32 do Inferno

[dropcap]A[/dropcap]panhar transportes públicos na passada quarta-feira foi o maior desastre natural que o tufão “Wipha” trouxe ao território. Tudo o resto correu bem, com as forças conjuntas da protecção civil todas de parabéns.

Mas a chegada em força do grau 8, em plena hora do almoço, foi o caos e o deus-nos-livre-que-venha-aí-um-tão-cedo. Se temi pelo número de vítimas à passagem do ciclone, eram certamente as que correram o risco de acabar esmagadas e entaladas dentro dos autocarros.

Com o trânsito parado em todas as vias, a população nas paragens começou a forçar as entradas e saídas dos transportes, em fúria cega para chegar a tempo do encerramento das fronteiras ou antes que a circulação fosse cortada. Não foi bonito. Foi também o período em que a chuva e o vendaval estiveram mais fortes. Se tudo isto são situações incontornáveis, algumas há que podiam ser evitadas.

Como no caso do excesso de carreiras com paragem na Praça de Ferreira do Amaral. Algumas até são obrigadas a fazer uma circunferência completa àquela-espécie-de-rotunda, só para encaixar na faixa certa da respectiva paragem. Que não faz sentido nenhum em dias normais, menos ainda nos excepcionais. A título de exemplo dou o autocarro 32 com destino ao Fai Chi Kei. No dia do tufão esteve a tentar dar a habitual voltinha durante 40 minutos. Só atrapalhou ainda mais o trânsito. E de seguida foi parar cem metros adiante no Hotel Lisboa. Há necessidade da paragem na Ferreira do Infernal? Não.

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