Festival Fringe | 21.ª edição leva a arte performativa às ruas da cidade

Mais de três dezenas de espectáculos e eventos culturais vão “invadir” Macau, entre 12 e 23 de Janeiro, na 21.ª edição do Festival Fringe. A festa da arte performativa irá convidar o público a quebrar barreiras de distância, trazendo a arte de espaços convencionais para as ruas e vidas dos residentes

 

Marquem nos calendários. Entre 12 e 23 de Janeiro, a 21.ª edição do Festival Fringe irá inundar Macau com uma série de espectáculos, projecções, sessões de partilha, workshops, exposições, seminários, sessões de intercâmbio e experiências comunitárias de interacção imersiva. Com organização do Instituto Cultural (IC) e sob o tema “Quebra da Margem”, o cartaz do Fringe apresenta espectáculos e eventos culturais que têm como objectivo não apenas agregar pessoas, mas também “levar o público a quebrar as barreiras da distância”. A organização pretende ainda “levar a arte de espaços convencionais e integrá-la na nossa vida quotidiana”.

Numa categoria que se tornou num clássico do evento, a série “Crème de la Fringe” divide-se em dois sub-temas, “Iao Hon”, pela companhia Ao Ieong Pui San, e “Todos Fest!”, de autoria da Associação de Arte e Cultura Comuna de Pedra.

São três os espectáculos inseridos no sub-tema “Iao Hon”, nomeadamente “Inquilino”, “Imigrante Ilegal” e “Transeunte”, bem como três “actividades de extensão” que terão o bairro do Iao Hon como pano de fundo. Com “Rota de Sobrevivência”, “Não é Correio Electrónico Lixo” e “Loja Pop-up do Iao Hon”, os participantes podem, “através de uma rota turística pouco convencional”, de uma barraca de vendilhões de produtos em segunda mão e de uma iniciativa de coleccionar postais, explorar e conhecer mais este bairro, bem como conhecer pessoas, lugares e histórias esquecidos.

No sub-tema “Todos Fest!” estão também incluídos três espectáculos intitulados “A Tarefa Interminável da Luxúria pelo Fracasso para Estudantes do Ensino Secundário”, “Veias Dançantes” e “Corpo-específico!”.

Está também programada a realização de dois workshops, duas sessões de projecção e uma sessão de partilha. A ideia é “levar a arte à vida dos indivíduos de diversas classes sociais, mostrando diferentes aspectos da vida através da dança, do teatro, da música e de espectáculos improvisados”.

Em relação às actividades de extensão, serão realizadas sessões de projecção e de partilha, tal como um debate sobre o desenvolvimento das artes inclusivas, intitulado “Como fazer Curadoria de Arte Inclusiva”. Acontece também o “Workshop de Dança Simbiótica” e o “Workshop Corporal para Idosos”, que procuram ambos “inspirar a criatividade e a capacidade artística dos idosos e indivíduos portadores de deficiências físicas e mentais, bem como redefinir os parâmetros estéticos do público”.

Uma estreia na Ásia

Em destaque no cartaz deste ano, importa realçar a estreia asiática do grupo inglês AΦE, que apresenta 0AR (zero AR), um espectáculo que combina dança com tecnologia de realidade aumentada. Os Edinburgh Fringe Showcase apresentam o teatro de som “Regresso a Casa”, um espectáculo no qual o público é convidado a actuar como personagens e narradores de histórias.

O PO Art Studio apresenta “Lift Left Life Live”, uma “viagem artística”, enquanto que a Associação de Música Contemporânea de Macau apresenta “Sonatas e Interlúdios de John Cage com as Oito Rasas”, uma performance que mistura música, video mapping e linguagem corporal dos dançarinos que se misturam para vivenciar as oito rasas da estética indiana.

O público poderá ainda ver a exposição “A Loucura Pós-Pandémica”, com curadoria de Heidi Ng, Somen Sou e Kathy Ng. A mostra combina multimédia, teatro e tecnologia e reflecte sobre a relação entre o homem e a natureza na era pós-pandemia.

Cynthia Sio traz o espectáculo híbrido “Por Dentro”, onde os espectadores “serão conduzidos a um espaço vazio e criarão uma obra de arte à vontade, enquanto bailarinos de Macau e da Coreia do Sul colaboram online”. Tal irá permitir que os participantes “olhem para a vida de maneira diferente através da criação da arte interactiva”.

Sendo este um festival que pretende reduzir barreiras entre pessoas, a ideia é que a arte chegue a todas as comunidades, com espectáculos de rua. Prova disso é a actividade “Época de Descobertas”, de Cindy Ng, que combina “dados meteorológicos de Macau em tempo real com arte a tinta, criando-se um ambiente virtual e realista”. O The Dancer Studio Macao apresenta, no Largo de São Domingos, “Duelo de Dança de Miúdos”, onde jovens bailarinos competem no estilo de dança com que estão familiarizados, seja dança de rua, dança latina ou dança chinesa.

Uma viagem em Coloane

Aline da Silva Mendes apresenta “O Vendedor de Bonecos de Arroz”, uma marioneta de bambu de três metros de altura é feita para relembrar a memória dos tempos. Por sua vez, Cheng Ka Man traz “Fragmento”, uma peça de teatro sobre fantasias e moda, sob o tema da forjadura de ferro.

O programa do Fringe apresenta também “Cinema de Magia de Macau”, da autoria de Sou Tai San, Sun Chan San e Wong Kai Ian, tratando-se de “uma viagem maravilhosa de descoberta que será lançada por magia”.

Em “Acolhe esse Miúdo”, Kawo Cheang apresenta cinco exercícios artísticos, a partir dos quais se iniciará um diálogo com base nas suas obras. Os Rolling Puppet Alternative Theatre trazem a esta edição do Fringe “Um Espaço de Novo e Antigo”, uma viagem ao passado e ao presente em Coloane, local onde a companhia de teatro está instalada.

Ainda no conjunto de actividades de extensão do Fringe o público poderá visitar a “Exposição de Arte para Todos”, além de participar no “Workshop sobre piano preparado”. Será ainda organizada a “Instalação de Pintura de Flores — Exposição de Arte de Jenny Lei”, bem como o “Workshop de Pintura de Flores”. Desde ontem que o público pode inscrever-se nas actividades de extensão ou adquirir os bilhetes para os espectáculos.

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