Associação Novo Macau considera que decisão sobre construções em Nan Vam é “teste” para o Governo

Ainda antes do início da reunião de ontem do Conselho do Planeamento Urbanístico, a Associação Novo Macau entregou uma petição no local, a pedir a retirada dos dois projectos de construção previstos para os lotes de terreno da Zona C do Lago Nam Van.

Para Rocky Chan, vice-presidente da Novo Macau, é imperativo o Governo respeitar a opinião do público que, durante o período de consulta, mostrou ser maioritariamente contra os projectos de construção dos edifícios judiciais previstos para o local. Segundo o responsável, a decisão final que vier a ser tomada pelo Executivo constitui-se mesmo como um teste.

“Esperamos que o Governo possa ouvir a opinião pública e respeite a nossa própria opinião, que passa por defender a retirada dos projectos. Achamos que é um teste para o Governo, especialmente para os membros do Comité do Planeamento Urbanístico designados pelo Chefe do Executivo. Além disso, dado que a própria DSSOPT é parte integrante do Governo, a decisão que vier a ser tomada deverá reflectir a generalidade das opiniões da população ou, caso contrário, constitui uma agressão à paisagem histórica, cultural e preciosa da nossa cidade”, apontou Rocky Chan.

O vice-presidente da Novo Macau recorda ainda que, das mais de 100 opiniões que o público endereçou formalmente às autoridades durante o período de consulta pública, apenas uma mostrou ser favorável.

“A opinião é generalizada. Todo o planeamento urbanístico tem de estar de acordo com o princípio de perseguir o interesse público, o desenvolvimento sustentável, a transparência e promover a participação pública”, acrescentou.

Culpa própria

Caso no final de todo o processo, os dois projectos venham a avançar nos moldes originais, mantendo uma altura máxima que bloqueie os corredores visuais entre a Colina da Penha e a zona marítima da Ponte Nobre de Carvalho, Rocky Chan sublinha que o Governo só se pode culpar a si mesmo.

“Desde que o Governo apresentou os dois projectos (…) tentámos tudo o que estava ao nosso alcance para que o Executivo ouvisse a vontade da população. Enviámos também uma petição ao Chefe do Executivo a alertar para (…) os danos irreparáveis que a aprovação dos dois projectos vão provocar na paisagem de Macau. Nos últimos dias submetemos ainda uma carta à UNESCO a explicar as nossas preocupações. Acho que a opinião pública é muito clara por isso se, ainda assim, os dois planos forem aprovados, considero que a culpa é do Governo”, apontou.

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