Jogadores na selecção só com passaporte de Macau

A Associação de Futebol de Macau afirmou ontem que para jogar pelas selecções de futebol da RAEM, masculina e feminina, os atletas têm de ser portadores de passaporte de Macau, requisito que até agora nunca foi exigido, noticiou ontem a TDM – Rádio Macau.
Em declarações à emissora pública, uma assistente do gabinete do secretário-geral da Associação de Futebol de Macau afirmou que a exigência provém da Confederação Asiática de Futebol. “Estamos a respeitar as normas das organizações sobre a situação dos jogadores. Eles precisam de ter passaporte [da RAEM] para jogar e representar a equipa de Macau”, esclareceu a representante da associação local.
Porém, a regra tem excepções cujos critérios não parecem claros. Um deles é o de Niki Torrão, avançado e capitão da selecção de Macau, que não é detentor do passaporte da RAEM. O jogador, nascido na África do Sul, mudou-se para Macau ainda em criança e tem sido presença assídua na selecção local desde as camadas jovens. Apesar de não ter passaporte local, sem ter a possibilidade de o tirar, a Associação de Futebol de Macau admite que o avançado é um caso de excepção.
“A razão do Niki é interessante. Normalmente, quando vão jogar pela Confederação Asiática de Futebol (AFC na sigla inglesa) precisam de passaporte de Macau, mas o Niki já joga por Macau há muito tempo. Por isso, foi aceite pela AFC e pode continuar”, afirmou a representante da Associação de Futebol de Macau aos microfones da TDM – Rádio Macau.
Com duas décadas de jogos pela selecção local nas pernas, Niki Torrão diz que nunca foi notificado formalmente de problemas com documentação, mas que tinha conhecimento do problema. Porém, em declarações à emissora pública confirma que a situação foi ultrapassada e que o mesmo se passou com outro jogador da selecção, Filipe Duarte.

Questões questionáveis
Niki Torrão afirma ainda conhecer situações de jogadores com passaporte português que nunca chegaram a representar a selecção de Macau.
A futebolista Sofia Basto Silva está nessa situação. Apesar de ser titular da selecção feminina há 7 anos, está, para já, impedida de jogar por não ter passaporte da RAEM.
“No caso dessa jogadora, creio que há dúvidas e já lhe foi explicada a situação e porque razão não pode jogar. Temos de respeitar a decisão e regulamentos. O máximo que podemos fazer é enviar toda a informação possível e deixar que a AFC decida que jogadores podem jogar”, indicou a representante do Associação de Futebol de Macau à TDM – Rádio Macau.
Neste caso, a atleta afirma que também não foi informada formalmente sobre a exigência, mas que lhe disseram que podia treinar com a equipa, apesar de não poder vestir a camisola da selecção em jogos oficiais. Além de estar arredada das competições pela RAEM, Sofia Basto Silva deixa de receber subsídios relativos a treinos, jogos internacionais, estágios fora de Macau e apoios para exames médicos.

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