Nuclear | Críticas americanas, cooperação com Moscovo

O embaixador americano na Conferência sobre o Desarmamento acusou a China de se opor a uma negociação bilateral para reduzir o arsenal nuclear dos dois países e expressou esperança de que Pequim mude de atitude. “Até agora, Pequim não quis ter discussões significativas, semelhantes às que temos com a Rússia, e esperamos sinceramente que isso mude”, afirmou Robert Wood, em Genebra.

Organizações internacionais estimam que a China tem mais de 300 ogivas nucleares, número superior ao da França ou do Reino Unido, mas bem abaixo das 5.800 ainda activas nos Estados Unidos e das mais de 6.300 na Rússia.

O diplomata mencionou o “crescimento dramático do arsenal atómico chinês” e afirmou que os Estados Unidos vão continuar a procurar dialogar com a China em “doutrinas nucleares, acordos de notificação de lançamento de mísseis e melhores canais de comunicação de crises”.

Moscovo e Washington concordaram este ano em prorrogar o novo acordo de controlo de armas START por mais cinco anos. O tratado é o último acordo remanescente que limita as armas nucleares dos EUA e da Rússia, depois de ter sido assinado, em 2010, pelo Presidente norte-americano, Barack Obama, e pelo Presidente russo, Dmitri Medvedev, para limitar cada país a instalar um máximo de 1.550 ogivas nucleares e restringir a 800 o número de aviões bombardeiros com capacidade de lançar mísseis nucleares.

Ano de cooperar

Entretanto, Moscovo e Pequim iniciaram ontem um projecto de cooperação energética nuclear. “O início do projecto de cooperação energética nuclear China-Rússia promoverá a actualização dos laços bilaterais”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês nesta terça-feira. O presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente russo, Vladimir Putin, testemunharam conjuntamente a cerimónia de abertura do projecto por videoconferência na quarta-feira.

O porta-voz Zhao Lijian disse que “este ano marca o 20º aniversário da assinatura do Tratado China-Rússia de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável, e o evento de quarta-feira será o primeiro intercâmbio online bilateral entre o presidente Xi e o presidente Putin este ano, o que é de grande importância para liderar a parceria estratégica abrangente China-Rússia de coordenação para uma nova era e para manter um alto nível de desenvolvimento”.
Zhao disse que a energia nuclear é uma área tradicional de “cooperação prioritária” entre os dois países, e que se desenvolveu rapidamente nos últimos anos, atraindo muita atenção dos dois chefes de Estado.

Observando que a energia nuclear é “limpa e eficiente”, Zhao disse ainda que as emissões de dióxido de carbono serão reduzidas, reflectindo a firme determinação da China em alcançar o objetivo de “pico de carbono” e “neutralidade de carbono” e demonstrando “o seu forte senso de responsabilidade como um grande país”.

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários