida, se de facto a intenção é criar um enquadramento legal.
“Se há instituições de que se dedicam ao ensino de línguas, não entendo porque é uma Comissão de Acompanhamento de um outro assunto é que vem fazer sugestões deste tipo.”
Para a dirigente da Casa de Portugal em Macau não são claros os fundamentos para este tipo de sugestão. O Inglês é de facto uma língua importante, considera Amélia António, “porque é a língua dos negócios”. Mas há um senão. “Quando temos duas línguas oficiais e uma delas é sistematicamente menosprezada e maltratada não entendo como é que se pretende dar a uma terceira língua um estatuto especial.”

Prioridade aos da casa

Outra questão levantada por Melinda Chan é a prioridade que deve, antes de mais, ser dada ao Português. “Mesmo enquanto legisladora encorajo os jovens ao estudo do Português”, admite ao HM.
Para a deputada é claro que é a língua de Camões que dá a Macau a “sua especificidade”. Enquanto plataforma sino-portuguesa, Macau é diferente de todas as regiões, o que é “uma coisa boa e é uma característica a manter”.
Também para Amélia António “prioritário é tratar a língua que é realmente oficial, como deve ser tratada”. A plataforma tantas vezes badalada é também chamada a discussão pela advogada. Falar-se do Inglês é “remar contra a maré numa altura em que se continua a falar sistematicamente em Macau como plataforma nomeadamente entre a China e os países de língua portuguesa”, sendo a tónica da necessidade a criação de condições “para que isso seja realidade”.
Não está em causa a necessidade de melhorias do ensino de outras línguas no território, nomeadamente da língua inglesa. No entanto, Melinda Chan considera ainda que “não só o ensino do Inglês, mas também o ensino do Português deve ser melhorado”. A escassez de professores de Língua Portuguesa em Macau não é admissível para a deputada, que ilustra a situação com o facto de “até na China continental haver mais pessoas a falar fluentemente Português do que em Macau”.
Amélia António também partilha da opinião de Melinda Chan: não está em causa o ensino do Inglês, que já é prática corrente em grande parte das escolas, mas o facto de a língua oficial “não ser tratada como deveria ser e é essa a prioridade”.

Um bocadinho mais

Dar mais importância ao ensino do Inglês faz sentido para o sociólogo e ex- professor de Administração Pública do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Larry So. Mas, para o académico, RAEM e RAEHK são diferentes e cada uma tem as suas particularidades histórico-culturais que devem ser respeitadas.
O uso do Inglês em questões públicas também é questionável, ainda que necessário. Tendo em conta as afirmações de José Pereira Coutinho, deputado e dirigente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), “se Macau quer, de facto, internacionalizar-se, é evidente que a língua inglesa é um pressuposto fundamental para a consolidação das estruturas de uma cidade que pretende atrair turistas de outras partes do mundo”, como afirma peremptoriamente ao HM. Na sua opinião, é indubitável o maior reconhecimento que é dado à língua inglesa, sendo que o deputado destaca que é preciso ter em conta os investimentos que colocam muitas vezes os interessados em confronto com a barreira da língua.
“Uma das línguas oficiais é o Chinês, que não é acessível a muitos, e a outra é o Português que tem as mesmas características ao nível da acessibilidade para os estrangeiros no geral”, ilustra José Pereira Coutinho. O facto dos serviços públicos também só utilizarem as duas línguas oficiais também poderia na opinião do dirigente associativo, “ser revisto, nomeadamente no que respeita a politicas de sinalização”. Coutinho admite que por parte destes serviços tem “existido um esforço para disponibilizar informação nos meios, nomeadamente online, que já utilizam uma versão inglesa”.
Por outro lado, o deputado destaca ainda a vertente oficial de uso de línguas. “Muitos dos documentos que chegam a Macau provindos do estrangeiro carecem de uma tradução oficial para as línguas da região”, afirma, e “é por isso que existem os tradutores habilitados”. No entanto estes profissionais ainda são em número reduzido e não têm mãos a medir para “dar conta do recado e traduzir devidamente a quantidade enorme de documentos”.
O deputado é a favor de aumentar a utilização da língua inglesa nomeadamente no que respeita aos serviços públicos, à sinalização e indicações nas ruas, à semelhança do que se faz noutras partes do mundo. “Há margem de manobra e campo para investir para que a língua inglesa seja mais levada em consideração na RAEM”, remata.
O HM tentou averiguar junto do Executivo acerca do que que planeia vir a fazer acerca desta matéria, no entanto não obteve qualquer resposta até ao final da edição.

17 Ago 2016

“É preciso” tornar Macau mais agradável aos residentes

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]iversos especialistas estiveram em Macau para a Palestra sobre os Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento Urbano da RAEM (2016-2030), onde defenderam a necessidade de criar mais locais que sirvam a cultura e a vida diária da população. O evento aconteceu sem a presença de jornalistas, mas um comunicado do Governo dá a conhecer alguns dos pontos discutidos.
A questão mais debatida prendeu-se com a falta de espaços para a população, mesmo a nível cultural. Wang Ying, professor associado da Universidade de Tsinghua, propôs por exemplo que Macau melhore “o ambiente habitacional e a fisionomia urbana”, através da construção de instalações ligadas à vida quotidiana e à cultura. O mesmo professor apresentou também três grandes objectivos de desenvolvimento – oferta mais flexível de habitações, oferta de serviços quotidianos propícios para uma vida mais agradável e oferta de uma melhor vida habitacional. Exemplificando com a falta de terrenos e espaços para o desenvolvimento, o académico sugeriu ainda ao Governo que tenha atenção à forma como conjuga as construções com as características específicas de Macau, sendo elas “o actual grau de investimento nas construções sociais, a densidade da população, o ambiente e as infra-estruturas” já existentes.
Também Tan Zongbo, da Faculdade de Arquitectura da Universidade Tsinghua, propôs a expansão dos espaços, alterando as estruturas e reforçando o bem-estar da população.
“Macau deve determinar um plano de desenvolvimento urbano baseado na óptica de gestão e controlo por zonas, com o estabelecimento de um regime racional de cedência de terrenos, cuja prioridade se funda na disponibilização de terrenos para o bem-estar da população, de modo a concretizar a gestão e o controlo racional do aproveitamento [dessas terras]”, indicou o professor.

Por terra e mar

Ao que indica o comunicado, as ideias foram alvo de um debate intensivo por parte dos académicos participantes, sendo que também os novos espaços marítimos não escaparam à análise dos professores convidados.
“Bian Lanchun, da Universidade Tsinghua, sugeriu posicionar o futuro espaço urbano de Macau numa cidade de lazer internacional à beira mar, diversificada e intensiva para mostrar a paisagem da cidade. Sobre esta matéria, houve ainda académicos que consideraram que o Governo deve reforçar o controlo do espaço urbano, de forma a aproveitar ao máximo o recurso da zona costeira, construindo um sistema pedonal em Macau.”
Já fora de água, voltou a referir-se a necessidade de “dar uma maior atenção quanto ao desenvolvimento dos micro-espaços públicos da cidade e aumentar as zonas verdes e instalações de serviços públicos.”
“O futuro desenvolvimento urbano de Macau deve preservar bem os arruamentos existentes, prestar um maior empenho no embelezamento das ruas, alterar a imagem urbana e alargar a fisionomia típicas das ruas aos novos aterros”, sugeriram ainda académicos.

Cidade ideal

Organizada pelo Gabinete de Estudo das Políticas do Governo, a palestra juntou mais de 40 especialistas e académicos da área de planeamento e concepção urbanística do interior da China, Hong Kong e Macau. O Gabinete compromete-se a juntar-se à Universidade de Tsinghua, encarregue de efectuar um relatório de estudos sobre as estratégias de desenvolvimento urbano de Macau, de forma a introduzir estas sugestões no documento.
“O grupo temático [da Universidade] entendeu que (…) para responder às expectativas e procura, por parte dos residentes, de uma vida ideal, Macau terá de ser transformada num lar com harmonia, beleza e elegância, alegria, com rico e diversificado conteúdo cultural, onde as pessoas podem sentir-se orgulhosos por ter condições ideais de habitação, vida e emprego”, remata o comunicado, que sublinha ainda a necessidade do Governo se focar no ambiente ecológico, ordenamento do espaço, a qualidade cultural e atracções especiais.

16 Ago 2016

Saúde | Troca de registos médicos chega no fim do ano pelos SS

Vai ser pelas mãos dos SS que o sistema de registo de saúde electrónico, que vai permitir o intercâmbio de dados entre instituições de saúde do território, vai chegar “no final do ano”. A empresa responsável pela sua instalação teve de desistir a meio

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]primeira fase do sistema de registo de saúde electrónico que viabiliza a troca de registos médicos entre os hospitais e centros de saúde poderá chegar no fim do ano. É o que dizem os Serviços de Saúde, em resposta a uma interpelação escrita da deputada Kwan Tsui Hang, onde o organismo diz que vai ser ele próprio a criar o sistema.
O serviço liderado por Lei Chin Ion refere que, em Março do ano passado, se acabou o processo de concurso público para o Sistema de Registo de Saúde Electrónico. Segundo a proposta, a empresa candidata prometeu que iria concluir o sistema dentro de um ano depois da celebração do contrato, pelo que se previa que o sistema pudesse ser lançado no final do ano 2016. Entretanto, durante a elaboração do contrato, devido a problemas “internos”, a empresa voltou atrás, frisando não conseguir implementá-lo a tempo. Ainda sugeriu aos SS uma substituição da parceria, mas a sugestão foi rejeitada. Neste momento, é então o organismo quem está a acompanhar o processo.

Serviços empenhados

Foi à Companhia de Equipamentos Master que foi adjudicado o fornecimento do Sistema de Registo de Saúde Electrónico, tendo esta recebido mais de 38 milhões de patacas pelo serviço. Ainda que sem a empresa, os SS asseguram que o sistema está a ser preparado, sendo que “o projecto piloto deverá, com esforço próprio, ser implementado no final do ano”.
Numa primeira fase, o sistema vai permitir a troca de registos médicos entre o Centro Hospitalar Conde de S. Januário, o Hospital Kiang Wu e os centros de saúde. Na fase seguinte vai abranger as clínicas e as instituições médicas privadas. Os cidadãos podem participar voluntariamente.
Já em 2012, o organismo afirmou que iria promover o registo de saúde electrónico de toda a população. Na altura, o organismo previa que em meados de 2013 poderia realizar o concurso público para a criação deste sistema mas só em Julho do ano passado foi assinado o contrato com a companhia.

16 Ago 2016

Metro | Definição de trajecto para a península no fim do ano

A definição do trajecto para a linha da península de Macau, que continua inexistente, será apresentada no fim do ano. Previsões para o final das obras na Taipa continuam a apontar para 2019 e o Governo vai mesmo implementar o novo sistema que pretende evitar atrasos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]definição da linha do metro ligeiro na península de Macau ainda não está completa e o Governo não sabe como irá articular algumas ligações. No entanto, ficou a promessa de que a definição deste trajecto estará concluída até ao final do ano.
“O Governo vai definir ainda este ano qual o trajecto da península da Macau”, afirmou Ho Ion Sang, ontem, após a reunião da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas que o deputado preside. Na reunião, que contou com membros do Governo, foram assinados relatórios relativos às obras do metro, terrenos desaproveitados e hospital das Ilhas.
As obras do Centro Modal de Transportes da Barra estão “a ser executadas de forma contínua e em grande escala”, como afirma o deputado, e o Governo está ainda a discutir com os “serviços competentes do interior da China as questões da interconexão à Ilha da Montanha”, como se poder ler no relatório.
No entanto, a Comissão adianta que ainda não há pormenores acerca desta ligação. Por outro lado, e até ao final do ano, será analisada “novamente a ligação a Zhuhai pelas Portas do Cerco”.

Cumprir para evitar castigo

Foi ainda garantida a atenção sobre o novo mecanismo instituído pelo Executivo relativo ao sistema de punição e recompensa aplicado às empresas encarregues das obras. O presidente da Comissão reiterou que o objectivo é “castigar” as concessionárias a quem é entregue obra aquando do incumprimento de prazos, enquanto se atribui recompensas àquelas que realizam os seus trabalhos atempadamente. O mecanismo visa “tentar resolver os problemas associados ao cumprimento de prazos e excesso de despesa”, como afirma Ho Ion Sang.
Este é um método que já tinha sido anunciado anteriormente e que vai, agora, andar para a frente.

Taipa dentro de prazo

A entrada em funcionamento da linha da Taipa foi mais uma vez apontada pelo Governo para o ano de 2019. A construção do trajecto que integra 9,3km de extensão tem neste momento mais de 6,5 km com obra concluída. Também findas estão seis das 11 estações que integram o projecto da ilha.
Segundo o relatório assinado ontem, está prevista a conclusão da construção do viaduto do metro da Taipa na sua totalidade e das estações ainda em falta ainda este ano.
Após estes trabalhos ficarão ainda por dar por concluídas as obras relativas à conclusão do Parque de Materiais e Oficina da Taipa. O regresso aos trabalhos para a continuidade da construção do Parque está previsto para o último trimestre de 2016. Quanto à oficina, o concurso já foi lançado e a Comissão garante que vai “continuar a acompanhar o processo”.
Foi ainda transmitida a intenção do Governo em “tutelar 100% da exploração do metro ligeiro”.

16 Ago 2016

Top Builders entre as candidatas a obras da UTIP em Coloane

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]empresa Top Builders, com quem o Governo rescindiu o contrato do metro por incumprimentos, é uma das candidatas às obras de construção das novas instalações do pelotão cinotécnico da Unidade Táctica de Intervenção da Polícia (UTIP). As propostas para as obras vieram de mais de duas dezenas de empresas, entre as quais as conhecidas Chon Tit, CECC e Sam Yau.
As obras poderão custar até cerca de 300 milhões de patacas. A UTIP terá uma nova sede em Coloane, num edifício onde haverá três pisos dedicados ao canil. A obra deverá ter início no primeiro trimestre do próximo ano, mas o concurso público já está aberto.
A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) recebeu 21 propostas, tendo aceite quase todas excepto cinco, que foram “admitidas condicionalmente”. Os preços propostos variaram entre os 179 milhões de patacas e os quase 300 milhões, sendo que o prazo máximo para a obra é de 700 dias.
A Top Builders International foi “aceite condicionalmente”, por faltarem documentos, tendo apresentado 238 milhões de patacas como preço proposto e um prazo de 678 dias para a construção.

Lista de candidatos

Entre as empresas aceites estão ainda a Companhia de Fomento Predial Sam Yau, responsável por obras públicas como a expansão do Terminal Marítimo do Porto Exterior e do Centro de Doenças Infecciosas do Alto de Coloane, e a Companhia de Construção e Engenharia Civil China (CCECC), uma das empresas que viu um ex-responsável envolvido no escândalo de corrupção Ao Man Long. A Sociedade de Investimentos e Fomento Imobiliário Chon Tit é subsidiária da CCECC e foi também candidata.
Também a Companhia de Decoração San Kei Ip e a Companhia de Construção Vantagem apresentaram candidaturas em consórcio. Está ainda a concurso a Empresa de Construção e Fomento Predial Nam Fong.
A nova sede ficará localizada no terreno recuperado anteriormente pelo Governo, junto da Estrada de Hac Sá e da Avenida de Luís de Camões, com uma área de mais de 13 mil metros quadrados. A obra vai incluir a zona de canil, zona de passeio para cães, área de treino para cães, salas de aula, sala de descanso para agentes policiais, parque de estacionamento e terraço ajardinado, entre outros espaços. As obras deverão criar cerca de 130 postos de trabalho.

15 Ago 2016

ANM | Activistas soltos com termo de identidade e residência

Os dois membros da Novo Macau que foram detidos por terem, alegadamente, colocado uma faixa contra Alexis Tam no Hotel Estoril foram soltos com termo de identidade e residência. A investigação decorre, mas não há ainda acusações

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]cott Chiang e Alan Lam foram libertados no final da noite de sexta-feira, depois de terem sido detidos no dia anterior por um protesto no Estoril. Os dois membros da Associação Novo Macau, presidente e membro da direcção, foram ouvidos durante quatro horas no Ministério Público, tendo sido postos em liberdade com termo de identidade e residência.
O caso remete para quinta-feira à noite, quando os dois terão, alegadamente, subido ao Hotel Estoril e pendurado uma faixa onde se lia “Alexis Tam: assassino de património”. A manifestação surgiu no dia em que o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura esteve presente na Tap Seac, frente ao hotel, para assistir à cerimónia de abertura do Encontro de Mestres de Wushu.
Os activistas saíram em liberdade e, apesar de não haver ainda acusações, como confirmaram ao HM, a investigação continua a decorrer.
Scott Chiang disse à Lusa que o caso não está encerrado e terá de se apresentar uma vez por mês às autoridades, “por causa deste e outros casos”, mas não adiantou mais pormenores. Sem nunca assumir a autoria do protesto, Chiang acusa o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de destruição do património devido à decisão do Governo de demolir o Hotel Estoril.

Assassino em série

“Acho que mais pessoas deviam preocupar-se não apenas com a preservação do património, mas sobre como o Governo actua. Como a faixa dizia, agora temos um assassino em série, que cilindra qualquer oposição, não há qualquer discussão na sociedade. Não é o que queremos, não é o que Macau merece. Estamos também a falar de demissão. O Secretário Alexis Tam cria mais problemas do que benefícios. Vejam o encontro de Wushu. É uma farsa”, disse, citado pela Rádio.
Os dois homens poderão responder por crimes de introdução em lugar vedado ao público – punido com pena de prisão até três meses ou com pena de multa até 60 dias – e “dano”.
No local, questionado por jornalistas, Tam assegurou que mantém abertura para a possibilidade de conservar a fachada do edifício. O Secretário foi interrompido por Sou Ka Hou, membro da Novo Macau, quando se preparava para falar aos jornalistas. Mas, Alexis Tam puxou o activista para junto de si e deixou-o questioná-lo sobre a decisão face ao hotel. Segundo a TDM, o Secretário assegurou não estar nada “zangado” nem com a faixa colocada, nem com a interrupção de Sou Ka Hou, que normalmente, tendo em conta o modo de actuar da Administração, levaria a que o activista tivesse sido retirado do local por seguranças.
“Mas como é que posso ser acusado de ser um assassino do património? Isso é falso. Mas eu tenho de encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento e o interesse público”, disse Tam, referindo-se ainda ao facto de a que a consulta pública do Estoril indicou que a preservação não era a opção favorita.
A 15 de Março deste ano, o Conselho do Património Cultural de Macau decidiu que o edifício não será classificado. Em Maio, Scott Chiang revelou estar a ser investigado pelas autoridades por alegada desobediência durante uma manifestação, no mesmo mês, para pedir a demissão do Chefe do Executivo.

15 Ago 2016

Ng Lap Seng diz-se vítima de perseguição política pelos EUA

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]defesa de Ng Lap Seng diz que a acusação de que o empresário de Macau está a ser alvo nos EUA é mera perseguição política. Acusado de corrupção a altos dirigentes da ONU, Ng Lap Seng aponta o dedo ao governo norte-americano para dizer que está a ser “perseguido por razões geo-políticas, para abrandar a influência da China sobre os países em vias de desenvolvimento”.
Segundo a agência Reuters e a Associated Press, o empresário de Macau, que aguarda julgamento para o próximo ano, entregou documentos no Tribunal Federal de Manhattan onde refere que “o caso parece querer silenciar a sua posição de que um centro de conferências em Macau iria permitir aos países em desenvolvimento um local permanente de reunião na China. O empresário, recorde-se, foi acusado juntamente com o assistente Jeff Yin de ter pago elevadas somas de dinheiro a John Ashe, antigo presidente da Assembleia Geral da ONU (que faleceu em Julho enquanto esperava juglamento) para que o centro fosse construído em Macau. Ng Lap Seng iria ser o responsável pela construção deste centro através da sua empresa, a Sun Kian Ip.
“O interesse geopolítico dos EUA em abrandar o progresso da China sobre os países em vias de desenvolvimento foi atingido. Todas estas circunstâncias indicam que a acusação do senhor Ng não é, nem nunca foi, sobre a integridade das operações da ONU”, referem os advogados, assegurando que documentos classificados mostra os motivos dos EUA para acusarem o empresário.
Mais ainda, os advogados dizem que as perguntas do FBI se focaram mais em identificar um possível “agente chinês” como parceiro de Ng Lap Seng, do que propriamente no caso de alegada corrupção.
Ng Lap Seng foi detido em Setembro em Nova Iorque e vai acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Desde Outubro que está em prisão domiciliária. É membro da Conferência Política do Povo Chinês e da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo. O julgamento está marcado para Janeiro de 2017.

15 Ago 2016

Palácio Imperial | Proprietário autorizado a entrar para obras

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Hotel Palácio Imperial Beijing já recebeu autorização da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) para entrar no hotel até Novembro, de forma a poder rectificar as infracções que terão sido cometidas pelo espaço. É o que diz o Jornal Ou Mun, que cita o responsável da empresa gestora.
O espaço hoteleiro, na Taipa, foi encerrado provisoriamente pela DST no mês passado, depois do Governo considerar que o estabelecimento que um dia foi o New Century “não cumpre as condições de segurança mínimas”, nomeadamente relativas à prevenção e combate a incêndios. O período de encerramento é de seis meses, sendo que ninguém poderia entrar no hotel. Agora, a empresa que gere o espaço poderá ter acesso ao interior: o Jornal Ou Mun “confirmou com um responsável” da Empresa Hoteleira Macau, Limitada que a companhia tinha pedido, nos dias 5 e 8 de Agosto, permissão para entrar no hotel para realizar trabalhos de melhoria e já recebeu a aprovação pelo organismo.
O pessoal que foi devidamente autorizado pelo organismo pode entrar no hotel por um período que começou no passado dia 12 de Agosto e que se estende até 11 de Novembro. A ideia é realizar trabalhos de manutenção de saneamento, da segurança das infra-estruturas e rectificação das infracções. Segundo a publicação, os selos na porta do hotel já foram retirados.
Na altura do encerramento, Helena de Senna Fernandes, directora da DST, indicava que a decisão tem por base a detecção de “graves infracções administrativas e a ameaça da segurança pública e da imagem da indústria turística de Macau”. A medida foi implementada quando ainda estavam hóspedes e funcionários no local. O facto de ser um hotel de cinco estrelas exige o cumprimento de determinadas características que também já não existiam. Várias instalações do hotel, como a sauna, espaços de lazer e restaurantes, tinham encerrado por motivos alheios à DST, mas que contribuem para que o hotel não possa ser classificado com cinco estrelas.
Agora, a DST diz que o hotel poderá ser reaberto com antecedência se conseguir melhorar a situação e cumprir as exigências. Se depois de seis meses não houve mudanças, o hotel vai ser encerrado permanentemente.

15 Ago 2016