Cantão faz cair promessa de Ho Iat Seng

O dia do aniversário da República Popular da China ficou marcado pelo incidente que levou a que milhares de pessoas ficassem retidas na fronteira. Na conferência de imprensa de 29 de Setembro, Ho Iat Seng tinha prometido que se não houvesse mais casos confirmados até 1 de Outubro que as pessoas poderiam regressar a Zhuhai, sem quarentena, a tempo da Semana Dourada.

Contudo, minutos antes da meia-noite da data de “abertura” das fronteiras, o Governo da RAEM emitiu um comunicado a revelar que a promessa do Chefe do Executivo não ia ser cumprida. A situação levou a uma grande concentração de pessoas nas Portas do Cerco, principalmente de trabalhadores não-residentes, que tinham a expectativa de regressar ao Interior.

A situação criou um embaraço ao Governo, e Ho Iat Seng explicou a “promessa” não cumprida com a aleatoriedade das autoridades do outro lado da fronteira. “Os dirigentes da província de Cantão respeitam as ideias dos especialistas, daí que a opinião dos especialistas é quase uma tomada de decisão. Quando falámos com o Governo Central, no ano passado, sobre as definições das zonas amarelas e das zonas vermelhas, só as pessoas destas zonas não podiam passar as fronteiras. É uma situação em que o Governo Central e a Comissão Nacional de Saúde estão sempre de acordo”, indicou. “Nós tivemos em conta todo os procedimentos, mas estas novas instruções, orientações e exigências [da Comissão de Saúde Provincial de Cantão] foram elevadas”, revelou. “Nunca comunicaram connosco a tempo de nos prepararmos [para as exigências mais elevadas]. Daí que não há margem de manobra”, desabafou.

 

Pedido de desculpas

 

Face às consequências para a vida da população, Ho Iat Seng apresentou desculpas. “Estamos a pedir novas orientações para saber o que fazer quando houver novos casos. Peço desculpa à população, mas fizemos o máximo”, destacou. “Estivemos, eu e todos os secretários, na reunião com as autoridades de Zhuhai. A reunião durou quase até às duas da manhã. Fizemos o nosso melhor, mas eles insistiram [nas quarentenas de 14 dias]”, acrescentou.

Ho Iat Seng confessou ainda sentir-se “desiludido” e lamentou o impacto para uma parte da população: “Num dia de festa, é claro que estamos à espera de que possa haver uma passagem fronteiriça. Mesmo no ano passado não tivemos essas restrições, mas agora, muitas pessoas querem ir para a China ou querem viajar, ou mesmo regressar ao domicílio. Não é só desilusão minha, mas é de toda a população”, afirmou Ho Iat Seng.

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