Consumo | Índice de confiança caiu 9,35% no segundo trimestre

O Índice de Confiança do Consumidor de Macau voltou a cair no segundo trimestre deste ano, desta feita 9,35 por cento em relação aos primeiros três meses do ano. O estudo realizado pela MUST concluiu que os piores indicadores foram “compra de casa”, “situação de emprego”, “economia local” e “investimento em acções”

 

O declínio do índice de confiança do consumidor de Macau é algo que se vem verificando ao longo dos últimos anos. Em 2017, (no mesmo período analisado) já se registava diminuição de 1,21 por cento, em comparação com os primeiros três meses desse ano, sobretudo devido ao desânimo em torno da habitação.

Porém, em 2017, numa escala de 0 a 200, o índice atingia os 85.30, revelando uma ligeira desconfiança quanto ao panorama económico. Segundo os resultados divulgados pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST na sigla em inglês), no segundo trimestre de 2021 o índice caiu 9,35 por cento em relação aos primeiros três meses do ano, para um total de 68.11 pontos, já bem longe dos resultados de 2017, e uma quebra significativa para o primeiro trimestre de 2021 quando o índice se fixou em 75.13.

Apesar de no segundo trimestre de 2021 se ter verificado um ligeiro aumento quanto à expectativa face ao “nível de vida”, sub-índices como “compra de uma casa”, “situação de emprego”, “economia local”, “investimento no mercado de acções” caíram. Entre estes indicadores, o que corresponde à compra de habitação foi o que mais diminuiu, caindo 19,6 por cento em relação aos primeiros três meses do ano, seguindo pelo índice de confiança na economia local, que desceu 16,45 por cento.

Cenário minado

Para a realização deste estudo, a equipa da MUST entrevistou 804 residentes de Macau, maiores de 18 anos, entre os dias 5 e 30 de Junho. Sem vislumbre de optimismo quanto à recuperação da economia, em particular da indústria do jogo, dos seis itens que constituem o índice global de confiança, cinco baixaram.

A MUST enquadra estes resultados referindo que “no segundo trimestre deste ano a economia do Interior da China fortaleceu-se, mostrando sinais de melhorias constantes e estabilidade, mas o ambiente económico doméstico e internacional continua grave e complexo”.

A equipa responsável pelo índice menciona ainda a “escalada de medidas de prevenção da pandemia”, em particular as restrições fronteiriças, como entraves à recuperação da indústria do jogo a curto prazo, mas sem alterar a tendência de recuperação a médio e longo prazo.

Em Abril deste ano, a Universidade de Macau estimou que feitas as contas a 2021 o Produto Interno Bruto (PIB) da RAEM pode crescer entre 21,4 por cento e 33,5 por cento. As previsões macroeconómicas tiveram em consideração quatro cenários relativos ao número de visitantes, de acordo com o estudo do Centro de Estudos de Macau e o departamento de economia da UM, que variam entre 13,8 milhões e 21,7 milhões de visitantes.

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