Saúde | Autoridades chinesas negam que doença em Wuhan seja pneumonia atípica

As autoridades chinesas negaram ontem que a doença respiratória que infectou dezenas de pessoas numa cidade no centro da China seja pneumonia atípica, que causou centenas de mortes na China no início do século

 

[dropcap]R[/dropcap]eceios de uma recorrência do vírus, que matou mais de 700 pessoas no continente chinês, surgiram este mês, após vários doentes terem sido hospitalizados com uma pneumonia desconhecida em Wuhan, a capital da província de Hubei. A epidemia da pneumonia atípica, ou síndrome respiratória aguda grave (SARS), começou no sul da China e matou globalmente mais oito mil pessoas, entre 2002 e 2003.

No domingo, 59 pessoas foram diagnosticadas com a doença e isoladas enquanto recebem tratamento, indicou a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan. Sete dos pacientes encontram-se em estado crítico e os restantes em condição estável.

Em comunicado, a comissão informou que as investigações iniciais descartaram a hipótese de se tratar da síndrome respiratória aguda grave ou influenza, gripe aviária e adenovírus. A mesma entidade detalhou anteriormente que o sintoma mais comum da doença é febre e falta de ar, enquanto as infecções pulmonares surgiram num “pequeno número” de casos. Não há indicações claras de que a doença seja transmissível entre seres humanos.

Vários pacientes trabalhavam num mercado de alimentos nos subúrbios de Wuhan. A Comissão disse que o mercado foi encerrado e está sob investigação.

Para este lado

O director dos Serviços de Saúde de Macau anunciou no domingo que o nível de alerta de emergência foi elevado para três para reforçar a prevenção e coordenação na resposta à pneumonia viral de Wuhan. Lei Chin Ion sublinhou não ter sido registada qualquer ocorrência em Macau, que tem duas ligações aéreas diárias com Wuhan.

A legislação de Macau define cinco níveis de alerta, sendo o primeiro “especialmente grave” e o quinto “normal”. O nível de alerta três é um grau de risco médio que exige um acompanhamento mais apertado.

Também no domingo, a Autoridade Hospitalar de Hong Kong disse que um total de 15 pacientes estão a ser tratados na região semiautónoma chinesa, devido a sintomas como febre e infecção respiratória, após terem visitado Wuhan recentemente.

As autoridades ordenaram hospitais e médicos a relatar às autoridades casos de febre entre pacientes que tenham viajado para Wuhan nos últimos 14 dias, informou a secretária para a Saúde de Hong Kong, Sophia Chan. A região activou um nível de “resposta séria” para conter a propagação da infecção. Chan apelou aos moradores de Hong Kong para que evitem visitar mercados ou consumam carne de caça selvagem na China continental.

A Organização Mundial da Saúde disse que está a monitorizar de perto a situação e que mantém contacto com as autoridades chinesas, mas descartou a necessidade, para já, de impor restrições a viagens ou comércio.

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