Jogo | Após queda de 3,4% analistas prevêem recuperação em 2020

Em 2019 as receitas brutas dos casinos de Macau registaram perdas de 3,4 por cento e o sector VIP caiu 18,6 por cento. Após a queda, analistas da JP Morgan acreditam que a estabilidade e recuperação podem estar no horizonte de 2020

 
[dropcap]D[/dropcap]epois da tempestade, normalmente vem a bonança. Os casinos de Macau fecharam 2019 com receitas brutas de 292,46 milhões de patacas, menos 3,4 por cento relativamente ao ano anterior, altura em que o valor ascendeu a 302,85 milhões de patacas.
Intimamente relacionada com as perdas está o facto de as receitas provenientes do jogo VIP terem registado uma quebra de tal forma acentuada em 2019, que o segmento perdeu mesmo o seu estatuto maioritário no total das receitas globais. De acordo com dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), as receitas provenientes do jogo VIP atingiram 135,228 milhões de patacas em 2019, menos 30,869 milhões de patacas (18,6 por cento) face a 2018.
A juntar à perda, está o facto de o jogo VIP ter cedido para o segmento de massas a posição dominante que detinha em Macau, pelo menos nos últimos cinco anos, já que em 2019 o jogo VIP representou menos de metade, mais precisamente 46,2 por cento, do total das apostas angariadas.

A não repetir

Perante o cenário pouco auspicioso traçado em 2019, analistas da JP Morgan citados pelo GGR Asia, acreditam, contudo, que o pior já passou e que para 2020, dificilmente o mercado de jogo em Macau voltará a assistir quebras da mesma magnitude, dado que o contexto geral que se avizinha trará algum alívio aos resultados.
“Temos muita dificuldade em acreditar que (até metade) dos factores negativos que recaíram sobre Macau no ano passado (proibição de fumar nas áreas VIP, desvalorização do renminbi, os protestos de Hong Kong (…), restrições à concessão de vistos) se venham repetir este ano”, afirmaram os analistas DS Kim, Derek Choi e Jeremy An, citados pelo GGR Asia.
Sobre a situação de Hong Kong, aquando da revisão em baixa (menos 3 por cento) do número de visitantes estimados para 2020 em Macau, os serviços de turismo da região afirmaram que a situação de instabilidade tem sido um dos factores que mais tem contribuído para a diminuição do número de turistas que vem jogar, provenientes da China continental. “Creio que o motivo da diminuição está relacionada (…) com a situação de Hong Kong, porque muitas vezes as maioria dos turistas ou comerciantes que aposta em participar nas convenções ou exposições de Hong Kong visitam também Macau”, explicou na semana passada a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, por ocasião da conferência de imprensa anual do organismo.
Os analistas chamaram ainda a atenção para o facto de no final de 2020 estimarem que a comparação anual de resultados das receitas brutas de jogo relativamente a 2019, venha a ser relativamente mais suave, dado que, ao contrário do ano passado, em 2018 foi registado um crescimento das receitas brutas de jogo em todos os meses.
Além disso, os analistas da JP Morgan apontam também como causa de melhoria do cenário do sector do jogo em Macau para 2020, o “alívio da pressão” gerada por factores macro-económicos como a guerra comercial entre a China e os EUA e a valorização do renminbi. Recorde-se que ainda na semana passada, a China e Estados Unidos assinaram na casa Branca um acordo parcial, designado como “acordo de primeira fase” para ultrapassar as disputas comerciais entre os dois países.

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