“Nova rota da seda” | Itália assina memorando de entendimento

Apesar do desagrado manifestado pelos Estados Unidos e pelas maiores potências europeias, o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, assinaram, em Roma, um acordo “não vinculativo” que torna a Itália no primeiro país do grupo G7 a participar no projecto “nova rota da seda”, desenvolvido por Pequim

 

[dropcap]O[/dropcap]s Governos italiano e chinês assinaram sábado um memorando de entendimento “não vinculativo” para selar a entrada de Itália na “nova rota da seda”, apesar das preocupações de Bruxelas e Washington.

A Itália é o primeiro país membro do G7 a integrar este projecto faraónico de infraestruturas marítimas e terrestres lançado por Pequim em 2013. Com este projecto, Pequim tenciona impulsionar o seu comércio com o Ocidente, apesar das reticências por parte da União Europeia.

O memorando de entendimento articula-se em 29 acordos em áreas como infraestruturas e energia e foram assinados em Roma, na presença do Presidente chinês, Xi Jinping, e do primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, na Vila Madama de Roma.

Itália abre-se, assim, à iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, um programa lançado pela China para se ligar às economias ocidentais na Europa, Médio Oriente e África, que vê nos portos italianos o ponto de chegada ideal para difundir os seus produtos e investimentos.

Itália torna-se assim o primeiro país do G7, o grupo das sete democracias mais industrializadas do planeta, a apoiar este projecto. Tal é conseguido através de um memorando de entendimento que não cria vínculos jurídicos, e que aquele país europeu vê como uma lista de intenções, um “acordo programático”, como defendeu nos últimos dias o primeiro-ministro Giuseppe Conte, face aos receios suscitados.

Maus olhados

Em concreto, os Estados Unidos e importantes membros da União Europeia, como a França ou a Alemanha, vêem com certa desconfiança o projecto chinês, que suspeitam que possa vir a aumentar a influência da potência asiática no continente.

Na Europa, assinaram acordos deste tipo países como Malta, Portugal, Bulgária, Croácia, República Checa, Hungria, Grécia, Estónia, Letónia, Lituânia, Eslováquia e Eslovénia, mas a Itália é o primeiro país do G7 a fazê-lo.

Nos termos do memorando de entendimento para a “Nova Rota da Seda”, Itália e China ractificaram 29 acordos entre as suas empresas para aumentar a cooperação em sectores como o das infraestruturas, da energia, da cultura e do turismo.

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