Tribunal de Zhuhai condena activista pelos direitos humanos a dois anos de prisão

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou o activista pelos direitos humanos Zhen Jianghua a dois anos de prisão por “incitar à subversão contra o poder do Estado”, informou ontem a organização não-governamental Amnistia Internacional (AI). O Tribunal Popular Intermédio da cidade de Zhuhai proferiu a sentença no final do mês passado.

Os julgamentos de activistas na China decorrem muitas vezes durante o período de Natal e Ano Novo, quando muitos diplomatas ocidentais e jornalistas se encontram de férias. Zhen, que tem uma década de experiência a trabalhar com comunidades marginalizadas do país asiático, é o fundador do portal “Human Rights Campaign in China”.

A AI informou ainda que o julgamento do activista de 33 anos decorreu à porta fechada, “o que gera sérias dúvidas sobre o seu direito a um julgamento justo”. Segundo a organização, Zhen foi condenado “apenas por exercer o seu direito à liberdade de expressão e associação”.

O activista lançou ainda uma campanha contra a censura na China e apoiou a educação e conscientização sobre o vírus da Sida. Zhen foi detido em 1 de Setembro de 2017 e posteriormente mantido num local secreto. Em 28 de Março foi formalmente acusado de “incitar a subversão contra o Estado”.

Aquele crime é frequentemente usado pela justiça chinesa contra dissidentes, activistas e advogados dos direitos humanos. Durante a actual liderança do actual Presidente chinês, Xi Jinping, as autoridades reforçaram o controlo de académicos, advogados e jornalistas, segundo organizações não-governamentais.

8 Jan 2019

Hong Kong escolhe defensor do diálogo China-Vaticano como bispo

[dropcap]O[/dropcap] líder da diocese católica de Hong Kong, o cardeal já reformado John Tong, será o administrador interino da Igreja no território, bloqueando desta forma a sucessão do bispo mais importante, crítico de Pequim. O anúncio foi feito ontem pela diocese, depois da morte do bispo Michael Yeung na semana passada.

A Santa Sé está disponível para uma reaproximação a Pequim, mas o bispo Joseph Ha é considerado demasiado directo para ser aceite como sucessor. O cardeal Tong, no entanto, tem defendido o diálogo entre a China e o Vaticano.

Alguns bispos de Hong Kong, como Ha, são forças morais politicamente activas, defendendo frequentemente a luta pró-democracia numa diocese com mais de 500.000 católicos. Tong, de 79 anos deixou o cargo de chefe da diocese em 2017.

8 Jan 2019

China alarga rede ferroviária em novo esforço para estimular economia

[dropcap]A[/dropcap] China aprovou a construção de novas linhas ferroviárias, com um orçamento superior ao equivalente a mais de 110 mil milhões de euros, parte do esforço para contrariar o abrandamento registado em vários indicadores económicos.

Desde 5 de Dezembro, a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento aprovou a expansão da rede ferroviária em oito cidades e regiões do país, segundo um comunicado do organismo máximo chinês encarregado da planificação económica.

A decisão surge numa altura em que vários indicadores da segunda maior economia mundial registam os valores mais baixos em vários meses ou anos e de tensões comerciais com os Estados Unidos.

Pequim e Washington aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um dos países.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, exige que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as firmas do país em importantes atores em actividades de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas.

O Banco do Povo Chinês (banco central) realizou na semana passada a maior injeção de liquidez no mercado este ano, ao reduzir a quantidade de dinheiro que os bancos têm que manter como reservas.

Em 2019, a China planeia expandir a sua rede ferroviária em 6.800 quilómetros, um aumento de 40%, face ao ano passado, anunciou na semana passada a China Railway, entidade que opera as ferrovias do país. Os planos incluem uma expansão da rede ferroviária de alta velocidade em 3.200 quilómetros.

A rede ferroviária de alta velocidade da China, construída ao longo da última década, compõe já dois terços do total do mundo.

O renovado ímpeto do investimento público contrasta com os esforços de Pequim, ao longo de 2018, de contrariar o aumento do endividamento público, depois de uma década em que a dívida do país quase duplicou, face a um modelo económico assente na construção e investimento, que permitiu ao país contornar a crise financeira global.

Nos últimos dez anos, quando as economias desenvolvidas estagnaram, o país asiático construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, mais de oitenta aeroportos e dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média chinesa em centenas de milhões de pessoas.

Contudo, a redução gradual da dívida coincidiu com uma redução do ritmo de crescimento económico. No mês passado, a actividade da indústria manufactureira da China contraiu-se pela primeira vez em 19 meses.

Em Novembro, os lucros da indústria na China registaram a primeira queda homóloga, de 1,8%, desde Dezembro de 2015, enquanto as vendas a retalho, o principal indicador do consumo privado, recuou para 8,1%, o ritmo mais lento desde Maio de 2003.

A multinacional de serviços bancários ING prevê que Pequim liberte quatro biliões de yuan, este ano, em estímulos económicos.

“Apesar de parte do estímulo fiscal destinar-se ao pagamento de dívida e refinanciamento de empréstimos, o restante vai ser gasto em infra-estrutura, que irá suportar a actividade manufactureira, mesmo que a guerra comercial continue a escalar”, afirmou Iris Pang, o economista-chefe do banco com sede em Amesterdão.

Entre os projectos aprovados, Xangai vai acrescentar seis novas linhas de metro e três linhas ferroviárias interurbanas, enquanto a cidade de Wuhan, no centro da China, vai construir quatro linhas de metro e quatro linhas interurbanas.

A província de Jiangsu, na costa leste da China, vai construir também várias linhas ferroviárias interurbanas, visando conectar os principais centros urbanos com outras partes.

7 Jan 2019

Saudita detida na Tailândia arrisca deportação quando procurava refúgio na Austrália

[dropcap]U[/dropcap]ma jovem saudita, detida no domingo no aeroporto de Banguecoque, na Tailândia, arrisca a deportação quando procurava chegar à Austrália para pedir asilo.

Rahaf Mohammed Al-Qunum, de 18 anos, lançou pedidos de ajuda, exigiu encontrar-se com representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), num momento em que foi lançada uma petição e um apelo à sua libertação pela organização não-governamental Human Rights Watch (HRW).

“Eu não vou sair do meu quarto até me encontrar com o ACNUR”, garantiu a saudita de 18 anos, num vídeo publicado hoje na rede social Twitter, onde se barricou no quarto de hotel no aeroporto.

A representação em Banguecoque do ACNUR confirmou à agência de notícias France-Presse (AFP) que está a tentar estabelecer contacto com a jovem de 18 anos “para avaliar a sua necessidade de protecção internacional”.

A imigração tailandesa, por sua vez, garantiu que a jovem “aguardava embarque” para o Kuwait e, depois, para a Arábia Saudita. “Ela mesma comprou uma passagem de avião, está à espera para embarcar”, disse à AFP o chefe da imigração tailandesa, Surachet Hapkarn.

Contudo, na conta do Twitter, hoje de manhã, a jovem assegurava encontrar-se ainda no quarto do hotel: “Eu apelo a todos que se encontrem na zona de trânsito em Banguecoque a protestarem contra a minha expulsão”, escreveu.

Rahaf Mohammed Al-Qunun teme o regresso à Arábia Saudita. “Tenho 100% de certeza de que eles me vão matar assim que eu sair de uma prisão saudita”, disse à AFP.

“Rahaf está em grande risco se for forçada a voltar para a Arábia Saudita, deve ter permissão para se reunir com o ACNUR e iniciar um procedimento de asilo”, disse Phil Robertson, representante na Ásia da HRW.

A HRW informou que a jovem fez escala em Banguecoque, quando procurava chegar à Austrália para ali pedir asilo, garantindo ter um visto de entrada naquele país. A embaixada australiana não respondeu aos contactos efetuados pela AFP. A imigração tailandesa garante que esta está a tentar fugir de um casamento arranjado.

Em Abril de 2017, o destino de outra mulher saudita, Dina Ali Lasloum, de 24 anos, que havia sido detida enquanto viajava pelas Filipinas para Sydney, já levantara preocupações à HRW. A jovem tentava fugir de um casamento arranjado.

A embaixada da Arábia Saudita em Manila descreveu o incidente como um assunto de família e assegurou que a jovem tinha “voltado para casa com a sua família”.

A Arábia Saudita é conhecida pelas restrições impostas às mulheres. Em particular, estão sujeitas à tutela de um homem (pai, marido ou outro, conforme o caso) que exerce autoridade sobre as mesmas e toma as decisões importantes em seu nome.

Uma mulher que tenha cometido um crime “moral” pode ser punida violentamente pela sua família e, nos casos denominados como de “crime de honra”, ser inclusive morta.

7 Jan 2019

Rei da Malásia abdica inesperadamente depois de apenas dois anos no trono

[dropcap]O[/dropcap] rei da Malásia, Muhammad V, abdicou ontem inesperadamente, depois de dois no trono, sem que tenha sido adiantada a razão para a resignação do mais novo monarca do país muçulmano do sudeste asiático.

O palácio da monarquia constitucional da Malásia revelou que o sultão Muhammad V, eleito em Dezembro de 2016 entre os governantes hereditários dos nove Estados malaios em cada cinco anos, decidiu abdicar imediatamente, quando ainda lhe faltavam cumprir mais três anos de reinado.

“Sua majestade, 15.º rei, resignou. Decisão entra em vigor em 6 de Janeiro”, revelou comunicado do palácio real.

Muhammad V protagoniza a primeira resignação de um rei na história da Malásia, que se tornou independente do Reino Unido em Agosto de 1957. Muhammad V pertence ao Estado de Kelantan, no nordeste da Malásia.

Na semana passada, circularam rumores de nova ausência do monarca, de 49 anos, depois de, em Novembro, terem sido comunicadas oficialmente razões de saúde para justificar a ausência. O facto é que, naquele mês, Muhammad V casou com uma ex-modelo russa.

7 Jan 2019

China-Taiwan | Académico afasta hipótese de conflito armado a curto prazo

Xi Jinping aconselhou no sábado a Comissão Militar Central a preparar-se para “dificuldades e batalhas inesperadas”, depois de ter proposto uma reunificação com Taiwan com base na política “Um País, Dois Sistemas”. David Zweig, académico da Universidade de Ciências e Tecnologia de Hong Kong, afasta a possibilidade de um conflito armado a curto prazo e analisa os últimos episódios do confronto entre China e Taiwan

 

[dropcap]O[/dropcap] conflito histórico entre a China e Taiwan atravessa uma nova fase e não dá sinais de abrandar. Depois de ter anunciado a necessidade de reunificação da China com a Ilha Formosa com base na política “Um País, Dois Sistemas”, que já vigora nas regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, Xi Jinping disse este sábado que a Comissão Militar Central deve preparar-se para a chegada de um novo ano para uma “inesperada batalha”.

“Todas as unidades militares devem compreender de forma correcta as tendências mais importantes da segurança nacional e do desenvolvimento, e reforçar a sua noção de inesperadas dificuldades, crises e batalhas”, apontou.

Dias antes, Xi Jinping afirmou, por ocasião dos 40 anos da divulgação da “Mensagem aos Compatriotas de Taiwan”, que não só a reunificação com Taiwan é “inevitável” como Pequim não hesitará caso tenha de recorrer à força para que isso seja uma realidade.

“Não prometemos renunciar ao uso da força e reservamo-nos à opção de tomar todas as medidas necessárias”, frisou o Presidente chinês.

Em declarações ao HM, David Zweig, director do Centro de Relações Transnacionais da China da Universidade de Ciências e Tecnologia de Hong Kong, afasta a possibilidade da ocorrência de um conflito armado, pelo menos a curto prazo, até porque, defende, a própria China não está preparada para isso.

“Não acredito que aconteça algo este ano”, apontou. “A China não está suficientemente forte neste campo e penso que não há nenhuma razão para que comecem uma guerra. Seria algo bastante destrutivo para o cumprimento do objectivo da China em levar a cabo o rejuvenescimento da nação. Não o podem fazer através da guerra.”

Para David Zweig, “Xi Jinping não é um líder que esteja disposto a esperar, porque ele vê esse tal rejuvenescimento da nação chinesa”. “Para Deng Xiaoping, Taiwan era uma das contribuições para o sonho chinês, mas não vejo que seja viável uma solução militar”, acrescentou.

Apoio americano

Também no sábado Tsai Ing-wen, presidente de Taiwan, pediu o apoio da comunidade internacional face às pressões de Pequim, tendo mostrado optimismo face à intenção do Reino Unido de abrir uma base militar no Mar do Sul da China. De acordo com o jornal Telegraph, esta foi uma ideia anunciada a semana passada pelo secretário britânico da defesa, Gavin Williamson, sobre os planos do país após a oficialização do Brexit.

“Esperamos que a comunidade internacional leve a sério, dê apoio e nos ajude”, disse Tsai Ing-wen no sábado numa conferência de imprensa, referindo-se ao discurso da passada quarta-feira do Presidente chinês.

A Presidente da República da China considerou as palavras de Xi Jinping como um ataque à democracia e à liberdade de Taiwan e questionou qual seria o próximo país democrático a ser pressionado pela China.

Tsai pediu a Pequim para adoptar uma “percepção correta” sobre o que sentem e pensam os taiwaneses e afirmou que as pressões e ameaças chinesas são contraproducentes e afectam negativamente os laços bilaterais.

Para David Zweig, apenas os Estados Unidos se perfilam com país parceiro de Taiwan. “O Presidente Trump expressou apoio a Taiwan, e o seu conselheiro para a área da segurança nacional é conhecido por ser um forte apoiante de Taiwan. Penso que os Estados Unidos vão tentar garantir que a China não use a força para resolver o problema de Taiwan.”

David Zweig aponta ainda que há outras formas, que não militares, de garantir uma aproximação entre China e Taiwan, sobretudo ao nível da política e de “uma melhoria das relações”, ainda que sejam meramente “simbólicas”.

“Do ponto de vista diplomático [os Estados Unidos] fizeram alguns esforços, têm pessoas na Administração que apoiam Taiwan de uma forma razoável e em termos militares foi referido que não será aceitável o uso da força. Essa foi a parte mais importante que fizeram”, descreveu Zweig, lembrando que “não há muito mais que possam fazer”, uma vez que Taiwan não faz parte da ONU ou de outras organizações internacionais.

Fraca liderança

Questionado sobre quais as medidas que Taiwan pode adoptar para lidar com esta pressão de Pequim além de pedir ajuda internacional, David Zweig lembrou que, nos últimos 18 anos, a Ilha Formosa tem tido líderes fracos.

“Tsai Ing-wen não tem sido uma presidente bem sucedida. Esse tem sido um problema para Taiwan, que nos últimos 18 anos tem tido uma liderança relativamente fraca. Tsai é uma líder horrível, Ma Ying-jeou foi relativamente terrível. Durante dois anos Tsai não fez muito para tornar as pessoas mais confiantes em relação à presidência, e isso também é um problema”, disse.

David Zweig defende também que Taiwan vai continuar a estar dependente economicamente da China. “A maior parte das pessoas não querem negociar com a China numa posição inferior em relação a Pequim. Tsai Ing-wen tem apoio nessa matéria, mas a Presidente tem de lidar com o problema da economia. Todos os esforços que os líderes de Taiwan têm feito para tornar a economia mais independente em relação à China não têm sido bem sucedidos. A dependência deverá continuar.”

Uma questão de estatuto

Tsai Ing-wen adiantou no sábado que no discurso de Xi Jinping se escondiam “dois perigos fundamentais para a liberdade e para a democracia” de Taiwan, por recusar a existência política e ignorar o Governo de Taiwan como interlocutor.

Taiwan não pode aceitar as premissas chinesas de Xi Jinping da existência de “uma só China” e de “Um País, Dois Sistemas”, particularmente no contexto do denominado “Consenso de 1992”, que deixam claras as “suas intenções políticas face a Taiwan e os seus passos para a unificação”, afirmou a responsável do Executivo.

Essas máximas supõem “um grande desprezo pelo facto de que Taiwan existe e está em pleno funcionamento, como todos os outros países democráticos”.

A mandatária também rejeitou o plano chinês de negociar com “os partidos políticos em vez de com o Governo eleito democraticamente de Taiwan”, que considerou como parte da campanha de Pequim para “minar e subverter o processo democrático e criar divisão na sociedade.”

Tsai adiantou que, como “Presidente eleita democraticamente”, deve “defender a democracia, a liberdade e o estilo de vida” da ilha, que “formam parte fundamental” da identidade nacional de Taiwan.

Todos os partidos políticos de Taiwan recusaram tanto a interpretação que faz Pequim de “uma só China” como a fórmula de “Um País, Dois Sistemas”.

Para David Zweig, os taiwaneses só iriam aceitar a política que se aplica em Macau e Hong Kong caso houvesse um estatuto semelhante a Pequim.

“Isso vai contra a ideia que eu apontei, de que deve haver um estatuto igual nas negociações. A política ‘Um País, Dois Sistemas’ sugere que a China está acima de Taiwan e isso é algo que Tsai Ing-wen não pode aceitar”, frisou.

Sobre esse ponto, David Zweig recorda um diálogo que teve com Lee Teng-hui, Presidente de Taiwan entre 1988 e 2000, em 1998, um ano depois da transferência de soberania de Hong Kong para a China.

“Fiz-lhe essa pergunta directamente [sobre a possibilidade do modelo ‘Um País, Dois Sistemas’ poder resolver a questão de Taiwan com a China]. Ele riu-se e disse-me: ‘Onde é que está essa política? Acredita que o líder de Hong Kong faz alguma coisa sem ligar primeiro para Pequim?’ Isso mostra que não há qualquer apoio em Taiwan em relação a este modelo”, explicou Zweig.

Não só a população taiwanesa não aceita esta proposta de Pequim como os recentes exemplos ocorridos em Hong Kong, que para muitos analistas revelam uma quebra nas liberdades individuais, mostram que este modelo não será bem visto em Taiwan.

“É claro que Pequim tem vindo a exercer o seu poder em Hong Kong depois de 1997. As pessoas de Taiwan não iriam aceitar uma reversão de soberania como aquela que aconteceu em Hong Kong depois da transição. Iriam sim aceitar uma espécie de sistema federal em que ambos os governos teriam o mesmo estatuto, mas não sei como iriam fazer isso. Em Macau e Hong Kong a soberania está nas mãos de Pequim e isso é inaceitável para a população de Taiwan.”

7 Jan 2019

Sobe para 126 número de mortos nas Filipinas devido a tempestade

[dropcap]P[/dropcap]elo menos 126 pessoas morreram nas Filipinas na sequência da tempestade tropical que atingiu o país no final de Dezembro, anunciaram as autoridades em novo balanço.

De acordo com o relatório hoje divulgado, a maioria das vítimas perdeu a vida em deslizamentos de terra. A tempestade tropical Usman, que atingiu as ilhas centrais e orientais do arquipélago em 29 de Dezembro, também provocou inundações. O balanço anterior apontava para 85 mortos e 20 desaparecidos.

Segundo as autoridades, mais de 100 pessoas morreram na região montanhosa de Bicol, ao sudeste de Manila. “Em apenas dois dias, a tempestade Usman despejou o equivalente a mais de um mês de chuva na região de Bicol”, disse à agência France-Presse (AFP) Edgar Posadas, porta-voz da agência de gestão de desastres naturais. Há, ainda, 152.000 deslocados e 75 feridos.

A tempestade tropical entrou nas Filipinas pelo Pacífico e atingiu o continente no dia 29 de Dezembro, causando inundações, deslizamentos de terra e provocando falhas de electricidade um pouco por todo o país.

Usman não chegou a ser classificada de tufão, o que, de acordo com as autoridades filipinas, fez com que as pessoas “ficassem demasiado confiantes”.

Em meados de Setembro, no norte do país, mais de 80 pessoas morreram e outras 70 foram dadas como desaparecidas na sequência do tufão Mangkhut, que deixou um rasto de destruição em vários países no Pacífico.

As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam centenas de mortes e agravam ainda mais a pobreza que atinge milhões de pessoas.

6 Jan 2019

Huawei sanciona dois funcionários que utilizaram iPhone em publicação no Twitter

[dropcap]A[/dropcap] gigante chinesa das telecomunicações Huawei sancionou dois funcionários por terem utilizado um iPhone para desejar um bom ano novo numa publicação na conta oficial da rede social Twitter da empresa, noticiou um portal online chinês.

Numa nota interna, a Huawei informou que irá despromover um dos funcionários e reduzir o seu salário, enquanto o segundo não poderá ser promovido este ano.

Embora a publicação, que indicava “via Twitter para o iPhone”, ter sido eliminado, não impediu a sua circulação nas redes sociais através de partilhas.

O erro, como explica a nota interna da Huawei, ocorreu na empresa subsidiária de marketing Sapient.

A equipa desta empresa não conseguiu ligar-se à rede privada VPN virtual – um mecanismo usado na China para contornar a censura cibernética que bloqueia páginas como Twitter, Facebook ou Google -, obrigando os funcionários a utilizarem os seus telemóveis com recurso a um cartão SIM de Hong Kong, que lhes permite aceder a essas páginas bloqueadas em território chinês.

6 Jan 2019

Inundações e cortes de energia no sul da Tailândia à passagem da tempestade Pabuk

[dropcap]C[/dropcap]erca de 30.000 pessoas abrigaram-se em centros de evacuação no sul da Tailândia, na sequência das inundações e interrupções de energia causadas pela passagem da tempestade Pabuk, que poupou as ilhas mais turísticas do Golfo.

Pabuk, a primeira tempestade tropical a atingir esta região do país fora da estação das monções, em quase 30 anos, causou ventos fortes de até 75 quilómetros por hora (km/h), ondas de três a cinco metros de altura e chuvas torrenciais.

De acordo com o Centro Meteorológico Tailandês, a tempestade enfraqueceu ontem para depressão tropical, ao mover-se para o mar de Andaman, onde se localizam as estâncias turísticas de Krabi e Phuket, anunciou o Centro Meteorológico Tailandês.

Na sexta-feira, o ‘olho’ da tempestade evitou por pouco Koh Samui, Koh Phangan e Koh Tao, no Golfo da Tailândia, ilhas populares entre os turistas nesta altura do ano.

De acordo com a agência France-Presse (AFP), centenas de turistas permaneciam esta manhã retidos naquelas ilhas, depois de voos e serviços de ‘ferry’ terem sido suspensos na sexta-feira. Três aeroportos regionais devem reabrir durante o dia.

“Alguns [turistas] deles devem partir hoje [ontem] após a reabertura do aeroporto e a retomada dos serviço de ferry”, disse à AFP o chefe do distrito de Koh Samui, Kittipop Roddon.

“Em Samui, não há vítimas a registar” e, quanto aos danos, “apenas algumas casas foram parcialmente danificadas pelo vento”, acrescentou.

Por sua vez, o chefe do distrito de Koh Phangan garantiu que “os 10.000 turistas que permaneceram na ilha estão seguros”. Os ventos fortes causaram apenas “danos menores”, detalhou Krikkkkrai Songthanee.

No continente, devido à queda de árvores e postes de eletricidade, mais de 200.000 famílias ficaram privadas de electricidade em quatro províncias, incluindo Nakon Si Thammarat e Surat Thani.

“A energia ainda não foi restabelecida em cerca de 30.000 casas”, indicou o Departamento de Prevenção e Mitigação de Desastres.

As autoridades não avançaram ainda um relatório final sobre o número de vítimas. Pelo menos um pescador da província de Pattani, perto da fronteira com a Malásia, morreu na sexta-feira de manhã, ao ser atingido por ondas de vários metros quando regressava ao porto. Outro membro da tripulação continua desaparecido.

6 Jan 2019

Atum rabilho vendido em Tóquio por mais de 300 milhões de ienes

[dropcap]U[/dropcap]m atum rabilho foi ontem vendido no Japão por um preço recorde de 333,6 milhões de ienes no tradicional leilão de Ano Novo realizado no mercado de peixe de Tóquio, o maior do mundo.

A venda histórica teve lugar no primeiro leilão realizado nas novas instalações do famoso mercado, transferido no final do ano passado de Tsujiki para Toyosu, uma ilha artificial na baía da capital.

O preço deste atum rabilho, com 278 quilos e capturado ao largo da costa de Aomori (norte), é o mais alto registado no mercado central de abastecimento em Tóquio desde 1999, data desde a qual há registos.

O atum foi licitado pelo presidente da cadeia de restaurantes Sushizanmai, Kiyoshi Kimura, que detinha desde 2013 o anterior recorde oferecido por aquela espécie, 155,4 milhões de ienes.

Para o governador de Tóquio, Yuriko Koike, o resultado deste leilão representa um “tremendo empurrão” para o novo mercado de Toyosu.

Em 2001, o Governo da área metropolitana de Tóquio decidiu transferir Tsukiji, que abriu em 1935 no bairro de Chuo, para as margens do rio Sumida, na ilha artificial de Toyosu, dada a necessidade de maior área comercial.

No entanto, o facto de terem sido detectados vestígios de substâncias tóxicas no solo da nova superfície – onde estava localizada uma fábrica de gás – atrasou a mudança do mercado de peixe. A mudança foi finalmente concluída 17 anos depois, em Outubro de 2018.

6 Jan 2019

Novo chefe do Pentágono define a China como prioridade

[dropcap]O[/dropcap] novo secretário americano da Defesa, Patrick Shanahan, definiu nesta quarta-feira a China como uma das suas prioridades, no seu primeiro dia à frente do Pentágono. Shanahan exortou o pessoal do Departamento que chefia a se concentrar na Estratégia de Defesa Nacional, que se adapta a uma nova era de “grande luta de poder” com a Rússia e a China.

“Enquanto nos concentramos nas operações em curso, o secretário Shanahan pediu à equipa que se recordasse da China, China, China”, disse um funcionário do Departamento da Defesa.

Washington acusa Pequim de realizar práticas de espionagem militar e económica e qualificou de coerção económica a iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota. “Em 2019, a Estratégia de Defesa Nacional continua a ser o nosso guia. A fortaleza militar americana continua a ser nosso objectivo”, declarou Shanahan na sua mensagem de Ano Novo no Twitter.

O novo chefe do Pentágono assistiu nesta quarta-feira a uma reunião do gabinete americano, a primeira do presidente Donald Trump em 2019, segundo o funcionário do Departamento de Defesa. Shanahan assumiu o cargo dia 1 de Janeiro, depois do general Jim Mattis se ter demitido por desavenças com o presidente Donald Trump.

Shanahan, pouco conhecido para pessoas alheias ao mundo dos negócios e dos círculos de Washington, chega à frente da pasta da Defesa num período de mudanças provocadas pela imprevisível política externa de Trump. Aos 56 anos, nunca serviu o Exército e passou a maior parte da carreira no sector privado, no fabricante de aviões Boeing.

Shanahan deverá dirigir a retirada dos 2000 soldados americanos da Síria, uma saída parcial de tropas do Afeganistão e gerir o impacto destas decisões nos dois países, tanto para as populações locais quanto para os aliados dos Estados Unidos.

4 Jan 2019

“Jack, o Estripador” chinês foi executado

[dropcap]O[/dropcap] assassino em série responsável pela morte de 11 mulheres e raparigas entre 1988 e 2002, Gao Chengyong, foi executado depois de ser condenado à morte em Março do ano passado.

Como escreve a BBC, Chengyong seguia as suas vítimas até casa antes de roubá-las, violá-las e matá-las, cortando-lhes a garganta e mutilando os corpos. Por seguir este modus operandi, a imprensa chinesa começou a apelidá-lo de “Jack, o Estripador”, nome pelo qual foi conhecido o assassino em série que aterrorizou Londres durante a Era Vitoriana, no final do século XIX.

Casado e com dois filhos, o homem de 53 anos foi detido pelas autoridades em 2016 na sua mercearia na cidade de Baiyin, província de Gansu, depois do seu ADN ter sido identificado nos locais dos crimes.

O primeiro assassinato terá decorrido em Maio de 1988, quando uma mulher de 23 anos foi encontrada morta em Baiyin com 26 facadas no corpo. Seguiram-se outros homicídios de características semelhantes, tanto na forma de matar como no perfil das vítimas, raparigas novas, que vestiam vermelho quando foram mortas. A mais nova tinha oito anos.

Segundo os relatos na imprensa chinesa, as notícias sobre os assassinatos terão causado uma onda de pânico em Baiyin, levando a que muitas mulheres deixassem de sair de casa sozinhas.

4 Jan 2019

Índia | Kerala em greve contra a entrada de mulheres em templo

[dropcap]V[/dropcap] árias localidades do estado de Kerala, no sul da Índia, estavam ontem em greve para protestar contra a entrada de duas mulheres no templo hindu de Sabarimala, prosseguindo as manifestações de quarta-feira que já causaram um morto. Na madrugada de quarta-feira, duas mulheres com menos de 50 anos entraram pela primeira vez naquele santuário, escoltadas por vários polícias, depois do Supremo Tribunal anular, em Outubro, a proibição de entrada imposta às mulheres entre os dez e os 50 anos.

Tradicionalistas hindus manifestaram-se imediatamente contra a entrada das mulheres em idade fértil no templo hindu, levando a polícia indiana a utilizar gás lacrimogéneo, granadas atordoadoras e canhões de água para deter os manifestantes.

De acordo com a agência de notícias Efe, que cita uma fonte policial que pediu para não ser identificada, as manifestações violentas em pelo menos três distritos do estado de Kerala causaram já a morte de um militante do partido nacionalista hindu BJP, do primeiro-ministro Narendra Modi.

Em conferência de imprensa, o chefe do governo de Kerala, Pinarayi Vijayan, afirmou que os protestantes já destruíram sete veículos da polícia, 79 autocarros e atacaram 39 membros das forças de segurança e de órgãos de comunicação social, principalmente mulheres.

“Há muita violência em todo o estado”, lamentou Pinarayi Vijayan, defendendo que o governo tem a responsabilidade de implementar a decisão histórica do Supremo Tribunal.

A maioria dos templos hindus não autoriza a entrada de mulheres durante o período menstrual, mas Sabarimala era um dos raros a proibir a sua entrada entre a puberdade e a menopausa.

4 Jan 2019

Tailândia | Milhares de turistas deixam ilhas na aproximação de tempestade

[dropcap]M[/dropcap]ilhares de turistas começaram a sair de várias ilhas no golfo da Tailândia à aproximação da tempestade tropical Pabuk, que deverá causar fortes chuvas, ventos e ondas de pelo menos cinco metros, anunciaram ontem as autoridades. Da ilha de Koh Phangan, uma das mais turísticas do país, as ligações marítimas para os restantes destinos no golfo tailandês foram suspensas às 12:30, prevendo-se que reabram no sábado à tarde, disse uma das empresas gestora de serviços de ‘ferry’, Songserm. Já depois da passagem do ano, entre 30 e 50 mil pessoas deixaram Koh Phangan, afirmou à agência de notícias France-Presse (AFP) o chefe do distrito, Krikkkrai Songthanee.

Apesar de as autoridades não terem emitido qualquer ordem de retirada, milhares de turistas começaram a sair na quarta-feira, antecipando o impacto da tempestade, que deverá atingir as ilhas de Koh Samui, Koh Phangnan e Koh Tao hoje, sexta-feira à noite.

“Muitos turistas saíram, mas houve também muita gente que preferiu ficar, especialmente os residentes locais, que ficaram quase todos”, disse um funcionário de uma unidade hoteleira de Koh Phangnan, Guilherme Toyosato. De acordo com o brasileiro, os que ficaram estão a prevenir-se com o abastecimento de bens essenciais.

Também em Koh Samui, as autoridades anunciaram que estão a preparar abrigos para aqueles que decidiram não partir. Pabuk, a primeira tempestade tropical a atingir esta zona do país fora da estação das monções, em quase 30 anos, não deverá evoluir para um tufão, indicaram meteorologistas.

“Esperamos ondas com cinco a sete metros, perto do coração da tempestade. Normalmente, no golfo da Tailândia, há apenas ondas de dois metros de altura”, disse o director do Centro Meteorológico da Tailândia, num comunicado à imprensa.

“É difícil prever a gravidade da tempestade, pelo que as pessoas devem seguir as recomendações das autoridades”, acrescentou.

Pabuk, nome de um peixe-gato gigante existente no Laos, deverá causar fortes chuvas noutros destinos turísticos no mar de Andaman, como Krabi, e nas províncias vizinhas da Malásia, Pattani, Narathiwat e Yala.

4 Jan 2019

Alto funcionário da diplomacia norte-coreana fugiu e está escondido em Itália

[dropcap]U[/dropcap]m alto funcionário da diplomacia norte-coreana destacado em Itália fugiu e está agora escondido, disse ontem um parlamentar sul-coreano, após uma reunião à porta fechada com funcionários dos serviços de informação sul-coreanos. “A missão do embaixador interino Jo Song Gil deveria terminar no final de Novembro. Fugiu do complexo diplomático no início de Novembro” com a sua mulher, declarou aos jornalistas Kim Min-ki.

Este encontro entre os serviços de informação e deputados da Coreia do Sul aconteceu após o diário sul-coreano JoongAng Ilbo publicar que Jo Song Gil havia pedido asilo com a sua família num país ocidental. O embaixador “pediu asilo no início do mês passado”, diz uma fonte diplomática citada pelo jornal. Segundo a mesma fonte, este caso está a ser uma dor de cabeça para as autoridades italianas, que, no entanto, “estão a protegê-lo num lugar seguro”.

Esta deserção faz lembrar a realizada pelo ex-número dois da embaixada norte-coreana na Grã-Bretanha, Thae Yong-Ho, um dos mais altos diplomatas da Coreia do Norte, que desertou nos últimos anos.

Jo, de 48 anos, exercia o cargo interinamente desde Outubro de 2017, quando a Itália pediu ao embaixador da Coreia do Norte, Mun Jong-Nam, que ainda não estava totalmente credenciado, que deixasse o país em protesto contra o lançamento de mísseis e testes nucleares conduzidos por Pyongyang.

A Itália é uma das missões importantes da rede diplomática norte-coreana, uma vez que lida especialmente com as relações entre Pyongyang e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), sediada em Roma. A Coreia do Norte enfrenta regularmente escassez severa de alimentos.

Jo é “conhecido como sendo o filho, ou um genro de um dos mais altos responsáveis do regime de Pyongyang”, publicou o JoongAng Ilbo, citando um especialista não identificado.

As autoridades norte-coreanas obrigam a maioria dos diplomatas norte-coreanos a deixar os membros da família, muitas vezes crianças, no país, com o objectivo de desencorajá-los a desertar quando são enviados para o exterior.

Jo Song Gil, no entanto, chegou a Roma em Maio de 2015 com a sua esposa e filhos, sugerindo que poderia ser de uma família privilegiada, segundo o jornal, observando que as razões precisas para a sua deserção não são ainda conhecidas. Na época de sua deserção, Thae Yong-Ho justificou a sua atitude com o desejo de oferecer um futuro melhor para seus três filhos.

 

4 Jan 2019

Comboios de alta velocidade sem condutores para Olimpíadas de Inverno

[dropcap]A[/dropcap] China está a desenvolver um sistema que permite controlar remotamente comboios de alta velocidade, abdicando de condutores, e que se estreará durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, informou hoje a imprensa oficial.

O sistema permite que o comboio arranque, circule e pare com precisão nas estações ferroviárias, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

As autoridades esperam que os comboios entrem em funcionamento na linha de quase 200 quilómetros, que liga Pequim a Zhangjiakou, o local onde se realizam os Jogos Olímpicos de Inverno, na província de Hebei.

Um sistema semelhante está já em funcionamento na província de Guangdong, sudeste do país, com comboios interurbanos, que alcançam 200 quilómetros por hora.

Mas os comboios que ligarão Pequim a Zhangjiakou vão deslocar-se a uma velocidade de 350 quilómetros por hora.

Este ano, a China planeia expandir a sua malha ferroviária de alta velocidade em 3.200 quilómetros, para um total de 30.000 quilómetros, anunciou na quarta-feira Lu Dongfu, o diretor-geral da China Railway, entidade que opera as ferrovias do país.

A primeira linha chinesa de alta velocidade – um troço de 117 quilómetros entre Pequim e Tianjin – começou a funcionar em 2008, quando a capital chinesa organizou os Jogos Olímpicos, 28 anos depois do nascimento do TGV francês.

E quando o Japão lançou o seu “comboio-bala”, em 1964, a China era um país pobre e isolado, mergulhado em constantes “campanhas políticas” e empenhada em “aprofundar a luta de classes”.

Em 2012, o país inaugurou a linha de alta velocidade mais extensa do mundo, com 2.298 quilómetros, que liga Pequim a Cantão.

Hoje, a malha ferroviária de alta velocidade da China compõe dois terços do total do mundo.

Durante a última dinastia imperial (1644-1911), o governo chinês começou por se opor ao caminho-de-ferro e só em 1881 autorizou a construção da primeira via-férrea.

O acelerado desenvolvimento da rede chinesa de alta velocidade ficou também marcado por um grave acidente, que matou 40 pessoas, no verão de 2011.

 

 

4 Jan 2019

Presidente chinês felicita Bolsonaro e pede respeito por “interesses fundamentais”

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou o novo homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, apelando ao respeito pelos “interesses fundamentais” dos dois países, numa carta citada pela imprensa estatal e entregue por um enviado de Pequim.

Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Xi afirmou que, como dois grandes países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes, a China e o Brasil têm “a responsabilidade” de melhorar as suas economias, preservar a paz mundial e promover o desenvolvimento.

O chefe de Estado chinês enalteceu ainda as afirmações de Bolsonaro, após vencer as eleições, nas quais assegurou que o Brasil está comprometido em manter os laços com a China, independentemente das diferenças ideológicas. A relação bilateral tem “grandes perspectivas”, escreveu Xi.

A carta do Presidente chinês foi entregue a Bolsonaro por Ji Bingxuan, vice-presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, à margem da tomada de posse do novo presidente brasileiro, na quarta-feira, detalhou a Xinhua.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o principal investidor externo no país sul-americano, tendo comprado, nos últimos anos, activos estratégicos nos sectores da energia ou mineração.

Durante a campanha eleitoral, no entanto, Bolsonaro lançou ataques ao investimento oriundo do país asiático.

“A China não está comprando no Brasil, ela está comprando o Brasil”, afirmou, advertindo: “Você vai deixar o Brasil na mão do chinês”.

Bolsonaro tem tentando uma aproximação ao presidente norte-americano, Donald Trump, e prometeu já repensar a filiação do país ao BRICS [bloco de grandes economias emergentes, que inclui ainda China, Rússia, Índia e África do Sul], pondo em causa mais de uma década e meia de diplomacia brasileira baseada em alianças com o mundo emergente.

Em Fevereiro, o político de extrema-direita visitou Taiwan, resultando num protesto formal da diplomacia chinesa, que considera a ilha parte do seu território.

3 Jan 2019

Milhares de turistas deixam ilhas na Tailândia à aproximação de tempestade

[dropcap]M[/dropcap]ilhares de turistas começaram a sair de várias ilhas no golfo da Tailândia à aproximação da tempestade tropical Pabuk, que deverá causar fortes chuvas, ventos e ondas de pelo menos cinco metros, anunciaram hoje as autoridades.

Da ilha de Koh Phangan, uma das mais turísticas do país, as ligações marítimas para os restantes destinos no golfo tailandês foram suspensas às 12h30, prevendo-se que reabram no sábado à tarde, disse à Lusa uma das empresas gestora de serviços de ‘ferry’, Songserm.

Já depois da passagem do ano, entre 30 e 50 mil pessoas deixaram Koh Phangan, afirmou à agência de notícias France-Presse (AFP) o chefe do distrito, Krikkkrai Songthanee.

Apesar de as autoridades não terem emitido qualquer ordem de retirada, milhares de turistas começaram a sair na quarta-feira, antecipando o impacto da tempestade, que deverá atingir as ilhas de Koh Samui, Koh Phangnan e Koh Tao na sexta-feira à noite.

“Muitos turistas saíram, mas houve também muita gente que preferiu ficar, especialmente os residentes locais, que ficaram quase todos”, disse à Lusa um funcionário de uma unidade hoteleira de Koh Phangnan, Guilherme Toyosato.

De acordo com o brasileiro, os que ficaram estão a prevenir-se com o abastecimento de bens essenciais.

Também em Koh Samui, as autoridades anunciaram que estão a preparar abrigos para aqueles que decidiram não partir.

Pabuk, a primeira tempestade tropical a atingir esta zona do país fora da estação das monções, em quase 30 anos, não deverá evoluir para um tufão, indicaram meteorologistas.

“Esperamos ondas com cinco a sete metros, perto do coração da tempestade. Normalmente, no golfo da Tailândia, há apenas ondas de dois metros de altura”, disse o diretor do Centro Meteorológico da Tailândia, num comunicado à imprensa.

“É difícil prever a gravidade da tempestade, pelo que as pessoas devem seguir as recomendações das autoridades”, acrescentou.

Pabuk, nome de um peixe-gato gigante existente no Laos, deverá causar fortes chuvas noutros destinos turísticos no mar de Andaman, como Krabi, e nas províncias vizinhas da Malásia, Pattani, Narathiwat e Yala.

3 Jan 2019

China torna-se primeiro país a pousar no lado ‘oculto’ da Lua

A China fez ontem história ao transformar-se no primeiro país a fazer aterrar uma sonda no lado oculto da Lua, assim chamado porque não se vê a partir da Terra, devido ao movimento de rotação. Um grande passo para a Humanidade e para as ambições espaciais de Pequim

 

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “Chang’e 4” a protagonista do feito histórico que elevou a China a um novo patamar, quando aterrou no lado mais afastado da Lua, dando novo fulgor aos ambiciosos planos espaciais de Pequim. A sonda, baptizada com o nome da deusa da lua na mitologia chinesa, pousou, na manhã de ontem, no satélite natural da Terra.

Lançada a partir do Centro Especial de Xichang, na província de Sichuan, a 8 de Dezembro, a sonda, que entrou na orbita lunar quatro dias depois, alunou, de forma “suave e precisa”, em Von Kármán, uma zona de planície de 177 quilómetros de diâmetro que assenta sobre uma ampla bacia perto do pólo sul da Lua. O engenho transporta um robô, de 136 quilogramas, ao qual caberá a tarefa de percorrer a cratera.

A Administração Nacional Espacial da China (CNSA, na sigla inglês) fez o engenho aterrar na inexplorada bacia de Aitken, a maior, mais antiga e mais profunda cratera da superfície da Lua. O sucesso da missão gerou, no entanto, uma certa confusão inicial, depois de os ‘media’ estatais como o jornal China Daily e a CGTN terem apagado ‘tweets’ a celebrar a missão, de acordo com a imprensa estrangeira.

A confirmação oficial chegara através da CCTV, duas horas depois, que deu conta de que o engenho tinha tocado terra pelas 10h26, bem como pelo Global Times, jornal em língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês, que destacou que a sonda tinha “efectuado, com sucesso, o seu primeiro pouso suave” no lado oculto da Lua, falando num “marco” para a exploração espacial. Uma imagem enviada através do Twitter pela versão em inglês da CCTV exibiu, pouco depois, o primeiro ‘close-up’ da distante superfície lunar.

Objectivo

A sonda deve conduzir uma série de tarefas, incluindo captar sinais rádio de baixa frequência, normalmente bloqueados pela atmosfera terrestre, testar o crescimento de plantas no ambiente de baixa gravidade e explorar a existência de água e de outros recursos nos pólos, bem como tirar medições detalhadas do terreno e da composição mineral da Lua. Acredita-se que a base Aitken terá sido formada durante uma gigantesca colisão no início da história da Lua que muito provavelmente provocou o lançamento de matéria do seu interior, pelo que “Chang’e 4” pode vir a facultar novas pistas sobre como foi formado o satélite natural. A missão “abriu um novo capítulo na exploração da Lua pelo Homem”, escreveu a agência espacial chinesa no seu portal.

As comunicações entre a sonda e a Terra são possíveis graças a um satélite, denominado de “Queqiao”, posto em órbita em Maio e que funciona como um transmissor “espelho” de informações.

Mais do que uma missão científica

A alunagem foi considerada “um grande êxito” da China, por Malcom Davis, analista sénior em defesa do Instituto de Política Estratégica Australiano. “Há muita geopolítica e astropolítica relativamente a isto, não se trata apenas de uma missão científica. Isto tem tudo a ver com a ascensão da China como superpotência”, afirmou, citado pelo Guardian. “Há muito entusiasmo em torno do programa espacial e muito nacionalismo na China, pelo que vêem o papel da China no Espaço como parte fundamental da sua ascensão”, sustentou ao mesmo jornal.

Para Malcom Davis, o feito pode “provocar os americanos”, que podem não ficar agradados com a ideia de que a próxima pessoa a pisar a Lua seja um ‘taikonauta’, como são oficialmente designados os astronautas chineses. “Imagino que venhamos a assistir ao anúncio dos chineses da intenção de enviar ‘taikonautas’ para a Lua em 2030”, complementou o especialista.

Os americanos já saudaram os chineses pela conquista, com o administrador da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), Jim Brindestine, a deixar uma mensagem no Twitter. “Parabéns à equipa da Chang’e-4, da China, pelo que aparenta ser uma aterragem bem-sucedida no lado extremo da Lua. Esta é uma estreia para a humanidade e um feito impressionante!”, escreveu. Já um porta-voz da Agência Espacial Australiana declinou comentar a missão, limitando-se apenas a congratular a China pelo sucesso e a desejar-lhe o melhor.

Apesar de, em 2013, a China ter conseguido o feito de fazer aterrar uma sonda espacial na lua pela primeira vez – numa proeza apenas realizada até então pela antiga União Soviética e pelos Estados Unidos –, a nova missão da agência espacial chinesa foi a primeira a enviar uma sonda e um veículo robotizado para o chamado lado ‘oculto’ da lua, o hemisfério lunar que não pode ser visualizado a partir da Terra.

“Esta missão espacial mostra que a China alcançou o nível avançado de classe mundial na exploração do Espaço profundo”, afirmou Zhu Menghua, professor na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla em inglês), que tem trabalhado de perto com a agência espacial chinesa. “Nós, chineses, fizemos algo que os americanos não se atreveram a tentar”, enfatizou, citado pelo New York Times.

De facto, naves espaciais recolheram imagens do lado oculto da Lua há décadas, mas nunca nenhum engenho lá havia pousado, apesar de pelo menos uma tentativa falhada, pelo que este avanço marca mais um passo na sua ambição de se transformar numa potência líder na exploração espacial ao lado dos Estados Unidos e da Rússia.

“Trata-se de um grande feito tanto técnico como simbólico”, observou, por seu turno, Namrata Goswami, um analista independente que escreve sobre Espaço para o Departamento de Defesa do Instituto de Investigação Minerva, em declarações reproduzidas pelo NYT. “A China vê a aterragem como apenas um ponto de partida, já que também vê a sua futura missão lunar tripulada, dado que o seu objectivo a longo prazo passa por colonizar a Lua e usar a sua vasta fonte de recursos energéticos”, apontou. Para o especialista, no futuro, o lugar em causa pode tornar-se mesmo uma base para reabastecimento para missões de exploração do Espaço mais profundas.

“A China está ansiosa por entrar nos livros de recordes com as suas conquistas espaciais”, afirmou Joan Johnson-Freese, especialista no programa espacial chinês. “As probabilidades de a próxima voz de uma transmissão da Lua falar em mandarim são elevadas”, sublinhou a professora na US Naval War College, citada pela CNN.

Ambições variadas

As ambições extraterrestres da China são motivadas por múltiplos factores, incluindo o desejo de domínio militar do Espaço, defendeu Malcom Davis. Outras motivações têm que ver com o acesso à vasta riqueza de recursos oferecida pela Lua e pelos asteróides, em particular Helium-3, que se acredita que exista em abundância na Lua, apontou. “A China tem sido muito clara no seu entendimento relativamente a isto. Eles têm comparado a Lua ao Mar do Sul da China e a Taiwan e os asteróides ao Mar da China Oriental. Eles estão a fazer uma comparação geopolítica muito evidente com o que se está a passar no Espaço e precisamos de prestar atenção a isso”, sustentou.

Em 2020, a China planeia enviar a sonda Chang’e 5, com o objectivo final de regressar à Terra com amostras de matéria recolhida na Lua. A verificar-se será a primeira missão deste género desde 1976.
Até agora, o país realizou também cinco missões tripuladas, a primeira em 2003 e a mais recente em 2013, enviando para o espaço dez astronautas (oito homens e duas mulheres).

A primeira tentativa da China de entrar na corrida espacial foi no final dos anos 1950, como resposta ao lançamento do Sputnik 1 – o primeiro satélite em órbita – pela União Soviética.

Mao Zedong ordenou então a construção e envio do primeiro satélite chinês, antes de 1 de Outubro de 1959, por altura do 10.º aniversário da fundação da República Popular. A iniciativa acabou por falhar devido à inexperiência do país em tecnologia aeroespacial. No entanto, em Abril de 1970, em plena Revolução Cultural, uma radical campanha política de massas lançada por Mao, a China concluiu com êxito o lançamento do seu primeiro satélite para o espaço, o “Dong Fang Hong” (“O Leste é Vermelho”).

3 Jan 2019

Embaixador da Coreia do Norte em Itália terá pedido asilo político

[dropcap]O[/dropcap] embaixador interino norte-coreano em Roma terá pedido asilo político a Itália, em Dezembro passado, para evitar ser repatriado, noticiou hoje um jornal sul-coreano.

“Jo Song-gil pediu asilo no início do mês passado”, escreveu o JoongAng Ilbo, que citou fontes diplomáticas não identificadas.

O diplomata estava à frente da embaixada em Roma desde outubro de 2017, após a decisão do Governo italiano de não aceitar as cartas credenciais do anterior embaixador norte-coreano em Roma, na sequência do lançamento de um novo míssil pela Coreia do Norte.

De acordo com o jornal, as mesmas fontes indicaram que as autoridades italianas estão a proteger Jo Song-gil “num lugar seguro”.

A confirmar-se, esta deserção tem contornos muito semelhantes com a do antigo “número dois” da embaixada norte-coreana em Londres Thae Yong-ho, que em 2016 fugiu da representação diplomática norte-coreana no Reino Unido, juntamente com a mulher e os filhos, para Seul.

Thae Yong-ho, que trabalhava há dez anos na capital britânica como vice-embaixador, era também responsável pela promoção da imagem da Coreia do Norte no Reino Unido.

Thae ficou desiludido com o regime de Pyongyang, depois de conhecer a liberdade e a democracia que se vivem na Coreia do Sul, ao mesmo tempo que estava preocupado com o futuro da família, disseram, na altura, autoridades sul-coreanas.

As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra desde o fim do conflito de 1950-53, que terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.

3 Jan 2019

Xi Jinping diz que, em 2019, país prossegue com reforma e abertura de mercados

[dropcap]O[/dropcap] presidente chinês Xi Jinping disse no domingo, em Pequim, que a China vai prosseguir as suas reformas e abertura dos mercados, apesar da complexidade do actual ambiente geopolítico.

Numa mensagem a coincidir com o Ano Novo ocidental, Xi Jinping explicou que, em 2018, depois das mudanças realizadas no país por Deng Xiaoping, foram adoptadas “reformas sistemáticas, globais”, e seguida a via da “reconstrução do partido e das instituições públicas”.

“O ritmo das nossas reformas não vai marcar passo, e a nossa abertura vai aumentar”, disse, num discurso difundido pela televisão estatal CCTV.

A China celebrou recentemente o 40.º aniversário da mudança de política, decidida pelo Partido Comunista em 18 de dezembro de 1978, com a presidência de Deng Xiaoping, considerado o arquitecto da abertura do país ao mundo, com a sua estratégia “Um País, Dois Sistemas”.

“Nós visitámos os cinco continentes, tivemos encontros com dirigentes de numerosos países, reforçámos a amizade, melhorámos a confiança, e alargámos o nosso círculo de amigos”, recordou o presidente chinês, que visitou Portugal nos dias 4 e 5 de Dezembro.

Evocando o contexto geopolítico internacional, Xi Jinping disse que o mundo está a fazer face a uma situação sem precedentes: “Qualquer que seja a evolução da situação internacional, a confiança e a determinação da China na salvaguarda da soberania e da segurança nacionais permanecerão intactas”.

A China, que tem estado envolvida numa guerra comercial com os Estados Unidos, confronta-se atualmente com um desaceleramento da sua economia.

Ontem o departamento nacional de estatísticas da China divulgou o índice PMI (Purchasing Managers’ Index) do país – indicador sobre novas encomendas na indústria, níveis de stock, produção, entregas de fornecedores e do ambiente de trabalho – que, pela primeira vez, em mais de dois anos, apresenta uma redução de 0,6 pontos percentuais, de 50 para 49,4.

Em 2019, a China vai celebrar o 70.º aniversário do estabelecimento República Popular.

“Ao longo do tempo, o povo chinês tornou-se autónomo, trabalhador, e criou um milagre que chamou a atenção de todo o mundo”, rematou o presidente chinês, na sua comunicação de Ano Novo. O Ano Novo Chinês tem início a 5 de Fevereiro de 2019 do calendário gregoriano.

3 Jan 2019

Taxa de natalidade volta a cair e China arrisca crise demográfica

[dropcap]O[/dropcap] número de crianças nascidas na China, em 2018, vai ser o mais baixo desde 2000, estimam demógrafos, ilustrando os riscos de uma crise demográfica no país, apesar da abolição da política de filho único.

Vários demógrafos chineses citados pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista, prevêem que o número de nascimentos se fixe em 15 milhões, menos dois milhões do que em 2017.

O Gabinete Nacional de Estatísticas chinês deve publicar a cifra oficial no final deste mês, mas dados difundidos pelos governos locais apontam para um número muito aquém dos 20 milhões de nascimentos previstos pelas autoridades de planeamento familiar.

A China, nação mais populosa do mundo com cerca de 1.400 milhões de habitantes, aboliu a 1 de Janeiro de 2016 a política de “um casal, um filho”, pondo fim a um rígido controlo da natalidade que durava desde 1980. Pelas contas do Governo, sem aquela política, a China teria hoje quase 1.700 milhões.

Em 2016, o primeiro ano desde a abolição da política de filho único, o número de nascimentos aumentou, de 16,55 milhões, no ano anterior, para 17,86 milhões.

Desde então, a taxa de natalidade caiu sucessivamente, apesar de Pequim ter deixado de promover abortos forçados e multas, e aberto novas creches, passando a oferecer incentivos à natalidade.

Em 2017, o número total de nascimentos fixou-se em 17,23 milhões, menos 630.000 do que no ano anterior.

Segundo especialistas, a queda deve-se sobretudo à redução no número de mulheres em idade fértil, um grupo que perde entre cinco e seis milhões de pessoas por ano, e aos altos custos e falta de tempo para criar uma criança.

Nos primeiros onze meses do ano, na cidade de Liaocheng, província de Shandong, houve apenas 64.753 nascimentos, uma queda de 26%, face ao mesmo período de 2017, segundo o jornal local Dazhong Daily.

Em Qingdao, outra cidade de Shandong, os nascimentos registaram uma queda homóloga de 21%, entre janeiro e novembro, para 81.112, segundo dados divulgados pelas autoridades locais.

Ren Zeping, economista chefe no promotor imobiliário Evergrande Group, escreveu numa nota publicada esta semana que a China está a caminhar no sentido de uma “crise demográfica”. “A China deve imediatamente encorajar as pessoas a terem filhos”, escreveu.

2 Jan 2019

Rei da Tailândia será coroado em Maio

[dropcap]O[/dropcap] rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, será formalmente coroado numa elaborada cerimónia de três dias, entre 4 e 6 de Maio, mais de dois anos após a morte do rei Bhumibol, anunciou esta terça-feira a casa real.

Maha Vajiralongkorn, cujo nome oficial de reinado é Rama X, subiu ao trono em Outubro de 2016, após a morte do seu pai, que foi o monarca com o reinado mais longo do mundo, quase 70 anos.

O rei Rama X não esperou a coroação para reformular as instituições monárquicas da Tailândia, surpreendendo os observadores que o julgavam mais passivo e pouco reformista.

Maha Vajiralongkorn quadruplicou o número de policias de elite encarregues da sua vigilância, mas também assumiu o controlo de cinco órgãos que supervisionam os assuntos da realeza e a sua segurança, todos anteriormente sob alçada governamental ou militar.

O monarca demitiu ainda alguns poderosos funcionários do palácio da época do seu pai, e participou activamente no esboço da nova Constituição da Tailândia.

Num anúncio transmitido pela televisão, a casa real anunciou que a coroação terá lugar entre os dias 4 e 6 de Maio referindo que “será o momento oportuno para a coroação, de acordo com a tradição, para a celebração nacional e a alegria do povo”.

A coroação será realizada no dia 4 de Maio, durante uma cerimónia à qual assistem a “família real, os conselheiros privados e os membros do gabinete”.

Os dois dias seguintes serão marcados por outras audiências e eventos relacionados com a coroação, segundo as tradições da monarquia tailandesa.

O ano de 2019 será politicamente muito movimentado para a Tailândia, com eleições gerais cinco anos após o golpe que derrubou a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra.

2 Jan 2019

Pelo menos 85 mortos nas Filipinas devido a tempestade tropical

[dropcap]P[/dropcap]elo menos 85 pessoas morreram e 20 continuam desaparecidas nas Filipinas, na sequência das inundações e deslizamentos de terra causados pela tempestade tropical Usman, anunciaram hoje as autoridades em novo balanço.

O Conselho Nacional de Redução e Gestão de Desastres (NDRRMC), o órgão filipino que coordena as informações durante os desastres, colocou o número de deslocados em 191.597, devido à tempestade que passou pelas Filipinas durante o fim-de-semana.

Um total de 24.894 filipinos encontram-se em centros de acolhimento localizados nas regiões central e norte do país, as mais afetadas.

As autoridades locais declararam o estado de calamidade em Camarines del Sur, uma província da região de Bicol, localizada no sudeste de Luzon, cuja capital é Pili e que tem uma população de quase dois milhões de habitantes.

“Receio que (o balanço) continue a aumentar, porque ainda há muitas áreas que não alcançamos”, disse o director de protecção civil da região de Bicol, Claudio Yucot, na segunda-feira.

A tempestade tropical entrou nas Filipinas pelo Pacífico e atingiu o continente no sábado, causando inundações, deslizamentos de terra, provocando falhas de electricidade um pouco por todo o país.

A tempestade tropical, não chegou a ser classificada de tufão, o que, de acordo com as autoridades filipinas, fez com que as pessoas “ficassem demasiado confiantes”.

Em meados de Setembro, no norte do país, mais de 80 pessoas morreram e outras 70 foram dadas como desaparecidas na sequência do tufão Mangkhut, que deixou um rasto de destruição em vários países no Pacífico.

As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam centenas de mortes e agravam ainda mais a pobreza que atinge milhões de pessoas.

2 Jan 2019