Telecomunicações | CTM inicia testes para o lançamento da rede 5G em 2020

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap]na primeira metade de 2020 que a CTM espera colocar a funcionar a quinta geração de internet móvel em Macau. Os testes de rede 5G, que arrancaram em Junho, decorrem até ao final do ano.

Foi pelo menos essa a expectativa que o CEO da CTM, Vandy Poon, transmitiu ontem durante uma conferência de imprensa, em que deixou claro, porém, que há pressupostos que têm de ser cumpridos, como a atribuição atempada da licença. Segundo o vice-presidente dos serviços de rede da CTM, Declan Leong, a CTM espera obter a licença 5G no próximo ano, dado que estima demorar “pelo menos 13 meses” para instalar a tecnologia essencial para tornar o 5G uma realidade.

Com efeito, há um factor que pode afectar o licenciamento da 5G: a oferta integrada de serviços de telecomunicações. É que, para a CTM, se a convergência estiver disponível no próximo ano não há problema. Mas se não estiver pronta, a operadora recomenda que a licença 5G seja separada da de convergência, sob pena de Macau se atrasar para apanhar o comboio da rede 5G.

Recentemente, o Governo afirmou que esperava ouvir, até ao final do ano, as operadoras de telecomunicações relativamente à elaboração das novas leis e regulamentos para a convergência no sector, com vista à oferta futura de pacotes de serviços integrados, como internet, telemóvel, telefone fixo ou TV Cabo, à semelhança do que sucede em países como Portugal. Isto depois de, no Verão passado, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, ter reconhecido que a convergência implica um processo complexo, admitindo a possibilidade de demorar dez anos.

Condicionantes técnicas

A implementação do 5G também coloca em evidência desafios devido ao facto de Macau ser um território com uma área pequena, com edifícios altos, e uma elevada densidade populacional, observou Vandy Poon. Neste sentido, complementou Declan Leong, existem condicionantes técnicas que têm de ser satisfeitas, como o espectro, dando conta das múltiplas frequências de banda recomendadas, uma vez que o 5G exige elevada taxa de transmissão e baixa latência. Outro ponto importante prende-se com as estações de transmissão móveis. Actualmente, a CTM tem mais de 500 para assegurar a rede 4G, um número que tem de aumentar com a mudança para o 5G.

As vantagens

“Se falarmos de uma forma simplista, a rede 5G é 100 vezes mais rápida e é mais amiga do ambiente, [pelo que] pode contribuir muito para o futuro das cidades inteligentes e para [o projecto] Macau Digital”, realçou Vandy Poon.

A CTM iniciou os testes logo após ter sido concluída a padronização do 5G, em Junho, estando “confiante” de que o 5G em Macau vai sincronizar-se com as regiões vizinhas, com o lançamento para uso comercial em 2020. Segundo Declan Leong, a China e a Coreia do Sul figuram como os favoritos na corrida ao lançamento do uso comercial do 5G. “Achamos que Macau pode fazê-lo na mesma altura”, complementou.

Relativamente ao investimento para implementar o 5G, o CEO da CTM afirmou que será “bastante considerável”, embora não disponha de uma estimativa. É muito cedo [para dizer]. Vamos tentar trabalhar bastante com o nosso fornecedor [grupo chinês Huawei] para chegar a uma solução de custo eficiente”, observou Vandy Poon.

Escutas em estudo

O CEO da CTM escusou-se ontem a comentar em concreto o conteúdo do Regime Jurídico de Intercepção e Protecção de Comunicações, e revelou estar a “analisar” o diploma, apresentado na quarta-feira. “Vamos participar proactivamente na consulta pública, estamos a estudar o documento e vamos participar nas sessões”, afirmou, embora se tenha mostrado confiante na abordagem “equilibrada” do Governo. O novo regime, que vem alargar as escutas telefónicas às novas tecnologias, estabelece deveres para as operadoras de telecomunicações, como o de conservação na RAEM dos registos das comunicações, durante um ano. Um período que, segundo Vandy Poon, “é mais longo do que aquele que observam actualmente”. “Vamos estudar e definitivamente seguir em direcção ao cumprimento total [das normas]. Se tivermos dificuldades vamos usar as sessões para expressar as nossas opiniões”.

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