Aliados de Duterte dominam novo Senado nas Filipinas

[dropcap]A[/dropcap] Comissão Eleitoral das Filipinas anunciou ontem, com vários dias de atraso, os resultados das eleições intercalares nas Filipinas, nas quais os aliados do Presidente Rodrigo Duterte esmagaram a oposição.

Os senadores que vão ocupar os 12 lugares da câmara alta, a mais influente e independente do país – o Senado, com um total de 24 lugares – foram apresentados numa cerimónia formal no Centro de Convenções Internacionais das Filipinas.

Com a oposição de fora, a agenda legislativa de Duterte, que inclui medidas controversas, como a reintrodução da pena de morte ou a redução da idade de responsabilidade criminal de 15 para os 12 anos, poderá prosseguir sem obstáculos.

A coligação partidária regional Hugpong ng Pagbabago, criada pela filha do chefe de Estado, Sara Duterte, conquistou nove dos 12 lugares em disputa no Senado. Os membros da coligação incluem vários amigos pessoais da família e ex-assessores da administração.

À cabeça dos “Magic 12”, como são conhecidos estes senadores, foi reeleita a senadora Cynthia Villar, aliada de Duterte e esposa de Manuel Villar, dono da maior fortuna do país.

O ex-assessor de Duterte Bong Go e o chefe da Polícia Nacional durante as operações mais sangrentas da guerra contra as drogas, Ronald de la Rosa, também obtiveram assentos. A oposição criticou a falta de experiência política dos dois novos senadores.

No topo
As eleições intercalares, realizadas em 13 de Maio, reforçaram o poder do Presidente filipino, que chegou a este escrutínio com uma popularidade superior a 80 por cento.
A jornalista filipina Maria Ressa, distinguida pela revista Time como uma das personalidades do ano em 2018, afirmou na sexta-feira, em Hong Kong, que estas eleições foram “um referendo à popularidade” de Duterte, que já prometeu reformar a Constituição filipina para permanecer mais tempo no poder. O mandato de seis anos de Duterte termina em 2022.
Cerca de 62 milhões de filipinos foram chamados a votar para escolher cerca de 18 mil cargos públicos.
O anúncio dos resultados foi adiado três vezes devido a problemas com as máquinas de contagem, o que provocou críticas de alguns sectores por falta de transparência.

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