Artes, Letras e Ideias Entre o Oriente e Ocidente hMulheres de Itália – 7 Gonçalo M. Tavares - 22 Out 2020 Argelia está perto de uma avioneta avariada e toca na chapa como se o toque das mãos dela fosse suficiente para ressuscitar o motor da máquina. Arianna está a estudar matemática e por vezes acaricia o sexo do namorado que está distraído a jogar. Armida está na janela tapa um olho com a mão para ver se o mundo lá fora muda. Artemisa tem um bebé à sua frente a gatinhar e está a ver um documentário sobre a ida à lua. Asella está ao lado de Artemisa e diz que os astronautas deviam ter andado assim, a gatinhar, na lua. Asia está também presente e responde que sim, os astronautas devem sempre gatinhar num planeta novo porque é assim que fazem os bebés quando nascem. Assunta deixou a torneira aberta de casa de propósito para ver se o namorado repara e faz alguma coisa. Astrid está a nadar numa piscina vazia, são dez horas da noite e ela nada muito porque está a ficar deprimida e água faz-lhe bem. Atanasia está a ler um artigo sobre morcegos e a comer um snack. Aurelia está a dançar uma música reggae com o namorado, Paolo, e está a pensar que quando este for embora ela vai rapidamente telefonar ao Giorgio para ele vir porque ela está muito excitada e ela e o namorado já deixaram de sentir desejo. Aurora está consertar o manípulo de uma janela porque com o calor a janela faz falta para entrar o vento e para se gritar por socorro se for necessário. Ausilia faz palavras cruzadas e vê que a palavra morte se cruza com a palavra elevador e por isso fica com medo de entrar num elevador para sempre porque acredita que as palavras cruzadas são os novos oráculos. Ausiliatrice tem dezasseis anos e pela primeira vez está a experimentar uns sapatos de pontas de bailarina e como estão muito apertados ela aproveita para dizer à mãe de forma provocadora que não quer ser bailarina, mas sim prostituta. Ave tem noventa e dois anos e a mão treme muito, mas ainda tem voz suficiente firme para dizer ao filho que ele é um incompetente como já era quando tinha seis anos. Aza acabou de morrer. Foi um acidente estúpido.