Fringe | Palestras sobre crítica de arte antecedem abertura oficial do festival

A edição do festival Fringe tem início oficial esta sexta feira, mas as actividades começam hoje com um ciclo de palestras dedicado à crítica de arte. O debate e a troca de ideias são a novidade deste ano do festival que tenciona promover formas alternativas de expressão artística no território

[dropcap]P[/dropcap]alestras e debates fazem parte, pela primeira vez, da edição do festival Fringe. Este ano o evento prevê três momentos, com temáticas diferentes, dedicados à troca de ideias, sendo que o primeiro, de um ciclo dedicado à crítica artística, tem inicio já hoje.

O objectivo, afirma a organização na apresentação do evento, é guiar os interessados “pelo mundo da arte e da escrita cultural através de dicas de escrita, palestras, entrevistas com artistas, desenvolvendo a tua capacidade de apreciação, competência analítica e observação atenta dos espectáculos”.

“Crítica de Arte 101” é o tema que vai preencher três palestras. A primeira tem lugar hoje pelas 20h na Macao Theatre Library e é dedicada à discussão da diversidade da crítica artística. A coordenar a conversa vai estar Mok Sio Chong, crítico de teatro local, dramaturgo e encenador. Mok Sio Chong é também editor-chefe da publicação trimestral Performance Arts Forum e de Reviews, sendo presidente do Macao Theatre Culture Institute.

Carol Law vai estar à frente da conversa agendada para amanhã, à mesma hora e no mesmo local, que se vai debruçar na preparação técnica para entrevistas a artistas. Carol Law, fez o mestrado em Jornalismo e Gestão Cultural pela Universidade Chinesa de Hong Kong e foi repórter de televisão responsável pela realização de entrevistas, redacção de notícias, edição de vídeo tendo trabalhado ainda na área de investigação. Actualmente, é escritora freelancer e trabalha com diferentes média, focando-se em temas como o desenvolvimento da indústria artística de Macau, estilo de vida ecológico e a história de Macau.

Sexta feira é dedicada ao debate sobre a questão “quão no limite é o festival Fringe?”. No Macau Theater Library vai estar Hui Koc Kun . Conhecido por “Big Bird”, Hui é dramaturgo, encenador e actor de teatro há mais de três décadas. Licenciado pela Faculdade de Letras da Universidade de Macau, foi também um dos primeiros licenciados do Programa de Administração de Arte do Centro de Artes de Hong Kong, e graduado pelo Programa de Pós-Graduação em Indústrias Culturais e Criativas da Academia de Artes e Design da Universidade de Tsinghua.

Hui tem na sua carreira a coordenação de eventos culturais e artísticos, incluindo o Festival de Música Pop de Macau, as Apresentações de Teatro Conjuntas de Macau, e o projecto Ano Novo Chinês em Lisboa. O dramaturgo foi um dos elementos envolvidos na criação do Festival Fringe e coordena o evento há mais de uma década. Actualmente, está envolvido na área da programação e os seus mais recentes projectos incluem o HUSH! Full Music e o Desfile por Macau, Cidade Latina.

Os interessados em participar têm que ter mais de 16 anos e para se inscreverem devem produzir um pequeno texto de 200 palavras a ser entregue no momento de chegada e onde descrevem os motivos da sua presença.

Fronteiras discutidas

As fronteiras entre a arte e o quotidiano são o tema que vai ocupar a palestra marcada para sábado, às 15h na galeria At Light. “A linha entre a arte e o quotidiano” é o tema de conversa que vai estar a cargo de Pak Sheung Chuen que vem de Hong Kong, Siraya Pai de Taiwan, e Cherrie Leong e Lei Sam I, de Macau. A conversa tem como objectivo possibilitar um espaço de debate acerca do papel da arte no dia a dia de cada um e debater a fronteira entre expressões artísticas e o quotidiano.

“Cada vez mais as actividades artísticas interagem com o nosso dia-a-dia e cada vez mais os espectáculos entram no nosso quotidiano. A arte está ultrapassar os limites e a entrar nas nossas rotinas diárias? Ou já estamos a envolver a arte na nossa vida diária e já não há mais fronteiras?”, questiona a organização na apresentação do evento. A participação é limitada a 30 pessoas com idades acima dos seis anos e as inscrições são feitas por ordem de chegada. A palestra vai ser conduzida em cantonês e mandarim.

No sábado, dia 26, é o momento de balanço com o encontro entre o público e críticos convidados para partilharem as suas opiniões sobre os espectáculos do Fringe.

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