Arte | Primeiro leilão digital em Macau conta com artistas locais

Obra de Alexandre Marreiros à venda
Chama-se “NFT Against Poverty” [NFT Contra a Pobreza] e é o primeiro leilão totalmente digital de obras de arte de artistas locais com o objectivo de apoiar a Oxfam na luta contra a pobreza. O projecto é dirigido por Manuel Correia da Silva e conta com co-organização da associação AFA – Art For All Society

 

Será lançado esta quinta-feira o primeiro leilão de obras de arte digital totalmente composto por obras de arte de artistas locais, como é o caso de Alexandre Marreiros, Álvaro Barbosa, Anny Chong, Dave Shao, Vicent Cheang, Miguel Rosa Duque e Kit Lee, num total de 20 jovens artistas. “NFT Against Poverty” [NFT Contra a Pobreza] é um projecto dirigido por Manuel Correia da Silva e que é posto em prática graças às associações BEAT, recentemente criada para promover tecnologias com base na plataforma de blockchain, co-fundada por Manuel Correia da Silva, e pela AFA – Art For All Society. A plataforma que lhe dá corpo é o portal Artsbite.io, também co-fundada por Manuel Correia da Silva. De frisar que a sigla NFT significa, em português, “Token Não Fungível” [Non-Fungible Token].

O primeiro projecto de leilão de arte digital, com curadoria de Alice Kok, vai funcionar exclusivamente com pagamentos em patacas, e não em criptomoedas, sendo que todas as receitas das vendas revertem para a Oxfam, uma organização não governamental (ONG) dedicada a combater a pobreza em todo o mundo. Esta quinta-feira decorre ainda, às 18h30, um evento de apresentação desta iniciativa no Macau Art Garden Café.

As obras de arte disponíveis para venda vão da pintura à fotografia e até ao design, passando dos formatos artísticos mais tradicionais para os virtuais.

Ao HM, Manuel Correia da Silva explicou que o objectivo primordial deste leilão não é apenas a compra e venda de obras de arte, mas sim “poder, acima de tudo, dar a oportunidade de terem mais um canal de promoção do seu trabalho” além de organizar a Oxfam, uma ONG internacional com representação em Macau e Hong Kong.

“Queremos mostrar que estas iniciativas podem, de alguma maneira, contribuir para causas como a pobreza. Temos noção que estes três anos foram difíceis para todos e achamos que é pertinente podermo-nos associar a esta possibilidade de apoio a uma organização que se dedica a minorizar a pobreza no mundo”, adiantou.

Este é o primeiro passo de um projecto que poderá crescer e até apoiar outro tipo de ONG. “Estamos a trabalhar passo a passo e a ver como é que Macau vai reagir a esta iniciativa. Claro que depois apoiaremos outras colaborações”, frisou.

Explorar a tecnologia

O “NFT Against Poverty” pretende, acima de tudo, explorar as novas tecnologias não apenas para promover o trabalho de jovens artistas, mas também apoiar causas solidárias. “Procuramos desenvolver e explorar cada vez o que são as tecnologias relacionadas com esta nova evolução da Internet, a chamada Web3, incluindo os NFT e as soluções metaverso. São soluções que estamos a ponderar e a desenvolver para o futuro, no sentido de criar galerias virtuais que complementem o que é a plataforma e o esforço dos artistas de explorarem o seu trabalho.”

Expandir é sempre a palavra de ordem, pretendo que a comunidade de artistas não fique apenas cingida a Macau. “Queremos que seja o mais abrangente possível e, na verdade, a China e Portugal serão de certeza os dois pontos onde vamos investir para que possamos estar presentes nesses dois universos. A plataforma online permite-nos isso”, adiantou o director do projecto.

“Os NFT, pela tecnologia em que são baseados, são transacções no mundo digital que permitem que os produtos artísticos sejam únicos, tal como são no mundo real. Procuramos explorar esta tecnologia no máximo das suas possibilidades. É uma tecnologia recente e, como fundadores desta plataforma, também queremos saber mais sobre ela e até onde podemos ir, além de tentar perceber como é que o trabalho pode ser promovido nesta plataforma no formato de NFT [o Artsbite.io]”, rematou Manuel Correia da Silva.

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