Hoje Macau SociedadeQingdao | C&C assina acordo com escritórios AllBright A C&C Advogados e Notários e o escritório de advocacia AllBright em Qingdao assinaram um acordo de cooperação estratégica sobre serviços jurídicos na última quinta-feira, a fim de “construir uma plataforma de trabalho colaborativa e estabelecer um mecanismo de cooperação transfronteiriça” para “aproveitar as vantagens dos serviços jurídicos regionais para prestar serviços jurídicos de alta qualidade e eficientes aos clientes da RAEM, do Interior da China e dos Países de Língua Portuguesa”, aponta um comunicado. A “AllBright Law Firm” foi fundada em 1999, iniciando a sua actividade em Xangai, e tem actualmente escritórios em diversas cidades da China como Pequim, Hangzhou ou Shenzhen, entre outras, sem esquecer em cidades estrangeiras como Londres ou Tóquio.
Hoje Macau Manchete SociedadeAir Asia | Apontada discriminação contra “ajudantes domésticos” Uma associação de trabalhadores migrantes em Macau considera que a nova promoção da companhia aérea Air Asia, dirigida a “ajudantes domésticos”, promove a discriminação, além de “ser enganosa” A iniciativa da companhia de baixo custo da Malásia Air Asia, intitulada “Domestic helper fares” (“Tarifas para ajudantes domésticos”), promove voos directos até Manila, capital das Filipinas, desde Hong Kong e Macau, cidades com uma forte presença de trabalhadores migrantes daquele país asiático. “A promoção é uma discriminação, porque cria uma divisão entre classes de pessoas”, disse à Lusa Benedicta Palcon, representante da União de trabalhadores migrantes filipinos Greens (Greens Philippines Migrant Workers Union). Palcon deixou um comentário na conta da rede social do Facebook da empresa, com base em Kuala Lumpur, capital malaia, notando que, ao invés de “ajudante doméstico”, a “palavra correcta a usar é trabalhador doméstico”. “Dêem-nos pelo menos algum tipo de dignidade”, sublinhou à Lusa a presidente da Greens, voz habitual na reivindicação de direitos para a classe trabalhadora filipina em Macau, que espera que a Air Asia altere o nome da campanha promocional. Na imagem desta campanha, no ‘site’ da empresa, nas redes sociais ou em emails enviados a quem subscreve o serviço, aparece uma mulher a abraçar uma criança. “Representa um trabalhador a cuidar de uma criança ou pode ser uma mãe e filho, quem sabe?”, notou Palcon, referindo-se ao facto de muitas trabalhadoras domésticas cuidarem de crianças em Macau. Mas a crítica da filipina vai além do aspecto discriminatório. De acordo com a promoção, para quem marcar a viagem até 10 de Junho e voar até 30 de Novembro, a tarifa base da viagem de Hong Kong para Manila, num sentido e excluindo taxas adicionais, começa em 162 dólares de Hong Kong e de Macau para a capital filipina por 119 patacas. “Nem é a tarifa verdadeira, apenas a base, portanto incluindo as taxas e outros custos pode bem chegar a 1.500 ou 2.000 patacas por uma viagem de ida e volta”, notou a responsável. A Lusa contactou a Air Asia para questionar sobre a nova promoção, mas não recebeu uma resposta. No fundo da escala Os empregados domésticos em Macau, mão-de-obra ligada sobretudo à comunidade filipina, indonésia e vietnamita, auferem salários muito aquém da mediana salarial mensal no território. Segundo dados facultados à Lusa, em Junho do ano passado, pela União Progressista dos Trabalhadores Domésticos de Macau, uma empregada doméstica recebia entre três mil a cinco mil patacas por mês antes da pandemia. Com a falta de mão-de-obra durante a crise sanitária, o vencimento mensal terá passado para valores entre as quatro mil e as seis mil patacas. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, a mediana do rendimento mensal da população empregada, no primeiro trimestre deste ano, era de 17 mil patacas. O vencimento e protecção laboral continuam a ser uma luta deste grupo profissional em Macau, o único excluído da lei do salário mínimo, em vigor desde Novembro de 2020. “Estamos sempre a pressionar o nosso consulado para pressionar o Governo de Macau com o salário mínimo, mas o Governo nunca leva isso em consideração”, rematou Palcon.
Hoje Macau PolíticaShenzhou-15 | Ho Iat Seng felicita regresso da nave O Chefe do Executivo enviou ontem ao Governo Central uma mensagem a congratular o regresso à Terra da nave espacial tripulada Shenzhou-15. “Foi com enorme alegria que tomámos conhecimento do cumprimento com sucesso da missão programada da nave espacial Shenzhou-15 e do seu regresso bem-sucedido após a conclusão de entrega de trabalho com a nave espacial Shenzhou-16. Eu, em nome do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), endereço os maiores votos de felicitações pelo sucesso da missão! Gostaria de manifestar, também, as mais sinceras congratulações aos três astronautas, Fei Junlong, Deng Qingming e Zhang Lu, e a toda equipa participante nesta missão”, escreveu Ho Iat Seng. O Chefe do Executivo declarou que “todos os compatriotas de Macau sentem orgulho e encorajamento, continuando a envidar todos esforços para apoiar o desenvolvimento do sector espacial tripulado da pátria, a fim de contribuir para a construção de um país forte no âmbito da ciência e tecnologia aeroespacial”.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Irmã de Kim Jong-un condena EUA por criticarem lançamento falhado de satélite A irmã de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, acusou ontem os EUA de hipocrisia “à gangster” por terem criticado o lançamento fracassado de um satélite de reconhecimento militar. De acordo com os ‘media’ estatais norte-coreanos, Kim Yo-jong afirmou que os esforços da Coreia do Norte para reforçar capacidades de reconhecimento espacial são um exercício legítimo do direito soberano do país. Os comentários da irmã de Kim Jong-un foram feitos um dia depois de um foguetão norte-coreano, que transportava o primeiro satélite espião desenvolvido pelo país, ter-se despenhado ao largo da costa ocidental da península coreana devido a uma falha técnica. Após uma rara assunção de fracasso, Pyongyang prometeu efectuar um segundo lançamento depois de determinar as causas da falha, numa altura em que o líder norte-coreano quer expandir as capacidades militares, num contexto de um prolongado congelamento da diplomacia com os Estados Unidos. Washington condenou duramente Pyongyang pelo lançamento, com o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adam Hodge, a dizer que este utilizou tecnologia de mísseis balísticos, em violação das resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, além de aumentar as tensões e arriscar-se a desestabilizar a segurança regional.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Ex-secretário-geral pede a Ramos-Horta para pressionar regime O sul-coreano Ban Ki-moon, antigo secretário-geral da ONU, apelou ao Presidente timorense para pressionar o regime militar do Myanmar a implementar a paz no território e mitigar o sofrimento do povo O ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon apelou ontem ao Presidente timorense para que exerça pressão, directamente e através da ASEAN, junto do regime de Myanmar para que aceite a implementação de uma proposta regional de paz. “Espero que a ASEAN possa fazer uma pressão muito mais forte. As pessoas continuam a sofrer bastante. E peço-lhe, senhor Presidente, que tente também fazer pressão através da ASEAN”, disse Ban Ki-moon a José Ramos-Horta. O pedido foi feito num curto encontro de Ban Ki-moon com José Ramos-Horta à margem da abertura da 18.ª edição do Fórum de Jeju para a Paz e a Prosperidade, em cuja abertura os dois líderes participaram ontem. “É uma missão muito difícil para a ASEAN, e sei que se sente frustração em vários países com este assunto”, notou Ramos-Horta que, depois da reunião, disse considerar difícil uma intervenção direta sua directamente com os militares de Myanmar. Ban Ki-moon congratulou Timor-Leste por ter conseguido o estatuto de observador na Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e pela aprovação do roteiro para a sua adesão plena à organização regional, considerando que o país “deveria ter sido admitido há mais tempo”. Recordando a posição “íntegra e respeitada” que a ASEAN tem tido no palco internacional, Ban Ki-moon lamentou que ontem não tenha conseguido lidar com o problema de Myanmar, apesar de um proposto acordo de paz. Excepção vergonhosa Na última cimeira da ASEAN, em Labuan Bajo, na Indonésia, a questão de Myanmar acabou por dominar a agenda, com o Presidente indonésio, Joko Widodo, a reconhecer não se terem registado progressos para acabar com o conflito no Myanmar. Em particular, o chefe de Estado indonésio referia-se a um plano de paz de cinco pontos preparado em 2021 pelos 10 Estados-membros da ASEAN e a junta militar de Myanmar, que pedia o fim imediato da violência e o diálogo entre as partes em conflito, com mediação de um enviado da ASEAN. A junta militar rejeitou tomar medidas para cumprir esse acordo, levando a ASEAN a excluir a liderança militar de participar em encontros da organização. “A situação causa alguma vergonha e embaraço para a integridade da ASEAN. Os membros da ASEAN são defensores da paz e Myanmar é agora a única exceção com uma ditadura militar ainda pior que no passado”, disse Ban Ki-moon que visitou recentemente o país. Nessa visita, o ex-secretário-geral da ONU reuniu-se com o principal líder militar, o general Min Aung Hlaing, a quem apelou para “observarem e implementarem o consenso sobre os cinco pontos”, que considera “a única forma de resolver o problema”. Ainda que esse acordo de paz tenha sido feito com a presença do Myanmar, os generais rejeitaram a Ban Ki-moon terem sido consultados. Ban Ki-Moon disse não acreditar nessa versão dos militares de Myanmar e explicou ter-lhes solicitado a libertação de Aung Sun Suu Kyi, condenada a 33 anos de prisão (já tem 77 anos) ou, pelo menos, à sua transferência para prisão domiciliar. “Há mais de 2.000 pessoas detidas e a ASEAN deve reforçar a sua pressão. O país está totalmente isolado. Durante a visita não vi pessoas nas ruas e na viagem de 35 minutos de carro entre o aeroporto e o centro da capital contei apenas 22 carros”, disse Ban Ki-Moon. “Mas temos que continuar engajados, a exercer pressão. Eu estou disponível para apoiar nisso”, considerou. No encontro, José Ramos-Horta explicou que os líderes militares estão “a sentir cada vez mais pressão militar” por parte da resistência armada no Myanmar, conseguindo controlar apenas 30 por cento do território e evidenciando sinais de mal estar no exército. “A resistência, no passado, era essencialmente formada por grupos étnicos, mas agora é em todo o país, com cada vez mais pessoas a juntar-se. E os militares estão a perder pessoas”, afirmou. “O maior risco é agora o da fragmentação do país”, notou José Ramos-Horta que acompanha há longas décadas a situação naquele país.
Hoje Macau China / ÁsiaCooperação | China e Singapura com linha directa de alto nível China e Singapura estabeleceram ontem as bases para o estabelecimento de uma linha directa de comunicação, numa altura em que as tensões e ausência de diálogo entre Pequim e Washington preocupam o leste da Ásia. O ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, assinou um memorando de entendimento com o homólogo de Singapura, Ng Eng Hen, para trabalharem no estabelecimento de uma linha telefónica segura “para comunicações de alto nível entre os líderes da Defesa” dos respectivos países, de acordo com um comunicado divulgado por Singapura. “Estas linhas abertas de comunicação de alto nível são importantes para fortalecer a compreensão mútua e a confiança”, lê-se na mesma nota. Na sua primeira visita a Singapura como ministro da Defesa, Li está a discutir questões de segurança global e regional com uma série de autoridades do território. Singapura afirmou que os exércitos dos dois países “interagem regularmente por meio de exercícios bilaterais e multilaterais” e que a sua visita destaca as relações “de longa data, calorosas e amigáveis”. Singapura é um parceiro militar e económico próximo dos Estados Unidos. O acordo para estabelecer a linha telefónica directa ocorre numa altura de fortes tensões entre Pequim e Washington. Li também estabeleceu uma linha directa de defesa com o Japão em Março para melhorar a comunicação e ajudar a evitar acidentes na região. Durante a sua estadia em Singapura, Li deve discursar num fórum sobre segurança, o Diálogo de Shangri-La, que conta com a participação de autoridades de defesa, diplomatas e líderes dos países da Ásia – Pacífico
Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Pequim critica cooperação entre Japão e EUA A China criticou ontem o acordo anunciado entre Estados Unidos e Japão para fortalecer a sua aliança de defesa e acusou Washington de coagir e “prejudicar os interesses de terceiros” através da cooperação militar. “Em resposta a este acordo, que fala de ‘coerção da China’, a realidade é que quem coage não é a China, são os Estados Unidos”, reagiu a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao acrescentou que a China sempre defendeu que a cooperação militar entre países deve “servir para manter a paz e a estabilidade regional”, em vez de “ter outros como alvo ou prejudicar os interesses de terceiros”. As declarações foram feitas depois de o ministro da Defesa japonês, Katsuhiro Hamada, e o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, terem concordado em “aprofundar a cooperação bilateral” e explorar “maneiras de fortalecer as capacidades da aliança entre o Japão e os Estados Unidos para deter e responder”, face a possíveis conflitos. O secretário de Defesa dos EUA destacou que as forças armadas de ambos os países “estão a operar e treinar juntas como nunca antes”, para responder a ameaças comuns, como o desenvolvimento de armas pela Coreia do Norte, a agressão russa contra a Ucrânia e “os desafios suscitados pela China”. O acordo também ocorre depois de Austin ter considerado “infeliz” a recusa do seu homólogo chinês, Li Shangfu, ao convite feito pelo lado norte-americano para se encontrarem, em Singapura, à margem do Diálogo de Shangri-La.
Hoje Macau China / ÁsiaJulgamento de português em Hong Kong adiado para Agosto Um tribunal de Hong Kong adiou ontem para 15 de Agosto o início do julgamento do cidadão português Joseph John, acusado de incitação à subversão, crime com uma pena máxima de 10 anos de prisão. Numa sessão no tribunal do distrito de Wanchai, o juiz Stanley Chan Kwong-chi aceitou o pedido da defesa do arguido por mais tempo para analisar a acusação, adiando pela terceira vez o arranque do julgamento. O novo advogado do arguido, Randy Shek Shu Ming, sublinhou que o Departamento de Justiça de Hong Kong só no final de Maio aceitou um pedido de apoio judiciário para Joseph John. O juiz Stanley Chan aceitou o pedido do advogado do português, mas defendeu tratar-se de “um caso muito simples, em que é somente necessário analisar o conteúdo das mensagens electrónicas”. De acordo com a acusação, Joseph John era administrador do perfil na rede social Facebook do Partido para a Independência de Hong Kong. A organização foi fundada no Reino Unido em 2015, mas a comissão eleitoral britânica revogou o estatuto de partido político em 2018. O suspeito, funcionário do Royal College of Music no Reino Unido, terá usado o perfil para, desde Setembro de 2019, “lançar uma campanha de angariação de fundos para despesas militares, enviar petições para páginas de governos estrangeiros e apelar ao apoio de tropas estrangeiras”. O homem terá apelado a Londres para declarar que a China estaria a “ocupar ilegalmente” Hong Kong, assim como pediu ao Reino Unido e aos Estados Unidos para enviarem tropas para a antiga colónia britânica, cujo controlo passou para Pequim em 1997. Stanley Chan, um dos juízes nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional, já tinha adiado o início do julgamento, primeiro a 9 de Março e depois a 28 de Março. A somar No dia 9 de Março, o Ministério Público adicionou o crime de incitação à subversão à acusação, com uma pena mínima de cinco anos de prisão e uma pena máxima de 10 anos. Este crime foi criado pela lei de segurança nacional promulgada em 2020 por Pequim. O novo advogado de Joseph John é conhecido em Hong Kong por defender arguidos ligados aos protestos pró-democracia de 2019, um dos maiores desafios às autoridades de Pequim desde a transferência de poder. O português, também conhecido como Wong Kin Chung, está detido desde o final de Outubro, inicialmente acusado do crime de sedição, ao abrigo de uma outra lei, da era colonial britânica, cuja pena máxima é de dois anos de prisão. Joseph John, nascido em Hong Kong e com estatuto de residente permanente na região administrativa especial chinesa, terá pedido um salvo-conduto para deslocação ao interior da China. A China, cujo regime jurídico chinês não reconhece a dupla nacionalidade, só atribui o salvo-conduto a pessoas de etnia chinesa e considera que o documento serve como reconhecimento da nacionalidade chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaSingapura | China e EUA recusam diálogo no principal fórum asiático sobre segurança A reunião de líderes ligados à segurança no continente asiático, Diálogo de Shangri-La, decorre este fim-de-semana em Singapura. O encontro, ou desencontro, entre representantes chineses e norte-americanos centra as atenções do evento O mais importante fórum sobre segurança na Ásia arranca hoje, marcado pela ausência de diálogo entre China e Estados Unidos, numa altura em que a tensão entre as duas potências suscita preocupações na região. Iniciado em 2002 pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), que tem sede em Londres, o Diálogo de Shangri-La reúne todos os anos líderes políticos, militares e especialistas em segurança da região Ásia – Pacífico. O fórum decorre este ano entre os dias 2 e 4 de Junho, em Singapura, sede desde a sua fundação. O ‘prato forte’ do evento é tradicionalmente o encontro entre altas patentes militares da China e dos EUA, visando procurar respostas para a principal preocupação na região: a possibilidade de um conflito em larga escala entre as duas maiores forças armadas do mundo, motivado pelas reivindicações territoriais de Pequim sobre Taiwan ou a quase totalidade do Mar do Sul da China. Pequim descartou já essa possibilidade para este ano: segundo um comunicado difundido esta semana pelo Pentágono, a China rejeitou uma proposta dos Estados Unidos para organizar uma reunião entre o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, e o seu homólogo chinês, Li Shangfu. O ministério da Defesa da China disse mais tarde que os obstáculos à comunicação entre os dois exércitos “são da total responsabilidade” dos EUA. Num comunicado separado, a embaixada da China nos EUA questionou a sinceridade e o significado do convite, apontando para as sanções impostas pelos EUA a autoridades, instituições e empresas chinesas. Em causa, estão as sanções impostas por Washington a Li Shangfu, por ter supervisionado a transferência de armamento oriundo da Rússia. Ilustrando as dificuldades em apaziguar as tensões, um caça chinês realizou na semana passada manobras de interceção de um avião de vigilância norte-americano, consideradas “desnecessárias e agressivas” pelo Pentágono. Nos vídeos difundidos pelo Comando para o Indo-Pacífico dos Estados Unidos, o piloto chinês é visto a posicionar-se bem à frente do avião norte-americano, que foi forçado a voar através da turbulência provocada pelo caça chinês, um J-16. Os Estados Unidos defendem as suas acções no Pacífico e no Mar do Sul da China como “operações de liberdade de navegação”, realizadas de acordo com o direito internacional. A China afirma que as manobras norte-americanas violam a sua soberania e comprometem a paz e a estabilidade na região. A velha questão Os dois países também têm subido de tom na questão de Taiwan. Washington intensificou a venda de armamento e o intercâmbio com as autoridades da ilha. Em retaliação, o Exército de Libertação Popular passou a enviar navios e aviões de guerra com frequência quase diária para perto do território. A presença de Li Shangfu é, ainda assim, vista por analistas como um sinal de boa vontade de Pequim, face aos comentários recentes do Presidente dos EUA, Joe Biden, que disse esperar uma melhoria nas relações com a China em breve. Pequim nem sempre enviou ministros da Defesa para o Diálogo de Shangri-La e procurou, no passado, minimizar a importância do evento – visto como uma plataforma dominada por Washington e pelos seus aliados –, enviando sobretudo oficiais de baixo escalão do Exército de Libertação Popular. Essa abordagem mudou em 2011, quando enviou uma delegação de alto nível liderada pelo então ministro da Defesa, o general Liang Guanglie. Analistas prevêem ainda que a delegação chinesa vai usar o fórum este ano para explicar a posição da China sobre a guerra na Ucrânia, à medida que a proximidade entre Pequim e Moscovo é alvo de crescente escrutínio.
Hoje Macau PolíticaPJ | Sam Kam Weng toma posse como subdirector Sam Kam Weng tomou ontem posse como subdirector da Polícia Judiciária (PJ). Licenciado em Direito, o responsável entrou na PJ em 1993, tendo chefiado, entre 2006 e 2022, três departamentos da PJ, nomeadamente a secção de investigação de fraude, de divisão de informações em geral e do departamento de informações e apoio. Tem sido, desde 1 de Março deste ano, e em regime de substituição, subdirector da PJ, assumindo agora funções plenas. A PJ aponta que o novo subdirector “dispõe de uma larga experiência no trabalho de investigação e na gestão de comando”, além de que tem trabalhado, nos últimos anos, com “pragmatismo, sentido de responsabilidade e coragem no desempenho de tarefas importantes”. A PJ destaca ainda que Sam Kam Weng “irá fazer pleno uso dos seus conhecimentos profissionais, experiência de trabalho e capacidade neste seu novo cargo, para dar o seu contributo na inovação, melhorando a gestão administrativa, a formação do pessoal e a eficácia da equipa policial na execução da lei”, além de se esperar que faça bem “o trabalho educativo relativo à segurança nacional”, para “salvaguardar a segurança nacional e a estabilidade a longo prazo de Macau”.
Hoje Macau PolíticaTurismo | Arranca acção de promoção na Tailândia A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) inicia hoje mais uma acção promocional intitulada “Sentir Macau, Sem Limites” nas ruas de Banguecoque, capital da Tailândia, com a duração de três dias. Trata-se “da primeira grande promoção turística num mercado de visitantes internacionais da Ásia após a pandemia”, aponta a DST. Ontem, realizou-se um seminário para operadores de turismo de Macau e Tailândia, a fim de dar a conhecer os pontos turísticos mais fortes das duas regiões. A ideia é também “criar mais produtos turísticos para os visitantes da Tailândia e explorar o mercado do Sudeste Asiático”. Cerca de 120 pessoas, de entre representantes da indústria turística de Macau e das seis empresas de resorts integrados e lazer, representantes de agências de viagem e companhias aéreas da Tailândia, entre outros, participaram no evento. Em Banguecoque será exibida uma mostra com expositores e jogos interactivos com a presença das concessionárias de jogo. Em 2019, Macau recebeu mais de 150 mil visitantes da Tailândia, sendo o décimo maior mercado de visitantes para Macau.
Hoje Macau Manchete PolíticaDireitos humanos | Macau deve criar instituição independente O Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres pede que as autoridades criem um organismo independente para defesa dos direitos humanos, lembrando a questão dos direitos das mulheres A Organização das Nações Unidas (ONU), nomeadamente o Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres, defendeu que o Governo deve criar “dentro de um prazo definido, uma instituição independente de [defesa dos] direitos humanos, com um forte mandato”. Nas observações finais emitidas na terça-feira, o comité disse ver “com preocupação” a ausência de uma instituição que possa também “promover e proteger os direitos humanos das mulheres”. O documento critica ainda “o elevado número de denúncias de vítimas” de violência de género contra as mulheres que foram indeferidas pela Provedoria de Justiça, que faz parte do Comissariado Contra a Corrupção, “por falta de provas”. Em resposta, num comunicado divulgado ontem, a Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ) prometeu “aperfeiçoar constantemente o regime jurídico, no sentido de combater rigorosamente” a violência de género. Casas para todas O comité da ONU apelou ainda a Macau para “assegurar um número suficiente de lares adequadamente financiados para mulheres vítimas de violência de género, incluindo violência doméstica”, acrescentando que o número actual de lares é reduzido. A DSAJ rejeitou a crítica e disse que os lares de acolhimento para mulheres “têm satisfeito as necessidades”. Nos últimos dois anos, o número de pessoas acolhidas representa “apenas 60 a 70 por cento” da capacidade dos lares de acolhimento, sublinhou. Desde a entrada em vigor da lei de prevenção e combate à violência doméstica, em Maio de 2016, os casos de violência doméstica aumentaram de 2.278 casos em 2017 para 2.666 em 2022, disse, em Abril, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong. As observações do comité da ONU foram emitidas após uma reunião, realizada a 12 de Maio, em que foi apreciado e discutido um relatório enviado pelo Governo de Macau e uma opinião submetida pela Associação Geral das Mulheres de Macau (AGMM). Foi ainda pedido, da parte da ONU, um “reforço na divulgação de informações respeitantes aos casos de violência doméstica, incluindo os dados das sentenças”, bem como “as informações sobre as medidas de protecção e de apoio” às mulheres, tendo o Governo respondido que todos os anos divulga um relatório sobre a situação da execução da lei de prevenção e combate à violência doméstica, “onde se incluem o tratamento e a análise sobre a situação dos casos de violência doméstica em Macau, bem como a situação alusiva aos trabalhos a realizar pelas respectivas entidades executoras no âmbito de apoio às vítimas de violência doméstica”. A DSAJ deixou ainda a promessa de “continuar a promover as diversas medidas para garantir os direitos e interesses das mulheres”, além de se empenhar “em eliminar todas as formas de discriminação e promovendo o desenvolvimento das carreiras das mulheres”.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno português deve retomar visitas com “máxima urgência” O presidente de um grupo empresarial luso-chinês considerou ontem que o Governo português deve retomar com “máxima urgência” as visitas à China, visando impulsionar o comércio, investimento e turismo com a segunda maior economia mundial. “Noto que está a faltar um maior envolvimento do Governo português, uma maior atenção por parte das autoridades portuguesas, para que possamos dar o salto para um novo estágio de desenvolvimento das relações bilaterais”, disse à agência Lusa o presidente da PorCham, João Pedro Pereira, no final de uma visita de duas semanas à China. “Eu acho que isso é um tema urgentíssimo e eu próprio, depois de ter estado na China, entrei em contacto não só com o gabinete do primeiro-ministro, António Costa, como também com o gabinete do secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz”, realçou o responsável. João Pedro Pereira destacou o potencial da China no sector da mobilidade eléctrica, à medida que o país asiático assume a dianteira no sector automóvel. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. O domínio chinês alarga-se também à indústria de baterias: as chinesas CATL e BYD são as maiores fabricantes mundiais. “Portugal tem de facto de fazer um trabalho muito intenso junto dos decisores dessas empresas”, explicou Pedro Pereira, acrescentando que a angariação de turistas chineses e as exportações portuguesas para a China continuam “aquém do seu potencial”. Mensagem mal passada Segundo dados facultados à Lusa por Tiago Brito, o representante permanente do Turismo de Portugal na China, mais de 385 mil chineses visitaram Portugal em 2019, o ano antes da pandemia. Os turistas oriundos da China gastaram, no total, 224 milhões de euros no país, um crescimento de 20 por cento face a 2018. João Pedro Pereira, que reuniu na China com 175 empresários e investidores, em quatro cidades diferentes, apontou ainda para a necessidade de “desmistificar” a decisão do Governo português de pôr fim ao programa dos vistos ‘gold’, as autorizações de residência atribuídas para actividade de investimento. A China é o país de origem da maioria dos investidores. “Houve muitas perguntas sobre se Portugal continua a acolher bem o investimento estrangeiro e o investimento chinês, porque o fim dos ‘golden visa’ passou a ideia de que Portugal deixou de estar tão acolhedor do investimento chinês como estava até então”, explicou. “É preciso cuidar da forma como a mensagem é passada”, acrescentou. Os eventos de promoção na China foram organizados em parceria com a Cedrus Capital e a World Trust Investments, dois fundos de capital de risco, vocacionados para os setores imobiliário, empresarial e industrial. “Sabemos que o mercado chinês tem muita liquidez e que há um grande desenvolvimento no mercado dos fundos de investimento”, apontou Pedro Pereira. “Isso é fundamental para um país como Portugal, que tem um desígnio empresarial maioritariamente composto por pequenas e médias empresas, que têm muitas dificuldades no acesso ao crédito”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente diz que novo Governo timorense deve tomar posse a 18 de Junho O Presidente timorense disse ontem que gostaria que o IX Governo constitucional tome posse a 18 de junho, considerando “natural” a aliança entre o CNRT e o PD, terceira força, para a formação de uma maioria parlamentar. “A aliança entre o CNRT [Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT)] e o PD [Partido Democrático )PD)] era de esperar. É uma coligação natural, uma aliança natural”, disse José Ramos-Horta em declarações à Lusa em Jeju, na Coreia do Sul, onde está em visita. “Não via alguma outra opção para o CNRT, dado o historial das relações entre o CNRT e os outros partidos no parlamento”, disse. O chefe de Estado referia-se à aliança entre o CNRT, que conquistou 31 cadeiras nas eleições legislativas de 21 de Maio, e o PD, que conquistou seis, formando uma ampla maioria de 37 dos 65 lugares do parlamento nacional. Na oposição, nesse cenário, ficam as outras três forças com assento parlamentar, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), que sustentam o actual executivo. Ramos-Horta destacou o facto do PD ter já “grande experiência acumulada” ao longo dos últimos 20 anos, tanto em vários Governos, como no parlamento, referindo-se aos laços entre os quadros médios e superiores dos dois partidos. “Os quadros superiores e médios do PD são praticamente da mesma geração que os do CNRT. Cresceram no tempo indonésio, estudaram na Indonésia, alguns fizeram parte da Renetil [ala juvenil da resistência] e da rede clandestina”, notou. Antes que o processo de formação do Governo seja concluído, é ainda necessária a validação dos resultados eleitorais pelo Tribunal de Recurso, processo que pode estar concluído ainda esta semana e, posteriormente, a tomada de posse dos novos deputados. Este último processo tem estado a causar alguma polémica com as bancadas do actual executivo Governo a defenderem que os novos deputados só deveriam tomar posse em Setembro, data que marcaria o final da actual legislatura. Em causa estão diferentes interpretações da Constituição, de outros diplomas e do regimento do Parlamento Nacional, documento que não tem a força de lei. Ramos-Horta rejeita a posição da actual maioria de que os deputados só poderão tomar posse em Setembro e remete para as eleições de 2018, notando que as eleições decorreram a 12 Maio e a legislatura começou a 12 de Junho. “O presidente do Parlamento é uma pessoa com sentido de estado e responsabilidade. Sabe que é necessário a nova legislatura começar o mais rapidamente possível e haver uma transição, para que o parlamento possa começar o seu trabalho o mais rapidamente possível. Uma transição com dignidade, sobretudo face à mensagem muito clara do eleitorado. Não se pode esperar mais”, disse ontem Ramos-Horta à Lusa. Tudo a postos “A expectativa é que a tomada de posse do governo ocorra muito rapidamente. Logo a seguir à tomada de posse dos deputados, tenho que receber o líder do partido mais votado, ou da maioria parlamentar. E logo a seguir quero o governo formado”, afirmou. “Antes de 18 de junho temos o Governo formado”, disse. O chefe de Estado manteve na semana passada uma reunião preliminar com o líder do CNRT e próximo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que disse estar já “preparado”, incluindo com “muito trabalho de várias semanas no programa do Governo, que começou antes mesmo das eleições”. “Que eu saiba, não quer um Governo grande. Talvez com um máximo 30 pessoas entre ministros e vices e secretários de Estado. E está seriamente comprometido a fazer transformações positivas. Está animado para dialogar com todos”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria transformadora | Actividade voltou a contrair em Maio A actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em Maio, de acordo com dados oficiais divulgados ontem, ilustrando a recuperação débil da segunda maior economia mundial, após o fim da estratégia ‘zero covid’. O índice de gestores de compras, elaborado pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) da China, fixou-se nos 48,4 pontos, em Maio. Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo. Trata-se da segunda vez este ano que aquele indicador regista uma contração da actividade, depois de se ter fixado nos 49,2 pontos em Abril. A indústria chinesa foi prejudicada pela queda na procura global, depois de os bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e países asiáticos terem subido as taxas de juro, visando travar a inflação galopante. O GNE publicou ainda o índice de gestores de compras para o sector não transformador, incluindo construção e serviços. Os gastos dos consumidores chineses recuperaram em Maio, impulsionados pelos três dias de feriado, por ocasião do Dia do Trabalhador. Os subsectores dos transportes ferroviário e aéreo, alojamento e restauração mantiveram-se em expansão, enquanto a actividade no mercado imobiliário caiu. A recuperação do consumo foi impulsionada pelo fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou ao longo de quase três anos na China. Mas a recuperação do consumo foi mais fraca do que o esperado e os analistas estão a rever em baixa as suas expectativas para a economia. Os bancos de investimento Nomura e Barclays cortaram já as previsões de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da China em 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Pequim vai manter “medidas necessárias” após manobras com caça A China vai continuar a tomar as “medidas necessárias” para “salvaguardar a sua segurança”, após o Pentágono ter revelado que um caça chinês realizou manobras consideradas desnecessárias e agressivas para interceptar um avião de reconhecimento norte-americano. “As operações de reconhecimento dos EUA acontecem há muito tempo e violam a segurança e a soberania da China. Estas acções são a fonte dos problemas de segurança marítima”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao acrescentou que a China vai continuar a “tomar todas as medidas necessárias” para “salvaguardar resolutamente a sua soberania e segurança”. Nos vídeos difundidos pelo Comando para o Indo-Pacífico dos Estados Unidos, o avião chinês, um J-16, é visto a voar nas proximidades do avião norte-americano, um RC-135, modelo normalmente utilizado para vigilância. O evento ocorreu no dia 26 de Maio, quando o piloto chinês se posicionou bem à frente do RC-135, que foi forçado a voar através da turbulência provocada pelo caça chinês. Segundo os EUA, o seu avião “estava a realizar operações seguras e de rotina no espaço aéreo internacional sobre o Mar do Sul da China, de acordo com o direito internacional”. Na mesma nota, o Comando para o Indo-Pacífico dos Estados Unidos assegurou que os EUA “vão continuar a voar, navegar e operar com segurança e responsabilidade onde quer que os regulamentos internacionais o permitam”, incluindo na região do Indo-Pacífico.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC alerta para riscos da inteligência artificial O Partido Comunista Chinês (PCC) alertou ontem para os riscos inerentes aos avanços na inteligência artificial (IA) e pediu um reforço das medidas de segurança nacional. Durante uma reunião com altos quadros do Partido, o secretário-geral, Xi Jinping, pediu “esforços dedicados para salvaguardar a segurança política e melhorar a governação da segurança dos dados da Internet e da inteligência artificial”, de acordo com um despacho difundido pela agência noticiosa oficial Xinhua. Xi, que é também o chefe de Estado da China, o comandante das Forças Armadas e o líder da Comissão de Segurança Nacional do PCC, pediu às autoridades chinesas que se “mantenham profundamente cientes das complexas circunstâncias e dos desafios que a segurança nacional enfrenta”. A China precisa de um “novo padrão de desenvolvimento, com uma nova arquitectura de segurança”, afirmou Xi, citado pela Xinhua. As declarações do líder chinês surgem um dia depois de um alerta feito por cientistas e líderes da indústria tecnológica nos EUA, incluindo executivos da Microsoft e Google, sobre os perigos que a inteligência artificial representa para a humanidade. “Mitigar o risco de extinção pela IA deve ser uma prioridade global, em conjunto com outros riscos, como pandemias e guerra nuclear”, afirmou o comunicado. Mantendo o controlo O Governo chinês lançou também uma campanha regulatória, visando reafirmar o controlo político sobre o sector tecnológico, mas, como outros países, está a ter dificuldades em encontrar formas de regular novas tecnologias em rápido desenvolvimento. A reunião do PCC enfatizou a necessidade de “avaliar riscos potenciais, tomar precauções, salvaguardar os interesses do povo e a segurança nacional e garantir a segurança, fiabilidade e capacidade de controlo da IA”, noticiou o jornal oficial Beijing Youth Daily. As preocupações suscitadas pela perda de controlo sobre sistemas de inteligência artificial intensificaram-se com o surgir de uma nova geração de programas projectados para simular conversas humanas, como o ChatGPT. Sam Altman, director executivo da OpenAI, que desenvolveu o ChatGPT, e Geoffrey Hinton, um cientista da computação conhecido como o padrinho da inteligência artificial, estão entre as centenas de figuras importantes que assinaram a declaração emitida na terça-feira. A China alertou já em 2018 sobre a necessidade de regular a IA, mas mesmo assim financiou uma vasta expansão do sector como parte dos esforços para desenvolver as indústrias do futuro.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Ministro da Indústria e Musk falam sobre futuro Jin Zhuanglong e Elon Musk estiveram à conversa, ontem em Pequim, para abordar em conjunto o desenvolvimento do sector de veículos eléctricos com ligação a redes inteligentes O ministro da indústria da China, Jin Zhuanglong, e o director executivo da Tesla, Elon Musk, “trocaram opiniões” sobre o desenvolvimento de veículos eléctricos e conectados a “redes inteligentes”, durante um encontro realizado ontem em Pequim. A reunião decorreu numa altura em que o Partido Comunista Chinês está a tentar reavivar o interesse dos investidores estrangeiros no país, face à recuperação da economia chinesa, após o fim da estratégia ‘zero covid’. As empresas estrangeiras dizem estar preocupadas com a falta de clareza, depois de a polícia ter realizado incursões aos escritórios de consultoras, e com a crescente tensão entre Pequim e Washington. Um inquérito da Câmara de Comércio Britânica na China revelou que cerca de 70 por cento das empresas “estão à espera para ver” como a situação política no país se desenvolve antes de tomarem decisões sobre novos investimentos. Jin Zhuanglong e Musk “trocaram opiniões sobre o desenvolvimento de novos veículos movidos a energia eléctrica e veículos inteligentes conectados em rede”, de acordo com um comunicado difundido pelo ministério da Indústria e Tecnologia de Informação da China. O comunicado não adiantou mais detalhes. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. A China foi também o local da primeira fábrica da Tesla fora dos Estados Unidos. Gémeos siameses Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, disse a Musk que o mercado de veículos eléctricos da China “tem amplas perspectivas de desenvolvimento”, de acordo com um comunicado do ministério. “A modernização da China traz potencial de crescimento e procura sem precedentes, e isso inclui a indústria de veículos movidos a nova energia. A China vai continuar a promover a abertura de alto nível e permanecerá comprometida em criar um ambiente de negócios internacional, com base na lei e orientado para o mercado, para empresas de todo o mundo, incluindo a Tesla”, acrescentou Qin Gang. A Tesla abriu a primeira fábrica de automóveis de propriedade totalmente estrangeira na China em 2019, depois de Pequim ter levantado algumas restrições à propriedade, visando impulsionar a concorrência e acelerar o desenvolvimento da indústria. Segundo o comunicado do ministério, Musk disse que a Tesla está disposta a expandir os seus negócios na China e que “se opõe à desassociação”, numa referência aos receios de que o mundo se divida em vários mercados, com produtos incompatíveis, como resultado das crescentes fricções entre Pequim e Washington. “Os interesses dos EUA e da China estão entrelaçados como gémeos siameses”, disse Musk, durante o encontro com Qin Gang. A fábrica da Tesla em Xangai produziu mais de 710 mil veículos, em 2022, representando pouco mais de metade das vendas globais da empresa. Em Abril, a Tesla anunciou que ia abrir uma nova fábrica em Xangai para produzir os seus “Megapacks”, as baterias de armazenamento de energia usadas para estabilizar redes eléctricas e evitar apagões.
Hoje Macau Via do MeioXunzi 荀子 – Elementos de ética, visões do Caminho Da Nomeação Correcta, Parte VIII A vida é aquilo que as pessoas mais desejam e a morte é aquilo que as pessoas mais desprezam. No entanto, quando as pessoas desistem da vida e concretizam a sua própria morte, tal não é por não desejarem a vida e, ao invés, preferirem a morte. Ao contrário, tal se deve a não apreciarem viver em certas circunstâncias, mas aceitarem morrer nelas. Assim, quando o desejo é excessivo, mas a acção não lhe corresponde, tal resulta de o coração o impedir. Se aquilo que o coração aprecia se conforma com os padrões apropriados, mesmo que os desejos sejam muitos, como poderia isso perturbar a boa ordem? Quando o desejo está ausente, mas a acção o ultrapassa, tal resulta de o coração a compelir. Se aquilo que o coração aprecia é falho de padrões apropriados, então, mesmo que os desejos sejam poucos, como impedi-lo de cair no caos? Assim, ordem e desordem residem naquilo que o coração aprecia, não nos desejos que decorrem das nossas disposições. Se não as procurares onde residem e as procurares onde não estão presentes, então, mesmo que dissesses “Compreendi-as”, simplesmente lhes terias passado ao lado. A natureza humana é a realização do Céu. As disposições são a disposição da natureza. Os desejos são as respostas das disposições às coisas. Ver os objectos de desejo como sendo permissíveis de obter e buscá-los são coisas que as disposições não conseguem evitar. Considerar algo permissível e capaz de nos guiar é o que o entendimento deve fornecer. Assim, mesmo que fossemos um porteiro [dos sentidos], os desejos não poderiam ser eliminados, porque são o necessário equipamento da natureza. Mesmo que fossemos o Filho do Céu, os nossos desejos não poderiam ser completamente satisfeitos. Apesar dos desejos não possam ser completamente satisfeitos, é possível chegarmos perto da satisfação completa. Apesar dos desejos não poderem ser eliminados, a nossa busca [por eles] pode ser regulada. Apesar de aquilo que é desejado não poder ser completamente obtido, o buscador poder aproximar-se da satisfação completo. Quando o Caminho avança, é quando nos aproximamos da satisfação completa. Quando [o Caminho] recua, então regulamos o nosso buscar. Nada há comparável [ao Caminho] entre a totalidade das coisas debaixo do Céu. Ninguém deixa de seguir o que aprecia e de abandonar aquilo que não aprecia. Saber que nada há maior que o Caminho e mesmo assim não seguir o Caminho – não se conhecem casos disso. Imaginemos uma pessoa que não tem muito desejo de seguir para sul, mas tem não pouca aversão de seguir para norte. Como se daria que, por causa da impossibilidade de seguir completamente para sul, partisse do sul para seguir para norte? Ora, no caso das pessoas que não têm grande desejo por uma coisa, mas têm não pouca aversão por outra coisa, como fariam, na impossibilidade de satisfazerem completamente os seus desejos, para abandonar o modo de satisfazer os seus desejos e, em vez disso, aceitarem aquilo de que não gostam. Assim, para quem aprecia o Caminho e o segue, como poderia o diminuir das coisas conduzir à desordem? E, para quem não aprecia o Caminho, como podia o aumentar das coisas conduzir à ordem? Assim, aqueles que são sábios ajuízam o Caminho e isso é tudo – e as coisas a que as escolas inferiores almejam nas suas preciosas doutrinas entrarão todas em declínio. Nota Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE – 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, juntamente com o próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.
Hoje Macau Via do MeioFalando sobre as raízes da sabedoria – Cai Gen Tan 菜根譚 Tradução de André Bueno (continuação) 261. Quem vive na margem de um rio se acostuma com o barulho da água, e não o escuta mais; assim, é possível ter tranqüilidade perto da confusão. As montanhas são altas, mas não impedem a passagem das nuvens; assim, se aprecia o mistério da transformação das coisas. 262. As montanhas e os bosques são paisagens belíssimas, mas quando as pessoas se encantam com elas, se transformam em feiras. Livros e pinturas são objetos apreciáveis, mas quando as pessoas os valorizam, se transformam em mercadorias. Um coração, livre dos desejos de fama e riqueza, transforma a Terra numa residência imortal; Mas um coração, sempre cheio de desejos, faz com que até um paraíso seja um mar de lágrimas. 263. No meio do barulho e da confusão, a tranqüilidade da mente se dispersa e se perde; Em meio à paz e a tranqüilidade, o que se perdeu regressa, e o que foi esquecido é lembrado; Entre a calma e a agitação há pouca diferença, mas entre a ignorância e a sapiência, há uma diferença enorme. 264. Deitado na minha cabana nas montanhas, a neve cai, as nuvens voam ao meu redor no ar da noite; apenas com meu copo de vinho na mão, recitarei poemas ao vento, sob a luz da lua, e estarei longe de tudo*. *[No Original: ‘Estarei a dez mil Zhang (丈= aprox. 3, 3 metros) de toda poeira vermelha’.] 265. Se entre todos os oficiais paramentados, surge um montanhês rude com seu bastão, a cerimônia adquire importância; Se pescadores ou lenhadores fossem acompanhados por um oficial vestido de gala, o grupo ficaria muito estranho; O exagero não é melhor que o simples, o vulgar não é tão bom quanto o refinado. 266. Só é preciso estudar e experimentar o Caminho para se realizar no mundo; não é necessário afastar-se das pessoas, ou fugir da civilização. Para que o coração se realize, use suas habilidades ao máximo, não transforme sua mente em cinzas, nem deprecie o mundo. 267. Se minha vida não está em conflito com o mundo; glória ou desonra, êxito ou fracasso, quem pode me dar ou tirar tais coisas? Se meu coração permanece em paz e sossego; bem ou mal, ganho ou perda, quem poderá me enganar ou confundir com essas coisas? 268. Perto da cerca de bambu, ouço o cão ladrar, e a galinha cacarejar, e me sinto como se estivesse num mundo de nuvens; Da minha sala de estudo, escuto o som dos grilos e dos patos, e me dou conta que, dentro do silêncio, há um outro mundo. 269. Se não cobiço honras e riquezas, que favores ou ganhos podem tentar-me? Se não compito por altos cargos, que problemas oficiais podem incomodar-me? 270. Passeando pelas montanhas e bosques, pelas fontes e rochedos, a agitação do coração gradualmente desaparece. Há uma calma prazerosa na poesia e na pintura, que faz os pensamentos vulgares desaparecerem. Assim, o sábio não se apega aos prazeres, nem perde suas aspirações, e sempre encontra formas de cultivar a si mesmo. 271. Na primavera, a paisagem é toda florida, e as pessoas se enchem de felicidade; Mas o melhor é o outono, com suas nuvens brancas e seu vento fresco, suas orquídeas cheirosas e ramos frondosos, a água e o Céu com a mesma cor. Acima e abaixo, tudo brilha, dando leveza e purificando o corpo e o espírito. 272. Uma pessoa sem conhecimento, mas que fala com um sentimento poético, pode ter compreendido a poesia; Uma pessoa que não estudou as escrituras budistas, mas que fala sabiamente, pode ter despertado para a sabedoria das coisas. 273. Uma pessoa inquieta vê sombras de serpentes, e suspeita de todos; vê tigres na espreita, onde há rochas paradas; enfim, tudo lhe parece sinistro e fatal. Uma pessoa tranqüila vê gaivotas nas pedras em que os outros vêem tigres; ouve canções nos ramos que se mexem, e tudo que vê lhe parece ter um aspecto benéfico. 274. O corpo é como um bote desamarrado, bóia na corrente até topar numa margem; O coração é como madeira queimada, não se pode cortá-lo, nem fazer dele incenso. 275. As pessoas escutam o canto do papa-figo e acham-no agradável, ouvem o coaxar das rãs e acham-no repulsivo. Ao verem flores, querem cultivá-las, ao verem ervas-daninhas, querem arrancá-las. Essas são manifestações de personalidade, de aversão ou repulsão por uma coisa ou outra. Se pudermos reconhecer o princípio do Céu, não haverá som animal incômodo, e todas as plantas nascerão livremente, seguindo naturalmente sua natureza original. 276. O cabelo e os dentes caem, é o declínio natural do corpo físico; Mas no canto dos pássaros e na beleza das flores, podemos perceber a vitalidade essencial da natureza. 277. Um coração cheio de desejos cria ondas num lago gelado, e não encontra paz, nem nas montanhas, nem nos bosques; Um coração calmo encontra frescor no verão mais quente, e nem nota o alvoroço no mercado. 278. Quem acumula riqueza, multiplica cuidados; os ricos e poderosos têm, assim, mais preocupações que os pobres. Quem alçou um alto cargo vacila e cai; e quem se preocupa com isso, nunca descansa como as pessoas comuns. 279. Ao amanhecer, lendo o Tratado das Mutações debaixo da janela, môo a pedra de pigmento e uso orvalho dos pinheiros para fazer tinta, e sublinhar passagens de sabedoria. Ao meio dia, comentando as escrituras budistas sobre a mesa, ouço tocar os sinos de jade pelo vento, e deixo que ele leve esses sons para o bosque de bambus. 280. Uma flor pode crescer num vaso, mas sua força natural logo se esgota; Um pássaro pode cantar numa gaiola, mas nunca será um canto naturalmente livre; Não são os pássaros e as flores da montanha que estão misturados na paisagem rica de cores, mas sim, é a liberdade que permite compreender a sua existência, sem grilhões, em meio à natureza. 281. A pessoa vulgar pensa demais em si mesmo, e por isso também se preocupa demais com tudo. Os antigos diziam: ‘se você conhece a si mesmo, como pode se preocupar tanto com as coisas?’. Também disseram: ‘se você sabe que seu corpo não é você mesmo, porque deixa que tantas preocupações entrem em seu coração?’ Essas palavras dizem toda a verdade! 282. Ao ver um velho triste e solitário, pense que talvez ele possa ter passado sua vida lutando por bens e fortuna; Ao ver uma pessoa que acabou com sua fortuna, pense no fato de que toda sua riqueza se foi, sem deixar nada atrás de si. 283. Os Caminhos humanos e das formas naturais mudam, num piscar de olhos, de dez mil maneiras diferentes, mas isso não deve ser levado ao pé da letra. Disse Yaofu*: ‘o que nos tempos passados se chamava ‘Eu’, no presente se chama ‘Ele’; mas não sei no que se converterá, no futuro, o que hoje se chama ‘Eu’.’ Reflita com cuidado nessa afirmação, e se livrará de toda a angústia e ansiedade. *Poeta que viveu durante a dinastia Song (960-1127) 284. Em meio à algazarra, considere as coisas com um olhar sóbrio, eliminando da mente o que lhe incomoda. Em meio à desolação, conserve a alegria do espírito, e encontrará as causas da felicidade verdadeira. 285. Onde há alegria, há tristeza; onde há prazer, há desgosto; Numa vida comum, em sua própria casa, comendo de maneira simples, se pode encontrar as coisas mais belas, tendo o conforto e a segurança de um ninho. 286. Abra as cortinas, veja as montanhas verdes e as águas azuis envoltas em bruma, e entenderá o quão livres são o Céu e a Terra. Veja os bambus e as árvores que acolhem os pardais, anunciando a nova estação, e esquecerá a diferença entre você e o mundo. 287. Sabendo que existe a mutação, e que tudo um dia declina, o desejo de obter sucesso já não é tão forte; Sabendo que existe vida, e que tudo um dia morre, não desperdice mais tanta energia querendo ser imortal. 288. Um monge budista de grande virtude disse: ‘A sombra das folhagens do bambu varre os passos, e não larga poeira; o reflexo da lua, na lagoa, não deixa marcas na água’. Um estudioso confucionista comentou: ‘Ainda que as águas fluam com violência, permanecem tranqüilas; ainda que caiam pétalas de rosa em ti, permaneces o mesmo’ Uma pessoa que cultivar esse tipo de atitude conseguirá obter a liberdade do corpo e da alma. 289. Escuta o som dos pinheiros no bosque, ou o murmúrio das fontes nas rochas, e poderá admirar os sons do Céu e da Terra; Observe a névoa por cima dos pastos, e o reflexo das nuvens na água, e poderá contemplar o belíssimo idioma da natureza. 290. Quando a Dinastia Jin estava prestes a acabar, um par de camelos de bronze reais foi roubado, e largado no meio do mato, cumprindo uma antiga profecia sobre o fim do reino; ainda assim, eles se orgulhavam de seu garboso exército. Mesmo que seus corpos estivessem prontos para servir de pasto para os cães e as raposas do norte, ainda assim, se preocupavam em acumular ouro. Um provérbio diz: ‘bestas ferozes podem ser domadas, mas o coração humano é difícil de dominar; vales profundos podem ser preenchidos, mas a ganância humana é insaciável’. Palavras verdadeiras! 291. Se dentro de sua mente não houver nem vento nem ondas, então, em todo o lugar, você estará em meio a montanhas e águas azuis. Se seu espírito alcançou o florescimento da consciência perfeita, então, em todo o lugar você verá peixes saltando, e pássaros cantando. 292. Quando alguém bem vestido vê a felicidade de um pobre em suas roupas humildes, ele suspira desconcertado, e pensa em suas pesadas responsabilidades; Quando alguém rico, em meio a um suntuoso banquete, vê a alegria do humilde em seu próprio canto, sente um tanto de inveja; Porque as pessoas fazem bois correrem com fogo? Porque tentam cruzar touros com cavalos? Porque as pessoas vivem de aparências, ao invés de simplesmente seguirem suas naturezas? 293. Quando um peixe nada, não tem consciência da água em que se move; Quando um pássaro voa, não tem consciência do ar em que se move; Quem se der conta disso, pode superar as aparências, e adentrar os mistérios da natureza. 294. As raposas dormem nas ruínas, e os coelhos em terraços desolados; ambos já foram, antes, salões de baile e de festa; Os campos de lírios molhados de orvalho, e cobertos agora de erva e bruma, foram os lugares onde lutaram os heróis; A prosperidade e a decadência são eternas; onde estão aqueles que eram fortes, e onde estão os que eram fracos? Esse pensamento faz com o que o coração se aflija! 295. Não importam os favores ou os insultos que você receba; em seu posto, nunca mude de conduta. Na calmaria, observe a Corte como as flores, que se abrem e depois murcham. Não importa que você permaneça, ou seja retirado de seu posto; que isso não seja nada para você. Apenas observa o Céu, serenamente, e veja como as nuvens se juntam e se dispersam logo. 296. No Céu claro iluminado pela lua não há um espaço enorme para voar? E assim mesmo, a mariposa se lança contra a luz da vela. Entre as fontes puras e os frutos silvestres, não há o que beber e comer? No entanto, a coruja não insiste em seu vício pela carne podre dos ratos? Ah! Quantas pessoas no mundo não são como as mariposas e as corujas? 297. Quem tomou uma balsa para atravessar o rio, e depois se esqueceu dela, é alguém que já não está no Caminho das aparências. Quem está montado num burro, e pensa nos burros que vai montar, não compreendeu nada, ainda, do Caminho Chan. 298. Quem é rico e poderoso, com porte de dragão voador, herói destemido, que luta com tigres; Para o Educado, ele é como uma formiga ao redor de carne podre, ou como uma mosca disputando uma gota de sangue. As perguntas sobre bem e mal, que incomodam como um enxame de abelhas, e as discussões sobre perda e ganho, que espetam como um porco espinho, não devem incomodar um espírito tranqüilo; assim, elas se fundirão como ouro no forno, ou como a neve na água fervente. 299. Quem leva a vida, acorrentado aos desejos, pensa que ela é ruim. Quem chega à morada do conhecimento em si mesmo, pensa que a vida é boa. Reconheça a origem da aflição, elimine-a, e seu espírito se acalmará. Ao saber a razão das alegrias, se chega à morada dos sábios. 300. Se no coração não houver mais desejos materiais, ele é como a neve numa estufa, ou o gelo que derrete debaixo do sol. Se os olhos vêem um pedaço de brilho na vastidão, sabem que é a lua do Céu, refletida nas ondas do lago. (continua) * O Cai Gen Tan菜根譚foi escrito no século XVI pelo erudito Hong Yingming 洪應明 (ou Hong Zicheng洪自誠, 1572-1620), próximo ao final da dinastia Ming大明 (1368-1644). (…) Hong buscava estabelecer uma analogia entre as três grandes correntes do pensamento chinês em sua época: Confucionismo, Daoísmo e Budismo Chan (Zen). O livro de Hong é uma apresentação de trezentos e sessenta aforismos sobre os mais diversos aspectos da vida, sempre baseado nos ensinamentos das três grandes linhas
Hoje Macau SociedadeDSAL | TNR queixam-se de falta de tradução Cerca de uma dezena de antigos trabalhadores não residentes (TNR) da empresa “Serviços de Limpeza Tai Koo” queixa-se de que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) apresentou apenas documentos em chinês ou português no caso relativo ao não pagamento, por parte da empresa em questão, de indemnizações por despedimento, horas de trabalho extraordinárias e subsídio de férias. O caso foi julgado em tribunal. Uma das antigas funcionárias, Mariel, citada pelo jornal All About Macau, disse que a maioria dos documentos e contratos fornecidos pelo Governo estavam nas duas línguas oficiais, sem tradução para inglês ou língua nativa dos funcionários. Os trabalhadores chegaram a pedir ajuda à DSAL, mas, no final, tiveram de recorrer à tradução informal. Mariel disse ainda que, apesar das sessões de julgamento terem decorrido em chinês com tradução para inglês, algumas testemunhas não falam bem inglês, tendo havido incompreensão da parte de algumas das tabelas de cálculo das indemnizações fornecidas pela DSAL, pelo que foram necessárias explicações adicionais da parte de representantes do Ministério Público e do próprio juiz. Em Julho do ano passado, a DSAL recebeu queixas destes TNR, tendo o representante da DSAL, inspector laboral, declarado em tribunal que a empresa não conseguiu apresentar provas legítimas do despedimento destes trabalhadores.
Hoje Macau PolíticaZona de Cooperação | Aprovados regulamentos para farmacêuticos Foram aprovados, na última sexta-feira, dois regulamentos que regularizam a actividade dos técnicos farmacêuticos na Zona de Cooperação Aprofundada de Guangdong e Macau em Hengqin. Os diplomas “Regulamento sobre a gestão do exercício da profissão dos profissionais de saúde da RAEM na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin” e “Regulamento sobre a gestão de registo do exercício da profissão dos técnicos farmacêuticos da RAEM nas unidades de venda a retalho de produtos farmacêuticos na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin” foram aprovados, “por unanimidade”, pelo comité permanente da Assembleia Popular Municipal de Zhuhai. Com esta aprovação, permite-se que os profissionais farmacêuticos de Macau exerçam a profissão nas unidades de venda a retalho de produtos farmacêuticos, ou seja, farmácias comunitárias, e nas instituições médicas na Zona de Cooperação Aprofundada. Os residentes de Macau que sejam titulares do certificado de acreditação profissional de farmacêutico, farmacêutico de medicina tradicional chinesa, médico de medicina tradicional chinesa ou ajudante técnico de farmácia, não necessitam de ser aprovados no exame ou avaliação de qualificação nacional relevante, passando a ter o mesmo estatuto profissional que os profissionais do interior da China. Basta, para isso, que preencham condições específicas, tal como terem sido aprovados na formação pré-trabalho e exame organizados pelo serviço de supervisão e administração de produtos farmacêuticos da Zona de Cooperação Aprofundada e estejam aí registados.
Hoje Macau Manchete PolíticaReserva financeira | Arrecadado quase 8 mil milhões em Março A Reserva Financeira de Macau ganhou perto de oito mil milhões de patacas em Março, voltando a terreno positivo após uma queda de 4,5 mil milhões de patacas em Fevereiro O passado mês de Março marcou o regresso a resultados positivos da Reserva Financeira da RAEM, que ganhou quase oito mil milhões de patacas, cifrando-se em 569,7 mil milhões de patacas no final de Março, de acordo com a informação publicada ontem no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Após uma queda de 4,5 mil milhões de patacas em Fevereiro, a reserva financeira voltou a terreno positivo, acumulando uma subida de 10,5 mil milhões de patacas no primeiro trimestre de 2023. Apesar do melhor arranque de ano desde o início da pandemia, o valor da reserva financeira permanece longe do recorde de 669,7 mil milhões de patacas, atingido em Fevereiro de 2021. O valor da reserva extraordinária no final de Março era de 404,4 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para 2022, era de 152,1 mil milhões de patacas. A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 265,1 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 125 mil milhões de patacas e até 175 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados. Feridas a sarar A reserva financeira tinha terminado 2022 com 559,2 mil milhões de patacas, o valor mais baixo desde Janeiro de 2019, justificado pela AMCM com “a crise geopolítica, o bloqueio de cadeia global de fornecimentos causado pela epidemia e a subida significativa das taxas de juros”. Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia, a reserva financeira de Macau tinha crescido em 2020 e 2021, apesar de o Governo ter injectado mais de 90 mil milhões de patacas no orçamento. No ano passado, o Governo da RAEM voltou a transferir 68,2 mil milhões de patacas da reserva financeira para o orçamento público, que incluiu dois planos de apoio pecuniário à população.
Hoje Macau EventosLivraria Portuguesa | O lugar das letras nas artes visuais em livro A Livraria Portuguesa acolhe, no próximo dia 8 de Junho, a partir das 18h30, o lançamento do livro “A letra como elemento de expressão artística”, da autoria de Flávio Tonnetti e Cláudio Rocha. Esta obra “apresenta um olhar sensível para as letras no contexto das artes visuais”, propondo “uma abordagem estética da mensagem enquanto imagem: além de ser lida, a palavra foi feita para ser vista”. Assim, na apresentação da obra, serão analisados diversos exemplos de obras artísticas, desde a pintura à poesia visual e à colagem, sem esquecer as vanguardas europeias do século XX. Os conceitos e ideias abordados neste evento foram originalmente abordados pelos autores do livro num evento em São Paulo, Brasil, em 2018, tendo sido transformados numa obra em formato digital. O evento será apresentado por Roberval Teixeira da Silva, docente da Universidade de Macau, e por Sara Augusto, docente do Instituto Português do Oriente. Sobre os autores, Cláudio Rocha nasceu em São Paulo em 1957, sendo artista visual e designer. Por sua vez, Flávio Tonnetti nasceu na mesma cidade brasileira, em 1982, estando actualmente no território a fazer um programa de pós-doutoramento na Universidade de Macau nas áreas da arte e cultura, além de colaborar com o HM. Antes do lançamento do livro, os interessados poderão participar, às 17h30, numa oficina conduzida pelo tipógrafo e calígrafo macaense Aquino da Silva, membro da Sociedade de Design e Tipografia de Macau. Nesta oficina os participantes vão desenvolver letras a partir de placas e sinalizações dos prédios históricos de Macau.