Morreu Isabel II, rainha de Inglaterra. Príncipe Carlos torna-se rei Carlos III

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O Rei Carlos III qualificou a morte da “querida mãe”, a rainha Isabel II, como “um momento de grande tristeza” para toda a família, segundo um comunicado. “A morte da minha querida mãe, Sua Majestade a Rainha, é um momento de grande tristeza para mim e todos os membros da minha família”, refere, acrescentando que era uma “monarca acarinhada e uma mãe muito amada”.

“Sei que a morte dela vai ser sentida por todo o país, reinos e na Commonwealth e por inúmeras pessoas em todo o mundo. Durante este período de luto e mudança, a minha família e eu seremos confortados e suportados por saber do respeito e profunda afeição pela Rainha”.

A Rainha Isabel II morreu esta quinta-feira aos 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia, foi anunciado pela família real. “A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O Rei e a Rainha Consorte permanecerão em Balmoral esta noite e voltarão a Londres amanhã [sexta-feira]”, anunciou o Palácio de Buckingham em comunicado, numa referência a Carlos e Camila.

A notícia foi conhecida após membros próximos da família real terem viajado hoje subitamente para Balmoral para estar com a rainha após um comunicado dando conta da preocupação dos médicos com o estado de saúde da monarca de 96 anos.

Bandeira a meia haste

A bandeira britânica foi colocada a meia haste no Palácio de Buckingham, onde a multidão, ali reunida quando foi anunciada a morte da Rainha Isabel II, guardou silêncio e muitas pessoas choravam ao ouvir a notícia. Na multidão em frente ao palácio, que começou a aumentar à medida que passavam as horas depois dos médicos terem anunciado que o estado de saúde da Rainha preocupava, muitas pessoas choraram e outras ficaram em silêncio, disse um jornalista da France-Presse no local.

Ao mesmo tempo, a BBC transmitia o hino britânico e a bandeira do Palácio de Buckingham, residência oficial em Londres de Isabel II, foi colocada a meia haste, sinal de luto. À medida que a notícia da morte se espalhou, a multidão cresceu significativamente fora do Palácio de Buckingham, para onde muitas pessoas se deslocaram sozinhas e outras em grupo com amigos, segundo a BBC.

Guterres presta homenagem

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse estar “profundamente triste” com a morte da rainha Isabel II, prestando uma homenagem à sua “dedicação longa e inabalável” em servir o seu povo.

“Estou profundamente triste com o falecimento de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II [Isabel II], Rainha do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Estendo as minhas sinceras condolências à sua família enlutada, ao Governo e ao seu povo e à Comunidade das Nações mais ampla”, disse Guterres em comunicado.

Com o reinado mais longo do Reino Unido, a rainha “era amplamente admirada pela sua graça, dignidade e dedicação em todo o mundo”, disse Guterres. O secretário-geral das Nações Unidas considerou que Isabel II foi uma “presença tranquilizadora” ao longo de décadas de “mudanças radicais, incluindo a descolonização da África e da Ásia e a evolução da ‘Commonwealth’”.

Em comunicado, o ex-primeiro-ministro português recordou ainda as duas visitas que a rainha fez à sede da ONU em Nova Iorque, declarando que a monarca “era uma boa amiga das Nações Unidas”.

“Ela estava profundamente comprometida com muitas causas beneficentes e ambientais e falou de forma comovente aos delegados nas negociações climáticas da COP26 – cimeira mundial do clima – em Glasgow”, observou António Guterres.

“Gostaria de prestar homenagem à rainha Elizabeth II pela sua dedicação longa e inabalável em servir o seu povo. O mundo se lembrará por muito tempo da sua devoção e liderança”, conclui o secretário-geral da ONU.

Liz Truss declara lealdade a novo rei

A primeira-ministra britânica, Liz Truss, declarou “lealdade e devoção” ao Rei Carlos III, o novo chefe de Estado do Reino Unido, após a morte da rainha Isabel II. “Ao nosso novo monarca, o nosso novo Chefe de Estado, Sua Majestade o Rei Carlos III. Tal como a família do Rei, lamentamos a perda da sua mãe. E enquanto choramos, devemos unir-nos como povo para o apoiar e ajudá-lo a suportar a espantosa responsabilidade que ele agora carrega por todos nós. Oferecemos-lhe a nossa lealdade e devoção, tal como a sua mãe tanto dedicou a tantos durante tanto tempo” , disse numa comunicação à porta da residência oficial em Downing Street.

Truss disse que os britânicos estão “devastados” pela notícia da monarca, que representa “um enorme choque para o país e para o mundo”. “A Rainha Isabel II foi a rocha sobre a qual o Reino Unido moderno foi construída. O nosso país cresceu e floresceu sob o seu reinado. O Reino Unido é o grande país que é hoje por causa dela”, afirmou.

A primeira-ministra indicou que, sob Isabel II, o país tornou-se numa “nação moderna, próspera e dinâmica” porque a monarca deu a “estabilidade e a força” de que os cidadãos precisavam.

Liz Truss, que foi indigitada pessoalmente pela monarca de 96 anos na terça-feira, recebeu as notícias da deterioração do estado de saúde da rainha quando se encontrava no parlamento a apresentar um plano para congelar os preços da energia doméstica.

Imagens da Câmara dos Comuns mostram vários deputados a passarem um papel com a informação, nomeadamente o líder do principal partido da oposição, Keir Starmer, mas o anúncio da morte só foi confirmado várias horas mais tarde.

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