Automobilismo | Luciano Lameiras tem-se afirmado nas corridas locais na última década

Apesar de discreto, tanto dentro, como fora da pista, Luciano Castilho Lameiras tem sido um dos principais intervenientes nas corridas de carros de Turismo de Macau, tendo obtido resultados bastante interessantes nos últimos nove anos. Depois de ter subido ao pódio no 66.º Grande Prémio de Macau, o piloto de 32 anos tem como grande objectivo um dia lá regressar

Ao volante de um Mitsubishi Evo9, Luciano não conseguiu repetir o feito de 2019, onde inscrito na classe “1950cc e Acima” da Taça de Carros de Turismo de Macau, a exemplo deste ano, terminou na terceira posição da categoria. “Tive algumas contrariedades este ano. Na primeira sessão de treinos obtive a primeira posição, mas depois disso o carro teve alguns problemas”, revelou o piloto ao HM. “Este ano houve duas corridas, com a melhor volta das duas sessões de treinos livres e da qualificação a determinar a posição de partida. Portanto, no sábado ainda arranquei do terceiro lugar e mantive a posição durante três voltas. Depois disso, o motor começou a ter o problema de sobreaquecer e a única forma era abrandar o ritmo. O resultado de sábado não foi bom e tive de arrancar de trás para a corrida de domingo”.
Contudo, no domingo, a sorte voltou a não estar do seu lado, terminando na décima sétima posição, a duas voltas do carro vencedor, “pois tive um pequeno acidente e tive de vir às boxes para reparar o carro. Foi um ano infeliz, mas espero ter melhores resultados no próximo ano”. Mas o piloto da SpeedHeart Racing Team consegue tirar positivos do fim-de-semana desportivo mais importante da temporada: “O meu companheiro de equipa obteve um bom resultado e fiquei feliz por isso”, referindo-se ao triunfo à geral de Wong Wan Long.

Limites da realidade

Com o ano 2021 à porta, Luciano não tem planos para realizar muito mais provas do que aquelas que sejam necessárias para se qualificar para o maior evento desportivo de carácter anual da RAEM. E “dar uma perninha” no estrangeiro? “Talvez não, desta vez, mas em 2021, as provas de qualificação do Grande Prémio de Macau serão num novo circuito na China, o Circuito Internacional de Zhuzhou”, o que, a concretizar-se, será uma novidade em relação ao tradicional binómio Circuito Internacional Zhuhai-Circuito Internacional de Guangdong.
O objectivo para a próxima temporada, e para um futuro próximo, é “voltar a terminar numa posição do top-3 outra vez em Macau”. Ciente das suas limitações, Luciano não sonha com participações futuras nas corridas de GT ou na Corrida da Guia. “Não há muito dinheiro disponível para trocar de carro. Nas corridas actuais, o nosso carro ainda está relativamente aperfeiçoado e tem uma vantagem larga”, esperando poder utilizar nas provas locais a sua actual viatura ainda “nos próximos três anos”.

Bilhete de entrada

A oportunidade de entrar no pequeno mundo das corridas de automóveis de Macau surgiu quando um amigo mais velho tinha um carro atractivo para venda, estávamos nós em 2012. “Ele tinha um Nissan Z33 Fairlady de corridas que nesse ano ninguém usou. Ele não queria desperdiçá-lo e por um preço muito baixo tentou apoiar-me. E assim comecei. Se não tivesse aparecido aquela oportunidade, talvez nunca tivesse a chance de correr no circuito de Macau”.

Tal como a grande parte dos iniciados nestas andanças, Luciano sofreu das mesmas e conhecidas dificuldades crónicas de quem opta por um desporto pouco acessível, enumerando por esta ordem os obstáculos que encontrou: “primeiro, dinheiro, segundo, a falta de experiência, e por fim, em terceiro, a falta de apoio de alguns membros da família”. Este último obstáculo já foi ultrapassado, reconhecendo o piloto que “habitualmente as pessoas pensam que as corridas de automóveis são muito perigosas”.
Para além do automobilismo, Luciano também tem outra grande paixão. Como grande aficcionado da pesca desportiva, é um dos organizadores da Taça de Macau da pesca do robalo.

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