Aviação | Governo diz respeitar posição de companhias aéreas

[dropcap]O[/dropcap] Governo diz respeitar a posição de algumas companhias aéreas que continuam com voos suspensos para Macau, apesar do território não registar novos casos de infecção com o novo coronavírus há mais de uma semana e da maioria dos doentes infectados já ter tido alta. Tal medida tem vindo a afectar muitos trabalhadores migrantes que vivem em Macau e que não conseguem regressar aos seus países de origem.
“O Governo da RAEM verificou que alguns países e regiões suspenderam voos para Macau e, devido ao ajustamento de voos por companhias aéreas, cerca de 400 trabalhadores e visitantes filipinos que se encontram em Macau manifestaram que não conseguir regressar ao seu país de origem por motivo do termo do contrato ou finda da viagem.”
Nesse sentido, “o Governo respeita as disposições das companhias aéreas em resposta à redução do tráfego de passageiros, daí que os cidadãos dos países e regiões em causa podem optar por regressar ao seu país de origem fazendo escala em outros locais”.
O mesmo comunicado dá conta que, “até ao momento, todos os voos entre Macau e as Filipinas foram cancelados até Março, enquanto em Hong Kong há três voos diários para Manila e voos para Cebu todas as sextas-feiras”.

19 Fev 2020

Casinos | Analistas dizem que fecho pode trazer exigências às operadoras

Os casinos abrem portas esta quinta-feira. Analistas consideram que a crise causada pelo surto do novo coronavírus pode levar a novas exigências das operadoras de jogo, relacionadas com medidas para lidar com crises semelhantes no futuro

 

[dropcap]A[/dropcap]nalistas admitiram esta terça-feira, a pouco mais de 24 horas da reabertura dos casinos, que podem surgir novas reivindicações das concessionárias para as licenças de jogo, em 2022, para se precaverem de situações excepcionais como o surto do novo coronavírus.

O analista de jogo David Green disse à Lusa que “esta interrupção afectará a nova licitação ou renegociação das concessões dos casinos”, numa referência à decisão tomada, em 4 de Fevereiro, pelo Governo de fechar os casinos durante 15 dias.

“Os operadores de jogo estarão muito menos inclinados a assumir compromissos adicionais de investimento ou a pagar uma grande taxa inicial pela atribuição de uma nova concessão”, frisou o fundador da consultora especializada em regulação de jogos em Macau Newpage Consulting.

Já o economista José Luís de Sales Marques apontou ser ainda cedo para prever alterações que podem constar no caderno de encargos, ou até na própria lei.

“Agora, sem dúvida, qualquer investidor reage perante os dados que são o histórico da sua actividade e também o que eles prevêem que seja o futuro. E o facto de os casinos estarem fechados não constava do histórico da actividade do jogo em Macau”, sublinhou.

“A partir de agora passa a fazer parte do histórico e, portanto, isso vai ter algumas implicações, quer queiramos, quer não”, frisou o presidente do Instituto de Estudos Europeus (IEE).

Crise prolongada

A atribuição de novas licenças na capital mundial do jogo será feita em 2022, tendo o Governo prometido a realização de um concurso público. O território é o único local na China onde o jogo em casino é legal, contando seis concessionárias e subconcessionárias, Sociedade de Jogos de Macau, fundada pelo magnata Stanley Ho, Galaxy, Venetian (Sands China), Melco Resorts, Wynn e MGM.

O Governo de Macau deu aos casinos um período de transição de 30 dias, a partir da meia-noite de hoje para poderem começar a abrir as portas. Findo esse período, todos os casinos devem estar abertos, indicou. As operadoras de jogo, que durante os 15 dias de encerramento dos casinos perderam 1,5 mil milhões dólares, segundo agência de notação financeira Fitch Rating, vão continuar com receitas muito baixas a curto prazo, devido ao reduzido número de turistas no território, sustentaram analistas ouvidos pela Lusa.

“Acho que tanto o mercado VIP [grandes apostadores] quanto o de massas serão fortemente afectados durante este tempo”, afirmou à Lusa o director do Centro de Pesquisa e Ensino do Jogo do IPM, Changbin Wang.

Uma situação que se vai manter após o surto em Macau ficar controlado, frisou. “Não consigo ver o sinal de recuperação rápida. A economia chinesa vai desacelerar ainda mais”, defendeu.

Também David Green disse acreditar que os danos económicos infligidos pelo surto de coronavírus afectarão significativamente o jogo de massas”, mas também o mercado das grandes apostas “por medo de serem expostos a infeções ou serem involuntariamente colocados em quarentena”. Em 2019, os casinos obtiveram receitas de 292,46 milhões de patacas, menos 3,4 por cento do que no ano anterior.

19 Fev 2020

Casinos | Analistas dizem que fecho pode trazer exigências às operadoras

Os casinos abrem portas esta quinta-feira. Analistas consideram que a crise causada pelo surto do novo coronavírus pode levar a novas exigências das operadoras de jogo, relacionadas com medidas para lidar com crises semelhantes no futuro

 
[dropcap]A[/dropcap]nalistas admitiram esta terça-feira, a pouco mais de 24 horas da reabertura dos casinos, que podem surgir novas reivindicações das concessionárias para as licenças de jogo, em 2022, para se precaverem de situações excepcionais como o surto do novo coronavírus.
O analista de jogo David Green disse à Lusa que “esta interrupção afectará a nova licitação ou renegociação das concessões dos casinos”, numa referência à decisão tomada, em 4 de Fevereiro, pelo Governo de fechar os casinos durante 15 dias.
“Os operadores de jogo estarão muito menos inclinados a assumir compromissos adicionais de investimento ou a pagar uma grande taxa inicial pela atribuição de uma nova concessão”, frisou o fundador da consultora especializada em regulação de jogos em Macau Newpage Consulting.
Já o economista José Luís de Sales Marques apontou ser ainda cedo para prever alterações que podem constar no caderno de encargos, ou até na própria lei.
“Agora, sem dúvida, qualquer investidor reage perante os dados que são o histórico da sua actividade e também o que eles prevêem que seja o futuro. E o facto de os casinos estarem fechados não constava do histórico da actividade do jogo em Macau”, sublinhou.
“A partir de agora passa a fazer parte do histórico e, portanto, isso vai ter algumas implicações, quer queiramos, quer não”, frisou o presidente do Instituto de Estudos Europeus (IEE).

Crise prolongada

A atribuição de novas licenças na capital mundial do jogo será feita em 2022, tendo o Governo prometido a realização de um concurso público. O território é o único local na China onde o jogo em casino é legal, contando seis concessionárias e subconcessionárias, Sociedade de Jogos de Macau, fundada pelo magnata Stanley Ho, Galaxy, Venetian (Sands China), Melco Resorts, Wynn e MGM.
O Governo de Macau deu aos casinos um período de transição de 30 dias, a partir da meia-noite de hoje para poderem começar a abrir as portas. Findo esse período, todos os casinos devem estar abertos, indicou. As operadoras de jogo, que durante os 15 dias de encerramento dos casinos perderam 1,5 mil milhões dólares, segundo agência de notação financeira Fitch Rating, vão continuar com receitas muito baixas a curto prazo, devido ao reduzido número de turistas no território, sustentaram analistas ouvidos pela Lusa.
“Acho que tanto o mercado VIP [grandes apostadores] quanto o de massas serão fortemente afectados durante este tempo”, afirmou à Lusa o director do Centro de Pesquisa e Ensino do Jogo do IPM, Changbin Wang.
Uma situação que se vai manter após o surto em Macau ficar controlado, frisou. “Não consigo ver o sinal de recuperação rápida. A economia chinesa vai desacelerar ainda mais”, defendeu.
Também David Green disse acreditar que os danos económicos infligidos pelo surto de coronavírus afectarão significativamente o jogo de massas”, mas também o mercado das grandes apostas “por medo de serem expostos a infeções ou serem involuntariamente colocados em quarentena”. Em 2019, os casinos obtiveram receitas de 292,46 milhões de patacas, menos 3,4 por cento do que no ano anterior.

19 Fev 2020

Diamond Princess | Habitantes de Macau regressam e ficam sob observação médica

[dropcap]O[/dropcap]s residentes de Macau a bordo do cruzeiro Diamond Princess serão repatriados em voos fretados, numa medida organizada pelo Governo de Hong Kong. A decisão foi anunciada ontem em comunicado oficial.

“O Governo da RAEHK planeia repatriar os seus residentes que se encontram a bordo do navio de cruzeiro Diamond Princess através de voos fretados. O Governo da RAEM recebeu todo o apoio e assistência do Governo da RAEHK, e com o consentimento dos residentes de Macau a bordo do navio Diamond Princess, confiou ao Governo da RAEHK a assistência na organização do regresso destes residentes de Macau”, pode ler-se.

Assim, os residentes podem chegar durante o dia de hoje a Macau. A fim de assegurar a total prevenção de novos contágios com o Covid-19, estes residentes “serão colocados sob observação médica e quarentena após a sua chegada por um período de 14 dias, em local designado de acordo com a exigência dos Serviços de Saúde de Macau”, informa o Governo.

Actualmente, há cinco residentes de Macau a bordo do navio, dois homens e três mulheres, com idades compreendidas entre 24 e 82 anos, sendo que três pessoas possuem a residência de Macau e Hong Kong.

19 Fev 2020

Diamond Princess | Habitantes de Macau regressam e ficam sob observação médica

[dropcap]O[/dropcap]s residentes de Macau a bordo do cruzeiro Diamond Princess serão repatriados em voos fretados, numa medida organizada pelo Governo de Hong Kong. A decisão foi anunciada ontem em comunicado oficial.
“O Governo da RAEHK planeia repatriar os seus residentes que se encontram a bordo do navio de cruzeiro Diamond Princess através de voos fretados. O Governo da RAEM recebeu todo o apoio e assistência do Governo da RAEHK, e com o consentimento dos residentes de Macau a bordo do navio Diamond Princess, confiou ao Governo da RAEHK a assistência na organização do regresso destes residentes de Macau”, pode ler-se.
Assim, os residentes podem chegar durante o dia de hoje a Macau. A fim de assegurar a total prevenção de novos contágios com o Covid-19, estes residentes “serão colocados sob observação médica e quarentena após a sua chegada por um período de 14 dias, em local designado de acordo com a exigência dos Serviços de Saúde de Macau”, informa o Governo.
Actualmente, há cinco residentes de Macau a bordo do navio, dois homens e três mulheres, com idades compreendidas entre 24 e 82 anos, sendo que três pessoas possuem a residência de Macau e Hong Kong.

19 Fev 2020

Quarentena | Tratamento diferenciado para residentes em Zhuhai visto como aceitável

O diferente impacto para a economia de trabalhadores residentes e não-residentes e a protecção dos locais fazem com que a decisão de limitar a quarentena aos TNR seja encarada por José Sales Marques e Miguel de Senna Fernandes como acertada, nesta fase

 

[dropcap]A[/dropcap] partir de amanhã entra em vigor o regime de quarentena obrigatória de 14 dias para os trabalhadores não-residentes (TNR) que tentem entrar em Macau vindos do Interior da China. A medida deixa de fora os residentes que vivem em Zhuhai e que todos os dias atravessam a fronteira, numa opção que é tida como compreensível para Miguel de Senna Fernandes, advogado e presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, e José Sales Marques, economista e presidente do Instituto de Estudos Europeus.

Ao HM, Miguel de Senna Fernandes admitiu ainda estar a “digerir” a diferenciação e admite mudar de opinião no futuro, à luz de novos factos, mas por enquanto aceita o tratamento diferenciado. “Não vou dramatizar e vou tentar evitar entrar na perspectiva da existência uma discriminação”, começou por ressalvar. “Mas acho que é preciso constatar que muitos trabalhadores não-residentes vivem em Zhuhai e em outras zonas do Interior. Por isso, são pessoas que muitas vezes estão fora do controlo sanitário de Macau. Por esta razão e por precaução foi tomada esta medida”, apontou.

Miguel de Senna Fernandes fala de realidades diferentes entre residentes e não-residentes, mas prevê que a medida vai ser estendida a todos, caso a situação da epidemia se agrave. “Tento perceber é que esta medida é faseada. Toda a gente concorda que é preciso precaução nas entradas e saídas, inclusive com os residentes. Mas há que começar por algum lado e, como é óbvio, em Macau coloca-se os residentes em primeiro lugar”, afirmou.

A medida é igualmente apoiada por José Sales Marques, para quem o Governo teve em conta nesta decisão o impacto que os residentes de Macau que vivem em Zhuhai têm na economia da RAEM. “Parece-me que esta medida do Governo de ainda não impor uma quarentena a estes residentes, embora isso não seja posto de parte, é acertada”, opinou. “Não digo que os TNR não sejam importantes, obviamente que são, mas quando falamos de residentes de Macau estamos a falar de outro tipo de empregos e lugares que ocupam num serviço ou numa empresa”, considerou.

José Sales Marques avisou ainda contra uma eventual quarentena dos residentes a viver em Zhuhai: “Se o Governo, com a informação e avaliação do risco que tem, sente que a circulação dos residentes ainda é possível, então acho que deve ser mantida. Mas se, por outro motivo, passarem a considerar que não é possível a circulação desses residentes, não há nada que se possa fazer a não ser implementar”, reconheceu.

“Mas posso garantir que essa medida vai colocar muitos problemas no funcionamento normal de empresas, serviços públicos e outras instituições, como o próprio Instituto de Estudos Europeus”, avisou.

Elogio da transparência

Também consensual para Miguel de Senna Fernandes e José Sales Marques é o desempenho do Governo de Ho Iat Seng, principalmente pela forma como tem mostrado disponibilidade para comunicar e responder às perguntas sobre as diferentes decisões.

“O Governo está bastante bem. Sinto que em Macau há uma avaliação muito positiva, não só pela competência, que é muito importante, mas pelo bom senso. Há uma vontade de comunicar, que é fundamental. O que vemos é que as conferências de imprensa são diárias e, mesmo que não seja todos os dias, às vezes chegam a ter três secretários”, sublinhou Sales Marques. “É uma postura muito boa e isso dá confiança aos cidadãos. Vemos que o Governo está a seguir os acontecimentos ao segundo e a procurar as melhores soluções possíveis”, completou.

O modelo de abertura para enfrentar as questões foi igualmente elogiado por Senna Fernandes. “A imagem do Governo com a conferência de imprensa diária, sempre à mesma hora e com uma equipa para responder à imprensa, demonstra uma vontade de colaborar e estar sujeito a qualquer tipo de perguntas. Mostra-se tudo o que se sabe sobre o coronavírus”, considerou. “Há uma imagem de transparência a 100 por cento”, apontou.

O advogado sublinhou ainda a coragem nas medidas adoptadas, que se reflectiram no encerramento dos casinos. “Tem sido adoptada uma atitude muito frontal e corajosa. E é isso que é preciso num Chefe do Executivo. Acho que isso ficou bem visto com a paragem do jogo”, opinou. “O jogo é o coração da economia de Macau, quando pára o jogo pára a economia e pára tudo. E ter uma posição tão firme face ao encerramento dos casinos exige muita coragem, porque todos percebemos que há muita coisa que está em jogo, nos aspectos financeiros, laborais, sociais. […] E essa atitude aconteceu e não foi contrariada, pelo contrário toda a gente concordou”, completou.

19 Fev 2020

Quarentena | Tratamento diferenciado para residentes em Zhuhai visto como aceitável

O diferente impacto para a economia de trabalhadores residentes e não-residentes e a protecção dos locais fazem com que a decisão de limitar a quarentena aos TNR seja encarada por José Sales Marques e Miguel de Senna Fernandes como acertada, nesta fase

 
[dropcap]A[/dropcap] partir de amanhã entra em vigor o regime de quarentena obrigatória de 14 dias para os trabalhadores não-residentes (TNR) que tentem entrar em Macau vindos do Interior da China. A medida deixa de fora os residentes que vivem em Zhuhai e que todos os dias atravessam a fronteira, numa opção que é tida como compreensível para Miguel de Senna Fernandes, advogado e presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, e José Sales Marques, economista e presidente do Instituto de Estudos Europeus.
Ao HM, Miguel de Senna Fernandes admitiu ainda estar a “digerir” a diferenciação e admite mudar de opinião no futuro, à luz de novos factos, mas por enquanto aceita o tratamento diferenciado. “Não vou dramatizar e vou tentar evitar entrar na perspectiva da existência uma discriminação”, começou por ressalvar. “Mas acho que é preciso constatar que muitos trabalhadores não-residentes vivem em Zhuhai e em outras zonas do Interior. Por isso, são pessoas que muitas vezes estão fora do controlo sanitário de Macau. Por esta razão e por precaução foi tomada esta medida”, apontou.
Miguel de Senna Fernandes fala de realidades diferentes entre residentes e não-residentes, mas prevê que a medida vai ser estendida a todos, caso a situação da epidemia se agrave. “Tento perceber é que esta medida é faseada. Toda a gente concorda que é preciso precaução nas entradas e saídas, inclusive com os residentes. Mas há que começar por algum lado e, como é óbvio, em Macau coloca-se os residentes em primeiro lugar”, afirmou.
A medida é igualmente apoiada por José Sales Marques, para quem o Governo teve em conta nesta decisão o impacto que os residentes de Macau que vivem em Zhuhai têm na economia da RAEM. “Parece-me que esta medida do Governo de ainda não impor uma quarentena a estes residentes, embora isso não seja posto de parte, é acertada”, opinou. “Não digo que os TNR não sejam importantes, obviamente que são, mas quando falamos de residentes de Macau estamos a falar de outro tipo de empregos e lugares que ocupam num serviço ou numa empresa”, considerou.
José Sales Marques avisou ainda contra uma eventual quarentena dos residentes a viver em Zhuhai: “Se o Governo, com a informação e avaliação do risco que tem, sente que a circulação dos residentes ainda é possível, então acho que deve ser mantida. Mas se, por outro motivo, passarem a considerar que não é possível a circulação desses residentes, não há nada que se possa fazer a não ser implementar”, reconheceu.
“Mas posso garantir que essa medida vai colocar muitos problemas no funcionamento normal de empresas, serviços públicos e outras instituições, como o próprio Instituto de Estudos Europeus”, avisou.

Elogio da transparência

Também consensual para Miguel de Senna Fernandes e José Sales Marques é o desempenho do Governo de Ho Iat Seng, principalmente pela forma como tem mostrado disponibilidade para comunicar e responder às perguntas sobre as diferentes decisões.
“O Governo está bastante bem. Sinto que em Macau há uma avaliação muito positiva, não só pela competência, que é muito importante, mas pelo bom senso. Há uma vontade de comunicar, que é fundamental. O que vemos é que as conferências de imprensa são diárias e, mesmo que não seja todos os dias, às vezes chegam a ter três secretários”, sublinhou Sales Marques. “É uma postura muito boa e isso dá confiança aos cidadãos. Vemos que o Governo está a seguir os acontecimentos ao segundo e a procurar as melhores soluções possíveis”, completou.
O modelo de abertura para enfrentar as questões foi igualmente elogiado por Senna Fernandes. “A imagem do Governo com a conferência de imprensa diária, sempre à mesma hora e com uma equipa para responder à imprensa, demonstra uma vontade de colaborar e estar sujeito a qualquer tipo de perguntas. Mostra-se tudo o que se sabe sobre o coronavírus”, considerou. “Há uma imagem de transparência a 100 por cento”, apontou.
O advogado sublinhou ainda a coragem nas medidas adoptadas, que se reflectiram no encerramento dos casinos. “Tem sido adoptada uma atitude muito frontal e corajosa. E é isso que é preciso num Chefe do Executivo. Acho que isso ficou bem visto com a paragem do jogo”, opinou. “O jogo é o coração da economia de Macau, quando pára o jogo pára a economia e pára tudo. E ter uma posição tão firme face ao encerramento dos casinos exige muita coragem, porque todos percebemos que há muita coisa que está em jogo, nos aspectos financeiros, laborais, sociais. […] E essa atitude aconteceu e não foi contrariada, pelo contrário toda a gente concordou”, completou.

19 Fev 2020

TNR | Número de entradas aumenta após anúncio de medidas

Até às 16h de ontem tinham entrado quase tantos trabalhadores não-residentes em Macau como no dia anterior. A tendência deverá continuar durante o dia de hoje, prazo limite para que os TNR vindos do Interior entrem na RAEM sem serem obrigados a cumprir a uma quarentena de 14 dias

 

[dropcap]A[/dropcap]pós o anúncio das medidas de quarentena, entraram mais 5 mil trabalhadores não-residentes (TNR), o que representa um aumento de um terço, ou 33 por cento. Segundo os dados fornecidos ontem por Ma Chio Hong, chefe de Divisão de Operações e Comunicações do Corpo de Polícia de Segurança Pública, até às 16h00 de segunda-feira, antes do anúncio das medidas, tinham entrado no território 15 mil TNR. No entanto, ontem, pela mesma hora, o número já era de 20 mil TNR.

Ainda de acordo com os números apresentados pelo CPSP, o número de entradas de TNR, ontem pelas 16h00, já praticamente ultrapassava o valor total de segunda-feira, quando tinham entrado 21 mil TNR.

“Existe uma subida no número de entradas porque as empresas pararam o funcionamento e agora estão a regressar à actividade, não se deve apenas às medidas anunciadas ontem [segunda-feira], mas à reabertura das empresas”, afirmou Wong Kim Hong, chefe-substituto do Departamento para os Assuntos de Residência e Permanência do CPSP.

Ainda no mesmo período, em relação às saídas, também houve um aumento, mas a um ritmo mais lento. Assim, até às 16h00 tinham saído 4 mil TNR de Macau, número que subiu para 7,1 mil até às 16h00 de ontem.

Contudo, o CPSP negou que houvesse uma corrida às Portas do Cerco, como surgiu num vídeo a circular através das redes sociais: “Não houve uma grande concentração nas Portas do Cerco, como mostra um vídeo que anda a circular. Essas imagens foram gravadas noutro dia”, alertou Wong. “As pessoas podem acompanhar a situação das fronteiras através da aplicação do CPSP que tem imagens em tempo real da situação nas fronteiras”, foi acrescentado.

A partir da meia noite de amanhã, ou seja esta madrugada, entra em vigor a quarentena para todos os TNR que venham do Interior da China. O CPSP não tem uma estimativa para o número de entradas que se espera para o dia de hoje, mas garante que a situação vai ser acompanhada.

Pensões ilegais

Com a estadia em Macau de mais TNR, que precisam de alojamento, as autoridades prometem estar atentas ao fenómeno das pensões ilegais, assim como da conversão de edifícios industriais em dormitórios.

Em relação a esta questão, as autoridades prometem apertar a fiscalização, mas pedem aos residentes que denunciem as situações, caso tenham conhecimento das mesmas.

“Desde 27 de Janeiro que os Serviços de Polícia Unitários, o Corpo de Polícia de Segurança Pública e a Polícia Judiciária fizeram 441 operações sobre alojamento ilegal. Em 31 dos casos verificou-se suspeitas em fracções autónomas. Vamos continuar a fazer a fiscalização”, assegurou Wong Kim Hong. “Sabemos que os edifícios industriais têm uma finalidade que não é habitacional. Por isso, mesmo que não haja porteiros nesses espaços, pedimos aos residentes que denunciem as situações”, apelou.

 

8.750 patacas por quarentena

Os trabalhadores não-residentes (TNR) que tiverem estado nos últimos 14 dias no Interior e cumpram o período de quarentena em Macau vão ter de pagar 8.750 patacas, segundo a informação avançada ontem pelo Governo. O isolamento é feito no hotel Pousada Marina Infante, propriedade do deputado Vitor Cheung Lap Kwan e está arrendado para efeitos de quarentena desde que o surto do coronavírus chegou a Macau. Durante este período, segundo os números da Direcção de Serviços de Turismo, a taxa de ocupação dos hotéis que se mantiveram em funcionamento é de 16 por cento.

Votos de confiança

Ao contrário dos casinos, espaços como bares, discotecas, ginásios, entre outros, vão continuar proibidos de operar. A adopção de um critério diferente foi justificada por Inês Chan, representante da DST, com o facto de o Governo ter mais confiança nas concessionárias do jogo do que nas Pequenas e Médias Empresas. “A nossa decisão teve por base a capacidade de resposta a situações de risco e a competência para lidar com essas situações. Quando falamos das concessionárias são empresas que conhecemos muito bem e sobre quem temos todos os dados, por isso estão autorizadas a operar”, apontou. “Entre as Pequenas e Médias Empresas também há aquelas com capacidade de lidarem com situações de risco, mas nós temos menos informação sobre elas. Por isso nesta fase apenas vamos ter os casinos a funcionar”, justificou.

19 Fev 2020

TNR | Número de entradas aumenta após anúncio de medidas

Até às 16h de ontem tinham entrado quase tantos trabalhadores não-residentes em Macau como no dia anterior. A tendência deverá continuar durante o dia de hoje, prazo limite para que os TNR vindos do Interior entrem na RAEM sem serem obrigados a cumprir a uma quarentena de 14 dias

 
[dropcap]A[/dropcap]pós o anúncio das medidas de quarentena, entraram mais 5 mil trabalhadores não-residentes (TNR), o que representa um aumento de um terço, ou 33 por cento. Segundo os dados fornecidos ontem por Ma Chio Hong, chefe de Divisão de Operações e Comunicações do Corpo de Polícia de Segurança Pública, até às 16h00 de segunda-feira, antes do anúncio das medidas, tinham entrado no território 15 mil TNR. No entanto, ontem, pela mesma hora, o número já era de 20 mil TNR.
Ainda de acordo com os números apresentados pelo CPSP, o número de entradas de TNR, ontem pelas 16h00, já praticamente ultrapassava o valor total de segunda-feira, quando tinham entrado 21 mil TNR.
“Existe uma subida no número de entradas porque as empresas pararam o funcionamento e agora estão a regressar à actividade, não se deve apenas às medidas anunciadas ontem [segunda-feira], mas à reabertura das empresas”, afirmou Wong Kim Hong, chefe-substituto do Departamento para os Assuntos de Residência e Permanência do CPSP.
Ainda no mesmo período, em relação às saídas, também houve um aumento, mas a um ritmo mais lento. Assim, até às 16h00 tinham saído 4 mil TNR de Macau, número que subiu para 7,1 mil até às 16h00 de ontem.
Contudo, o CPSP negou que houvesse uma corrida às Portas do Cerco, como surgiu num vídeo a circular através das redes sociais: “Não houve uma grande concentração nas Portas do Cerco, como mostra um vídeo que anda a circular. Essas imagens foram gravadas noutro dia”, alertou Wong. “As pessoas podem acompanhar a situação das fronteiras através da aplicação do CPSP que tem imagens em tempo real da situação nas fronteiras”, foi acrescentado.
A partir da meia noite de amanhã, ou seja esta madrugada, entra em vigor a quarentena para todos os TNR que venham do Interior da China. O CPSP não tem uma estimativa para o número de entradas que se espera para o dia de hoje, mas garante que a situação vai ser acompanhada.

Pensões ilegais

Com a estadia em Macau de mais TNR, que precisam de alojamento, as autoridades prometem estar atentas ao fenómeno das pensões ilegais, assim como da conversão de edifícios industriais em dormitórios.
Em relação a esta questão, as autoridades prometem apertar a fiscalização, mas pedem aos residentes que denunciem as situações, caso tenham conhecimento das mesmas.
“Desde 27 de Janeiro que os Serviços de Polícia Unitários, o Corpo de Polícia de Segurança Pública e a Polícia Judiciária fizeram 441 operações sobre alojamento ilegal. Em 31 dos casos verificou-se suspeitas em fracções autónomas. Vamos continuar a fazer a fiscalização”, assegurou Wong Kim Hong. “Sabemos que os edifícios industriais têm uma finalidade que não é habitacional. Por isso, mesmo que não haja porteiros nesses espaços, pedimos aos residentes que denunciem as situações”, apelou.
 

8.750 patacas por quarentena

Os trabalhadores não-residentes (TNR) que tiverem estado nos últimos 14 dias no Interior e cumpram o período de quarentena em Macau vão ter de pagar 8.750 patacas, segundo a informação avançada ontem pelo Governo. O isolamento é feito no hotel Pousada Marina Infante, propriedade do deputado Vitor Cheung Lap Kwan e está arrendado para efeitos de quarentena desde que o surto do coronavírus chegou a Macau. Durante este período, segundo os números da Direcção de Serviços de Turismo, a taxa de ocupação dos hotéis que se mantiveram em funcionamento é de 16 por cento.

Votos de confiança

Ao contrário dos casinos, espaços como bares, discotecas, ginásios, entre outros, vão continuar proibidos de operar. A adopção de um critério diferente foi justificada por Inês Chan, representante da DST, com o facto de o Governo ter mais confiança nas concessionárias do jogo do que nas Pequenas e Médias Empresas. “A nossa decisão teve por base a capacidade de resposta a situações de risco e a competência para lidar com essas situações. Quando falamos das concessionárias são empresas que conhecemos muito bem e sobre quem temos todos os dados, por isso estão autorizadas a operar”, apontou. “Entre as Pequenas e Médias Empresas também há aquelas com capacidade de lidarem com situações de risco, mas nós temos menos informação sobre elas. Por isso nesta fase apenas vamos ter os casinos a funcionar”, justificou.

19 Fev 2020

Petição | Cerca de 400 condutores pedem ajuda a Ho Iat Seng

Um grupo de motoristas de autocarros de turismo fala em salários de 2 mil e 3 mil patacas e pede a Ho Iat Seng que sejam disponibilizados empréstimos sem juros para os profissionais do sector, numa altura em que o turismo entrou em crise devido ao Covid-19

 

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de motoristas de autocarros de turismo pediu a Ho Iat Seng que crie medidas de apoio aos profissionais do sector com empréstimos sem juros e antecipação dos pagamentos do subsídio do Regime de Previdência Central Não-Obrigatório. O pedido de auxílio foi entregue ontem, às 15h00, na sede do Chefe do Executivo, com a assistência do deputado José Pereira Coutinho.

De acordo com os representantes de um grupo de 400 profissionais do sector, há famílias em situação de carência, o que descrevem como “as ruas da amargura”. Uma das pessoas que assumiu a posição em que se encontra foi Wong Tim Iao, motorista que ficou desempregado na sequência do impacto do Covido-19 para o sector do turismo.

Ontem, em declarações aos jornalistas, Wong admitiu que está a viver à conta da mulher, que recebe um salário na indústria do jogo que ronda as 10 mil patacas, e ainda de empréstimos de amigos. Além de pagar uma renda de 7 mil patacas, tem ainda de cobrir os custos de educação do filho, de 3 anos, e da filha de 7 anos.

No entanto, a situação estende-se a outros profissionais, mesmo empregados. Isto porque a indústria pratica salários base de 2 mil a 3 mil patacas, com o restante a ser pago em função do número de turistas transportados. Como não há turistas a vir a Macau em número suficiente, os profissionais não conseguem ganhar mais do que o salário base.

Face a este cenário, o deputado José Pereira Coutinho voltou a apelar à revisão das leis laborais e à criação de um regime que permita uma lei dos sindicatos, assim como a negociação colectiva. No entanto, o deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), aponta que a prioridade é outra: “Neste momento os condutores não têm trabalho, mas têm família e despesas fixas, como as rendas. Dada a gravidade da situação entenderam vir ter directamente com o Chefe do Executivo porque cada dia que passa é mais um dia de sofrimento e menos um dia de apoio”, disse Coutinho, durante a entrega da petição. “A prioridades neste momento passa agora por encontrar uma solução para estas famílias”, acrescentou.

Seguros e férias

O problema em casa afecta principalmente os condutores dos autocarros de turismo, mas também há trabalhadores que conduzem shuttles dos casinos. Alguns deste terão ficado sem trabalho, mas o Governo anunciou o encerramento dos espaços de jogo.

Em relação às medidas para o sector, Wong Tim Iao queixou-se igualmente dos seguros praticados, que só cobrem despesas superiores a 50 mil patacas. Em caso de incidentes com um montante inferior são os condutores que têm de suportar os custos.

Por outro lado, outra das queixas do sector passa pelo facto de muitos condutores não terem contratos a tempo inteiro, mas apenas a tempo parcial, o que faz com que não tenham direito a férias nem subsídios por doença ou apoios de assistência médica.

18 Fev 2020

Petição | Cerca de 400 condutores pedem ajuda a Ho Iat Seng

Um grupo de motoristas de autocarros de turismo fala em salários de 2 mil e 3 mil patacas e pede a Ho Iat Seng que sejam disponibilizados empréstimos sem juros para os profissionais do sector, numa altura em que o turismo entrou em crise devido ao Covid-19

 
[dropcap]U[/dropcap]m grupo de motoristas de autocarros de turismo pediu a Ho Iat Seng que crie medidas de apoio aos profissionais do sector com empréstimos sem juros e antecipação dos pagamentos do subsídio do Regime de Previdência Central Não-Obrigatório. O pedido de auxílio foi entregue ontem, às 15h00, na sede do Chefe do Executivo, com a assistência do deputado José Pereira Coutinho.
De acordo com os representantes de um grupo de 400 profissionais do sector, há famílias em situação de carência, o que descrevem como “as ruas da amargura”. Uma das pessoas que assumiu a posição em que se encontra foi Wong Tim Iao, motorista que ficou desempregado na sequência do impacto do Covido-19 para o sector do turismo.
Ontem, em declarações aos jornalistas, Wong admitiu que está a viver à conta da mulher, que recebe um salário na indústria do jogo que ronda as 10 mil patacas, e ainda de empréstimos de amigos. Além de pagar uma renda de 7 mil patacas, tem ainda de cobrir os custos de educação do filho, de 3 anos, e da filha de 7 anos.
No entanto, a situação estende-se a outros profissionais, mesmo empregados. Isto porque a indústria pratica salários base de 2 mil a 3 mil patacas, com o restante a ser pago em função do número de turistas transportados. Como não há turistas a vir a Macau em número suficiente, os profissionais não conseguem ganhar mais do que o salário base.
Face a este cenário, o deputado José Pereira Coutinho voltou a apelar à revisão das leis laborais e à criação de um regime que permita uma lei dos sindicatos, assim como a negociação colectiva. No entanto, o deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), aponta que a prioridade é outra: “Neste momento os condutores não têm trabalho, mas têm família e despesas fixas, como as rendas. Dada a gravidade da situação entenderam vir ter directamente com o Chefe do Executivo porque cada dia que passa é mais um dia de sofrimento e menos um dia de apoio”, disse Coutinho, durante a entrega da petição. “A prioridades neste momento passa agora por encontrar uma solução para estas famílias”, acrescentou.

Seguros e férias

O problema em casa afecta principalmente os condutores dos autocarros de turismo, mas também há trabalhadores que conduzem shuttles dos casinos. Alguns deste terão ficado sem trabalho, mas o Governo anunciou o encerramento dos espaços de jogo.
Em relação às medidas para o sector, Wong Tim Iao queixou-se igualmente dos seguros praticados, que só cobrem despesas superiores a 50 mil patacas. Em caso de incidentes com um montante inferior são os condutores que têm de suportar os custos.
Por outro lado, outra das queixas do sector passa pelo facto de muitos condutores não terem contratos a tempo inteiro, mas apenas a tempo parcial, o que faz com que não tenham direito a férias nem subsídios por doença ou apoios de assistência médica.

18 Fev 2020

Covid-19 | Investigadora diz que isolamento pode originar conflitos familiares 

Loretta Lou, antropóloga, defende que a sociedade de Macau está mais unida no combate ao novo surto do coronavírus do que a de Hong Kong. O cumprimento das ordens para a população ficar em casa está a afectar mais as mulheres, podendo levar a conflitos familiares, alerta

 

[dropcap]A[/dropcap] antropóloga Loretta Lou defendeu à agência Lusa que a ‘clausura’ vivida em Macau por causo do surto do coronavírus Covid-19 parece estar a afectar mais as mulheres e pode provocar conflitos familiares.

“O que sabemos agora é que as mulheres parecem ser mais afectadas pela permanência do que os homens, pois são as únicas responsáveis pela culinária e pelo ensino em casa”, sublinhou a investigadora da Universidade de Macau (UM), especializada em meio ambiente, bem-estar, movimentos sociais, moralidade e ética.

Quanto a possíveis conflitos familiares, Lou sublinhou que “embora a permanência em casa possa significar mais tempo feliz e de qualidade para algumas famílias, os casais que lutam no seu relacionamento conjugal terão dificuldade em ficar num pequeno apartamento 24 horas por dia, sete dias por semana”.

A docente, doutorada em Oxford e que tem o foco de trabalho na China, incluindo Hong Kong, Macau e Taiwan, lembrou que neste cenário os conflitos não se resumem a marido e mulher, “mas também entre filhos e pais, com os sogros, etc”.

Algo que tem muito interesse em acompanhar quando a epidemia estiver sob controlo, de forma a poder responder, por exemplo, à questão se a permanência prolongada das famílias em casa precipitou o fenómeno de violência doméstica, apesar de não terem sido relatados casos nos ‘media’ e de, “em Macau, como em outros lugares, a violência doméstica ser considerada ‘vergonha doméstica’ que não deve ser divulgada”, frisou.

A “obediência” de Macau

Na mesma entrevista, Loretta Lou defendeu que “a atitude obediente” da população de Macau ficou expressa quando acatou o apelo para ficar em casa para combater o surto, o que contrasta com “a rebelião” de Hong Kong.

“Sendo elogiada como a ‘boa criança’ das duas regiões administrativas especiais, a atitude obediente dos cidadãos de Macau contrasta fortemente com a rebelião de Hong Kong”, concluiu a investigadora da UM.

Afinal, “quando o novo Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, instou a população de Macau a ficar em casa para ajudar a conter o vírus, a maioria das pessoas seguiu o conselho”.

A docente sublinhou que “naturalmente, isso também é possível pelo facto de a maioria das pessoas em Macau trabalhar na indústria de jogos”.

“Enquanto muitas pessoas em Hong Kong evitaram sair, outros que não podiam trabalhar tiveram de continuar a assegurar os negócios como sempre”, enquanto em Macau “quando os casinos estão fechados e muitas pessoas não têm motivos para deixar as suas casas”, frisou.

Em termos globais, analisou Loretta Lou, “a sociedade de Macau está unida na luta contra o Covid-19”. E o facto de “as pessoas estarem satisfeitas em geral com as respostas e medidas do Governo reforça o seu sentido de comunidade”, sustentou.

A antropóloga encontrou pelo menos uma excepção: “quando a primeira paciente que recebeu alta – uma chinesa do continente – deixou Macau sem pagar sua taxa de tratamento, a divisão entre residentes de Macau e os ‘free-riders’ do continente emergiu rapidamente”, numa alusão àqueles que beneficiam de recursos, bens ou serviços, sem pagar o custo do benefício.

A discussão pública e nas redes sociais surgiu quando a primeira paciente recebeu alta e saiu do território sem pagar o respectivo tratamento, um custo exigido a outros pacientes que, entretanto, tiveram alta.

Esta “é uma questão que o Governo de Macau precisa tratar delicadamente, trabalhando para encontrar um equilíbrio entre o sentido humanitário, a justiça e diplomacia”, defendeu.

18 Fev 2020

Covid-19 | Investigadora diz que isolamento pode originar conflitos familiares 

Loretta Lou, antropóloga, defende que a sociedade de Macau está mais unida no combate ao novo surto do coronavírus do que a de Hong Kong. O cumprimento das ordens para a população ficar em casa está a afectar mais as mulheres, podendo levar a conflitos familiares, alerta

 
[dropcap]A[/dropcap] antropóloga Loretta Lou defendeu à agência Lusa que a ‘clausura’ vivida em Macau por causo do surto do coronavírus Covid-19 parece estar a afectar mais as mulheres e pode provocar conflitos familiares.
“O que sabemos agora é que as mulheres parecem ser mais afectadas pela permanência do que os homens, pois são as únicas responsáveis pela culinária e pelo ensino em casa”, sublinhou a investigadora da Universidade de Macau (UM), especializada em meio ambiente, bem-estar, movimentos sociais, moralidade e ética.
Quanto a possíveis conflitos familiares, Lou sublinhou que “embora a permanência em casa possa significar mais tempo feliz e de qualidade para algumas famílias, os casais que lutam no seu relacionamento conjugal terão dificuldade em ficar num pequeno apartamento 24 horas por dia, sete dias por semana”.
A docente, doutorada em Oxford e que tem o foco de trabalho na China, incluindo Hong Kong, Macau e Taiwan, lembrou que neste cenário os conflitos não se resumem a marido e mulher, “mas também entre filhos e pais, com os sogros, etc”.
Algo que tem muito interesse em acompanhar quando a epidemia estiver sob controlo, de forma a poder responder, por exemplo, à questão se a permanência prolongada das famílias em casa precipitou o fenómeno de violência doméstica, apesar de não terem sido relatados casos nos ‘media’ e de, “em Macau, como em outros lugares, a violência doméstica ser considerada ‘vergonha doméstica’ que não deve ser divulgada”, frisou.

A “obediência” de Macau

Na mesma entrevista, Loretta Lou defendeu que “a atitude obediente” da população de Macau ficou expressa quando acatou o apelo para ficar em casa para combater o surto, o que contrasta com “a rebelião” de Hong Kong.
“Sendo elogiada como a ‘boa criança’ das duas regiões administrativas especiais, a atitude obediente dos cidadãos de Macau contrasta fortemente com a rebelião de Hong Kong”, concluiu a investigadora da UM.
Afinal, “quando o novo Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, instou a população de Macau a ficar em casa para ajudar a conter o vírus, a maioria das pessoas seguiu o conselho”.
A docente sublinhou que “naturalmente, isso também é possível pelo facto de a maioria das pessoas em Macau trabalhar na indústria de jogos”.
“Enquanto muitas pessoas em Hong Kong evitaram sair, outros que não podiam trabalhar tiveram de continuar a assegurar os negócios como sempre”, enquanto em Macau “quando os casinos estão fechados e muitas pessoas não têm motivos para deixar as suas casas”, frisou.
Em termos globais, analisou Loretta Lou, “a sociedade de Macau está unida na luta contra o Covid-19”. E o facto de “as pessoas estarem satisfeitas em geral com as respostas e medidas do Governo reforça o seu sentido de comunidade”, sustentou.
A antropóloga encontrou pelo menos uma excepção: “quando a primeira paciente que recebeu alta – uma chinesa do continente – deixou Macau sem pagar sua taxa de tratamento, a divisão entre residentes de Macau e os ‘free-riders’ do continente emergiu rapidamente”, numa alusão àqueles que beneficiam de recursos, bens ou serviços, sem pagar o custo do benefício.
A discussão pública e nas redes sociais surgiu quando a primeira paciente recebeu alta e saiu do território sem pagar o respectivo tratamento, um custo exigido a outros pacientes que, entretanto, tiveram alta.
Esta “é uma questão que o Governo de Macau precisa tratar delicadamente, trabalhando para encontrar um equilíbrio entre o sentido humanitário, a justiça e diplomacia”, defendeu.

18 Fev 2020

MICE | Empresário diz que “situação é dramática” na área dos eventos 

[dropcap]M[/dropcap]al regressara de férias no início deste ano, Bruno Simões foi ‘atropelado’ pelas más notícias: as suas empresas de eventos de Macau estavam ‘infectadas’ pela paralisação da indústria turística e perdera todos os contratos até Abril.

Com o fecho dos casinos na capital mundial do jogo, com a paralisação da economia e com o mercado chinês turístico ‘contaminado’ pelo coronavírus Covid-19, “a situação é dramática”, desabafou. “Até no Vietname cancelaram coisas para Abril”, disse à agência Lusa.

À semelhança do Governo de Macau, que enviou alunos e funcionários públicos para casa, que trabalham à distância, Bruno Simões foi obrigado a tomar medidas excepcionais na DOC DMC e na SmallWORLD Experience.

“Teve de se mandar as pessoas já para casa até Abril e negociámos um mês de licença sem vencimento com os funcionários, com a esperança ainda de que a partir de Março as coisas animem”, explicou.

Com escritório também na vizinha cidade chinesa de Zhuhai, numa província que tem sido uma das mais afectadas pelo surto em número de infectados, o negócio vive muito das multinacionais que trabalham na Ásia. Por ano organizavam cerca de duas centenas de eventos. Agora, sem trabalhos, sem conferências, sem eventos e com encargos mensais fixos na ordem das 300 mil patacas, a esperança é que em Abril ou Maio “as empresas, que têm os seus calendários e têm de os executar” consigam devolver algum oxigénio à indústria.

Até lá, precisamente para acudir a pequenas e médias empresas como aquelas geridas pelo português, o Governo de Macau anunciou na quinta-feira benefícios fiscais e empréstimos bonificados, bem como apoios financeiros e sociais para a população no valor de 20 mil milhões de patacas.

Reacção imediata

“O sector dos eventos das empresas é muito rápido na reacção”, para o bem e para o mal, salientou Bruno Simões. “As empresas não enviam os seus empregados para os eventos e os convidados também não vêm”, sublinhou, para concluir: “O medo é o pior que há”.

A retoma “vai acontecer, mas a que ritmo é que não se sabe”, afirmou, mostrando-se apreensivo com algumas notícias mais recentes do sector.

Enquanto isso, e mesmo fora da Ásia, foi cancelado o Mobile World Congress (MWC), a maior feira de telecomunicações móveis, cujo início estava previsto para dia 24, em Barcelona, precisamente perante as sucessivas desistências dos participantes face ao receio associado ao coronavírus.

E em Macau, por exemplo, a realização do Global Gaming Expo Asia (G2E Asia), o maior evento de jogo do continente asiático, que junta operadores, jogadores e empresários ligados ao sector, previsto para Maio, está depende da evolução do surto.

17 Fev 2020

MICE | Empresário diz que “situação é dramática” na área dos eventos 

[dropcap]M[/dropcap]al regressara de férias no início deste ano, Bruno Simões foi ‘atropelado’ pelas más notícias: as suas empresas de eventos de Macau estavam ‘infectadas’ pela paralisação da indústria turística e perdera todos os contratos até Abril.
Com o fecho dos casinos na capital mundial do jogo, com a paralisação da economia e com o mercado chinês turístico ‘contaminado’ pelo coronavírus Covid-19, “a situação é dramática”, desabafou. “Até no Vietname cancelaram coisas para Abril”, disse à agência Lusa.
À semelhança do Governo de Macau, que enviou alunos e funcionários públicos para casa, que trabalham à distância, Bruno Simões foi obrigado a tomar medidas excepcionais na DOC DMC e na SmallWORLD Experience.
“Teve de se mandar as pessoas já para casa até Abril e negociámos um mês de licença sem vencimento com os funcionários, com a esperança ainda de que a partir de Março as coisas animem”, explicou.
Com escritório também na vizinha cidade chinesa de Zhuhai, numa província que tem sido uma das mais afectadas pelo surto em número de infectados, o negócio vive muito das multinacionais que trabalham na Ásia. Por ano organizavam cerca de duas centenas de eventos. Agora, sem trabalhos, sem conferências, sem eventos e com encargos mensais fixos na ordem das 300 mil patacas, a esperança é que em Abril ou Maio “as empresas, que têm os seus calendários e têm de os executar” consigam devolver algum oxigénio à indústria.
Até lá, precisamente para acudir a pequenas e médias empresas como aquelas geridas pelo português, o Governo de Macau anunciou na quinta-feira benefícios fiscais e empréstimos bonificados, bem como apoios financeiros e sociais para a população no valor de 20 mil milhões de patacas.

Reacção imediata

“O sector dos eventos das empresas é muito rápido na reacção”, para o bem e para o mal, salientou Bruno Simões. “As empresas não enviam os seus empregados para os eventos e os convidados também não vêm”, sublinhou, para concluir: “O medo é o pior que há”.
A retoma “vai acontecer, mas a que ritmo é que não se sabe”, afirmou, mostrando-se apreensivo com algumas notícias mais recentes do sector.
Enquanto isso, e mesmo fora da Ásia, foi cancelado o Mobile World Congress (MWC), a maior feira de telecomunicações móveis, cujo início estava previsto para dia 24, em Barcelona, precisamente perante as sucessivas desistências dos participantes face ao receio associado ao coronavírus.
E em Macau, por exemplo, a realização do Global Gaming Expo Asia (G2E Asia), o maior evento de jogo do continente asiático, que junta operadores, jogadores e empresários ligados ao sector, previsto para Maio, está depende da evolução do surto.

17 Fev 2020

Função Pública | Serviços reabrem gradualmente a partir de hoje

Pode muito bem ser o primeiro sinal de regresso à normalidade em Macau. A partir de hoje, os serviços públicos voltam a abrir portas em regime de serviços mínimos e com medidas de controlo reforçadas. Quem quiser entrar terá de usar máscara e apresentar uma declaração de saúde

 

Com Lusa 

[dropcap]É[/dropcap] o primeiro passo para um regresso tímido a alguma normalidade. Os serviços públicos de Macau reabrem hoje com o objectivo de responder a algumas necessidades da população, depois de terem estado encerrados durante duas semanas, devido ao surto do novo tipo de coronavírus, baptizado de Covid- 19.

Contudo, no anúncio feito na passada sexta-feira pelos Serviços da Administração e Função Pública (SAFP), o Governo assegurou que apenas serão prestados serviços mínimos e básicos, sendo que o regresso ao trabalho da função pública vai ser alvo de muitas restrições para reduzir o risco de contágio do novo tipo de coronavírus.

Além do uso de máscara e de serem sujeitos a monitorização da temperatura corporal, vai ser exigido a quem recorrer aos serviços públicos, uma declaração de saúde electrónica que comprove que a pessoa não tem febre ou tosse. Caso contrário, as pessoas serão barradas à entrada.

A declaração não é um atestado médico, mas o mesmo documento que tem sido utilizado nos postos fronteiriços para entrar em Macau, sendo voluntário e passível de ser preenchido online através de um portal denominado “Sistema electrónico para Declaração de Saúde”. A declaração pode ser preenchida e apresentada no telemóvel, tendo apenas de ser feita no próprio dia pelo visitante.

Através de um comunicado oficial, o Governo alerta ainda que, apesar do regresso ao trabalho, “os serviços públicos irão reduzir (…) o número de balcões de atendimento e de pessoal”, apelando ao máximo para que os interessados contactem previamente os serviços, efectuem marcações prévias ou que evitem para já estes locais, se tal for possível. “As deslocações, durante este período, aos serviços públicos para tratamento de formalidades não urgentes ou desnecessárias devem ser evitadas”, pode ler-se na nota oficial.

Sobre o número de trabalhadores da Administração Pública que reiniciam hoje funções, o director dos SAFP, Kou Peng Kuan, não adiantou, segundo informações da TDM Rádio Macau, qualquer estimativa, tendo partilhado apenas que a decisão deve ser tomada de acordo com as necessidades de cada departamento.

Quando questionado se os funcionários públicos que vivem em Zhuhai também regressariam hoje ao trabalho, o responsável não negou essa eventualidade, afirmando, no entanto, que “não é aconselhável estarem na linha da frente”. “Vamos tentar evitar a prestação dos serviços desses trabalhadores que vivem em Zhuhai, para poder reduzir o risco de contacto com o público e outros trabalhadores”, disse o responsável de acordo com a mesma fonte.

Casinos na mira

A medida que obriga o público a preencher uma declaração de saúde deverá ser estendida ao sector privado, pelo menos foi isso que defendeu na passada sexta-feira, Leong Iek Hou, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças. De acordo com a mesma fonte, o responsável afirmou que os Serviços de Saúde (SS) já se encontram a desenvolver uma aplicação “que também pode vir a ser utilizada por empresas”.

Leong Iek Hou sugeriu mesmo que a medida seja aplicada a bancos, espaços nocturnos e casinos, quando estes reabrirem. Recorde-se que a abertura gradual dos serviços públicos acontece na mesma semana em que terminam os 15 dias decretados pelo Chefe do Executivo para o encerramento dos casinos. “Para os casinos sugerimos uma redução do número de trabalhadores em 50 por cento para evitar a concentração de pessoas”, afirmou Leong Iek Hou, de acordo com informações da TDM Rádio Macau.

Sobre a possível reabertura dos casinos terminado o prazo de encerramento decretado pelo Governo, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong referiu na passada quinta-feira que a decisão ainda não está tomada. “A suspensão terminará no dia 19 de Fevereiro, mas será prolongada ou não dependendo da decisão administrativa e também da avaliação do risco. Só se avaliarmos a situação como segura é que vamos abrir os estabelecimentos. Temos estado em comunicação estreita com as concessionárias e respectivas entidades.”

 

Sete serviços públicos abrem portas

Ao todo são sete os serviços públicos que irão prestar serviços essenciais a partir de hoje. Assim, no seguimento do anúncio feito pelo Governo é aconselhável que aqueles que tiverem de tratar de assuntos essenciais ou urgentes optem por efectuar marcações prévias através do telefone ou online:

Instituto para os Assuntos Municipais (IAM)

Direcção dos Serviços de Identificação (DSI)

Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ)

Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP)

Fundo de Pensões (FP)

Imprensa Oficial (IO)

Centro de Formação Jurídica e Judiciária

 

Sete mil já assinaram

Cerca de 7 mil residentes já assinaram entre as 09h00 e as 15h00 de ontem a declaração de saúde que permite a entradas nos serviços públicos, que voltam a reabrir esta manhã. Sem assinarem este documento de forma electrónica, as pessoas podem ser barradas à entrada. “A reacção das pessoas à medida é muita positiva. É uma declaração para todos os cidadãos e que até pode ser implementada para os hotéis e outros espaços”, afirmou ontem Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. Em relação ao facto de os funcionários dos serviços públicos terem de assinar a declaração, Leong afastou esse cenário e atirou a decisão para os directores e superiores de cada serviço.

17 Fev 2020

Função Pública | Serviços reabrem gradualmente a partir de hoje

Pode muito bem ser o primeiro sinal de regresso à normalidade em Macau. A partir de hoje, os serviços públicos voltam a abrir portas em regime de serviços mínimos e com medidas de controlo reforçadas. Quem quiser entrar terá de usar máscara e apresentar uma declaração de saúde

 
Com Lusa 
[dropcap]É[/dropcap] o primeiro passo para um regresso tímido a alguma normalidade. Os serviços públicos de Macau reabrem hoje com o objectivo de responder a algumas necessidades da população, depois de terem estado encerrados durante duas semanas, devido ao surto do novo tipo de coronavírus, baptizado de Covid- 19.
Contudo, no anúncio feito na passada sexta-feira pelos Serviços da Administração e Função Pública (SAFP), o Governo assegurou que apenas serão prestados serviços mínimos e básicos, sendo que o regresso ao trabalho da função pública vai ser alvo de muitas restrições para reduzir o risco de contágio do novo tipo de coronavírus.
Além do uso de máscara e de serem sujeitos a monitorização da temperatura corporal, vai ser exigido a quem recorrer aos serviços públicos, uma declaração de saúde electrónica que comprove que a pessoa não tem febre ou tosse. Caso contrário, as pessoas serão barradas à entrada.
A declaração não é um atestado médico, mas o mesmo documento que tem sido utilizado nos postos fronteiriços para entrar em Macau, sendo voluntário e passível de ser preenchido online através de um portal denominado “Sistema electrónico para Declaração de Saúde”. A declaração pode ser preenchida e apresentada no telemóvel, tendo apenas de ser feita no próprio dia pelo visitante.
Através de um comunicado oficial, o Governo alerta ainda que, apesar do regresso ao trabalho, “os serviços públicos irão reduzir (…) o número de balcões de atendimento e de pessoal”, apelando ao máximo para que os interessados contactem previamente os serviços, efectuem marcações prévias ou que evitem para já estes locais, se tal for possível. “As deslocações, durante este período, aos serviços públicos para tratamento de formalidades não urgentes ou desnecessárias devem ser evitadas”, pode ler-se na nota oficial.
Sobre o número de trabalhadores da Administração Pública que reiniciam hoje funções, o director dos SAFP, Kou Peng Kuan, não adiantou, segundo informações da TDM Rádio Macau, qualquer estimativa, tendo partilhado apenas que a decisão deve ser tomada de acordo com as necessidades de cada departamento.
Quando questionado se os funcionários públicos que vivem em Zhuhai também regressariam hoje ao trabalho, o responsável não negou essa eventualidade, afirmando, no entanto, que “não é aconselhável estarem na linha da frente”. “Vamos tentar evitar a prestação dos serviços desses trabalhadores que vivem em Zhuhai, para poder reduzir o risco de contacto com o público e outros trabalhadores”, disse o responsável de acordo com a mesma fonte.

Casinos na mira

A medida que obriga o público a preencher uma declaração de saúde deverá ser estendida ao sector privado, pelo menos foi isso que defendeu na passada sexta-feira, Leong Iek Hou, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças. De acordo com a mesma fonte, o responsável afirmou que os Serviços de Saúde (SS) já se encontram a desenvolver uma aplicação “que também pode vir a ser utilizada por empresas”.
Leong Iek Hou sugeriu mesmo que a medida seja aplicada a bancos, espaços nocturnos e casinos, quando estes reabrirem. Recorde-se que a abertura gradual dos serviços públicos acontece na mesma semana em que terminam os 15 dias decretados pelo Chefe do Executivo para o encerramento dos casinos. “Para os casinos sugerimos uma redução do número de trabalhadores em 50 por cento para evitar a concentração de pessoas”, afirmou Leong Iek Hou, de acordo com informações da TDM Rádio Macau.
Sobre a possível reabertura dos casinos terminado o prazo de encerramento decretado pelo Governo, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong referiu na passada quinta-feira que a decisão ainda não está tomada. “A suspensão terminará no dia 19 de Fevereiro, mas será prolongada ou não dependendo da decisão administrativa e também da avaliação do risco. Só se avaliarmos a situação como segura é que vamos abrir os estabelecimentos. Temos estado em comunicação estreita com as concessionárias e respectivas entidades.”
 

Sete serviços públicos abrem portas

Ao todo são sete os serviços públicos que irão prestar serviços essenciais a partir de hoje. Assim, no seguimento do anúncio feito pelo Governo é aconselhável que aqueles que tiverem de tratar de assuntos essenciais ou urgentes optem por efectuar marcações prévias através do telefone ou online:
Instituto para os Assuntos Municipais (IAM)
Direcção dos Serviços de Identificação (DSI)
Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ)
Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP)
Fundo de Pensões (FP)
Imprensa Oficial (IO)
Centro de Formação Jurídica e Judiciária
 

Sete mil já assinaram

Cerca de 7 mil residentes já assinaram entre as 09h00 e as 15h00 de ontem a declaração de saúde que permite a entradas nos serviços públicos, que voltam a reabrir esta manhã. Sem assinarem este documento de forma electrónica, as pessoas podem ser barradas à entrada. “A reacção das pessoas à medida é muita positiva. É uma declaração para todos os cidadãos e que até pode ser implementada para os hotéis e outros espaços”, afirmou ontem Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. Em relação ao facto de os funcionários dos serviços públicos terem de assinar a declaração, Leong afastou esse cenário e atirou a decisão para os directores e superiores de cada serviço.

17 Fev 2020

CPSP | Mais de 2 milhões de entradas e saída

[dropcap]E[/dropcap]ntre o dia 22 de Janeiro e 15 de Fevereiro, quando surgiu o alerta para a epidemia de Wuhan, mais de 2,08 milhões de pessoas entraram e saíram do território.

Os números foram fornecidos ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e representa uma quebra de 81 por cento face ao mesmo período do ano passado. Entre este número a quebra de turistas é mais representativa, e alcançou a proporção de 90 por cento.

17 Fev 2020

CPSP | Mais de 2 milhões de entradas e saída

[dropcap]E[/dropcap]ntre o dia 22 de Janeiro e 15 de Fevereiro, quando surgiu o alerta para a epidemia de Wuhan, mais de 2,08 milhões de pessoas entraram e saíram do território.
Os números foram fornecidos ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e representa uma quebra de 81 por cento face ao mesmo período do ano passado. Entre este número a quebra de turistas é mais representativa, e alcançou a proporção de 90 por cento.

17 Fev 2020

Covid-19 | Governo anunciou a recuperação de uma mãe e filho

Com os resultados apresentados ontem, sobem para cinco os casos curados na RAEM de pacientes infectados pelo coronavírus de Wuhan. Até agora, todos os recuperados são da província de Hubei, uma vez que os três casos locais continuam internados

 

[dropcap]O[/dropcap] número de infectados com o coronavírus e de recuperados no território subiu para cinco, após uma mãe, de 39 anos, e um filho, de 21 anos, terem tido alta. Nesta altura, permanecem cinco pessoas internadas devido ao vírus, entre as quais três residentes, e contabilizam-se cinco casos curados.

Apesar dos resultados positivos, ontem na conferência de imprensa, Lo Iek Lon, médico do Centro Hospitalar Conde São Januário, avisou que a epidemia ainda está longe de ter chegado ao fim e pediu às pessoas para ficarem em casa o maior tempo possível.

“O facto de não haver novos casos há 12 dias dá-nos grande satisfação. É o resultado das medidas do Governo e do esforço da população”, afirmou o médico. “Mas não podemos relaxar. As pessoas não devem ir jantar juntas e conviver porque há risco de contágio […] Às vezes parece que se fala como se a epidemia tivesse chegado ao fim. Mas não chegou ao fim”, acrescentou.

Em relação aos casos com alta ontem, ambos os pacientes estavam internados desde 25 de Janeiro, depois de terem chegado à RAEM no dia 21 do mesmo mês. A mãe foi a primeira a apresentar sintomas e acabou mesmo por ser internada, o que levou a que o filho também fosse, por ser uma pessoa de contacto próximo. Posteriormente, confirmou-se que ambos estavam infectados.

O tratamento dos dois casos cifrou-se em 43.400 patacas e 22.300 patacas, para mãe e filho, respectivamente, e o pagamento ficou adiado uma vez que os afectados não tinham dinheiro suficiente para efectuar o mesmo. Além disso, pediram para ser isentos das quantias em causa, tal como já havia acontecido com outras duas vítimas.

Até este momento, o hospital público apresentou uma despesa conjunta a todas as vítimas de 176,7 mil patacas, das quais apenas uma mulher fez o pagamento, no caso de 52 mil patacas. Os não-residentes pagam as despesas do hospital a dobrar, pelo que o valor verdadeiro das despesas de todas as afectadas foi de cerca de 88,4 mil patacas, até ao momento.

Quarentena para cruzeiros

Além dos cinco casos recuperados, há outros cinco internados, entre os quais três residentes. Ontem, Lo Iek Lon afirmou que entre as pessoas internadas houve uma situação mais grave, que precisou de assistência para respirar, mas que mesmo assim as autoridade estão confiantes que todos vão ter alta.

Já em relação aos residentes de Macau que se encontram em cruzeiros infectados como o Diamond Princess, no Japão, e o Westerdam, que está atracado no Camboja, estes terão de cumprir um isolamento de 14 dias assim que regressarem à RAEM.

“Todos os residentes de Macau que estiverem nesses cruzeiros vão ter de cumprir um período de 14 dias de quarentena”, explicou Inês Chan, Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

Segundo os números do Executivo, neste momento há dois passageiros no Westerdam e cinco no Diamond Princess. A forma como vão regressar à RAEM ainda não é conhecida, mas será revelada posteriormente.

Mais de 14 milhões de máscaras

Outro dos assuntos abordados durante a conferência de imprensa diária sobre a epidemia, foi a situação da venda de máscaras.

Segundo o números revelados por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença: “Nesta terceira fase de venda de máscaras, que ainda está em curso, já vendemos cerca de quatro milhões de máscaras. No total vendemos 14,6 milhões de máscaras, desde o início da venda”, revelou.

Por outro lado, há ainda máscaras em stock e mais deverão ser recebidas. Porém, o Executivo não sabe se serão suficientes para garantir uma quarta e quinta fases da venda. “Temos encomendas feitas, mas as máscaras ainda não chegaram. Do nosso lado a aquisição de máscaras nunca parou”, disse Leong. “Quanto a uma quarta ronda vamos ter em conta o desenvolvimento da situação, mas haverá uma comunicação atempada”, indicou.

Mesmo se uma quarta fase não está garantida, para já o Executivo sublinha que as diferentes entidades podem impedir a entrada em espaços fechados, se as pessoas não estiverem a utilizar a máscara. “O responsável por uma entidade pode impedir a entrada das pessoas sem máscara em espaços fechados”, vincou.

17 Fev 2020

Covid-19 | Governo anunciou a recuperação de uma mãe e filho

Com os resultados apresentados ontem, sobem para cinco os casos curados na RAEM de pacientes infectados pelo coronavírus de Wuhan. Até agora, todos os recuperados são da província de Hubei, uma vez que os três casos locais continuam internados

 
[dropcap]O[/dropcap] número de infectados com o coronavírus e de recuperados no território subiu para cinco, após uma mãe, de 39 anos, e um filho, de 21 anos, terem tido alta. Nesta altura, permanecem cinco pessoas internadas devido ao vírus, entre as quais três residentes, e contabilizam-se cinco casos curados.
Apesar dos resultados positivos, ontem na conferência de imprensa, Lo Iek Lon, médico do Centro Hospitalar Conde São Januário, avisou que a epidemia ainda está longe de ter chegado ao fim e pediu às pessoas para ficarem em casa o maior tempo possível.
“O facto de não haver novos casos há 12 dias dá-nos grande satisfação. É o resultado das medidas do Governo e do esforço da população”, afirmou o médico. “Mas não podemos relaxar. As pessoas não devem ir jantar juntas e conviver porque há risco de contágio […] Às vezes parece que se fala como se a epidemia tivesse chegado ao fim. Mas não chegou ao fim”, acrescentou.
Em relação aos casos com alta ontem, ambos os pacientes estavam internados desde 25 de Janeiro, depois de terem chegado à RAEM no dia 21 do mesmo mês. A mãe foi a primeira a apresentar sintomas e acabou mesmo por ser internada, o que levou a que o filho também fosse, por ser uma pessoa de contacto próximo. Posteriormente, confirmou-se que ambos estavam infectados.
O tratamento dos dois casos cifrou-se em 43.400 patacas e 22.300 patacas, para mãe e filho, respectivamente, e o pagamento ficou adiado uma vez que os afectados não tinham dinheiro suficiente para efectuar o mesmo. Além disso, pediram para ser isentos das quantias em causa, tal como já havia acontecido com outras duas vítimas.
Até este momento, o hospital público apresentou uma despesa conjunta a todas as vítimas de 176,7 mil patacas, das quais apenas uma mulher fez o pagamento, no caso de 52 mil patacas. Os não-residentes pagam as despesas do hospital a dobrar, pelo que o valor verdadeiro das despesas de todas as afectadas foi de cerca de 88,4 mil patacas, até ao momento.

Quarentena para cruzeiros

Além dos cinco casos recuperados, há outros cinco internados, entre os quais três residentes. Ontem, Lo Iek Lon afirmou que entre as pessoas internadas houve uma situação mais grave, que precisou de assistência para respirar, mas que mesmo assim as autoridade estão confiantes que todos vão ter alta.
Já em relação aos residentes de Macau que se encontram em cruzeiros infectados como o Diamond Princess, no Japão, e o Westerdam, que está atracado no Camboja, estes terão de cumprir um isolamento de 14 dias assim que regressarem à RAEM.
“Todos os residentes de Macau que estiverem nesses cruzeiros vão ter de cumprir um período de 14 dias de quarentena”, explicou Inês Chan, Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo (DST).
Segundo os números do Executivo, neste momento há dois passageiros no Westerdam e cinco no Diamond Princess. A forma como vão regressar à RAEM ainda não é conhecida, mas será revelada posteriormente.

Mais de 14 milhões de máscaras

Outro dos assuntos abordados durante a conferência de imprensa diária sobre a epidemia, foi a situação da venda de máscaras.
Segundo o números revelados por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença: “Nesta terceira fase de venda de máscaras, que ainda está em curso, já vendemos cerca de quatro milhões de máscaras. No total vendemos 14,6 milhões de máscaras, desde o início da venda”, revelou.
Por outro lado, há ainda máscaras em stock e mais deverão ser recebidas. Porém, o Executivo não sabe se serão suficientes para garantir uma quarta e quinta fases da venda. “Temos encomendas feitas, mas as máscaras ainda não chegaram. Do nosso lado a aquisição de máscaras nunca parou”, disse Leong. “Quanto a uma quarta ronda vamos ter em conta o desenvolvimento da situação, mas haverá uma comunicação atempada”, indicou.
Mesmo se uma quarta fase não está garantida, para já o Executivo sublinha que as diferentes entidades podem impedir a entrada em espaços fechados, se as pessoas não estiverem a utilizar a máscara. “O responsável por uma entidade pode impedir a entrada das pessoas sem máscara em espaços fechados”, vincou.

17 Fev 2020

Covid-19 | Mais dois pacientes com alta em Macau

[dropcap]D[/dropcap]ois casos confirmados de coronavírus Covid-19 em Macau tiveram hoje alta hospitalar, anunciaram os Serviços de Saúde locais em conferência de imprensa.

Os dois pacientes, quarto e sextos casos importados registados no território, são uma mulher de 39 anos residente em Wuhan e o filho de 15 anos. A mulher tinha dado entrada no Centro Hospitalar Conde S. Januário (CHCSJ) em 25 de Janeiro. O sexto caso foi anunciado no dia 27 de Janeiro. Dos 10 casos registados em Macau, metade já teve alta, continuando internadas outras cinco pessoas.

O território conta ainda 1.345 casos suspeitos e 1.325 casos excluídos, com 10 à espera de resultados de análises, disse o médico adjunto da direção do CHCSJ, Lo Iek Long.

Além destes, 41 pessoas saíram do isolamento, acrescentou o responsável, no 12.º dia sem novos casos no território. “Estamos muito confiantes em que todos os pacientes terão alta”, afirmou Lo Iek Long.

Já a responsável dos Serviços de Turismo, Inês Chan, indicou que os sete residentes de Macau em navios de cruzeiros, no Camboja e no Japão, vão ficar sob quarentena de 14 dias quando regressarem ao território.

Dois residentes estão no navio Westerdam, no Camboja, e cinco no Diamond Princess, no Japão. Neste último, foram já detetadas 355 pessoas infectadas com o coronavírus Covid-19. Os cinco residentes que estavam no Diamond Princess chegam a Macau no dia 19 de Fevereiro, indicou.

Na conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) indicou que entre 27 de Janeiro e sábado passaram pelas fronteiras de Macau 2,08 milhões de pessoas, o que representa uma queda de 81% comparativamente a igual período do ano anterior.

As entradas de turistas caíram cerca de 90%, adiantou o responsável do CPSP, Lei Tak Fai. As autoridades de Macau reiteraram o apelo à população para que se mantenha em casa e evite a concentração de pessoas, sublinhando que “a vida normal ainda não regressou e a epidemia ainda não terminou”.

O número de mortes na China causadas pelo coronavírus subiu para 1.665, depois de a Comissão Nacional de Saúde daquele país ter anunciado hoje mais 142 casos fatais nas últimas 24 horas.

Já o número de infectados na China continental (que exclui Macau e Hong Kong) é agora de 68.500, verificando-se um aumento de 2.009 casos nas últimas 24 horas.

Com estes números, o total de mortes a nível mundial é de 1.669. Além dos 1.665 mortos na China continental, há a registar um morto na região especial administrativa chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão e um em França.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

Em Portugal, surgiram até agora sete situações suspeitas, mas nenhum caso se confirmou. Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há 44 casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.

16 Fev 2020

Covid-19 | Mais dois pacientes com alta em Macau

[dropcap]D[/dropcap]ois casos confirmados de coronavírus Covid-19 em Macau tiveram hoje alta hospitalar, anunciaram os Serviços de Saúde locais em conferência de imprensa.
Os dois pacientes, quarto e sextos casos importados registados no território, são uma mulher de 39 anos residente em Wuhan e o filho de 15 anos. A mulher tinha dado entrada no Centro Hospitalar Conde S. Januário (CHCSJ) em 25 de Janeiro. O sexto caso foi anunciado no dia 27 de Janeiro. Dos 10 casos registados em Macau, metade já teve alta, continuando internadas outras cinco pessoas.
O território conta ainda 1.345 casos suspeitos e 1.325 casos excluídos, com 10 à espera de resultados de análises, disse o médico adjunto da direção do CHCSJ, Lo Iek Long.
Além destes, 41 pessoas saíram do isolamento, acrescentou o responsável, no 12.º dia sem novos casos no território. “Estamos muito confiantes em que todos os pacientes terão alta”, afirmou Lo Iek Long.
Já a responsável dos Serviços de Turismo, Inês Chan, indicou que os sete residentes de Macau em navios de cruzeiros, no Camboja e no Japão, vão ficar sob quarentena de 14 dias quando regressarem ao território.
Dois residentes estão no navio Westerdam, no Camboja, e cinco no Diamond Princess, no Japão. Neste último, foram já detetadas 355 pessoas infectadas com o coronavírus Covid-19. Os cinco residentes que estavam no Diamond Princess chegam a Macau no dia 19 de Fevereiro, indicou.
Na conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) indicou que entre 27 de Janeiro e sábado passaram pelas fronteiras de Macau 2,08 milhões de pessoas, o que representa uma queda de 81% comparativamente a igual período do ano anterior.
As entradas de turistas caíram cerca de 90%, adiantou o responsável do CPSP, Lei Tak Fai. As autoridades de Macau reiteraram o apelo à população para que se mantenha em casa e evite a concentração de pessoas, sublinhando que “a vida normal ainda não regressou e a epidemia ainda não terminou”.
O número de mortes na China causadas pelo coronavírus subiu para 1.665, depois de a Comissão Nacional de Saúde daquele país ter anunciado hoje mais 142 casos fatais nas últimas 24 horas.
Já o número de infectados na China continental (que exclui Macau e Hong Kong) é agora de 68.500, verificando-se um aumento de 2.009 casos nas últimas 24 horas.
Com estes números, o total de mortes a nível mundial é de 1.669. Além dos 1.665 mortos na China continental, há a registar um morto na região especial administrativa chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão e um em França.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Em Portugal, surgiram até agora sete situações suspeitas, mas nenhum caso se confirmou. Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há 44 casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.

16 Fev 2020

Jogo | Receitas líquidas da MGM sobem 19 por cento em 2019

[dropcap]A[/dropcap] operadora de jogo MGM China, com dois casinos em Macau, anunciou uma receita líquida em 2019 de 2,9 mil milhões de dólares americanos mais 19 por cento em comparação com 2018.

Em destaque estão os resultados do MGM Cotai, a funcionar desde Fevereiro de 2018, responsável por uma receita de 1,326 mil milhões de dólares americanos em 2019, quase o dobro do montante arrecadado em 2018.

Já o MGM Macau registou 1,578 mil milhões de dólares americanos em 2019, o que representa uma perda nas receitas homólogas. Em 2018 tinha alcançado 1,721 mil milhões de dólares.

O grupo registou um EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de cerca de 735 milhões de dólares americanos em 2019, em comparação com os 574 milhões de dólares registados em 2018.

No mesmo comunicado, o grupo disse ter registado no último trimestre de 2019, um aumento de 6 por cento na receita líquida, fixando-se em 727 milhões de dólares americanos.

No quarto trimestre do ano, o MGM China aumentou em 31 por cento as receitas obtidas através do jogo de massas e uma diminuição de 20 por cento nas receitas do jogo VIP (grandes apostas), devido à “redução de 33 por cento no volume de negócios no MGM Macau”.

No mesmo período em análise, o EBITDA ajustado aumentou 10 por cento, registando 185 milhões de dólares.

Difíceis previsões

A MGM China, admitiu também prejuízos no jogo em Macau durante o primeiro trimestre “e, potencialmente, depois disso”, bem como no mercado dos EUA, devido ao surto do coronavírus Covid-19.

“Esperamos que o impacto possa ter impacto material nos resultados operacionais da MGM China no primeiro trimestre de 2020 e, potencialmente, depois disso”, indicou em comunicado a empresa, que, tal como todos os outros casinos em Macau, fechou as salas de jogo a 5 de Janeiro, a pedido do Governo local.

“Embora o surto tenha sido amplamente concentrado na China, na medida em que o vírus afecta a disposição ou capacidade dos clientes de viajar para as propriedades da empresa [mãe] nos Estados Unidos (devido a restrições de viagem ou de outra forma), os resultados domésticos das operações da companhia também podem ter um impacto negativo”, pode ler-se na mesma nota.

A MGM China sublinhou que “é actualmente incapaz de prever a duração da interrupção dos negócios em Macau, se a suspensão das operações vai continuar para além do período de 15 dias ou o impacto da redução de fluxo de clientes”.

14 Fev 2020