Comunidades Portuguesas | Associações em dificuldades pedem atenção a Portugal 

Tiago Alcântara
A Casa de Portugal em Macau e a Associação dos Macaenses relataram a Rita Santos as dificuldades financeiras e operacionais pelas quais estão a passar nesta fase da pandemia, alertando que é necessária maior atenção por parte das autoridades portuguesas

 

Rita Santos, na qualidade de Conselheira das Comunidades Portuguesas, reuniu dia 16 com representantes de associações de matriz portuguesa do território a fim de levar sugestões e ideias para a reunião anual do Conselho das Comunidades Portuguesas, que se realiza em Lisboa de 4 a 19 de Julho. Segundo uma nota de imprensa, associações como a Casa de Portugal em Macau (CPM), Associação dos Macaenses (ADM) e Associação dos Jovens Macaenses estiveram representadas.

Amélia António, presidente da CPM, “assinalou as dificuldades financeiras que atravessa a instituição devido a obstáculos burocráticos associados aos apoios de que a mesma depende, e que resultam do abrandamento da economia local”. A responsável disse ser “fundamental continuar a transmitir às autoridades responsáveis em Portugal a importância do apoio constitucional às actividades da CPM”.

Além disso, Amélia António “falou da necessidade de promover o intercâmbio entre instituições como forma de apoio às actividades da CPM”. O encontro serviu também para debater “a renovação dos contratos dos portugueses no território, a necessidade de aumentar a participação dos portugueses nas acções do Fórum Macau, permitindo, assim, promover a diversificação e a sustentabilidade das actividades económicas da RAEM e intensificar as relações entre China e Portugal”. Foi ainda discutida “a importância da definição de uma política cultural para Macau”.

Por sua vez, Miguel de Senna Fernandes, presidente da ADM, disse “comungar de algumas das preocupações expressas pela presidente da CPM, nomeadamente a notória dificuldade de Portugal interpretar as características de Macau e as especificidades dos portugueses de Macau”.

O presidente da ADM “enalteceu o esforço da comunidade macaense e os seus representantes na manutenção da identidade cultural de origem portuguesa”, além de ter sugerido a “promoção de um intercâmbio de conhecimentos e formação em áreas específicas de que o território poderia beneficiar da experiência portuguesa”.

Preservar a identidade

Dirigida por António Monteiro e Paula Carion, a Associação dos Jovens Macaenses apresentou a estratégia de acção para os próximos meses, tendo em conta que a nova direcção foi eleita há poucos meses. Um dos objectivos é “acentuar a preservação da identidade cultural de Macau”, considerando “fundamental a importância da ligação com os jovens da diáspora macaense, algo que poderá ser facilitar através do desenvolvimento de uma plataforma tecnológica para o efeito”.

A mesma associação disse na reunião com Rita Santos que é necessário “expandir as actividades para as áreas abrangentes dos interesses dos jovens da comunidade, tais como a economia, o desenvolvimento e a tecnologia, em complemento da sua componente cultural, no âmbito da actual estratégia do desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários