SAAM | Quebras de 20% e descida histórica no consumo de água

Devido à pandemia e à falta de turistas, o abastecimento de água em Macau registou uma queda de 8 por cento em 2020, um “recorde”, segundo Nacky Kuan, directora da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau. Contas feitas, os lucros caíram 20 por cento para 70 milhões de patacas, valor equivalente ao de 2016. O preço da água para agregados domésticos deverá manter-se este ano

 

Em 2020, a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) registou uma quebra de cerca de 20 por cento, alcançando lucros de 70 milhões de patacas. O registo que, segundo a directora executiva da SAAM, Nacky Kuan, coloca a empresa ao mesmo nível dos lucros obtidos “em 2016 ou 2017”.

Segundo a responsável, a razão pela qual os resultados de 2020 caíram a pique deve-se ao impacto provocado pela pandemia de covid-19, levando a que menos turistas viessem a Macau e, indirectamente, o consumo geral de água no território recuasse.

“Devido ao impacto da covid-19 tivemos prejuízos avultados de cerca de 20 por cento, gerando lucros de apenas 70 milhões de patacas. Os nossos lucros para este ano também devem cair mais de 20 por cento. Isso quer dizer que vamos voltar aos níveis registados há três anos atrás, correspondentes a 2016 ou 2017”, explicou ontem Nacky Kuan, por ocasião do almoço de Primavera com os meios de comunicação social da SAAM.

Apontando que “os hotéis de Macau têm um peso de 20 por cento no consumo de água [do território]” e que houve uma descida de 24 por cento no sector comercial, a directora executiva da SAAM partilhou ainda que o abastecimento de água de Macau registou uma descida de 8 por cento em 2020, valor que traduz “o recuo mais acentuado da nossa história”. “É uma descida recorde”, acrescentou, referindo-se aos 93 milhões de metros cúbicos de água consumidos em 2020.

Questionada sobre quais as expectativas de recuperação para os próximos tempos, Nacky Kuan revelou esperar que os consumos possam subir cerca de 3 por cento ainda este ano, mas que ainda levará algum tempo até se atingir os níveis registados em 2019.

“Se os turistas voltarem a Macau nos mesmos níveis registados em 2019, acreditamos que os consumos vão crescer novamente e esperamos também que o consumo de água cresça cerca de 3 por cento ainda este ano, em relação ao ano passado. No entanto, não será ainda possível chegar aos níveis de 2019, porque acreditamos que ainda irá demorar à volta de um ou dois anos para alcançarmos os níveis registados nessa altura”, sublinhou Nacky Kuan.

Garantias e futuros

Ainda à margem do almoço de Primavera da SAAM, a responsável assegurou também que, apesar da evolução negativa, o preço da água não vai sofrer alterações em 2021.

Garantido também está o nível de abastecimento de água. Pese embora a baixa precipitação registada na província de Guangdong, Nacky Kuan afirmou que “o nível das reservas de segurança de água é estável” e que haverá cooperação com o Governo de Zhuhai.

Olhando para o futuro, para além da perspectiva de aumentar a capacidade diária de abastecimento de água de Macau de 390 mil para 520 mil metros cúbicos para com a ajuda das estações de tratamento de Seac Pai Van e a 4.ª conduta de abastecimento, os planos da SAAM passam também pela inclusão de sistemas inteligentes na zona A dos novos aterros.

“Vamos (…) instalar sensores online para monitorizar a qualidade, pressão e fluxo da água. Será possível saber qual a situação do abastecimento de água na Zona A, já que os dados serão enviados directamente para a nossa central (…) em tempo real”, partilhou a responsável.

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