Grande Plano MancheteEnsino | Universidades chinesas sobem em ranking por disciplinas Andreia Sofia Silva - 25 Fev 2025 As universidades chinesas subiram no “World University Rankings by Subject 2025” em várias áreas, apesar de em artes e humanidades a Ásia continuar aquém de outros continentes. Em 11 disciplinas analisadas, como Direito, Gestão e Economia, a China e Singapura constam nas 50 melhores, enquanto Hong Kong destaca-se em Estudos de Educação O mais recente ranking mundial do ensino superior por áreas do saber da Times Higher Education, o “World University Rankings by Subject 2025”, conclui que as universidades do Interior da China têm subido para posições de topo, embora a Ásia continue a posicionar-se uns lugares aquém nas áreas das artes e humanidades. Foram analisadas, no total, 11 áreas académicas. “Artes e Humanidades”, “Negócios e Economia”, “Ciências da Computação”, “Estudos de Educação”, “Engenharia”, “Direito”, “Ciências da Vida”, “Medicina e Saúde”, “Ciências Físicas”, “Psicologia” e “Ciências Sociais”. Conclui-se, segundo uma nota oficial do Times Higher Education (THE), que “China e Singapura aparecem entre as 50 melhores em todas as 11 disciplinas”, com destaque para a Universidade de Pequim e Universidade de Tsinghua a subirem, respectivamente, para o quarto e sexo lugares nas disciplinas relacionadas com “Negócios e Economia”. Aliás, “o melhor desempenho da Ásia regista-se nas áreas de gestão e economia”, com “as suas principais universidades a continuar a ter dificuldades em competir a nível mundial no domínio das artes e humanidades”. “As preocupações com a ‘crise’ nas humanidades parecem estar destinadas a continuar este ano, mas a análise do THE revela a contínua importância para as instituições de elite”. Tendo em conta a análise a 11 áreas académicas, a região vizinha de Hong Kong destaca-se em nove, sobretudo na área da Educação, onde também a Universidade de Pequim e Tsinghua obteve bons resultados. “A Universidade Nacional de Singapura ocupa novamente a nona posição em Engenharia, entrando no top 10 das ciências físicas – a primeira instituição da Ásia a consegui-lo – em 10º lugar”, lê-se ainda. Citada pela mesma nota, Simon Marginson, professor na Universidade de Oxford, uma instituição que costuma liderar os rankings a nível mundial, disse que o desempenho da Ásia nesta classificação mostra “o mundo multipolar do ensino superior” existente hoje, com uma maior amplificação “da capacidade académica nacional”. “Neste contexto, ao longo do tempo, a posição relativa dos países da Anglosfera e da Europa Ocidental tem de diminuir, não porque a sua qualidade absoluta esteja a diminuir, mas porque o campo de comparação está mais preenchido com outros países a surgirem”, afirmou. O mesmo responsável apontou ainda que “os sistemas do ensino superior da Ásia Oriental e do Sudeste Asiático melhoraram nas últimas duas décadas devido ao crescimento do número de estudantes, ao aumento do financiamento público, a uma organização e gestão mais orientadas para o desempenho e a políticas de internacionalização selectivas”. Uma das áreas onde se destaca uma melhor posição das universidades asiáticas é nos Estudos de Educação, tendo mostrado “uma força notável, com três universidades no top 10, com a Universidade de Hong Kong em sexto lugar, a Universidade de Tsinghua em sétimo lugar e a Universidade de Pequim em oitavo lugar”. Além disso, o THE mostra que a Universidade Chinesa de Hong Kong fez “progressos significativos”, passando da 19ª para a 11ª posição. Por outro lado, a Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia de Taiwan (Taiwan Tech) obteve “a pontuação mais elevada em termos de qualidade da investigação”. Porém, a liderança global vai para a Universidade de Stanford, “ultrapassando a Universidade da Califórnia, Berkeley, demonstrando um desempenho excepcional tanto no ensino como no ambiente de investigação”. China sobe em Direito Olhando para a área do Direito, não existe actualmente, segundo o ranking do THE, melhor lugar para estudar do que a Universidade de Stanford, que alcançou a “excelência no ensino e no ambiente de investigação”, seguindo-se a Universidade de Harvard, com “desempenho excepcional na investigação” e, em terceiro lugar, a Universidade de Nova Iorque, “com a pontuação mais elevada em termos de ambiente de investigação”. Destaque, nesta área, para a entrada da Universidade de Pequim na 14ª posição, em parte devido à boa classificação “no ensino e no ambiente de investigação”. De frisar que, no que respeita ao Direito, foram classificadas 389 instituições de 48 países e territórios, com recurso a 18 “indicadores de desempenho rigorosos”. Na área do Direito, são analisadas especialidades como Direito Constitucional e Administrativo e o exame a estruturas e enquadramentos de governação, ou ainda Direito Internacional, onde se inclui sistemas e tratados jurídicos globais. Conhecimento capital A China também se destaca na área dos Negócios e Economia, liderada pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). A Universidade de Pequim subiu para o quarto lugar, acompanhada por outras 20 universidades chinesas que melhoraram as suas posições na tabela. Nesta área foram analisadas 990 instituições de 85 países e territórios, com a atenção a focar-se na qualidade do ensino e investigação em disciplinas como liderança estratégica, negócios internacionais e desenvolvimento organizacional, bem como finanças empresariais ou econometria. No que diz respeito às ciências sociais, a China surge, de facto, mais abaixo, na lista das 20 melhores, novamente com a Universidade de Pequim em 16º e a Universidade de Tsinghua em 20º. Aqui, a liderança cabe ao MIT, passando a Universidade de Stanford para o terceiro ligar e depois a Universidade de Oxford, com “um desempenho excepcional no ensino e ambiente de investigação”. A London School of Economics and Political Science continua a ser uma instituição integrante do Top 10, ocupando agora o nono lugar. Foram analisadas 1.093 instituições de 100 países e territórios em disciplinas como Comunicação e Estudos dos Media, Política e Estudos Internacionais, incluindo Estudos de Desenvolvimento, Sociologia, Geografia e Antropologia. A China subiu também na disciplina de Ciências da Computação com a Universidade de Pequim a passar do 16º para o 12º lugar. Nesta área, lidera a Universidade de Oxford, atingindo a sua maior pontuação de sempre. MIT lidera em artes O MIT passou a estar à frente da Universidade de Stanford, assumindo o “primeiro lugar nas artes e humanidades, bem como em negócios, economia e ciências sociais”, mesmo que seja reconhecido primeiramente “pela especialização nos domínios da ciência, tecnologia, engenharia e matemática”. Segundo o ranking, é agora “o melhor local para estudar artes – com pontuações elevadas em cada um dos cinco pilares subjacentes à metodologia, em especial a qualidade da investigação e a perspectiva internacional”. Nas 11 disciplinas do ranking THE, “Stanford ficou em primeiro lugar em estudos de Educação, Direito e Psicologia, a Universidade de Harvard ficou em primeiro lugar em Engenharia e Ciências da Vida”. A única instituição local que consta no ranking do THE por disciplinas é a Universidade de Macau (UM), mas em lugares bastante mais abaixo do top 10: na área das ciências computacionais, está no grupo das 126-150 melhores do mundo, posição semelhante ocupada na área da Educação e Engenharia. Na área do Direito, por exemplo, a UM está no grupo das 176-200 melhores, enquanto nas Ciências da Vida está entre as 151-175 melhores.