História | Associação organiza viagem sobre portos lusos na Ásia 

A Associação Amigos da Nova Rota da Seda, presidida pela economista Fernanda Ilhéu, está a organizar uma viagem que visa contar a história dos principais portos portugueses na Ásia, e que inclui Macau, Malaca e Goa, entre outros destinos. A associação pretende também lançar um novo livro este ano, com a colaboração de um académico de Macau

 

[dropcap]P[/dropcap]ortugal também tem a sua rota marítima esquecida no tempo e subaproveitada. A ideia é deixada ao HM por Maria Fernanda Ilhéu, a economista e professora universitária que preside à Associação Amigos da Nova Rota da Seda (ANRS), que está a promover uma viagem que passa pelos principais portos marítimos que marcam a presença portuguesa na Ásia.

Podem inscrever-se sócios e não sócios, com um custo entre 50 a 60 mil patacas, e a ideia é contar a história de lugares como Mascate, Nizwa (antiga capital de Omã), Calicute, Cochin, Goa, Malaca, Singapura e Macau. “Obviamente que não podemos ir a todos os portos, pois levaríamos dois anos de viagem”, adiantou Maria Fernanda Ilhéu ao HM.

“Queremos lembrar o que foi a nossa estratégia de abordagem desta rota marítima do Ocidente para o Oriente, e que tem muitas semelhanças com a nova rota marítima do século XXI, o projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’, mas que vem do Oriente para o Ocidente.”

A presidente da ANRS assume que esta viagem constitui “um pretexto para nos debruçarmos sobre a história”, lamentando que a rota marítima criada pelos portugueses seja muitas vezes esquecida.

“Esta foi uma história importantíssima na globalização mundial, e não foi importante apenas para Portugal, mas também para todo o mundo. Não só nos esquecemos como até parece que estamos um pouco envergonhados desse percurso quando outros povos, tal como os chineses, estão interessados.”

A economista não tem dúvidas de que Portugal “poderia ter a sua própria rota e outra forma de mostrar ao mundo aquilo que foi”.

Para já, a ANRS ainda não recebeu muitas inscrições. “Foi uma viagem difícil de planear. Vamos aguardar até Outubro para termos mais inscrições e depois vemos se a conseguimos fazer. Esta viagem será documentada nos nossos trabalhos e conferências, não sei se faremos outro livro.”
Maria Fernanda Ilhéu desejava publicar outra obra sobre esta temática. “Queríamos fazer um livro sobre os portos portugueses no mundo, algo que seria interessante e vou tentar que aconteça.”

Novas letras

Depois da publicação da obra “A China e a Revitalização das Antigas Rotas da Seda”, coordenado por Maria Fernanda Ilhéu e Leonor Janeiro, eis que a ANRS se prepara para lançar mais uma obra, desta vez sobre as novas rotas da seda. A obra será escrita em inglês e conta com a coordenação da presidente da ANRS e dos académicos Paulo Duarte e Francisco José Leandro, este último professor na Universidade Cidade de Macau.

“Tencionamos pôr cá fora este ano um livro sobre ‘Uma Faixa, Uma Rota’, a China e os países de língua portuguesa e as novas rotas da seda”, apontou a responsável pela ANRS.

O objectivo da obra é “trazer esse conhecimento dos projectos que estão a ser realizados ou que podem vir a ser realizados pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, em conjunto com países de língua portuguesa e parcerias que sejam desenvolvidas com Portugal”.

Para Maria Fernanda Ilhéu, estão em causa não apenas negócios a curto prazo, mas “o desenvolvimento de sinergias”. “É necessário planear e pensar esse desenvolvimento e perceber que ele vai ter de contar com a actuação de governos e empresas, mas também da própria sociedade civil”, apontou.

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