Polícia lança gás lacrimogéneo em marcha de protesto de agricultores na Índia

A polícia indiana lançou gás lacrimogéneo e jactos de água contra agricultores que participavam numa marcha de protesto em Nova Deli contra leis que liberalizam o sector, enquanto decorre paralelamente o desfile nacional do Dia da República.

Apesar de os líderes da marcha terem apelado à não-violência, pedindo aos manifestantes para respeitarem a rota designada pelas forças de segurança, alguns grupos terão removido barricadas de betão com a ajuda de tratores, enquanto a polícia de choque disparava canhões de água e lançava gás lacrimogéneo.

Um vídeo divulgado na rede social Twitter por um dos líderes do protesto, Yogendra Yadav, mostra os distúrbios entre a polícia e os manifestantes. O objectivo da marcha é pressionar o Governo indiano a revogar três leis que liberalizam o sector agrícola.

Os organizadores esperavam uma participação de cerca de “250.000 tratores e veículos e mais de um milhão de agricultores”. A rota, que deveria contornar a capital indiana, de acordo com as instruções da polícia, desviou-se em algumas zonas da cidade, levando a confrontos entre a polícia de choque e os manifestantes.

Os organizadores da marcha tinham apelado aos manifestantes para que mostrassem um comportamento exemplar, de forma a que nada “manchasse” um momento “histórico”.

“A nossa vitória depende de o desfile decorrer pacificamente, sem quaisquer acontecimentos indesejados. Lembrem-se que o nosso objetivo não é conquistar Deli, mas conquistar os corações do povo deste país”, sublinharam.

A marcha na capital está a ser apoiada por milhares de manifestações em toda a Índia, após dois meses de protestos contra o Governo do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, exigindo que revogue leis que liberalizam tanto os preços de venda como a quantidade de algumas colheitas vendidas.

A situação obriga os agricultores a negociarem os preços com grandes empresas da cadeia de distribuição.

O Governo indiano, que chegou a propor uma moratória de 18 meses na aplicação das leis, rejeitada pelos sindicatos, defendeu, no entanto, a reforma, afirmando que permitirá aos agricultores negociar nos seus próprios termos. Os agricultores dizem, no entanto, que os diplomas os deixam indefesos e nas mãos das grandes empresas.

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