CCCM | Novos livros sobre diplomacia chinesa e disputa sobre as ilhas Diaoyu

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O Centro Científico e Cultural de Macau lançou recentemente duas obras sobre questões da actualidade chinesa. “Narrativas e Percepções: O Soft Power Chinês no Século XXI”, com coordenação de Carmen Amado Mendes e Daniel Cardoso e “Narrativas Estratégicas Chinesas e Japonesas: a Disputa Diaoyu/Senkaku” com autoria de Diogo Silva foram apresentadas no passado dia 11

 

Foram lançadas, no dia 11 deste mês, pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), duas obras da área da ciência política e relações internacionais que espelham problemáticas relacionadas com a China dos dias de hoje. Uma das obras aborda o modelo diplomático chinês no século XXI, e intitula-se “Narratives and Perceptions: Chinese Soft Power in the 21st Century” [Narrativas e Percepções: O Soft Power Chinês no século XXI], sendo coordenada pela própria presidente do CCCM, e especialista em relações internacionais, Carmen Amado Mendes, e Daniel Cardoso.

Este livro conta com autores como Anabela Santiago, Diego Santana Mathias, Diogo Silva, Emanuel Leite Jr., Sérgio Ribeiro, Tiago Carvalho e Rui Campos. Anabela Santiago traça um olhar sobre a informação usada pelas autoridades chinesas na divulgação das políticas de saúde do país. O foco é colocado na forma como a propaganda “tem sido usada no período de Reforma e Abertura do país até ao momento actual”, além de se analisar “a forma como influencia a disseminação das políticas de saúde pública chinesas e a percepção da liderança de Xi Jinping”, Presidente do país.

Anabela Santiago, doutoranda da Universidade de Aveiro, analisou o exemplo concreto das políticas na área da saúde relacionadas com o projecto “Rota da Seda”, inserido na iniciativa “Uma Faixa, uma Rota”. Isto porque “a saúde é um sector com bastante relevância para a República Popular da China”, tendo vindo a ganhar “uma maior proeminência no panorama internacional, uma vez que existe um interesse em demonstrar o compromisso [por parte da China], na qualidade de actor internacional, em colocar o crescimento saúde pública mundial como prioridade”. Esta posição reforçou-se com a pandemia, escreve a autora.

Desta forma, Anabela Santiago conclui que a China tem vindo a recorrer ao projecto “Rota da Seda” para a promoção de políticas de saúde e bem-estar em todos os países aderentes, com base na ideia da criação de uma comunidade para “um futuro partilhado” na área da saúde. A China apresenta-se, assim, como um país disposto a fomentar este tipo de políticas e a prestar apoio neste sector.

“Concluímos que a propaganda e os media podem ser um veículo para ‘contar bem a história da China’, uma vez que o Presidente Xi Jinping deseja o recurso à ‘Rota da Seda’ como uma bandeira do grande compromisso chinês para a promoção da boa governança de saúde a nível global”, lê-se no capítulo do livro.

Media e disputas

“Chinese and Japanese Strategic Narratives: The Diaoyu/Senkaku Dispute” [Narrativas Estratégicas Chinesas e Japonesas: A Disputa Diaoyu / Senkaku] é o nome da obra de Diogo Silva também lançada pelo CCCM no passado dia 11. Este é o resultado da tese de mestrado do autor, que analisa as estratégias usadas pelos governos dos dois países em jornais online de língua inglesa sobre as disputas territoriais nas ilhas Diaoyu, para os chineses, e Senkaku, para os japoneses.

O estudo foca-se no ano de 2012, quando a disputa subiu de tom face ao anúncio do governo japonês relativamente à possível compra das ilhas.

Diogo Silva analisa as notícias e as perspectivas políticas e estratégias que estas revelam perante o público, estabelecendo um quadro comparativo das visões da China e do Japão sobre esta disputa territorial que se tem prolongado no tempo.

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