Doci Papiaçám | Coro reactivado com actuação na Igreja de São Domingos

Passados vinte anos sobre a última actuação do coro do grupo Doci Papiaçám por ocasião do Natal, a iniciativa regressa para dar voz a cânticos e músicas da época. A actuação, apresentada também como uma mensagem de esperança, acontece na Igreja de São Domingos, no dia 19 de Dezembro

O coro dos Doci Papiaçám di Macau vai actuar na Igreja de São Domingos, no dia 19 deste mês, pelas 17h30. O grupo irá dar voz a canções de Natal e outras de teor religioso na missa, em Patuá, celebrada nesse dia. E quer deixar uma mensagem de esperança. “Volvidos 20 anos o Grupo quer celebrar o Natal com a população, a ocorrer num ano tão atípico e repleto de emoções. Trata-se de uma mensagem de esperança e de apelo à resiliência, na recepção de novos tempos de muito desafio”, disse Miguel de Senna Fernandes em comunicado.
A primeira actuação do coro foi neste mesmo dia, mas numa época diferente: corria então o ano de 1998, em vésperas da transferência de soberania. Já a segunda apresentação deu-se a 24 de Dezembro de 2000, quando o grupo acompanhou a missa do galo. Em ambas as situações o palco foi a Igreja de São Domingos. “A partir daí houve mais uma ou outra intervenção, por ocasião de outros encontros, mas fora do contexto do Natal. Há 20 anos que não cantamos por ocasião do Natal”, descreveu o representante dos Doci Papiaçám ao HM.
O coro vai acompanhar a missa de dia 19, que decorre em português, sendo que todos os cânticos vão adoptar o patuá. É nessa língua que vão ser cantados momentos solenes como o salmo, e também as alturas do ofertório, comunhão e acção de graças. “Há momentos de pausa, e são momentos para o coro poder intervir. Acho que vai ser bonito”, descreveu Miguel de Senna Fernandes. Depois da missa seguem-se músicas globalizadas também em patuá, com temas como “White Christmas” ou “Santa Claus is Coming to Town”.

Momento de convívio

Com o passar do tempo, as condições para o coro se manter deixaram de existir. No entanto, durante muito tempo houve quem alimentasse a ideia de trazer o projecto de volta. Este ano, marcado por adversidades de saúde pública, surgiu a oportunidade de o fazer, embora sem a orquestra que chegou a existir no passado. Em vez disso, faz-se uso da tecnologia para produção de som. “É um momento de descontração, um momento de convívio do grupo”, lançou Miguel de Senna Fernandes.
Com pouco tempo de preparação, o responsável explica que poder contar com pessoas com quem já trabalhou ajudou no processo. “Sabemos das qualidades de cada um e os aspectos que teríamos de corrigir. Uma confiança mútua entre as pessoas torna a coisa mais fácil”, indicou. A iniciativa regressa para o Natal, mas fica a ideia de revitalizar o coro também para outras ocasiões.
Num ano “atípico” e “absolutamente excepcional”, Miguel de Senna Fernandes reconhece que “tivemos sorte em Macau, mas noutras partes do mundo tal sorte não existe”. Pelo que se pretende passar “uma mensagem de esperança, de que melhores momentos virão com certeza”.

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