Semana de Cultura Chinesa | Macau String Trio traz melodia às letras

A Semana de Cultura Chinesa, que arranca na segunda-feira na Fundação Rui Cunha, será aberta pela música do Macau String Trio. Antes da poesia de Li Bai, o ambiente será definido por uma das mais famosas melodias de orquestra chinesa e por uma peça de Mozart que irá convidar as letras e a noite a uma dança íntima

 

A segunda edição da Semana de Cultura Chinesa começa na próxima segunda-feira, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha, numa sessão dedicada ao lançamento do livro “Li Bai – A Via do Imortal”, de António Izidro, com apresentação de Frederico Rato. Mas antes que as palavras tomem conta da noite, o evento será inaugurado com a música do Macau String Trio, um conjunto formado por músicos experientes com uma origem formativa comum, separados pela vida e que a música haveria de reunir em Macau.

O HM falou com a violinista Li Na, que será acompanhada também no violino por Cai Lei e pelo violoncelista Lv Jia. O evento irá começar com um clássico da música orquestral chinesa, “Butterfly Lovers”, composto por He Zhanhao e Chen Gang no final da década de 1950. O concerto prossegue uma peça das “Serenades”, de Mozart, para trio de cordas.

“Como vai ser discutida a obra de Li Bai, escolhemos uma peça de música chinesa, chamada “Butterfly Lovers”, que é uma melodia que todos os chineses reconhecem, creio que irá agradar ao público. Vamos tocar também uma peça lindíssima de Mozart, ‘Serenade’, uma música que dá as boas-vindas à noite e é conducente com a reflexão, o pensamento e a poesia de Li Bai. Acho que dará uma boa atmosfera ao serão”, adiantou a violinista.

Noite de abertura

Apesar de o Macau String Trio ser um grupo relativamente recente, fundado em 2018, é composto por músicos experientes. No currículo acumulam trabalho em orquestras sinfónicas internacionalmente famosas, como a Orquestra Filarmónica da China, Orquestra Filarmónica da Rádio Alemã, Orquestra Filarmónica Nacional do Luxemburgo, a Orquestra Filarmónica Estadual de Jena, Alemanha, Orquestra Sinfónica da Ópera de Aachen, entre outras.

Apesar de terem todos estudado no Conservatório Central de Música, em Pequim, as carreiras ditaram que tanto Li Na como o violoncelista Lv Jia passassem 15 anos na Europa, antes de ingressarem na Orquestra de Macau.

A afinidade comum pela música clássica de câmara viria a unir o trio. “Tínhamos esse interesse pela música de câmara e decidimos tocar em trio, para ver como seria. Gostámos muito da experiência, da forma como tocámos em conjunto e como nos compreendemos uns aos outros através da música”, recorda a violinista sobre as origens do trio.

Outra particularidade do grupo, é ser um trio num universo musical onde os quartetos predominam. Todos estes elementos combinados levaram à criação da Associação para o Desenvolvimento do Intercâmbio de Música de Câmara de Macau.

Depois de 15 anos a viver na Alemanha, a violinista chinesa considera que Macau foi a cidade perfeita para regressar à Ásia, “uma transição suave” devido ao encontro entre a cultura chinesa e ocidental. “Sinto-me muito feliz por se realizarem este tipo de eventos em Macau. É uma demonstração de respeito e entendimento cultural do lado português para com a cultura chinesa. Este intercâmbio é exactamente aquilo que precisamos, em especial nesta altura em que a guerra voltou a fazer parte do quotidiano de tanta gente”.

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